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IN "DINHEIRO VIVO"
16/11/19
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Que estragos faz
o preconceito ideológico
O preconceito tem piorado a par dos péssimos episódios e das estatísticas cada vez mais negras.
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Só um olhar de longo prazo e sem
preconceitos ideológicos, em que todos os intervenientes unam esforços
para o bem comum que é a garantia de qualidade e acesso de todos, pode
salvar a saúde. A afirmação do presidente do Health Cluster Portugal põe
o dedo numa ferida antiga e que nos tempos mais recentes tem sido
remexida sem contemplações.
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O estudo em que a OCDE olha para a
prestação dos governos europeus, divulgado nesta semana, revela que
Portugal é dos países em que mais se desinvestiu em saúde no último ano.
Segundo o Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia
(SIGIC), nos últimos quatro anos – de expansão económica tão apregoada
-, o número de pessoas à espera de cirurgias duplicou. Há greves de
enfermeiros, de médicos, de pessoal administrativos da saúde quase todos
os meses. Há urgências pediátricas fechadas porque não têm médicos para
as garantir. E o governo que diz? Numa versão simplista, que é preciso
acabar com subsistemas, anular parcerias com o privado e as instituições
sociais, pôr fim a alternativas que não sejam exclusivamente do serviço
público. Porquê? Porque o governo e as esquerdas que ainda lhe garantem
a estabilidade parlamentar são ideologicamente contra essas
alternativas, independentemente da comprovada eficácia que possam ter
essas soluções.
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O problema é sobretudo mas não exclusivo
das esquerdas – a verdade é que os representantes eleitos têm
considerado mais importante destacar as diferenças que têm uns dos
outros do que empenhar-se numa solução que melhore o estado da saúde
para todos. Mas o preconceito tem piorado a par dos péssimos episódios e
das estatísticas cada vez mais negras.
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Se o estado da saúde é exemplo do pior que se faz, do trabalho vêm
sinais mais animadores. O reconhecimento de Ana Mendes Godinho de que é
preciso subir salários mas para isso há que dar condições de crescimento
às empresas, em vez de penalizar a sua atividade, o sucesso e os bons
resultados – prática que parece constituir desporto nacional -, é um bom
sinal de uma mudança de mentalidades a que muito tem ajudado Siza
Vieira. Pudesse o superministro chegar a mais áreas…
IN "DINHEIRO VIVO"
16/11/19
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