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Oeiras tem 163 jardineiros
para seis hectares
Câmara de Oeiras diz que técnicos não são suficientes e recorre a privados, por 2,7 milhões por ano. Trabalhadores criticam
Os
163 jardineiros da Câmara de Oeiras têm a seu cargo pouco mais de seis
hectares de jardins, ocupando-se sobretudo de operações de podas e
desmatação. Tudo por que a autarquia concessiona a privados a manutenção
dos espaços verdes.
Helder Sá, da Comissão de Trabalhadores da
Câmara de Oeiras fala em «subaproveitamento da mão-de-obra municipal». A
autarquia contesta, explicando que a área verde do concelho tem
crescido e que só com o recurso a privados é possível manter os cerca de
264 hectares de jardins.
Esta é uma guerra antiga, que se arrasta
desde que a autarquia começou, em 2001, a concessionar a manutenção
destes espaços. Na semana passada, a polémica voltou devido à aprovação,
em sessão de câmara, da adjudicação que resultou de um concurso público
para uma parcela dos jardins de Oeiras.
Em tempos de austeridade,
Helder Sá vê na «externalização de serviços uma das ‘gorduras’ que pode
ser cortada e não é, vá-se lá saber porquê». E aponta as Normas
Internacionais de Conservação para Jardins Botânicos para sustentar a
sua posição. Segundo estas regras, num jardim botânico, o ideal é que
haja um jardineiro para cada hectare cultivado. «Ora, um jardim botânico
requer uma maior permanência de jardineiros no local, ao contrário dos
espaços verdes de Oeiras, com excepção dos jardins históricos (Quinta
Real de Caxias e Palácio Marquês de Pombal) e patrimoniais (como o
Parque dos Poetas» – argumenta aquele o membro da Comissão de
Trabalhadores. «O rácio de um jardineiro por hectare cobriria, pelo
menos 160 hectares, sendo os restantes 80 hectares mantidos em regime de
outsourcing», conclui.
A Câmara liderada por Isaltino Morais
recorda que os espaços verdes no concelho têm crescido, ao mesmo tempo
que o quadro de pessoal da autarquia tem sido reduzido. Ao SOL, fonte
oficial da autarquia explica que, «nem que os horários de trabalho
fossem susceptíveis de prolongamento com horas extraordinárias (o que
nos termos legais não é possível), não seria exequível garantir a
qualidade dos espaços verdes do concelho só com os nossos jardineiros».
A
mesma fonte diz que actualmente a Câmara gasta 2,7 milhões de euros com
os contratos de concessão, mas assegura que há uma preocupação com a
poupança: «As novas propostas prevêem manter o encargo actual, reduzindo
a área a intervencionar e reduzindo o valor do m2/mês do preço-base em 1
cêntimo por m2/mês, sobre os valores médios actuais».
* Mais uma Isaltinice
.
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