08/12/2012

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HOJE NO 
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS/
/DINHEIRO VIVO"

Carros abandonados nas oficinas 
por falta de dinheiro 

A falta de dinheiro está a levar cada vez mais portugueses a abandonar os carros, tanto na via pública como nas oficinas. A conclusão é de um levantamento da Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel (ANECRA). Os dados referem-se ao primeiro semestre deste ano e dão conta de um aumento superior a 40%.

A ANECRA efetuou um levantamento a nível nacional junto das autarquias e autoridades policiais, concluindo que o número de veículos rebocados devido ao abandono na via pública subiu 40% no primeiro semestre de 2012 face a igual período do ano passado.
Em 83% dos casos, as viaturas não são posteriormente reclamadas pelos proprietários e declaradas abandonadas a favor das autarquias, que as entregam a um operador de gestão de veículos em fim de vida devidamente licenciado que lhes dará o destino adequado. Mas segundo a associação "há casos em que os carros ficam ao serviço das autarquias ou são vendidos".

Nos grandes municípios, como Lisboa, além de haver muitos casos que não são denunciados, os parques de recolha de veículos abandonados na via pública estão cheios. Caso houvesse mais espaço nos parques, o número de veículos rebocados duplicaria. 
A ANECRA revela ainda que no Norte do país o número de veículos abandonados é bem inferior aos municípios de Lisboa e zonas circundantes (menos 50%).

Paralelamente, a ANECRA, associação que representa os reparadores, fez idêntico levantamento nas oficinas, concluindo que há igualmente um significativo crescimento do abandono de carros por parte dos donos. O número de casos aumentou 50% no primeiro semestre deste ano, por comparação com o mesmo período do ano passado.

Segundo a ANECRA, nesse período houve uma média de 5,9 veículos abandonados nas oficinas no primeiro trimestre de 2011, número que subiu para 9,1 nos primeiros meses deste ano. De todos estes veículos, 87% são abandonados antes mesmo de serem reparados, e 13% depois de estarem prontos. Em ambos os casos é uma prova de falta de dinheiro por parte dos donos.

Isto porque, ainda segundo a ANECRA, a idade média dos carros abandonados se situa entre os dez e os 15 anos, que era, no final de 2011, a fatia mais significativa do parque circulante português (27,7%) de ligeiros de passageiros, com 1 239 819 unidades. Ou seja: carros que circulavam normalmente até terem necessidade de ser reparados.

* A notícia choca mas não surpreende, se há mães que dão leite de vaca a recém-nascidos por não poderem comprar leite adequado, com consequências terríveis para os bébés, o que vale um carro abandonado?

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