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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Movimento de Mulheres cria aplicação para telemóvel contra tráfico humano
A aplicação vai ser apresentada este sábado durante o seminário "Tráfico de Seres Humanos: Da exploração sexual à exploração no trabalho". A versão final deverá estar pronta para ser descarregada no início de novembro.
Movimento Democrático de Mulheres (MDM) criou uma aplicação para
telemóvel, gratuita, que junta informação sobre o que é o tráfico de
seres humanos, enquadramento legal, direitos das vítimas, mas também
números de contacto para possíveis denúncias.
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A aplicação 'ACT -- Agir contra o Tráfico Humano'
vai ser apresentada no sábado durante o seminário "Tráfico de Seres
Humanos: Da exploração sexual à exploração no trabalho", para assinalar o
Dia Europeu de Combate ao Tráfico de Seres Humanos, que se assinalou em
18 de outubro.
Em declarações à Lusa, Sandra Benfica, do MDM,
explicou que este seminário vai servir para fazer um ponto de situação
do fenómeno do tráfico de seres humanos em Portugal e no mundo, mas
também para divulgar a versão preliminar da aplicação que foi criada com
a ajuda do Observatório do Tráfico de Seres Humanos (OTSH).
"Esta
aplicação tem várias vertentes, uma primeira vertente de desocultação
do crime de tráfico humano. O que é o tráfico humano? Há muita
gente ainda não sabe e não faz ainda a distinção entre aquilo que é
tráfico humano e outros crimes como, por exemplo, o auxílio à imigração
ilegal", disse a responsável.
De acordo com Sandra
Benfica, a aplicação dá essa explicação e apresenta as várias formas de
tráfico de seres humanos que existem, juntando dez factos sobre o
fenómeno que a maior parte das pessoas desconhece, desde ser um dos
crimes mais lucrativos do mundo, à forma como os traficantes atuam ou
maltratam as suas vítimas.
Denúncias à distância de um clique
A aplicação tem também uma vertente de enquadramento legal em Portugal, além
de explicar os direitos das vítimas deste crime, pessoas que, na maior
parte dos casos, "têm muito medo de recorrer às autoridades" e de pedir
ajuda "porque não confiam nem nas polícias, nem no sistema e julgam que
não têm nenhum estatuto particular".
Quem aceder à
aplicação fica igualmente a saber quais são os principais indícios dos
diferentes tipo de tráfico e como é possível reconhecer e distinguir uma
vítima de tráfico para exploração sexual, de exploração laboral ou
mendicidade ou até mesmo de tráfico de menores.
"E depois
tem também uma área de contactos onde nós podemos denunciar, através da
queixa eletrónica, diretamente para o MAI [Ministério da Administração
Interna], ou podemos recorrer aos contactos existentes das equipas
multidisciplinares de apoio às vítimas de tráfico humano",
acrescentou Sandra Benfica, salientando que o objetivo de todo este
trabalho foi o de "colocar à distância de um clique, numa aplicação
gratuita, toda a informação indispensável para quem quer conhecer e
estar mais informado, mas também para quem queira ajudar alguém".
Sandra
Benfica adiantou que a versão que vai ser apresentada no sábado, e
posteriormente disponibilizada, é ainda preliminar e será sujeita a
testes, sendo que esta primeira versão estará acessível em português e inglês.
"Correndo bem os testes esta semana, estará depois disponível em francês e em espanhol e, mais tarde, em romeno e em russo", revelou a responsável.
Sandra Benfica disse ainda que a versão final é expectável que esteja pronta para ser descarregada no início de novembro.
* Unidos contra a infâmia do tráfico humano.
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