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Relatório da ONU sobre Grécia indica que a austeridade "mina" Direitos do Homem
O programa de austeridade que está a ser adoptado está a atingir o sistema de protecção social, diz a ONU.
Os planos de ajuda à Grécia baseados em políticas de austeridade
estão a “minar” os Direitos do Homem no país, afirmou em Atenas o
especialista das Nações Unidas Cephas Lumina.
“Certos Direitos do Homem
garantidos pelas convenções internacionais, ratificados pela Grécia e
pelos países europeus, e em particular direitos socio-económicos estão
ameaçados e minados pelas duras políticas aplicadas de forma
recorrente”, disse o membro do Alto Comissariado das Nações Unidas para
os Direitos Humanos numa conferência de imprensa em Atenas sobre a
“dívida externa e os efeitos nos Direitos Humanos”.
“As políticas
compreendem medidas de austeridade, reformas à legislação laboral,
liberalização e privatizações que o governo grego tem de adoptar em
troca do plano de resgate da troika” (Fundo Monetário Internacional,
Banco Central Europeu, União Europeia), disse ainda Lumina, jurista
zambiano das Nações Unidas, durante a apresentação das conclusões
preliminares de um inquérito sobre o impacto da austeridade na Grécia.
“O
programa de austeridade que está a ser adoptado está a atingir o
sistema de protecção social que não é capaz de absorver o choque do
desemprego, as reduções salariais e outros cortes. Em vez de dar
prioridade à ajuda social, a prioridade é o ajustamento das finanças
públicas em detrimento do povo grego”, afirmou.
“Há direitos
afectados em que figuram o direito ao trabalho, segurança social e
serviços de saúde. A pobreza e as privatizações de organismos de
interesse público estão a criar sérios problemas sociais e económicos”,
afirmou ainda o especialista das Nações Unidas.
* A pobreza generaliza-se de modo impedioso.
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