HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
"DIÁRIO ECONÓMICO"
Austeridade dá
“pão para hoje e fome para amanhã”
Miguel Angel Martinez, vice-presidente do Parlamento Europeu, criticou hoje a "obsessão suicidária com a austeridade".
Miguel Angel Martinez, que é médico, recorreu a uma imagem de
medicina para ilustrar as consequências dos programas de austeridade.
"Não se pode receitar uma sangria como tratamento para um doente
anémico. E o que se está a fazer com alguns países, incluindo Portugal, é
impor-lhes condições que tornam impossível o crescimento, que é a única
forma de conseguirem resolver os seus problemas. Se impedirmos as
economias de crescer o que estamos a fazer é condenar estes países.
Quando acontecem os resgates estamos, como se diz em Espanha, a dar 'pão
para hoje e fome para amanhã'", disse.
Para Miguel Angel Martinez o momento que a Europa atravessa é "muito
grave", porque "o projecto europeu está a mudar e passou de um projecto
fundamentalmente solidário a um projecto fundamentalmente não-solidário e
quem tem mais provas disso são os portugueses, os gregos e
provavelmente os espanhóis".
"A solidariedade de que beneficiamos no processo de integração está a
ser substituída por egoísmos nacionalistas vários e mesmo por
nacionalismos", afirmou.
O vice-presidente do Parlamento Europeu (PE) falava à agência Lusa em
Lisboa à margem da sessão de abertura da 19.ª edição do Fórum Lisboa,
subordinada ao tema "A Estação Árabe: da Mudança aos Desafios", uma
iniciativa do Centro Norte-Sul do Conselho da Europa, com o apoio da
Aliança das Civilizações, da rede Aga Khan para o Desenvolvimento e do
Ministério dos Negócios Estrangeiros português.
"Ao lado da 'primavera árabe' estamos a viver um 'inverno europeu' de
que não há consciência entre muitos dos nossos cidadãos", sublinhou
Miguel Angel Martinez, mostrando-se "muito preocupado" com o rumo da
União Europeia.
Identificando o governo alemão e a chanceler Angela Merkel como os
protagonistas desta mudança, Miguel Angel Martinez, que pertence ao
Partido Socialista espanhol (PSOE), considerou que a nova orientação
europeia "está a levar muitos países à ruína" e acabará por arruinar a
própria Alemanha.
O vice-presidente do Parlamento Europeu manifestou-se ainda contra a
redução do orçamento da União Europeia para 2013 e dos recursos
programados para o período 2014-2020, considerando que existe um
"confronto brutal" entre o Parlamento Europeu e a Comissão e "governos
profundamente incoerentes que ao mesmo tempo que atribuem mais tarefas
cortam nos recursos".
A cimeira extraordinária de líderes europeus sobre o orçamento
comunitário plurianual para 2014-2020, que decorreu na capital belga
a 22 e 23 de Novembro, terminou sem um acordo, tendo ficado adiada uma
nova discussão sobre o tema para o início de 2013.
* Mas que grande tareia...
.
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