HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS
DA MADEIRA"
União dos Sindicatos da Madeira manifesta apoio à greve contra "escravidão" na hotelaria
A
União dos Sindicatos da Madeira (USAM) manifestou esta manhã, no
Funchal, o apoio à greve dos trabalhadores do sector da hotelaria,
marcada para os dias 30 e 31 de Dezembro e 1 de Janeiro. Segundo o
coordenador desta estrutura sindical, Álvaro Silva, a greve é o "último
recurso dos trabalhadores" e fazem-no porque se forem por avante as
medidas de "escravização" pretendidas pelas entidades patronais "deixará
de haver os serviços de qualidade".
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O
sindicalista referiu que, no âmbito das negociações do Contrato
Colectivo de Trabalho, a Associação Comercial e Industrial do Funchal
(ACIF) está a exigir: a possibilidade de transferir trabalhadores para
qualquer parte da Região, sendo as despesas de deslocação assumidas
pelos próprios; a alteração dos horários de trabalho e dos dias de
descanso; o trabalho em dia feriado pago como dia normal; a criação de
bancos de horas; a alteração do período de férias, que passarão a
ser marcadas de Janeiro a Dezembro (o Código do Trabalho diz que é de
Maio a Outubro); a redução do pagamento do trabalho suplementar e a
retenção de 10% da quotização sindical revertendo o montante para as
empresas. Da parte dos trabalhadores, representados pelo Sindicato da Hotelaria não são pedidos aumentos salariais mas apenas a manutenção das actuais cláusulas contratuais.
Face às exigências patronais, Álvaro Silva defendeu a intervenção do
Governo Regional nas negociações do Contrato Colectivo de Trabalho. "É
uma vergonha o que se está a passar e é uma vergonha ainda mais grave
que a Secretaria Regional da Educação e Recursos Humanos, que tutela
esta área, não tome qualquer medida contra as pretensões das entidades
patronais, que consistem na escravização do sector da hotelaria",
acrescenta o coordenador da USAM. "Não é assim que se tem um turismo de
qualidade. Com estas medidas vamos matar a galinha dos ovos de ouro",
declarou Álvaro Silva, exigindo a intervenção do executivo para "pôr
fim a esta pouca vergonha".
A ACIF já fez saber que pretende apenas
mudar alguns "aspectos obsoletos" do Contrato Colectivo de Trabalho,
mas o sindicalista respondeu que ao que os patrões pretendem os
trabalhadores chamam "escravidão".
Por fim, o coordenador da USAM criticou a RTP-Madeira por ter
realizado esta semana um programa onde o tema da greve foi abordado por
vários representantes das empresas do sector mas para o qual não foram
convidados os representantes dos trabalhadores, designadamente o
Sindicato da Hotelaria.
* Dizem as más línguas que a RTP-Madeira é o canal privativo de AJJ.
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