Onde pára
a sã consciência de Bava?
Agora sim, é visível o que Luís Palha da
Silva, um dos melhores gestores portugueses, foi fazer para a Pharol, a
descaracterizada holding, que, depois do fracasso da fusão entre a PT e a
Oi, ficou com uma participação de 27,5% operadora brasileira, uma opção
para adquirir mais 10%, e com a dívida, dificilmente recuperável, de
897 milhões de euros da Rioforte.
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O
chairman da Pharol, que já passou pela Cimpor, liderou a Jerónimo
Martins entre 2004 e 2010, foi vice-presidente da Galp e chegou a ser
apontado com sucessor de Ferreira de Oliveira na liderança da
petrolífera, foi escolhido para uma missão considerada tão impossível,
que chegou a parecer ridícula: recuperar o prejuízo resultante dos
ruinosos investimentos que Zeinal Bava e companhia fizeram, em nome do
grupo PT, no Grupo Espírito Santo.
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Palha
da Silva está longe de atingir o objetivo, mas deu, nesta semana, um
passo importante. A Pharol entregou no tribunal um processo contra
Zeinal Bava, acusando-o "de utilizar a PT SGPS como entidade
financiadora do GES", de forma ilícita e como desconhecimento da
comissão executiva. Numa cadência, a Pharol começou, em outubro, contra
Henrique Granadeiro, Pacheco de Melo e Amílcar Morais Pires
(ex-administrador do BES), prosseguiu, em janeiro, com um processo que
visa a antiga auditora da PT, a Deloitte, e segue agora com uma ação
dedicada especialmente a Zeinal Bava.
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As
acusações são duras, a decisão será do tribunal, mas com estes
processos a Pharol e os seus advogados, da sociedade Cuatrecasas, dão um
sinal de que, neste caso, se tentará que a culpa não morra solteira. E,
não menos importante, que se tentará fazer que Zeinal Bava se explique,
com seriedade, sobre os seus péssimos atos de gestão na PT. Não está
esquecido o fim de um dos maiores grupos de telecomunicações da Europa,
nem a desfaçatez com que aquele que chegou a ser considerado o melhor
gestor de todos os tempos se justificou perante os deputados da comissão
de inquérito parlamentar ao caso PT. A Pharol, os seus acionistas, mas
também todos os portugueses, terão mais uma oportunidade para ouvir o
que a "sã consciência" de Bava tem a dizer.
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É
por isso que desejo a melhor das sortes à Pharol e aos seus acionistas,
a Luís Palha da Silva e ao tribunal que julgará estes casos. E que
desafio toda a gente a resistir à amnésia, essa maleita que atingiu
Bava, e a seguir o desenvolvimento destes processos até ao fim. É
difícil esquecer o que aconteceu ao ex-grupo PT, o eterno campeão
nacional. Não interessa apenas o apuramento de eventuais
responsabilidades criminais, mas também a reposição do respeito.
IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
27/01/16
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