HOJE NO
"PÚBLICO"
Crise trava pedidos nacionais
de marcas comunitárias
Depois de terem registado uma das maiores taxas
de crescimento entre 1996 e 2007, os pedidos de
marcas comunitárias (CTM) com origem em Portugal sofreram uma "inversão abrupta em 2008 e 2009,
na sequência da forte crise".
De acordo com um estudo sobre o contributo das marcas para o crescimento económico - elaborado pelo Centro de Estudos sobre a Mudança Socioeconómica e o Território, do ISCTE-IUL, para o Instituto Nacional da Propriedade Industrial - durante 14 anos Portugal cresceu acima da média mundial nos pedidos de CTM.
Em concreto, entre 1996 e 2002 a taxa média de crescimento anual foi de nove por cento, contra dois por cento em termos globais. Já a partir de 2003 e até 2009 a subida média foi de dez por cento, enquanto no mundo os pedidos cresceram sete por cento ao ano. Mas a crise, apelidada no estudo como "Grande Recessão", travou o dinamismo no registo de marcas, ao contrário do que sucedeu no resto do mundo, "onde também se verificou uma travagem mas sem decréscimo de pedidos de CTM".
Em 2008 as solicitações chegaram perto da barreira dos três mil, mas no ano seguinte caíram para 2500, o mesmo nível de 2006. No mundo, o número de pedidos manteve-se estável a partir de 2007, situando-se nos 250 mil.
"A crise veio interromper uma dinâmica de crescimento que vinha desde meados da década de 1990. Dir-se-ia que não só levou a um esforço de meditação por parte dos políticos em geral e dos cidadãos em particular, mas também da própria economia", analisa Sandro Mendonça, investigador que coordenou o estudo.
É na consultoria e publicidade e no vestuário e calçado que as empresas portuguesas mais têm registado marcas. O primeiro sector concentra 12 por cento do total de pedidos e o vestuário oito por cento. Segue-se o registo de software, instrumentos, papel, bebidas alcoólicas e educação, por exemplo. Em termos mundiais, a categoria instrumentos, a consultoria e os programas de software são os mais procurados. Na lista dos registos feitos em termos globais, constam ainda as telecomunicações e os fármacos e cosméticos, áreas de em que Portugal não se distingue.
"Os residentes no território português têm uma menor presença num conjunto de classes de bens e serviços em sectores associados a um menor nível de sofisticação e incorporação de conhecimento de fronteira", lê-se no estudo.
Contudo, Sandro Mendonça sublinha que os serviços de valor acrescentado têm aumentado o seu peso nas exportações". Ainda assim, alerta, "um mix inteligente de sectores exportadores é sinal de resiliência".
O estudo ressalva que as marcas são um indicador "muito relevante" para avaliar o desempenho inovador das economias.
* Porque não inventar a marca "TESOS", ou já existe?
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