HOJE NO
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Zita Seabra.
Editora fala de Fátima e
há quem lembre o seu passado
Vídeo com depoimento de Zita Seabra no âmbito das
comemorações do centenário das aparições de Fátima desencadeia críticas
nas redes sociais.
Cerca de 30 anos depois de ter sido expulsa
do PCP, partido de que era militante desde os tempos da clandestinidade,
e de uma passagem pela bancada parlamentar do PSD, a editora Zita
Seabra recolhe de novo as atenções e algumas críticas por aparecer entre
100 personalidades convidadas de uma produção Rádio
Renascença/Santuário de Fátima para assinalar o centenário das
aparições.
.
“Fátima é sobretudo uma imagem de Nossa Senhora que nos pega ao colo,
aquele colo de que precisamos muitas vezes na vida perante o
sofrimento, a dor, a morte, a falta de esperança, momentos duros que
temos na vida e Fátima é sempre uma Nossa Senhora que nos consola, que
nos dá esperança”, diz a antiga dirigente comunista num depoimento
gravado em vídeo.
Para Zita Seabra, essa é a “imagem que atravessou o mundo”, lembrando
que “por todo o lado se encontram paróquias de Nossa Senhora de
Fátima”.
“Também é uma imagem para mim de uma Nossa Senhora de Fátima que
chegou à Rússia, uma mensagem para o mundo, em 1917 são os 100 de Fátima
e os 100 anos da revolução russa, e Nossa Senhora levou a esperança
sempre de que a revolução russa um dia acabaria e o comunismo daria
lugar a uma sociedade mais livre e a uma sociedade convertida e essa
imagem é muito forte e mantém-se sempre presente hoje tanto cá como na
própria Rússia”.
O depoimento da antiga militante comunista aparece entre um conjunto
de personalidades, designadamente D. Manuel Clemente, Matilde Sousa
Franco, Catarina Furtado, Júlio Isidro, Mota Amaral, Eunice Muñoz,
Catarina Furtado, Margarida Pinto Correia, Ricardo Carriço, Katia
Guerreiro ou Rui Massena.
A rede social Facebook foi, até ao momento, a que registou mais
comentários à presença da antiga dirigente do PCP naquela produção.
Por exemplo, para o politólogo André Freire, “mudar de posição
ideológica, ou outra, é saudável, é normal... mas quando são mudanças de
posição demasiado extremadas, tornam-se motivo de perplexidade, quase
inverosímeis ou até, quiçá, patéticas...”.
“E, quando isso ocorre (felizmente é relativamente raro), as pessoas
nessa situação mudam apenas de dogmatismo, não raro revelando posições
sem o mínimo de sentido crítico na nova posição de chegada... tal como
parecia acontecer na posição de partida... é isso que choca, causa
espanto e perplexidade... antes, o paraíso no ponto de partida....
agora, no ponto de chegada novo, o ponto de partida era o inferno... e a
nova paragem o paraíso... e se não há céu nem inferno?”, questiona
André Freire.
Tomás Vasques, jurista e antigo chefe de gabinete de João Soares,
avança também com um comentário no Facebook, reproduzido na rede pelo
histórico comunista Vítor Dias.
“O mundo está cada vez mais perigoso! Acabo de ver um vídeo produzido
pelo Santuário de Fátima, onde Zita Seabra – sim, essa mesmo – nos diz
que a ‘Nossa Senhora de Fátima chegou à Rússia com uma mensagem de
esperança no fim do comunismo e de e de uma sociedade mais livre e
convertida’. O mundo está mesmo a ficar perigoso”, escreve.
E não deixou mesmo um enquadramento sobre o passado da editora: “Para
os meus amigos que não conhecem Zita Seabra, Zita foi clandestina do
PCP e pertenceu ao seu Comité Central. Mais tarde aderiu ao PSD
(direita) e agora (Milagre!!!) faz estas tristes figuras. Por este
caminho ainda vai pertencer ao Exército Azul que queria salvar o mundo
do Comunismo. Ainda vai ser recebida por Trump na Sala Oval e sentar-se
no célebre Divan… Divanizará… Ainda haverá lugar para uma quarta
pastorinha?”
* Quando esta senhora foi expulsa do PCP achámos que tinha sido vítima da ditadura do partido, agora vemos com entusiasmo que Zita Seabra poderá ser beatificada ainda em vida, como desagravo.
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