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HOJE NO
"OBSERVADOR"
Marcelo comparou irmãos Sobral com embaixadores e diplomatas não gostaram
Marcelo disse que Luísa e Salvador Sobral são "embaixadores mais qualificados e mais eficientes do que a generalidade da nossa diplomacia". Os diplomatas não gostaram e enviaram carta ao Presidente.
As palavras de Marcelo Rebelo de Sousa ao condecorar os vencedores da
Eurovisão Luísa e Salvador Sobral estão a causar desconforto entre os
diplomatas portugueses. “São embaixadores mais qualificados e mais
eficientes do que a generalidade da nossa diplomacia”, disse Marcelo
Rebelo de Sousa sobre os irmãos Sobral, numa cerimónia a 23 de abril, em
que condecorou os dois músicos com a Ordem de Mérito.
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Mas os embaixadores não gostaram da comparação e, segundo conta esta sexta-feira o jornal Público,
a Associação Sindical dos Diplomatas Portugueses (ASDP) enviou uma
carta ao Presidente da República a lamentar as declarações, que “colocam
em causa a competência e profissionalismo de toda uma carreira especial
do Estado, denegrindo a sua imagem e, como tal, a própria credibilidade
das instituições públicas”.
Na carta, que é assinada pelo embaixador João Ramos Pinto, presidente
do conselho diretivo da ASDP, lê-se que “um sucesso musical pode
exercer uma influência mais visível e imediata na opinião pública
internacional quanto à imagem do nosso país”. Mas, garante Ramos Pinto,
as funções diplomáticas “não se esgotam nessa vertente promocional”.
“Uma
coisa é usar-se, de uma forma genérica, a expressão ‘embaixador’ quando
se fala de músicos ou futebolistas. Outra é ser o Presidente da
República a dizer, na presença de um embaixador, que esses
‘embaixadores’ são melhores e mais eficazes do que os verdadeiros
diplomatas”, lê-se ainda na carta, referindo-se a Luís Filipe Castro
Mendes, ministro da Cultura, que é embaixador de carreira e que estava
na plateia daquela cerimónia.
“Ainda por cima, os diplomatas são o
único corpo do Estado que nunca faz críticas públicas aos Governos e
aos chefes de Estado — talvez merecessem um pouco mais de respeito”,
remata João Ramos Pinto.
Numa nota escrita enviada ao jornal
Público, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu-se, dizendo que “não está, nem
nunca esteve em causa” a “excelência da nossa diplomacia”. “Mas a
própria realização, neste momento, do Festival Euroovisão da Canção em
Lisboa fala por si quanto à projeção alcançada por quem, pela sua
qualificação e eficácia, projeta a imagem de Portugal no mundo”,
considera o Presidente da República.
“Direi mesmo mais: não me
sinto nada complexado pelo facto de haver personalidades da Cultura e do
Desporto que em muito ultrapassam a projeção internacional do atual
Presidente da República Portuguesa”, acrescenta Marcelo Rebelo de Sousa.
* Os embaixadores em bicos de pés, desnecessariamente.
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