HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Europa acorda novo método de
cálculo que pode reduzir dose
de austeridade em Portugal
Já terá sido fechado um acordo sobre o novo
método de cálculo do saldo orçamental estrutural. As consequências
poderão ser significativas para os países que têm sofrido as recessões
mais profundas, como é o caso de Portugal. Para estes, o esforço de
consolidação necessário ao cumprimento do Tratado Orçamental deverá ser
menor do que o até agora projectado.
.
.
Os Estados-membros da União Europeia
terão chegado a acordo sobre o novo método de cálculo do saldo
orçamental estrutural. Este passou a ser a variável central no quadro
europeu para medir os esforços de consolidação e para aferir o
cumprimento do Tratado Orçamental, segundo o qual os Governos europeus
devem, em regra, fazer Orçamentos equilibrados ou quase (défice
estrutural não deve ser superior ao equivalente a 0,5% do PIB).
A informação está a ser avançada pela Dow Jones,
que cita um alto responsável europeu, de acordo com o qual este
consenso foi obtido ontem, quarta-feira 19 de Março, entre os
representantes permanentes dos Governos europeus em Bruxelas.
Este acordo surge na sequência dos mais recentes resultados do grupo de trabalho
que havia sido criado pela Comissão Europeia para reavaliar a mediação
desta variável, que depende amplamente de uma outra ainda mais complexa:
o PIB potencial.
Refere a agência noticiosa que o novo método é sensível às críticas,
designadamente dos países mais afectados pela recessão, caso de Espanha e
de Portugal, que contestavam o metodologia seguida até agora pela
Comissão Europeia que assume que uma boa parte da quebra cíclica da
actividade não se restabelecerá, o que resulta num PIB potencial
inferior, sendo este o indicador que serve de denominador para calcular
o défice estrutural.
As consequências poderão, assim, ser significativas para os países
que têm sofrido as recessões mais profundas. Para estes, o esforço de
consolidação necessário ao cumprimento do Tratado Orçamental será menor
menor do que o até agora projectado, e esse menor esforço tenderá a ser
proporcional à revisão em alta que venha a ser realizada ao
respectivo PIB potencial.
A Dow Jones exemplifica com o caso de Espanha. Com a antiga
metodologia, o país vizinho apresentaria em 2015 um défice
estrutural equivalente a 5,8% do PIB e apenas em 2018 teria um
défice estrutural quase nulo; agora, conseguirá ficar já em 2015 em
linha com os limites estabelecidos no Tratado (ou seja, apresentar um
défice estrutural não muito distante de 0,5% do PIB). Sem quantificar, a
mesma fonte refere que Portugal, Irlanda e Grécia também beneficiarão
com estas alterações metodológicas.
* Os "donos do dinheiro" já estão contentes com o que roubaram às famílias portuguesas e vão fingir que são generosos.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário