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Eleições 2019:
abriu a época de
manipulação da informação
Milhares de docentes estão a ser prejudicados, porque já deveriam ter progredido há meses ou há mais de um ano
Sempre
houve e sempre haverá uma preocupação de quem governa com o controlo da
informação, procurando, através da filtragem dos conteúdos, provocar
nos destinatários uma imagem positiva dos governantes. Isso é mais
visível nos regimes totalitários, mas não é exclusivo deles. Esse
controlo, nos nossos dias, tem-se acentuado e alargado, ao ponto de ser
possível influenciar os resultados eleitorais em países onde julgávamos
ser impossível, como nos EUA.
No entanto, seria um erro pensar
que também nesse aspeto “a Madeira é um cantinho do céu”. Pura ilusão
para os que assim pensam. A verdade é que todos os dias nos entram, das
mais diversas formas, porta adentro fake news regionais: informações
produzidas na RAM para os residentes na RAM. Entram com a nossa
permissão, porque nos chegam, não tanto por meios virtuais suspeitos,
mas por canais em que confiamos: os jornais, as rádios e a televisão
regionais. No entanto, estes órgãos de comunicação social estão ilibados
de qualquer culpa, porque o problema não são eles, mas as fontes que
lhes fornecem as notícias. Aí é que reside o problema, porque,
deliberadamente, fornecem à comunicação social informações obscuras,
porque demasiado técnicas ou de difícil escrutínio.
Por isso,
quando se passa a informação, acompanhada de um gráfico, de que “2600
professores sobem de escalão em julho”, é natural que os jornalistas a
aceitem como fidedigna e que a divulguem; é natural que essa mesma
notícia se imponha como inquestionável ao cidadão comum, mas nem por
isso é verdadeira. Não, não é mesmo!
A verdade por detrás dessa
informação é bem diferente: devido a um processo excessivamente
burocrático, milhares de docentes estão a ser prejudicados, porque já
deveriam ter progredido há meses ou há mais de um ano (há casos que
remontam a janeiro de 2018), mas ainda não progrediram. Mais, largas
centenas de docentes avaliadores ou das secções de avaliação têm sido
sujeitas a cargas brutais de trabalho extraordinário, não remunerado,
para concluir este processo de avaliação do desempenho docente.
Trata-se
de uma situação que tem criado muito descontentamento na classe
docente, o que tem levado os responsáveis políticos pela situação a
aplicar outra forma de manipulação: contactar diretamente os docentes,
alegadamente, para lhes dar conta do estado dos processos, mas, na
prática, para se desresponsabilizarem e para culparem «os sindicatos,
sobretudo um que diz que conseguiu a recuperação do tempo de serviço,
quando isso só aconteceu por vontade política».
Independentemente
desta obsessão pela transmissão de uma verdade unilateral que não
corresponde à realidade, o SPM continuará a honrar os princípios que
levaram à sua criação e a fazer aquilo que dele esperam os docentes da
RAM: a exigir dos nossos governantes o respeito pelos seus direitos e as
condições para que as escolas regionais possam oferecer uma educação e
ensino de excelência.
IN " DIÁRIO DE NOTÍCIAS DA MADEIRA"
25/06/19
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