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"JORNAL DE NEGÓCIOS"
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Tribunal de Contas reprova contrato
de seguros adjudicado pela AICEP
O Tribunal de Contas rejeitou aprovar o contrato
anual de aquisição de serviços de seguros da AICEP, presidida por Miguel
Frasquilho. Trata-se de um contrato adjudicado no final de 2014 por 562
mil euros. A AICEP já recorreu.
Um contrato anual de aquisição de
serviços de seguros da Agência para o Investimento e Comércio Externo
de Portugal (AICEP) foi reprovado pelo Tribunal de Contas (TdC). O TdC
recusou aprovar o contrato de 562 mil euros feito entre a agência
presidida por Miguel Frasquilho, ex-deputado do PSD, desde 2014, e a
empresa Luso-Atlântica.
.
O acórdão do TdC evidencia
um conjunto de argumentos que justificam a reprovação do referido
contrato de aquisição de serviços, entre os quais a ausência dos
"pressupostos previstos" no Código da Contratação Pública para os casos
de adjudicação directa.
No entender do TdC, tendo em conta os "valores envolvidos
deveria ter-se adoptado o concurso público internacional, ou concurso
limitado por prévia qualificação". A instituição presidida por Guilherme
de Oliveira Martins refere uma violação de disposições do Orçamento do
Estado.
O contrato entre a AICEP e a Luso-Atlântica foi formalizado a
31 de Dezembro de 2014 e prevê a cobertura de todo o presente ano de
2015. A AICEP, contactada pelo jornal Expresso, revelou ter "interposto
recurso", razão pela qual o contrato existente continua em vigor.
No acórdão atrás referido, o TdC elucida que a AICEP chegou
mesmo a fazer um concurso público internacional para a contratação de
serviço de seguros. No entanto, a agência responsável pela promoção e
apoio à exportação acabou por cancelar o concurso após todas as
seguradoras terem apresentado propostas com preços sempre acima do
valor-base de 485 mil euros, definido pela AICEP a 4 de Junho de 2014.
A AICEP recorreu da decisão do Tribunal do Contas, "por não concordar
com os fundamentos apontados" e sublinha que "dados os efeitos
suspensivos, mantém-se em vigor o contrato celebrado".
"Esclarece-se que as decisões tomadas pelo Conselho de Administração
da AICEP relativas à carteira de seguros da agência para 2015 permitiram
reduzir os custos envolvidos em 121.191,59 euros. A decisão adoptada
permitiu ainda salvaguardar as obrigações legais a que a AICEP está
sujeita, incluindo os direitos dos colaboradores, em Portugal e no
estrangeiro", sublinha a AICEP.
* Neste país o desrespeito pelos tribunais começa nos líderes do governo e acabará provavelmente em alguém que também mande num alguém qualquer.
** Paulo Morais afirmou em abril de 2914, num artigo com o título
“O ouro ao bandido”
“O
modelo adotado nas sucessivas privatizações não poderia ser mais
obscuro. A determinação dos preços de venda não foi clara. No caso da
EDP, a promiscuidade atingiu o absurdo: Frasquilho era quadro do BES,
entidade que assessorou os chineses na compra”.
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