HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
O maior telescópio do mundo
foi inaugurado hoje no deserto
de Atacama, no Chile
O ALMA, o maior telescópio do
mundo, que abre uma nova janela de observação para as distâncias mais
longínquas do universo e que foi inaugurado no deserto de Atacama, no
Norte do Chile, nasce com novidades no currículo. Hoje mesmo é publicada
na Nature e no Astrophysical Journal a descoberta de um
grupo de galáxias com formação explosiva de estrelas que inclui as duas
mais distantes de sempre deste tipo já identificadas.
Estes dados
novos, que resultam de uma das primeiras observações do ALMA, indicam
que estas galáxias muito ativas, onde a formação de estrelas é
literalmente explosiva - formam-se ali mil vezes mais estrelas do que
por exemplo, na Via Láctea -, são afinal mais abundantes no universo do
que se pensava até agora, afirmam os seus descobridores, que foram
liderados por Joaquin Vieira, do California Institute of Technology, nos
Estados Unidos.
A descoberta destas galáxias onde já estavam a
formar-se estrelas mil milhões de anos depois do Big Bang, numa fase
muito próxima do início do universo, vem mostrar também que o alcance do
ALMA para estas observações longínquas é certeiro.
As
observações foram feitas durante o período experimental do ALMA, que se
iniciou em Setembro de 2011 e que decorreu até agora, com a utilização
de apenas 16 antenas. Nesta altura, quando acaba de ser inaugurado, tem
já 57 das 66 que vai integrar quando ficar completo, no final deste ano.
O conjunto das 16, no entanto, já demonstrou que o ALMA vai poder
descobrir novas galáxias, estrelas e planetas que até agora eram
invisíveis aos atuais telescópios e radiotelescópios.
As galáxias
massivas mais distantes que foram agora descobertas graças ao ALMA têm
uma atividade muito intensa e, por vezes, estão em colisão com outras
galáxias do mesmo tipo. O seu estudo detalhado poderá ser feito a partir
de agora, recorrendo a este mesmo telescópio. "Estamos agora a tentar
utilizar as moléculas que vemos ali para perceber como e por que motivo
elas são tão ativas", explicou Justin Spilker, coautor do estudo e
também investigador do California Institute of Tecnhology.
A
equipa selecionou aquele conjunto de galáxias para observação com o ALMA
depois de ter feito um rastreio com o South Pole Telescope, e de ter
detetado que havia entre elas algumas que fazem um efeito de lente em
relação às que estão atrás, o que contribuiu para apurar ainda mais a sua visão.
* A ciência ao serviço dos povos
.
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