HOJE NO
"RECORD"
Ministério Público pede condenação
de Pereira Cristóvão
O procurador do Ministério Público encarregado do 'caso Cardinal'
admitiu hoje a aplicação de penas suspensas aos dois arguidos, um dos
quais é Paulo Pereira Cristóvão, antigo vice-presidente do Sporting e
ex-inspetor da Polícia Judiciária.
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"Não nos repugna a aplicação
de penas suspensas, sobretudo ao que ao arguido Vítor Viegas diz
respeito", afirmou o procurador do Ministério Público durante a sessão
de hoje, na qual se iniciaram as alegações finais.
No âmbito do
processo, o antigo vice-presidente do Sporting é acusado de um crime de
burla qualificada, outro de branqueamento de capitais, dois de peculato,
mais um de devassa por meio informático, um de acesso ilegítimo e, por
fim, um de denúncia caluniosa agravada.
Vítor Viegas, o outro
arguido do processo desencadeado com a denúncia de um depósito de 2.000
euros na conta do árbitro assistente José Cardinal, era um colaborador
próximo de Paulo Pereira Cristóvão e estava, alegadamente, encarregado
da vigilância e acompanhamento de jogadores do Sporting.
O
procurador do Ministério Público considerou que ficaram provados os
crimes de que Paulo Pereira Cristóvão está acusado, mas ressalvou que o
envolvimento dos arguidos no caso "é bastante diferente".
"Vítor
Viegas teve um papel secundário, de mera colaboração. Ficou provado o
seu envolvimento, mas sempre sob a coordenação do arguido Paulo Pereira
Cristóvão", afirmou o procurador.
O advogado do antigo árbitro
assistente José Cardinal, que reclama o pagamento de uma indemnização
total de 103.000 euros, considerou que ficou provado que o antigo
vice-presidente 'leonino' "é o autor moral e material da denúncia
caluniosa".
De acordo com a acusação, Paulo Pereira Cristóvão
terá pedido ao seu colaborador Rui Martins para ir ao Funchal efetuar um
depósito de 2.000 euros na conta de Cardinal, para posteriormente
acusar o árbitro assistente de ter sido subornado antes de um jogo entre
o Sporting e o Marítimo.
A advogada do Sporting, que se
constitui assistente no processo, alegou que o clube "é ofendido e não
pode ser culpado por atos cometidos pelo arguido".
Segundo a
advogada, ficou provado que Paulo Pereira Cristóvão "agiu por conta
própria", tendo mesmo "utilizado Godinho Lopes", à data presidente do
clube.
De acordo com a acusação, terá saído dos cofres do clube a
pedido de Paulo Pereira Cristóvão, uma verba de 3.000 euros, que
alegadamente foi depositada na conta de Cardinal, e que acabou por ser
justificada com faturas falsas.
Paulo Pereira Cristóvão é também
acusado de ter pedido a elaboração de uma lista com dados pessoais de
árbitros, que foi posteriormente divulgada na internet.
Um grupo
de 33 árbitros, apoiados pela Associação Portuguesa de Árbitros de
Futebol, reclama uma indemnização de total de 33.000 euros, considerando
que a divulgação na internet terá afetado as suas vidas pessoais e
profissionais.
As alegações finais do 'caso Cardinal', que
começou a ser julgado a 08 de abril do ano passado, prosseguem na
próxima segunda-feira.
* Repugna-nos a ideia de que criminosos com tanta categoria não passem uns tempos atrás das grades.
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