HOJE NO
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Sobre-endividamento.
Maioria apresenta rendimentos
inferiores a mil euros
Mais de 29 mil pediram ajuda no ano passado, mas só foram abertos 2712 processos
Lisboa e
Porto são as regiões que concentram mais pedidos de apoio ao
sobre-endividamento. Estes dois distritos concentram quase 60% dos mais
de 29 mil pedidos que foram feitos só no ano passado ao Gabinete de
Apoio ao Sobre-endividado (GAS) da Associação Portuguesa para a Defesa
do Consumidor (DECO).
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De acordo com a associação, estas dívidas dizem respeito “aos compromissos assumidos pelo consumidor junto de instituições de crédito ou de outro credor - como é o caso de empresa de fornecimento de eletricidade, gás, água) - para satisfazer as necessidades do seu agregado familiar”.
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De acordo com a associação, estas dívidas dizem respeito “aos compromissos assumidos pelo consumidor junto de instituições de crédito ou de outro credor - como é o caso de empresa de fornecimento de eletricidade, gás, água) - para satisfazer as necessidades do seu agregado familiar”.
O total máximo de prestações mensais de crédito em falta foi de 3714
euros, enquanto o mínimo foi de 25 euros. Mas o valor médio fixou-se nos
744 euros. A taxa de esforço apresentada por aqueles que pediram a
intervenção do GAS rondava os 77% - contrariando o patamar recomendado,
que é de 40%. Mas se analisarmos o rendimento dos sobre-endividados, é
possível verificar que a maioria apresenta um rendimento que varia entre
os 531 e os 1060 euros (44%), seguidos por quem ganha entre 1061 e 1590
euros (27%). Mas também quem ganha acima desse patamar apresenta
dificuldades em pagar os créditos contraídos (16%). Já quem ganha menos
de 530 euros apresenta um peso menor (13%).
No entanto, grande parte dos portugueses que pediram ajuda estão no
ativo. Os trabalhadores do setor privado pesam 25% do total, enquanto os
do setor público se fixam nos 14%. Já os desempregados têm um peso de
28%, enquanto os reformados rondam os 16%.
Causas
O desemprego continua a ser uma das principais causas para
esta situação (31%), seguido pela deterioração das condições laborais
(27%) e penhoras (13%). Também o divórcio (10%), a doença (9%) e as
alterações inesperadas do agregado familiar (8%) acabam por penalizar o
orçamento familiar. Por seu lado, ser fiador pode ainda contribuir para
esta situação (2%).
Relativamente aos processos de sobre--endividamento iniciados em
2015, a média ronda os três, mas é possível encontrar como limite máximo
20 créditos, embora haja quem tenha apenas um. A verdade é que, de 2014
para 2015, verificou-se um aumento do número de créditos por família.
Em 2008 e 2009, as famílias tinham por regra sete créditos, mas com o
avançar da crise esse número diminuiu, e em 2014 tinham em média quatro
créditos. No ano passado, a média voltou a crescer para cinco por via do
aumento dos créditos pessoais e cartões de crédito.
Aliás, este aumento da concessão de crédito ao consumo e do recurso a
cartões de crédito em 2015 é outra alteração que se verifica em relação
a anos anteriores - uma tendência que acaba por ir ao encontro dos
dados que têm vindo a ser divulgados pelo Banco de Portugal.
Incumprimento
O
certo é que 66% dos processos iniciados já apresentavam incumprimento
em, pelo menos, um dos créditos. No entanto, 34% dos processos iniciados
durante todo o ano de 2015 apresentavam todos os créditos em situação
regular.
Cerca de 56% dos consumidores procuraram renegociar os seus contratos
de crédito diretamente com as entidades credoras, antes do primeiro
incumprimento. Mas apenas 24% obtiveram resposta por parte das entidades
credoras. De acordo com estes dados, verifica-se que a integração em
PARI (plano de ação para o risco de incumprimento) não ocorre na maior
parte das situações.
* As dificuldades impostas pelo governo anterior.
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