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Eurovisão
Vitória da Ucrânia cria incidente
com a Rússia
A sua participação no festival chegou a ser posta
em causa, mas o tema “1944” levou para casa o troféu. A Rússia não
perdeu tempo em manifestar-se contra a decisão.
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Num ano em que Portugal ficou de fora, naquela que foi a quinta ausência do nosso país, a cerimónia, que decorreu em Estocolmo, Suécia, foi repleta de surpresas. A Austrália, país convidado do festival, conquistou o terceiro lugar do pódio. E mais, numa tentativa de recuperar a importância da Eurovisão, esta edição foi exibida em directo pela televisão norte-americana, o que levou a que Justin Timberlake fosse o artista convidado, tendo apresentado o seu novo single, “Can’t Stop The Feeling”, num claro piscar de olhos aos americanos.
Mas mais do que as surpresas, esta edição da Eurovisão ficou marcada pela polémica. No segundo lugar ficou com a Rússia, país que depressa se queixou dos resultados, alegando que a canção vencedora tem um conteúdo politizado, não cumprido as regras da Eurovisão. Havendo mesmo senadores russos que já apelaram ao boicote em 2017. “Não foi a cantora ucraniana Jamala e a sua canção ‘1944’ que conquistou a Eurovisão 2016, foi a política que ganhou à arte”, declarou o senador Frantz Klintsevitch.
O presidente do comité dos Negócios Estrangeiros do Senado russo, Konstantin Kossatchev, foi ainda mais longe nas críticas, alegando que foi “a geopolítica que ganhou. Aquilo que a Ucrânia precisa, de forma vital, é de paz, mas foi a guerra que ganhou”, disse, insinuando que a vitória da Ucrânia poderia comprometer o difícil processo de paz no este da Ucrânia.
Já o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, recorreu ao Twitter para saudar a vitória de Jamala, ignorando as críticas dos russos: “Sim! Uma prestação e uma vitória incríveis! Toda a Ucrânia te diz obrigada, Jamala”.
O tema vencedor, “1944”, conta com a cantora Jamala a evocar a deportação do seu povo, os Tártaros da Crimeia, ordenada pelo ditador russo Josef Estaline no decorrer da Segunda Guerra Mundial - um conflito que terá feito mais de nove mil mortos e mais de 1,5 milhões de desalojados. A cantora de 32 anos, no entanto, não viu nenhuma provocação no tema, que chegou a ver a sua participação em causa, justamente por alguns países considerarem que tinha um conteúdo político - regra há muito definida pela Eurovisão.
“Queria cantar uma canção sobre paz e amor”, disse.
*Novamente a hipocrisia do conteúdo político, peace and love são o quê! O putinesco Putin levou uma lambada no trombone.
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