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HOJE NO
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Estudo garante que faltam mais de
450 médicos anestesistas no país
A Ordem dos Médicos denunciou esta quinta-feira que faltam mais de
450 anestesiologistas em Portugal, um número que poderá diminuir em dois
terços até 2020 se forem criadas condições para fixar estes
especialistas no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
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Os números constam do Censos Anestesiologia - 2014, um estudo
elaborado pelo colégio de especialidade de Anestesiologia, com o
objectivo de conhecer a realidade desta especialidade médica em
Portugal, que foi apresentado esta quinta-feira.
Os directores dos serviços de anestesiologia dos hospitais públicos,
num total de 52 instituições, afirmam que ao todo existem menos 467
anestesiologistas do que os necessários para cobrir os cuidados
anestésicos do país, “valor esse que se prevê possa ser reduzido em
cerca de dois terços até 2020”.
No entanto, para alcançar este número, tem que estar reunido um
conjunto de premissas: a aposentação dos especialistas aos 66 anos de
idade, a entrada na especialidade de 64 internos por ano, a não saída de
anestesiologistas dos hospitais do SNS para o estrangeiro ou para os
privados nos próximos cinco anos.
Contempladas estas condições, em 2020 haverá “mais 300
anestesiologistas que os atuais 1.254, aumentando assim em cerca de 25%
os actuais recursos humanos desta especialidade nos hospitais do SNS”.
O problema é que é precisamente a ausência destas premissas que está a
funcionar como um entrave à existência de mais especialistas destes no
SNS.
Segundo o bastonário da Ordem dos Médicos, a falta de condições nos
hospitais públicos tem levado médicos a saírem às centenas com reformas
antecipadas mesmo com penalização.
Além disso, os profissionais são aliciados a ganhar mais no privado,
pelo que “é preciso aliciar os profissionais a ficar no SNS,
acrescentou, referindo ainda que “é preciso estancar a emigração”.
O responsável sublinhou que o Governo pressiona para haver maior
formação de anestesiologistas – o que demonstra consenso sobre o défice
destes profissionais – “mas não cria condições competitivas para ficarem
no SNS”.
No próximo ano haverá 80 novos anestesiologistas que estão agora a
acabar a especialidade, mas “o Estado demora muito a coloca-los no
mercado”.
“A máquina governativa e do Estado não é capaz de dar resposta eficaz e urgente” a estes jovens, acrescentou.
O estudo aponta para a necessidade de alargar a área de intervenção
de anestesiologistas para além do bloco operatório, principalmente na
área da medicina da dor, da medicina de emergência e intensiva, e nos
cuidados pós-operatórios.
A mortalidade pós-operatória continua a ser uma importante
preocupação de saúde pública, já que 30% a 50% dessas mortes seriam
evitáveis, destaca.
Os dados relativos à organização e recursos humanos constantes do
estudo referem-se à semana entre 12 e 18 de Maio de 2014, enquanto os
resultados operacionais se reportam ao ano 2013.
Neste âmbito, o censos registou 595.185 cirurgias realizadas nas 52
instituições públicas, das quais 82,8% foram programadas e, destas,
43,5% em regime de ambulatório.
Realizaram-se ainda 110.668 procedimentos com anestesia fora do bloco
operatório, 279.205 consultas de anestesia (que representam 60% de toda
a cirurgia programada) e 99.153 consultas de dor crónica.
Foram ainda identificadas 44.956 analgesias de parto, que
corresponderão a cerca de 65% dos partos ocorridos nos serviços de
obstetrícia.
O estudo destaca ainda a actual taxa de feminização na área de
anestesia (75% são mulheres), em linha com o que se vem verificando em
toda a medicina.
* Além do "inconseguimento" do ministério para tentar resolver um problema que deve ter mais de 20 anos, o estudo revela que são os os três partidos do "covil da governação" os responsáveis por este quase caos na anestisiologia portuguesa, que sempre teve e tem grandes profissionais.
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