HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
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Funcionária da Inspecção-Geral de
. Finanças na lista da Swissleaks
Segundo a TVI, um dos portugueses que tinha
dinheiro no HSBC na Suíça é chefe de serviço na Inspecção-Geral das
Finanças. Ex-ministro e actual deputado também está na lista.
Uma chefe de serviços da
Inspecção-Geral das Finanças (IGF) figura entre os nomes de portugueses
que em 2006/2007 tinham contas no HSBC na Suíça, revelou esta noite a
TVI, adiantando que também um ex-ministro constará da lista.
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Swissleakeira? |
A funcionária da IGF dá pelo nome de Filomena Martinho Bacelar e
durante vários anos terá desempenhado vários cargos de responsabilidade
em empresas públicas, diz a TVI, que enumera os casos do Metro do Porto,
Ana, Transtejo, ParquExpo, Doca Pescas ou o Hospital Distrital Santarém
como outros locais por onde terá passado.
Filomena Bacelar deteria ao todo, juntamente com mais dois parentes,
cerca de 2,5 milhões de dólares no HSBC. Este dinheiro conduziu a TVI a
duas sociedades off-shore, uma das quais com sede nas Amoreiras, e que
será gerida pela advogada Ana Bruno, cujo escritório já terá sido alvo
de buscas no âmbito das investigações no caso Montebranco, diz o canal
de televisão.
Ainda segundo a TVI, o único órgão de comunicação social português
que tem um jornalista que integra o Consórcio Internacional de
Jornalistas, a lista tem 611 nomes, mas nem todos têm nacionalidade
portuguesa ou são identificáveis.
Mas, entre os 137 portugueses, há várias figuras conhecidas - e não
são poucas, diz o canal. Para já, a TVI não revela mais dados,
apresentando apenas uma contabilidade geral.
Por exemplo, a conta com mais dinheiro, no valor de 144 milhões de
euro, está associada a um banco nacional. Já a de montante mais baixo,
no valor de mil e poucos euros, pertence a um ex-ministro e actual
deputado.
De Falciani a Lagarde, e desta à Swissleaks
A reportagem da TVI tem por base os discos roubados em 2008 por Hervé
Falciani ao HSBC. Este antigo funcionário entregou a informação ao
governo francês, que na altura tinha Christine Lagarde à frente da pasta
das Finanças, e que se disponibilizou a entregar as listas a todos os
países que as solicitassem.
Vários países a pediram de 2010 em diante, e já conseguiram recuperar
várias centenas de milhões de impostos. Mas, no início do ano, o caso
entrou numa nova etapa, quando um conjunto de órgãos de informação
internacionais deitaram mão na lista e divulgaram muitos dos nomes de
figuras que, em 2006/2007 tinham dinheiro (clandestino ou não) no HSBC
em Genebra.
A TVI, que integra a rede de jornalistas, continua a trabalhar os dados, numa altura em que várias questões continuam por esclarecer por parte do anterior e do actual Governo, que durante vários anos mantiveram silêncio em torno deste caso.
O Governo PS garante que
deu instruções ao director-geral dos Impostos da altura para pedir a
lista, mas José Azevedo Pereira, em declarações ao Negócios, desmente veementemente
esta informação, e diz que não lhe competia a ele tomar essas
diligências (que noutros países foram feitas por via diplomática). É
palavra contra palavra, e Sérgio Vasques, secretário de Estado dos
Assuntos Fiscais de então, recusou-se a fazer mais comentários sobre o
caso e esclarecer o caso.
O actual Governo, por seu turno, não explica
porque é que demorou quatro anos a pedir a lista às autoridades
francesas. Fê-lo em meados de Fevereiro e recebeu-a quinze dias depois,
já em reacção às reverberações internacionais do escândalo Swissleaks.
* Os partidos do "covil da governação" não estão interessados em esclarecer este caso no que respeita aos portugueses envolvidos, é que estes estão muito próximos dos aparelhos partidários.
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