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Dinamarca aprova
espoliação de refugiados
O Parlamento dinamarquês aprovou esta terça-feira um pacote de medidas destinado a conter a procura de asilo por parte de refugiados, incluindo a confiscação de valores para "pagar a sua estadia", apesar dos protestos das organizações internacionais de defesa dos direitos humanos.
As medidas passaram com a esmagadora maioria dos votos, com a principal força de oposição, os sociais-democratas de centro-esquerda, a apoiar a iniciativa do Partido do Povo Dinamarquês, assumidamente anti-imigração.
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A medida mais polémica é a
confiscação dos valores dos refugiados, designadamente em dinheiro acima
dos 1340 euros e bens pessoais avaliados nesse montante, excetuando
"bens de valor sentimental", como alianças, e "de natureza prática",
como telemóveis ou relógios.
A votação da reforma da lei do asilo
já era esperada, apesar da acusação de violar várias convenções
internacionais e de a confiscação de valores estar a ser comparada à
espoliação dos judeus na Alemanha e nos países ocupados pelas tropas
nazis.
A nova lei, proposta pelo aliado do governo minoritário de
Lars Lokke Rasmussen (Partido Liberal), prevê também a perda de direitos
sociais e normas que dificultam a obtenção de autorização de residência
e os processos de reunificação familiar.
O diploma tem de ser promulgada pela rainha, Margarida II, prevendo-se que deva acontecer no início de fevereiro.
Recorde-se
que o Alto-Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) criticou a
reforma, por ser "suscetível de alimentar o medo e a xenofobia" e
acompanhou a advertência do Conselho da Europa, segundo a qual pode
violar a Convenção Europeia de Direitos Humanos e as Convenções da ONU
dos Direitos da Criança e dos Refugiados.
Mas organizações
internacionais consideram mais preocupantes as restrições às condições
de permanência e ao reagrupamento familiar, que com a nova legislação só
pode ser pedido ao fim de três anos pelos candidatos a asilo que não
tenham o estatuto de refugiado.
A Dinamarca bateu no ano passado o
recorde de entrada de imigrantes, cifrada em 20 mil, de mais de um
milhão de cidadãos nomeadamente do Médio Oriente e do Norte de África
que buscaram refúgio na Europa.
* Quem disse que o nazismo é só alemão?
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