26/12/2013

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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"

Tensão aumenta entre Japão e China
 após visita de Abe a santuário

China e Coreia do Sul condenaram a visita do primeiro-ministro japonês a um santuário que está muito associado à Segunda Guerra Mundial. Esta visita “fere os laços entre a Coreia do Sul e o Japão” e traz “fortes preocupações entre os vizinhos asiáticos e a comunidade internacional sobre os desenvolvimentos futuros do Japão”. Estas são algumas conclusões dos dois países vizinhos.
O primeiro-ministro japonês visitou o santuário de Yasukuni, onde estão inscritos 2,4 milhões de nomes soldados japoneses e das colónias, entre os quais 14 militares considerados culpados por crimes de guerra durante a II Grande Guerra, em que o Japão foi derrotado. Este é um local que tem merecido muita contestação sempre que é visitado por uma figura de Estado japonês. Isto porque está associado a um período da história do Japão de supremacia militar.

Há mesmo quem defenda, de acordo com o “Washington Post”, que depois de um ano focado em questões económicas, Shinzo Abe vai começar a desempenhar um papel com uma base mais conservadora. Esta visão é de um grupo que acredita que o Japão foi injustamente denegrido pelo seu passado militar.

O porta-voz do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang, “condenou seriamente” o acto do líder do Japão, considerando que a visita ao santuário foi um “esforço para glorificar a história militarista japonesa de invasão externa e domínio colonial… e para desafiar o desfecho da II Guerra Mundial”.

“O esforço de ir contra a evolução histórica é, com certeza, para provocar uma grande vigilância e fortes preocupações entre os vizinhos asiáticos e a comunidade internacional sobre os desenvolvimentos futuros do Japão”.

Este acto foi uma “grave violação dos sentimentos dos chineses e da população de outros países asiáticos” que foram afectados durante a Segunda Guerra Mundial, salientou o mesmo responsável chinês.

Já o ministro da Cultura da Coreia do Sul, Yoo Jinryong, classificou o acto de “anacrónico” que “fere não apenas os laços entre a Coreia do Sul e o Japão como, fundamentalmente, afecta a estabilidade e cooperação no nordeste asiático.”

Não era intenção de Abe "ferir" China ou Coreia
Shinzo Abe afirmou que fez a viagem para reflectir sobre a “preciosidade da paz” e não para causar qualquer conflito com a China ou a Coreia do Sul.

“Rezei por respeito aos mortos de guerra que sacrificaram as suas preciosas vidas” e “espero que descansem em paz”, afirmou o responsável, citado pela Associated Press. Questionado sobre as criticas que esta visita provocou, o primeiro-ministro respondeu: “Infelizmente, a visita a Yasukuni transformou-se numa questão política e diplomática”, mas “não era minha intenção ferir os sentimentos do povo chinês e coreano.”

Abe salientou ainda que é sua “convicção, baseada nos remorsos severos do passado”, que o Japão não deve voltar a provocar qualquer guerra.

Esta polémica surge numa altura em que as relações entre o Japão e os países vizinhos não são estreitas. Os EUA têm apelado a que os países melhorem as suas relações diplomáticas, mas sem sucesso.

* A indignação chinesa é uma hipocrisia, basta lembrar Tiannamen num passado recente e a obrigatoriedade de um exame de fidelidade ao regime por parte dos jornalistas chineses a partir de 2014. A história só conta as atrocidades dos alemães japoneses e seus aliados durante a II Guerra Mundial, o que pressupõe que os que se lhe opunham eram meninos de coro.


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