ESTA SEMANA NO
"EXPRESSO"
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Compra de carro novo dispara
na Europa mais pobre
A Europa rica travou a compra de carros novos, enquanto os países
com
menores rendimentos registaram disparos nas vendas.
É um fenómeno. E pode ser notado em Lisboa, Zagreb
ou Bucareste. Quem reparar nas matrículas novas dos carros que circulam
pelas capitais dos países mais pobres da União Europeia (UE), acredita
que a crise económica já é coisa do passado. Dir-se-ia que os agregados
familiares dos países menos desenvolvidos e das economias que foram
obrigadas a fazer duros ajustamentos financeiros decidiram que 2014
seria o ano em que iam comprar um automóvel novo.
Esta ilação está longe de ser uma caricatura, porque
entre os três países com maiores crescimentos de vendas de viaturas
novas - no espaço da Associação Europeia de Comércio Livre - estão duas
economias que foram intervencionadas pela troika, Portugal e a Irlanda, e
um caso de falência, a Islândia.
Mas enquanto a riqueza distribuída pelos habitantes é
superior na Islândia e na Irlanda - com padrões que estão ao nível dos
países ricos da União Europeia -, em Portugal a história é outra e o
fenómeno do disparo das vendas de automóveis efetuadas de janeiro a
agosto de 2014 assume proporções inéditas na UE.
Sabendo-se que o crescimento médio das vendas de
automóveis novos entre os 28 países da UE foi de 6% de janeiro a agosto,
em termos homólogos, isso ainda aumenta o contraste com Portugal, onde o
disparo de vendas foi de 35,7%.
Este desempenho colocou o pequeno mercado nacional em
primeiro lugar no crescimento de vendas de carros novos, de acordo com
dados da Associação dos Construtores Automóveis Europeus.
Crise ainda não passou
Embora o mercado automóvel tenha caído bastante em Portugal durante os últimos três anos, e apesar do atual dinamismo das vendas ainda não ter permitido recuperar os níveis de vendas da primeira década do novo milénio, o facto de a economia portuguesa liderar o ranking europeu do aumento de matrículas novas não para de surpreender as marcas automóveis - suportado pelo aumento de compras das empresas de rent-a-car e pela renovação de frotas das empresas.
Embora o mercado automóvel tenha caído bastante em Portugal durante os últimos três anos, e apesar do atual dinamismo das vendas ainda não ter permitido recuperar os níveis de vendas da primeira década do novo milénio, o facto de a economia portuguesa liderar o ranking europeu do aumento de matrículas novas não para de surpreender as marcas automóveis - suportado pelo aumento de compras das empresas de rent-a-car e pela renovação de frotas das empresas.
Se o mercado português fosse exclusivamente alimentado
pelas compras de particulares, provavelmente continuaria deprimido, ou,
na melhor das hipóteses, estagnado, pois o poder de compra dos
portugueses não aumentou.
TRÂNSITO EM OSLO |
Analisando a informação do Banco Mundial referente a
2012 - o único ano em que já há dados relativos a todos os países em
causa -, nota-se que o Produto Interno Bruto (PIB) per capita português
em Paridades de Poder de Compra é apenas ligeiramente inferior ao da
Grécia e da República Checa e um pouco superior ao da Lituânia.
Ora, nos oito primeiros meses do ano, a República Checa
aumentou em 17,5% as vendas de carros novos, a Grécia cresceu 21,4% e a
Lituânia quase chegou aos 24% - repita-se, os três países que melhor
comparam com a distribuição de riqueza per capita dos portugueses.
Portugueses duplicam crescimento checo
Acontece que o crescimento de vendas de carros novos em Portugal mais do que duplicou o desempenho das vendas na República Checa, cuja economia é suportada por uma forte produção industrial.
Acontece que o crescimento de vendas de carros novos em Portugal mais do que duplicou o desempenho das vendas na República Checa, cuja economia é suportada por uma forte produção industrial.
Igualmente curioso é o crescimento das vendas de
automóveis na Croácia e na Roménia, que são duas das economias com
níveis de rendimento mais baixos na UE.
Nestes casos, uma justificação para os aumentos de
compras de automóveis dos romenos e dos croatas passa pelo afluxo de
capitais estrangeiros que estes dois países têm vindo a obter.
No lado da Europa rica, o cenário é precisamente o
oposto. Holanda, Áustria e Suíça registaram quebras de vendas em termos
homólogos nos oito primeiros meses de 2014.
E a Noruega, que é um dos países mais ricos do
continente europeu (com um PIB per capita em Paridade de Poder de Compra
superior ao dobro do português), apenas registou um aumento de 2% nas
vendas de carros novos.
* A razão porque os nossos governos são maus é porque todos nós portugueses sofremos de nanismo mental, somos o país dos "manageres"
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* A razão porque os nossos governos são maus é porque todos nós portugueses sofremos de nanismo mental, somos o país dos "manageres"
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