HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS/
/DINHEIRO VIVO"
Constâncio lava mãos no Novo Banco
e chuta para Carlos Costa
“BCE não teve interferência nas decisões
relativas ao Novo Banco e no bail in”, isso é da responsabilidade do
Banco de Portugal, atirou Constâncio
O Banco Central Europeu (BCE) voltou a
descartar quaisquer responsabilidades no âmbito da resolução de bancos
na zona euro e, no caso concreto do Novo Banco, diz que a
responsabilidade cabe exclusivamente à autoridade de resolução, no caso
ao Banco de Portugal governado por Carlos Costa.
.
.
PILATOS NO OFTALMOLOGISTA |
Questionado diretamente sobre o precedente criado no Novo Banco
(passagem de cinco obrigações para o banco mau, decidida a 29 de
dezembro), Vítor Constâncio disse que o banco central sedeado em
Frankfurt não tem nada a ver com isso e que são as autoridades de
resolução, que no caso de Portugal ainda é o banco central, a definir as
regras. É a segunda vez que o BCE lava as mãos e se distancia deste
caso incómodo.
.
.
Na conferência de imprensa que decorreu
esta quinta-feira em Frankfurt, o antigo governador do Banco de
Portugal, agora vice-presidente do BCE, disse que a sua instituição “não
teve interferência nas decisões relativas ao Novo Banco e no bail in”.
“A partir de agora, há uma autoridade de resolução europeia e as regras
de bail in são aplicadas no âmbito do Mecanismo Único de Supervisão
[Single Supervisory Mechanism ou SSM] ou da autoridade de resolução
nacional”. No caso de Portugal é o banco central, justamente.
.
.
Draghi reforçou a ideia e disse que há uma “clara separação” entre Banco
Central Europeu e a entidade europeia (SSM) responsável pela resolução
de bancos, logo o BCE não tem nada a ver com esse assunto, com as
decisões tomadas, que são da exclusiva responsabilidade dessas
entidades.
.
BCE já se tinha demarcado
Amplamente e crescentemente criticado por investidores internacionais,
designadamente grandes bancos globais e fundos de gestão de ativos, e da
contestação de clientes particulares nacionais, o governo e o Banco
Central Europeu (BCE) isolaram ainda mais Carlos Costa na semana passada
na decisão de devolver cinco emissões de obrigações seniores ao BES,
tomada a 29 de dezembro.
“A decisão do Banco de Portugal de fazer um bail in em algumas das
obrigações seniores do Novo Banco foi tomada exclusivamente pelo Banco
de Portugal debaixo dos poderes de resolução nacionais”, disse a
instituição de Frankfurt a várias agências de notícias.
.
O regulador europeu sublinhou ainda que a decisão do Banco de Portugal “não foi pedida junto do BCE, nem foi aprovada”.
.
.
O regulador europeu sublinhou ainda que a decisão do Banco de Portugal “não foi pedida junto do BCE, nem foi aprovada”.
.
Fúria na alta finança global
A decisão do Banco de Portugal causou grande fúria junto da alta finança
global uma vez que acarreta um haircut (taxa de desconto no valor do
capital investido nas cinco obrigações do Novo Banco que passaram para o
BES) na ordem dos 80%. A gestora Pimco, uma das mais lesadas no mercado
de investidores “institucionais”, até já comparou Portugal à Venezuela.
As cinco linhas obrigacionistas (dívida sénior, que supostamente estaria
a salvo) estão avaliadas em dois mil milhões de euros.
Entretanto, noticiou ontem o Dinheiro Vivo, os maiores bancos do mundo
estão a analisar o caso Novo Banco desde o início deste mês e hoje têm
mais uma reunião de crise para decidir (votar) se há ou não um “evento
de crédito” (incumprimento de obrigações) e se devem ser acionados os
respetivos seguros para cobrir as perdas em que os “institucionais”
entretanto incorreram ou vão incorrer no caso Novo Banco.
A Associação Internacional de Swaps e Derivados (ISDA ou International
Swaps and Derivatives Association), que representa o mercado de seguros
contra perdas e incumprimento em ativos financeiros, tem esta
quinta-feira dia 21 de janeiro a tal reunião de alto nível do seu
“comité de determinações”, confirmou a instituição.
Este órgão consiste num grupo de 15 elementos (10 do lado da oferta, os
grandes bancos grossistas, e cinco do lado da procura, as gestoras de
ativos, os retalhistas), a que se juntam ainda três consultoras e
observadores centrais.
Há já quem diga que caso seja declarado legalmente default nas cinco
obrigações, isso pode alastrar a mais obrigações do NB e “teoricamente”
atingir mais de 50 linhas obrigacionistas, no valor de 18 mil milhões de
euros.
Os grandes à mesa
Na mesa estão: Bank of America, Barclays
Bank, BNP Paribas, Citibank, Credit Suisse, Deutsche Bank, Goldman
Sachs, JPMorgan Chase, Morgan Stanley e Nomura.
Além das instituições com direito a voto (o esquema de votação é
rotativo) participam na reunião o gigante japonês Mizuho, a Société
Générale e cinco fundos de gestão de capitais como AllianceBernstein,
BlueMountain Capital Management, Citadel, Pimco (Pacific Investment
Management Co), Cyrus Capital Partners, Elliott Management.
* Vitor Constâncio o "Pilatos" manda Carlos Costa para o calvário.
* Vitor Constâncio o "Pilatos" manda Carlos Costa para o calvário.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário