Camionistas invadem IC2 perto de Leiria
Dezenas de camionistas ocuparam o IC2 em Barracão, a cerca de 15 quilómetros de Leiria, obrigando os outros condutores de camiões a parar. A situação gerou
momentos de tensão, com empurrões entre
os militares da GNR e os manifestantes por causa
de os militares terem levado um camionista.
A decisão dos camionistas seguiu-se à ordem dada por militares da Guarda Nacional Republicana (GNR) para que os que as viaturas estacionadas nas bermas da estrada começassem a circular.
Antes da ocupação do IC2, e quando os camionistas ameaçavam endurecer o protesto face à ordem da GNR, o comandante distrital da Guarda, Lourenço Lopes, dizia à Lusa que os militares não iriam permitir “às pessoas de incorrerem em ilícitos, nomeadamente de natureza criminal, que põem em causa o exercício dos direitos, liberdades, de garantias, da maior parte dos cidadãos, nomeadamente a livre circulação rodoviária”.
Entretanto, os responsáveis das empresas de transporte de mercadorias e os camionistas que se encontram parados numa rotunda do Carregado dizem estar dispostos a prolongar a paralisação noite dentro, “até que as associações que representam o sector o queiram”, afirmou Ricardo Lobato, do piquete de paralisação.
A greve iniciou-se à meia-noite com uma fraca adesão nos principais pontos de saída no país, mas à medida que as horas foram passando aumentou o número de camiões parados e registaram-se vários incidentes.
Durante a madrugada, a GNR registou vários apedrejamentos contra veículos pesados de mercadorias e autocarros que circulavam nas auto-estradas, mas, de manhã, a circulação já se processava com normalidade em todo o país.
O Governo e as associações representativas das empresas de transportes de mercadorias ainda reuniram durante a madrugada durante mais de seis horas, mas a reunião terminou sem consenso quanto à redução do preço dos combustíveis reivindicada pelas associações, devido às “actuais directivas europeias”, justificou o ministro dos Transportes, António Mendonça.
Apesar de um acordo quanto à revisão da legislação laboral aplicável ao sector e relativamente à redução dos preços das portagens nas SCUT, a paralisação agendada avançou.
Aparalisação foi convocada pela Associação de Transportadores de Terras, Inertes, Madeiras e Afins (ATTIMA) e pela Associação Nacional das Transportadoras Portuguesas (ANTP), e recebeu a solidariedade da Associação Nacional de Transportes Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM), que, embora não a tenha convocado, apelou depois aos associados que evitassem circular com as suas viaturas nas estradas de todo o país.
IN "PÚBLICO"
14/03/11
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