10/06/2012

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MIRANDELA
DISTRITO DE BRAGANÇA


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Mirandela  é uma cidade portuguesa situada nas margens do rio Tua, pertencente ao Distrito de Bragança, Região Norte, sub-região do Alto Trás-os-Montes e da antiga província de Trás os Montes e Alto Douro, com cerca de 15.000 habitantes (incluindo Carvalhais). 
É a segunda maior cidade do Distrito de Bragança. É sede de um município com 658,97 km² de área e 23 850 habitantes (2011), subdividido em 37 freguesias. 
O município é limitado a norte pelo município de Vinhais, a leste por Macedo de Cavaleiros, a sul por Vila Flor e por Carrazeda de Ansiães e a oeste por Murça e Valpaços.  
 D. Afonso III deu-lhe a carta de foral a 25 de Maio de 1250. Foi elevada a cidade a 28 de Junho de 1984. Caladunum era nome da actual cidade de Mirandela. 
  "Foi local da cividade romana de Caladunum, a atestar pela existência de numerosos vestígios da ocupação pelos romanos." 

In  "Callaicorum Bracariorum urbs inter Asturicam et Bracaram. Ptol. Antonin. Ubi nunc Mirandela, castrum Portugall. ad Tuelum amnem, in provinc. Transmontana, inter Lamegam et Bragantiam."

HISTÓRIA 

História do Concelho 

Na cidade de Mirandela estão dos melhores valores arquitectónicos do concelho, como o Palácio dos Távoras, imponente construção nobre reedificada no século XVII, o Palácio dos Condes de Vinhais, a cerca amuralhada da qual resta apenas a Porta de Sto. António, a ponte velha, que continua a constituir uma incógnita quanto à data de construção e que constituem valores patrimoniais e a cultura de um povo. 
Em Mirandela nasceu também, com exemplo dado, o conceito de cidade jardim. O culto da flor invadiu todos os espaços. Milhares de belas flores estendem-se por uma cidade inteira que vale a pena visitar. Por todo o concelho há vestígios de povoamento pré-histórico, bem documentado por monumentos megalíticos e diversos castros. 
BURACO DA PALA
 Os povos da idade do bronze desenvolveram uma intensa actividade mineira explorando o estanho, o cobre, o arsénio e ouro como é o caso do “buraco da pala”, situado na freguesia de Passos, que foi identificado um caso de metalurgia primitiva de ouro entre 2800-2500 A.C. 
Os romanos, não podendo ficar insensíveis ao minério, também aqui se estabeleceram deixando as marcas da sua civilização. Logo no século VI, o paroquial Suevo dá-nos conta da existência de “Laetera”, enigmática e vasta circunscrição administrativa que corresponde à mesma área onde nasceu o concelho de Mirandela. 

Gentílico Mirandelense
Área 658,97 km²
População 23 850 hab. (2011[1])
Densidade populacional 36,19 hab./km²
N.º de freguesias 37
Presidente da
Câmara Municipal
António Branco(PSD)
Fundação do município
(ou foral)
1250
Região (NUTS II) Norte
Sub-região (NUTS III) Alto Trás-os-Montes
Distrito Bragança
Antiga província Trás-os-Montes
e Alto Douro
Orago Nossa Senhora do Amparo
Feriado municipal 25 de Maio
Código postal 5370
Endereço dos
Paços do Concelho
http://www.cm-mirandela.pt/
Sítio oficial http://www.cm-mirandela.pt/
Endereço de
correio electrónico
geral@cm-mirandela

A importante e medieval “terra de Ledra”estender-se-ia pela quase totalidade do actual concelho e por parte do de Vinhais, compreendendo ainda um reduzida porção do concelho de Mirandela. 
No dealbar do século XIII, já esta terra se encontrava dividida em três julgados: Lamas de Orelhão, Mirandela e Torre de D. Chama. Todas estas povoações receberam foral e se constituíram em concelhos. Mirandela recebeu assim de D. Afonso III carta foral a 25 de Maio de 1250. De 1835 a 1871, as reformas liberais extinguiram-nos, restando-lhes a memória desses tempos de autonomia.


Em 1884, o concelho de Mirandela passa a ter delimitações geográficas conforme as actuais. 

Cronologia 
- 1250 CRIAÇÃO DO CONCELHO DE MIRANDELA. Foral dado a Mirandela por El-Rei D. Afonso III- 25 de Maio de 1250.
- 1282 A vila de Mirandela é transferida do lugar denominado por "Castelo Velho" para o Cabeço de S. Miguel, (local onde hoje está situada). Carta de transferências passada por El-Rei D. Dinis em 2 de Setembro de 1282. 
- 1287 Criação do concelho de Torre D. Chama. Foral dado a Torre D. Chama por El-Rei D. Dinis 25 de 1287. 
- 1291 Definição dos primeiros limites geográficos do concelho de Mirandela. Foral dado a Mirandela por El-Rei D. Dinis - 7 de Março de 1291. 
- 1293 Extinção do concelho de Torre D. Chama. Carta passada por El-Rei D. Dinis 30 de Setembro de 1293. 
- 1295 Instituída a primeira "Feira" em Mirandela 

D. DINIS
 - 1299 Restabelecido de novo o concelho de Torre D. Chama. Foral dado a Torre D. Chama por El-Rei D. Dinis - 25 de Março de 1299. 
- 1303 Confirmação definitiva do restabelecimento do concelho de Torre D.Chama. 
- 1512 Foral dado a Mirandela por El-Rei D. Manuel - 1 de Julho de 1512. 
-1512 Foral dado a Torre D. Chama por El-rei D. Manuel - 4 de Maio de 1512. 
- 1513 Foral dado a Frechas por El-Rei D. Manuel - 10 de Março de 1513. 
- 1514 Foral dado a Vale de Asnes por El-Rei D. Manuel - 11 de Julho de 1514. 
D. MANUEL
 - 1514 Foral dado a Abreiro por El-Rei D. Manuel - 2 de Agosto de 1514. 
- 1515 Foral dado a Lamas de Orelhão por El-Rei D. Manuel - 15 de Julho de 1515. 
- 1517 Criação da Comenda de Sta. Maria Madalena de Mirandela. 
- 1518 Fundação da Santa casa da Misericórdia de Mirandela. 1835 Criação da Comarca de Mirandela. 
- 1835 Extintos os concelhos de Lamas de Orelhão e Frechas. 1836 Extinto o concelho de Abreiro. 
- 1855 Extinto o concelho de Torre D. Chama. 
- 1871 Extinto o concelho de Vale de Asnes. 
- 1883 Criação da Corporação de Bombeiros Voluntários de Mirandela. 
- 1884 O concelho de Mirandela passa a ter delimitações geográficas conforme as actuais. 
- 1887 Inauguração do caminho-de-ferro de Foz-Tua a Mirandela (27 de Setembro 1887). 
- 1919 Publicação de um Decreto governamental, pelo qual é conferida à Vila de Mirandela o oficialato da Ordem da Torre e espada, do Valor, Lealdade e Mérito. 
- 1935 Publicação de uma Portaria governamental que designa a constituição heráldica das Armas, Bandeira e Selo da Vila de Mirandela. 
- 1960 Instalação do Complexo Agro-Industrial do Cachão. 
- 1978 Instalação da Direcção-Regional de Trás-os-Montes do Ministério da Agricultura. 
- 1984 Elevação de Mirandela a Cidade

FORAIS DE MIRANDELA 

- D. Afonso III (25 de Maio de 1250) O Rei D. Afonso III deu carta de foral a Mirandela no dia 25 de Maio de 1250, documento constante da chancelaria de El Rei D. Afonso III, Livro 2 de doações, fls 67 v. 
D. AFONSO III

 Esse documento é do seguinte teor: «Aos moradores de Mirandela floral que lhes elrey dom Afonso conde de Bolonha concedeo etc – A. Dei gratia rex Port. Comes Bolon. amnibus has litteras inspecturis salutem. Noveritis quod ego pono cum hominibus de Mirandela et de sue termino quod de quolibet casato dent mihi quolibet anno vel meo Ricohomini vel cui ego mandavero sex sólidos legion. Pró collectis deparatis in ominibus regalibus. Intret meyrinus meus secundum fórum et consuetudinem de Blagancia pró omnibus suis dum foris et juribus et demandis. Dante apud Vimaranus manadante Rege per V. Didaci et R. Petri superjudices. VIII kalendas junii. Eª Mº CCª LXXXVIII.» 

- D. Dinis (7 de Março de 1291) Segundo o Padre Ernesto de Sales, o rei D. Dinis dirige-se aos soberanos ao conceder carta de foral, na qual estabelece, entre outras coisas, que todos os moradores da vila e seu termo, com excepção dos que possuíssem cavalo e armas, dariam à Coroa anualmente, cada um deles, vinte soldos por dia de S. Miguel de Setembro. Esses 20 soldos foram computados em 1515 pelo foral de D. Manuel I em trinta e seis reais. Foi outorgada em Coimbra. 

- D. Manuel I (1 de Julho de 1512) A necessidade de reforma dos forais levantou-se perante D. Afonso V nas Cortes de Coimbra (1472) e de Évora (1473). No reinado de D. João II, nas cortes de Évora de 1481, invoca-se o excesso de direitos que aos povos eram extorquidos pelos donatários. D. Manuel I manda proceder à reformas dos forais, tendo encarregado o Dr. Rui Boto, chanceler-mor do Reino, o Dr. João Façanha, desembargador do Paço, e Fernão de Pina, cavaleiro da casa do monarca, dessa tarefa. Segundo o Padre Ernesto de Sales, os antigos forais eram pequenos códigos e os novos não passavam de regimentos de alfândega e de impostos unificados referidos à nova moeda. Eram uma espécie de pautas aduaneiras ou uma codificação dos direitos e rendas da Coroa, que arbitrariamente se cobravam por antigo uso e costume. A portagem (tributo pagável ao rei sobre todas as mercadorias e géneros introduzidos e vendidos nos lugares, vilas, cidades e coutos que tinham a sua jurisdição própria) passou a ser exigível apenas aos estranhos à localidade que para lá importassem objectos a fim de os venderem, ou lá os comprassem para os exportar. 

O foral fez parte dos arquivos da Câmara Municipal de Mirandela, tendo andado desaparecido de 1908 a 1916. Foi encadernado em 1883 com pastas de carneira roxa, tendo na parte exterior, em dourado, o selo daquela câmara e a seguinte legenda em capitais douradas: Foral da villa/de/Mirandella. As folhas de pergaminho desde códice medem 26x18 cm e o texto do foral, que abrange 10 folhas numeradas, ocupa em cada uma a superfície de 170x133 mm. Em 1916 o Padre Abade de Baçal teve em Lisboa o foral em seu poder, assim como o foral de Frechas e actas da Câmara Municipal de Mirandela. Devolveu esses documentos à câmara no dia 24 de Fevereiro de 1916. Encontra-se hoje aos cuidados do Museu Abade de Baçal de Bragança.  


ELEVAÇÃO A CIDADE 

Lei n.º 12/84 de 28 de Junho 
Elevação de Mirandela a cidade 

A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea d) do artigo 164.º e do n.º 2 do artigo 169.º da Constituição, o seguinte: 

ARTIGO ÚNICO 
A vila de Mirandela é elevada à categoria de cidade. Aprovada em 16 de Maio de 1984. 

O Vice-Presidente da Assembleia da República, em exercício, Fernando Monteiro do Amaral. 
Promulgada em 8 de Junho de 1984. Publique-se. 
- O Presidente da República, ANTÓNIO RAMALHO EANES. Referendada em 11 de Junho de 1984. 
- O Primeiro-Ministro, Mário Soares. 


PATRIMÓNIO
A Lista do Património de Mirandela é muito extensa, destacaremos alguns exemplos, para se informar cabalmente do património visite o site do município

MONUMENTOS NACIONAIS 
Encontram-se classificados como monumentos nacionais e protegidos, segundo a legislação em vigor, os seguintes monumentos: 
a) Ponte da Pedra, sobre o rio Tuela - Torre de D. Chama; 

b) Ponte românica sobre o rio Tua - Mirandela.





IMÓVEIS DE INTERESSE PÚBLICO 
Encontram-se classificados como imóveis de interesse público e protegidos, segundo a legislação em vigor, os seguintes valores: 
a) Castelo de Mirandela - lugar de São Martinho, Mirandela; b) Castro de São Juzenda - Vale Prados, Múrias; 
c) Igreja de São Tomé - Abambres; 
d) Paço dos Távoras - Praça do Município, Mirandela; 
e) Pelourinho de Abreiro - Abreiro; 
f) Pelourinho de Frechas - Frechas; 
g) Pelourinho de Lamas de Orelhão - Lamas de Orelhão; 
h) Pelourinho de Mirandela - Mirandela; 
i) Pelourinho de Torre de D. Chama - Torre de D. Chama; 
j) Castro de São Brás, Torre de D. Chama - Torre de D. Chama; 
l) Igreja barroca de Avantos - Avantos; 
m) Igreja Paroquial de Guide - Guide, Torre de D. Chama; 
n) Abrigos rupestres do regato das Bouças - Passos; 
o) Igreja da Misericórdia - Mirandela; 
p) Solar dos Condes de Vinhais - Mirandela. 


PAÇO DOS TÁVORAS
Edifício nobre datado do século XVII, aqui funciona actualmente a Câmara Municipal. Na sua bela fachada destacam-se as portas e janelas de cantaria. No tímpano culminante do segundo andar encontrava-se o brasão dos Távoras, destruído em 1759 por ordem do Marquês de Pombal e substituído pelo dos Condes de São Vicente.

CASTELO DE MIRANDELA
Em posição dominante sobre a povoação medieval, às margens do rio Tua, de sua estrutura, tragada pelo progresso, resta hoje apenas a Porta de Santo Antônio, um dos cartões-postais da cidade.
A primeira referência documental a Mirandela testemunha a presença de D. Sancho I (1185-1211) quando do cerco imposto a Bragança pelas forças do rei Afonso IX de Leão (1198).
Data do reinado de D. Afonso III (1248-1279) a concessão de Carta de Foral à vila (25 de Maio de 1250).
A primeira grande campanha construtiva vivida pela vila data do reinado de D. Dinis (1279-1325), quando a povoação foi transferida para o seu atual local (1282). O soberano concedeu-lhe novo foral, fazendo delimitar os limites do Concelho (Coimbra, 7 de Março de 1291) e instituindo uma feira (c. 1295). Acredita-se que o soberano tenha determinado edificar um castelo no topo da elevação, onde foi erguido posteriormente o Palácio dos Távoras, e a cerca da vila. Este castelo seria constituído por uma simples torre de menagem protegida por uma barbacã.
Durante a crise de 1383-1385 a vila e seu castelo tomaram o partido pelo Mestre de Avis.
D. Manuel I (1495-1521) deu-lhe Foral Novo, passado em Lisboa, a 1 de Julho de 1512. No início do século XVIII, o Padre António Carvalho da Costa registrou: A villa de Mirandela cerquada e a cerqua em partes deribada (Corografia Portuguesa e descripçam topographica do famoso Reyno de Portugal. Lisboa, 1712.) Outro autor contemporâneo, J. Alvarez Colmenar, refere Mirandela como localizada às margens do rio Tuela, defendida por um castelo (1715).
Com a perda de sua função estratégico-defensiva, e o desenvolvimento econômico da região, o progresso urbano rompeu a cintura de muralhas medievais, que deram lugar a ruas e novas residências solarengas, processo que se acelerou no último quartel do século XIX.

IGREJA DA MISERICÓRDIA
A Misericórdia de Mirandela foi fundada em 1518 e o seu primitivo templo deverá ter sido erguido na rua da Ponte. A igreja actual, de traçado maneirista, data do último quartel do século XVII e apresenta uma planta longitudinal, com nave rectangular e capela-mor quadrada. A fachada principal, dividida em dois registos, mostra no primeiro três portas de vão recto. As duas portas laterais são sobrepujadas por frontão curvo, e a porta central por um frontão floreado. No segundo registo surge, no enfiamento da porta principal, uma janela com frontão semicircular. A ladeá-la temos dois nichos que mostram as estátuas de S. João da Mata e de S. Félix de Valois. Estes nichos são rematados por frontões semicirculares. 
No interior, a nave alberga um coro em madeira de castanho sustentado por duas colunas, tendo no lado do evangelho a pia
baptismal. Toda a cobertura interior em berço está pintada de branco, destacando-se o arco triunfal, onde se observam frescos mostrando motivos fitomórficos. Ainda do lado do evangelho existe um altar dedicado a Nossa Senhora dos Prazeres enquanto  no lado oposto se venera Santa Luzia. A capela-mor está completamente preenchida por um altar barroco, onde duas cariátides sustentam as colunas revestidas de plantas e anjos. No centro do altar temos a figura de um Cristo Crucificado. A cobertura deste espaço é em falsa abóbada de caixotões feita em madeira de castanho dourada.

A CLASSIFICAR
Foram propostos para classificação como imóveis de interesse público e delimitados os respectivos perímetros de protecção na planta actualizada de condicionantes os seguintes valores: 
a) Fonte dos Engaranhados - Frechas; 
b) Povoado fortificado do Regato da Vacaria - Múrias; 
c) Castro romanizado de Nossa Senhora do Monte - Aguieiras; 
d) Solar dos Barbosas - Alvites; 
e) Casa quinhentista - Vale de Telhas; 
f) Fraga do Corvo, gravuras rupestres - Avidagos; 
g) Castro do Alto do Prado Castelo - Cedães; 
h) Castelo do Rei de Orelhão - Lamas de Orelhão; 
i) Castro do Cabeço do Murado - Caravelas; 
j) Mina romana do Buraco da Gralheira - Avidagos; 
l) Anta de Caravelas - Caravelas; 
m) Caminho medieval - Quinta da Pendurada, Abreiro; 
n) Porta de Santo António - Mirandela; 
o) Ponte romana de São Sebastião - Mirandela; 
p) Ponte Romana sobre o ribeiro do Arquinho - Torre de D. Chama................................................................


Anta de Caravelas - Caravelas
Na freguesia de Freixeda, próximo do Povoado do Cabeço Murado, numa área aplanada, identifica-se uma Anta - Monumento megalítico de grandes dimensões, usado para sepultar os mortos. Apelidada de Anta de Caravelas, na qual são, ainda, visíveis cinco esteios fincados no solo, ligeiramente inclinados para o interior da câmara. A laje de cobertura da Anta encontra-se tombada na oblíqua e apresenta na face interna e externa fossetes e cruzes gravadas. Da câmara da anta, ou seja, do seu interior, parte um corredor onde ainda é possível identificar três esteios. 
A decoração dos dólmenes pode ter-se iniciado na passagem do IV ao III milénio a. C., mas o grande desenvolvimento da arte nos esteios dos dólmenes parece ter tido a sua máxima expressão durante a segunda metade daquele milénio, em monumentos providos de estruturas megalíticas muito complexos: corredores átrios.
 O espaço circundante do monumento funerário é composto por um anel megalítico, isto é, uma estrutura pétrea com mais de dez metros de diâmetro que lhe confere características distintas relativamente à maioria dos monumentos megalíticos identificado no concelho.



Foram propostos para classificação como imóveis de interesse concelhio e delimitados os respectivos perímetros de protecção na planta actualizada de condicionantes os seguintes valores: 
a) Santuário e castro romanizado da Senhora do Viso - Mascarenhas; 
b) Povoado romanizado da Fraga do Penedo - Mascarenhas; c) Núcleo rural de Guribanes - Mascarenhas; 
d) Povoado fortificado do Abreiro - Abreiro; 
e) Povoado fortificado do Arasto - Suçães; 
f) Complexo Industrial de Moagem de Guribanes - Mascarenhas; 
g) Igreja de Abambres - Abambres; 
h) Casa dos Barrosos e capela - Abambres; 
i) Solar dos Mendonças - Abreiro; 
j) Casa do Cruzeiro - Abreiro; 
l) Casa dos Pastorinhos - Abreiro; 
m) Casa brasonada na Rua do Outeiro - Abreiro; 
n) Igreja de Abreiro - Abreiro; 
o) Casa brasonada nas Aguieiras - Aguieiras; 
p) Igreja da Soutilha - Soutilha; 
q) Igreja de Alvites - Alvites; 
r) Casa brasonada nos Avantos - Avantos; 
s) Igreja dos Avidagos - Avidagos; 
t) Casa brasonada na Bouça - Bouça; 
u) Igreja da Ferradosa - Ferradosa; 
v) Casa Castro - Ferradosa; 
x) Igreja de Cabanelas - Cabanelas; 
z) Solar de Cabanelas - Cabanelas; 

Igreja de Abambres




Solar de Cabanelas
Na freguesia de Cabanelas, destaca-se um Solar com capela adossada, cuja frontaria evidencia o brasão de familía que passamos a descrever:
«(...) É esquartelado: no 1º quartel as armas dos Doutéis, conforme aparecem no distrito de Bragança; no 2º as dos Gomes; no 3º as dos Costas e no 4º as dos Almeidas.» (ALVES, 2000, tomo VI, p. 752); «DESCRIÇÃO: esquartelado: no primeiro quartel as armas dos Gomes: [de azul], com um pelicano [de ouro], ferido [de vermelho] em sua piedade; no segundo armas da família Doutel conforme aparecem no distrito de Bragança; no terceiro armas dos Almeidas: [de vermelho], com uma dobre-cruz acompanhada de seis besantes, [tudo de ouro] e bordadura [do mesmo]; no quarto quartel as armas dos Costas: [de vermelho], com seis costas [de prata], postas 2, 2 e 2 firmada nos flancos. Timbre: o pelicano do escudo. Elmo de perfil para a dextra, paquife. TIPO DE ESCUDO: escudo clássico ou em ponta, com moldura barroca.» (LOPES, Roger Teixeira, 1996, p. 19).


aa) Igreja de Caravelas - Caravelas; 
ab) Casa dos Távoras - Carvalhais; 
ac) Casa de Manuel António de Carvalho - Carvalhais; 
ad) Casa brasonada em Contins - Contins; 
ae) Antiga Abadia Conventual dos Frades de São Jerónimo - Vila Nova das Patas; 
af) Igreja de Cedães; 
ag) Igreja do Cobro - Rego de Vide; 
ah) Igreja da Fradizela - Fradizela; 
ai) Igreja da Ribeirinha - Ribeirinha; 
aj) Igreja do Franco - Franco; 
al) Casa com capela e ponte no Franco - Franco; 
am) Solar em Frechas - Frechas; 
an) Igreja de Frechas - Frechas; 
ao) Igreja da Freixeda - Freixeda; 
ap) Igreja de Lamas de Orelhão - Lamas de Orelhão; 
aq) Casa brasonada 1 em Lamas de Orelhão; 
ar) Casa brasonada 2 em Lamas de Orelhão; 
as) Casa Lima e capela - São Pedro de Vale do Conde; 
at) Igreja de São Pedro de Vale do Conde; 
au) Igreja de Mascarenhas; 
av) Casa brasonada 1 em Mascarenhas; 
ax) Casa brasonada 2 em Mascarenhas; 
az) Igreja de Paradela; 


Igreja do Cobro - Rego de Vide
A Igreja Paroquial de S. Sebastião é o mais importante bem patrimonial de Cobro. É um templo de grandes dimensões, com destaque para as suas cantarias. A porta principal é sobrepujada por frontão triangular e por um relógio de feitura e colocação recentes. No seu exterior, a igreja é rodeado por um magnífico arvoredo (sobreiros)

ba) Casa solar em Valbom dos Figos; 
bb) Casa e capela em Paradela; 
bc) Casa de cima e Capela de São Miguel - Mirandela; 
bd) Casa e Capela de São Francisco - Mirandela; 
be) Igreja de Vale de Prados; 
bf) Igreja dos Passos; 
bg) Restaurante e Museu Maria Rita - Romeu; 
bh) Igreja do Romeu de Cima - Romeu; 
bi) Núcleo da Quinta de Menéres em Romeu de Baixo - Romeu; 
bj) Núcleo urbano do Largo da Igreja do Vimieiro - Vimieiro; bl) Igreja de São Pedro Velho - São Pedro Velho; 
bm) Casa brasonada e Capela de São Salvador; 
bn) Igreja de São Salvador; 
bo) Solar dos Pavões 1 - Suçães; 
bp) Solar dos Pavões 2 - Suçães; 
bq) Igreja de Suçães; 
br) Igreja de Torre de D. Chama; 
bs) Igreja de Vale de Asnes; 
bt) Igreja de Vale de Gouvinhas; 
bu) Igreja de Vale de Salgueiro; 
bv) Casa brasonada em Vale de Salgueiro; 
bx) Igreja de Vale de Telhas; 
bz) Fonte romana em Vale de Telhas; 


Restaurante e Museu Maria Rita - Romeu
Constituem o restaurante um conjunto de quatro compartimentos desta casa muito antiga com profundas raízes culturais nesta terra e na região circunvizinha. Ao entrar encontra a primeira sala com uma lareira, acesa no Inverno, naturalmente, com uma decoração simples e rústica que lhe dá um ar muito acolhedor. Ficará por ali uns momentos a olhar para os lados, vendo passar as atarefadas empregadas com as caçarolas de comida, sem que lhe indiquem à primeira uma mesa para o seu almoço.

Depois de instalados, tudo fica melhor. A ementa nem sempre acompanhará o tradicionalismo que exala das paredes daquela casa; recomendamos o bacalhau assado na brasa e a carne grelhada.

Após a refeição é obrigatória a visita ao Museu das Curiosidades e à Loja do Romeu, muito próximos do restaurante.

O nome “Museu das Curiosidades” não transmitirá, na nossa opinião, o verdadeiro valor do seu recheio. Nas várias divisões que compõem a casa do museu, também esta antiga, vai encontrar um conjunto vasto de objectos, documentos, coches e carros muito antigos, alguns no seu estado mais primário do seu desenvolvimento.

Máquinas de costura, ferros de engomar, máquinas de fotografia e de filmar, caixas e móveis de música, aparelhos de rádio, relógios, telefones, alambiques, engenhos para fazer azeite, arreios para os cavalos, fotos de pessoas e lugares e manuscritos. Duas bicicletas, dois coches e três carros. É impressionante a riqueza histórica deste museu.

Resta-nos uma visita à Loja do Romeu. Aqui vai encontrar os produtos tradicionais e naturais das terras agrícolas da aldeia e da zona envolvente: azeite, vinhos, mel, compotas e marmelada, entre outros.

Fonte romana em Vale de Telhas
Os vestígios romanos são o principal marco histórico da aldeia de Vale de Telhas, no concelho de Mirandela. O lagar, o tribunal, as fontes, os miliários, a ponte e as tradicionais casas brasonadas fazem parte da herança deixada pelos romanos, o povo que deu origem a esta aldeia do Nordeste Transmontano.
Trata-se de uma localidade rica em achados arqueológicos, que têm sido preservados e conservados pela Junta de Freguesia. No “Monte do Cabeço” encontram-se vestígios de uma fortificação castreja, com destaque para um relógio de sol, uma mó, moedas e pesos em pedra e em barro. Segundo reza a história terá sido aqui que existiu a antiga cidade romana do “Pinetum”.
O fabrico de telha também terá marcado esta localidade em tempos remotos, talvez tenha sido esta actividade que esteve na origem do nome Vale de Telhas.


ca) Casa brasonada em Vale de Telhas; 
cb) Casa e torrinha em Vale de Telhas; 
cc) Igreja de Vila Boa; 
cd) Azenha na Ponte dos Vilares, no rio de Macedo - Torre de D. Chama; 
ce) Ponte de Vale de Telhas sobre o rio Rabaçal - Vale de Telhas; 
cf) Ponte da Formigosa sobre o rio Tuela - Vale de Juncal; cg) Ponte do Franco, EN 15 - Franco; 
ch) Ponte de Vale Verde da Gestosa sobre o rio Tua - Vale Verde da Gestosa. 
ci) Capela da Casa Mesquita - Mascarenhas; 
cj) Freixedinho - Mirandela; 
cl) Aldeia do Romeu.

Ponte da Formigosa sobre o rio Tuela
Trata-se de uma ponte medieval de tabuleiro horizontal, assente em cinco arcos desiguais de volta redonda, destinada ao atravessamento do rio Tuela, já próximo da sua junção ao Rabaçal. Os três arcos centrais da ponte são idênticos entre si e maiores do que os dois junto às margens . O aparelho é constituído por blocos regulares de xisto. As aduelas são estreitas e compridas e com o extradorso irregular. Todos os pegões estão reforçados com contrafortes de talhante e talha-mar triangulares. Os encontros são mais largos do que o corpo da ponte e construídos com aparelho de xisto mais regular.

Foram ainda identificados, e delimitados os respectivos perímetros de protecção na planta actualizada de condicionantes os seguintes valores histórico-arqueológicos
a) Santuário de Nossa Senhora do Monte - Aguieiras; 
b) Povoado fortificado do Cabeço do Mouro - Vila Verde; 
c) Povoado fortificado de Vila Verde - Vila Verde; 
d) Solar dos Bacelares - Alvites; 
e) Castelo de Passos - Passos; 
f) Povoado romano - Lamas de Orelhão; 
g) Castro romanizado da Fraga do Castelo - Vale de Sancha, Frechas; 
h) Atalaia medieval do Soalheiro - Lamas de Orelhão; 
i) Santuário e castro romanizado de Santa Catarina - Marmelos; 
j) Marco romano da Igreja de Lamas de Orelhão - Lamas de Orelhão; 
l) Berrão de Torre de D. Chama - Torre de D. Chama; 
m) Restos da mamoa de Esterquiço - Marmelos; 
n) Marco miliário de Vale de Gouvinhas - Vale de Gouvinhas; o) Ruínas da ponte medieval de Abreiro - Abreiro; 
p) Cruzeiro de Abreiro - Abreiro; 
q) Anta de Arcã - Abreiro; 
r) Povoado antigo da Quinta da Pendurada - Abreiro; 
s) Povoado de Freixeda - Vale de Telhas; 
t) Marco miliário de Vale de Telhas - Vale de Telhas; 
u) Capela e castro romanizado de Santa Catarina - Abreiro; v) Cemitério dos Mouros - povoado da Idade do Bronze - Abreiro. 
x) Dólmen do Prado Santo - Abambres; 
z) Mamoa da Madorra - Caravelas; aa) Mamoa do Malhado - Caravelas; 

 CASTELO DO REI  DE ORELHÃO
O Castelo do Rei de Orelhão foi um povoado fortificado de grandes dimensões implantado no topo de um esporão de perfil cónico. Identificam-se duas linhas de muralha que distam entre si cerca de 8 metros e que formam uma planta de morfologia elipsóide. São de aparelho médio irregular com lajes de xisto sem argamassa. No extremo Sul do povoado, é visível um grande derrube e alguns alinhamentos de pedra. No espaço intra-muralha surgem pequenas plataformas sensivelmente aplanadas, mas sem qualquer vestígio da existência de estruturas. Não foi detectado qualquer tipo de espólio arqueológico à superfície.


ab) Mamoa de Prado - Caravelas; 
ac) Póvoa medieval de São Martinho - Marmelos; 
ad) Abrigo calcolítico do Buraco da Pala - Passos; 
ae) Mina de São Salvador - São Salvador; 
af) Casal rural romana de Saínça - Suçães; 
ag) Castro romanizado de Vale de Telhas - muralha - Vale de Telhas; 
ah) Povoado medieval da Quinta da Ponte; 
ai) Castro romanizado do Cabeço - Vale de Telhas.

Mina de São Salvador 

No lugar de Latadas, freguesia de São Salvador, identificam-se duas minas cuja laboração remonta ao período romano. A exploração mineira na Península Ibérica, e no actual concelho de Mirandela, terá iniciado com o Imperador Augusto e atingido o seu auge com Trajano. Sendo que a mineração se encontrava sob alçada directa dos Imperadores. A mineração estava fortemente ligada com as Vias, uma vez que estas eram fundamentais para o acesso e escoamento do minério. Assim, o melhoramento das Vias e seu repavimento como aconteceu na via XVII, que nos deixou o testemunho de um marco miliário dedicado a Maximiano (século IV), permite comprovar, que a extracção mineira ainda se encontrava activa neste período


Etnografia 

-A Etnografia e a Antropologia 
-Topónimos 
-Lendas Mouras e Tesouros Encantados 
-O Culto das Águas 
-O Porco 
-O Vinho 
-A Castanha 
-Apodos Rifões Populares 
-A Festa dos Rapazes 
-A Caça como Ritual 
-Festas de Nª Srª do Amparo 
-Folar e Ovos da Páscoa 
-Música e Folclore 
-Crendices e Superstições 
-Etnógrafos e Antropólogos 
-As «Maias» e os «Maios» 
- O Culto da Flor Cataventos 
-A Arte da Azulejaria 
-O Mel 
-A Cultura Cigana 
-Linguagem Popular 
- O Conto Popular 
- Carnaval 
-Os Fornos Comunitários 
-A Casa Típica Transmontana 
- A Oliveira e o Azeite 
-A Exploração da Terra Festividades Cíclicas 

NR: Da extensa listagem etnográfica de Mirandela salientaremos duas, contamos com a sua curiosidade para visitar o site do munícipio. 

LENDAS 
São várias as lendas que existem no concelho de Mirandela, perdendo-se no tempo, esquecendo-se com as gerações que vão passando, já que elas são quase todas orais, e, muitas ainda não estão registadas. O Abade de Baçal refere, no seu volume n.° IX das Memórias Arqueológico Históricas do distrito de Bragança, p. 495 e seguintes, uma listagem de lendas que ele teve conhecimento. 
Sem pretendermos ser exaustivos, mas apenas enumerando algumas, indicaremos outras mais em pormenor, na esperança de que, com o tempo, se vá fazendo a recolha do que ainda se conseguir fazer. 

No termo das Aguieiras há uma lenda de moura encantada e de tesouros nos sítios chamados Pipéla Rigueirais e Fraga da Moura. 

-Na Bouça sítio de Muralha há buracos nas fragas em duas filas onde, segundo o povo, os mouros espetavam as bandeiras. 

-Em Cabanelas a lenda das duas panelas, uma de dinheiro e outra de peste. 

- Na Freixeda, no Murinho, há uma galeria comprida, por onde cabe um homem de pé e no extremo escadas para descer para outra ou para um poço mais fundo. 
 Dizem que esta galeria dá volta ao Cabeço e, no alto deste apareceram pias com muito dinheiro, das quais ainda se conhecia o sítio onde estavam. Nesta freguesia, e no sítio do Salto perigoso, diziam andar uma cabra encantada, pulando de umas fragas para outras. 
ESCOLA ROMEU

-Em Romeu, na Horta de N.ª Sr.ª, no Lugar de Vale de Couço, diz se que fora ali que aparecera a imagem de N.ª Sr.ª de Jerusalém de Romeu, onde lhe erigiram uma Capela. Mas Ela, de noite, fugiu para o local da aparição, até que, por último, tantas vezes a levaram que lá se resignou a ficar na Capela. 

Igualmente em Santa Bárbara, Vale de Prados de Ledra, apareceu a Senhora, que o povo levou para as Múrias. Mas de noite fugia para as ruínas, até que, tantas vezes a levaram que, por último, lá ficou. 

Lenda de Abreiro
No termo de Abreiro há um local com vestígios de civilização neolítica, a que chamam de Arcã. 
Na povoação está um elegante Cruzeiro com o brasão de armas de Diogo de Mendonça Corte Real, ministro de D. João V, que foi quem mandou fazer a ponte de Abreiro sobre o Tua, formada por dois arcos, um de grandes proporções. Então diz a lenda local que a ponte, a arcã e o cruzeiro foram construídas de noite pelo diabo, que prometeu também fazer uma estrada da ponte à povoação a troco da alma que uma moça lhe entregaria para mais comodamente passar o rio, a fim de ir buscar água a uma fonte na margem esquerda. Conforme o acordo dizia, o diabo dava a ponte concluída numa só noite e antes de cantar o galo. Quanto mais intensamente trabalhava uma legião de demónios, carregando, aparelhando e assentando pedras, o galo canta. 

Lenda de Aguieiras
Em Aguieiras há um grande fraguedo onde assenta a Capela de Nossa Senhora dos Montes. Diz o povo que um homem da terra sonhou que havia lá um tesouro. 
 Foi procurá lo. Mas aparece lhe o diabo que lhe promete dar lho se ele lhe desse a alma em troca. Então regressou a casa. No dia seguinte foi lá procurá lo de novo, mas levou um galego que se comprometia a dar a sua em troca de algumas moedas. Só que, quando apareceu o diabo em figura horrenda assustou se e disse: Valga me Dios". Imediatamente desapareceu o diabo e o tesouro que os homens já tinham colocado à vista. Os homens saíram a "pés de cavalo", isto é, com a velocidade máxima que puderam. 

Lenda da Fonte do Bispo
Em São Salvador existe uma fonte com o Nome da Fonte do Bispo. Foi aberta, segunda a lenda, com uma bengala do Bispo de Bragança, falecido naquela localidade em 1819, D. António da Veiga Cabral e Câmara. 
Como a fonte tem virtudes curativas extraordinárias em várias doenças, o povo atribui as à bênção especial que o bispo lhe lançou (considerado santo na terra). E, ainda em meados do século XX em grandes secas (falta de chuvas), ou nas grandes chuvadas, quando há crises agrícolas, o povo de S. Salvador recorre à intercessão do Santo (Bispo), atribuindo lhe a bênção dos frutos nas abundantes colheitas. 

Lenda da Flor que nasceu na Lama
 No volume I de "Lendas de Portugal" de Gentil Marques, página 383 e seguintes vem registada em pormenor uma lenda que mostra a origem do nome de Lamas de Orelhão, freguesia de Mirandela, como vimos. Diz o seguinte resumidamente: Havia dois irmãos, um rapaz e uma rapariga que viviam em Trás-os-Montes, mas que ninguém sabia donde tinham nascido. 
 Ela era jovem e bonita. Ele mais velho mas com muita sabedoria que deixava as pessoas embaraçadas. O passatempo preferido deles era andar pelos campos falando das coisas do Céu e namorando as coisas da Terra. O Rei Mouro que governava aquelas paragens quis conhecê-los e foi ao encontro deles sem se aperceberem. Trocaram palavras, ficando ela a desconfiar desse Cavaleiro que lhe dirigia elogios, mas que não gostava que lhe falassem em Deus. Ele ficou a saber que os dois irmãos o tinham por tirano (ao Rei Mouro), porque `foi por ordem desse tirano que mataram nossos pais" diz o irmão. O cavaleiro deixou os mas não se afastara dali. E, em plena noite raptou a moça "que era tão bonita, tão fresca, que faz entoitecer o coração de qualquer homem", como dizia o cavaleiro. Este levou a até uma pequena comba convencido de que ali ficava em segurança. Só que, de repente, não consegue ver a linda jovem e amaldiçoa a feitiçaria, gritando alto. Quando o irmão acordou ficou aflito, e foi à procura da irmã. Pelos gritos deu com o cavaleiro no fundo da pequena comba. 
 Lutaram os dois tendo o cristão descoberto que o cavaleiro era o próprio rei mouro. Este levava a melhor e, nesse momento, aparece a irmã. O irmão acabou de morrer ali mesmo. O rei avançou para a jovem, enraivecido. Só que ela diz lhe "Nem mais um passo"... " Se derdes um passo mais... ficareis atolado nesse lodo que está em vossa frente ". Era lodo o que o rodeava. Mesmo assim consegue decapitar a moça cristã... Depois, para esconder o crime que cometera afogou nesse lodo o corpo decapitado da jovem e o cadáver do o irmão. Convencido de que ninguém descobriria o crime, desapareceu. Só que alguém assistira à cena, pois no dia seguinte, gente que foi ao lameiro para recolher os corpos, viu que no lodo nascera uma flor lindíssima, viçosa e pura... A notícia espalha se de terra em terra, e, como se tinha passado numa pequena comba perto de uma terra que se chamava Orelhão, naquele sítio passou a ser conhecido por Santa Comba das Lamas de Orelhão. O povo encarregou se de santificar a jovem que morreu sacrificada às mãos bárbaras e sanguinárias do rei mouro. 

Lenda de Lamas de Orelhão
Na obra do Abade de Baçal, Vol. IX p. 448, vem esta lenda que tem certas semelhanças com a anterior: "E desta vila eram naturais S. Leonardo e Santa Comba de gente lavradora e pobre, que andavam no monte guardando o gado de seus pais. O Rei mouro que se chamava Orelhão quis entender com a moça. Eles foram fugindo até onde está um penhasco alto e a santa se meteu pela fraga e ali escapou, que milagrosamente lhe abriu a passagem para dentro. E dizem lhe tiraram as tripas, coração e as botaram a uni poço que está logo por baixo do penhasco, o qual nunca seca apesar de estar no alto da serra. E da parte de fora do cabeço está outra capela da invocação de S. Leonardo, que dizem ser aqui martirizado. Aqui acodem muitas povoações em procissão de vários povos a pedirem água aos santos e tudo Deus lhe concede por sua intervenção. A esta parte lhe chamam agora a Serra do Rei Orelhão e em um cabeço que está para sul da Capela dos santos está o refúgio onde morava o rei mouro". 

Lenda da Torre de D. Chama:
 Segundo a lenda, o topónimo Torre de D. Chama terá vindo "pela Torre que nela havia no Castelo e que por isso se chamou Torre. E acrescentara-se Dona Chama porque era a vila e a Torre de uma grande Senhora gentia, no tempo em que os mouros residiam nestas terras, chamada Dona Chamorra. 
 Sendo inclinada ilicitamente aos cristãos mandava chamar aqueles de melhor perfeição e os metia na torre para satisfazer o seu apetite. Para que a não fossem descobrir não tornavam mais a sair por lhe fazer ir conhecer o mundo da verdade. Sucedendo ir um mais avisado diz se que satisfizera o seu apetite e adormecera se acostada a ele. Como a sentisse dormindo se retirou como pode levando lhe um anel que lhe tirara do dedo, coisa de grande valor, e bem conhecido dos criados (o dito anel). E o levara no dedo para sinal que a Dona Chamorra lhe dera para assim os enganar para que o deixassem passar as guardas, o que passou. Estando já livre, Dona Chamorra despertara, acudiu mandando o chamar para que voltasse ali que a "Dona Chama". Pensando que ele a descobrira matou se a si mesma". Daí se chamar a Torre de Dona Chamorra, passou a chamar se a Torre da Dona (que) Chama". (Abade de Baçal, Memórias Arqueológicas..., vol. X, p. 265.) 

(Professor Virgílio Tavares/2001 Mestre em História Moderna e Contemporânea.)

 CRENÇAS 

 Restos do Culto das Águas, Rios e Fontes 

Que estas crenças permaneciam ainda entre nós no século VI da era cristã, mostra-se dos cânones organizados por São Martinho, bispo de Dume, bem como por várias crendices supersticiosas de que a etnografia nos aponta vestígios, ainda hoje existentes no nosso povo. É crença geral em todo o distrito de Bragança que a água dos rios e fontes está benta na manhã de São João (24 de Junho) e na de São Pedro (29 de Junho) e que produz efeitos benéficos ou curativos em muitas moléstias e antídotos nas feitiçarias [53]; por isso, além das abluções próprias, os lavradores vão lá banhar seus gados bovinos, ovinos e caprinos. 
  É também costume geral levar o mesmo armentio a dar volta pelos adros dos santuários ou capelas existentes nos campos e montanhas, fora dos povoados, no dia da festa dos respectivos oragos, incorporando-o mesmo algumas vezes no cortejo processional e carregando à cabeça ou pendente jugo com sacos, onde vai o cereal que, em cumprimento da promessa, oferecem ao santo festejado. Em geral, nos adros destes santuários há uma ou mais árvores colossais, respeitada religiosamente, ninguém se atrevendo a cortar-lhe pernadas ou a colher-lhe o fruto, sem consentimento do pároco ou mordomos, porque o padroeiro fere com moléstias, geralmente sezões, os violadores sacrílegos. 
Como adiante nos referimos muitas vezes ao angaranho e respectivos banhos curativos, convém explicar o que isto seja. Angaranho, anqueilhado ou caílho, é uma espécie de raquitismo e enfraquecimento que ataca as crianças de leite e as idades inferior a cinco anos, incapazes de andar por se não segurarem nas pernas. 
Os banhos devem obedecer aos seguintes preceitos rituais: -uma mulher leva a criança e outra trá-la para casa, devendo, sempre que seja possível, ter o nome de Maria; vão e voltam silenciosas; 
-a criança é mergulhada completamente, sustentando-a uma pelos pés outra pela cabeça, deixando-lhe ao mesmo tempo ir o enxoval pela água abaixo e vestindo-lhe depois outro. 

De um modo geral, às águas de virtudes medicinais, ou como tais supostas, chamam Fontes Santas e Águas Santas. Em algumas terras bragançanas também se cura o angaranho passando três vezes a criança pela abertura de uma árvore nova, que se rachou ao meio para este fim, tornando-a depois a unir a ligar por forma que solde e não seque, porque, se tal suceder, não se produz a cura. 
Quando tudo isto resulta inútil e a criança, um pouco mais idosa, continua amarelecente e definhada, é preciso recorrer a uma mulher de virtude, geralmente a que teve dois gémeos de um parto, que à lameira de um alto na encruzilhada de caminhos, colocando-a no centro de um signo-salomão, traçado por regos na lameira, fazendo-lhe ao mesmo tempo rezas especiais. 
 Estas mulheres têm também virtude para pisar as torções e veias que tomam vento, bem como para benzer quebrantos, espinhela caída e outros padecimentos. Os pulos e saltos por cima das fogueiras de arçã, rosmaninho, sal-puro e de outras plantas balsâmicas, feitas nas ruas durante a noite de São João, livram de bruxedos, feitiçarias e de outras moléstias, segundo reza a crença popular. 
 Também, segundo a mesma, os atacados de sarna e outros sofrimentos cutâneos saram, indo espojar-se na dita manhã sobre o linho dos Linhares. O povo distingue perfeitamente entre águas medicinais cientificamente ditas, de efeitos terapêuticos naturais, e águas das chamadas Fontes Santas e dos angaranhos, anqueilhados ou caílhos, de efeitos curativos sobrenaturais ou como tais supostos. 

 Daquelas, há no concelho de Mirandela as seguintes nascentes: 

- BARCEL: Nesta povoação, concelho de Mirandela, «há uma fonte, à qual vão levar os meninos quando estão doentes, e dentro do espaço de oito dias, ou melhorarão, e cobram saúde, ou morrem; do que há repetidas experiências nestes moradores». 

-SÃO SALVADOR: Em São Salvador, concelho de Mirandela, há a Fonte do Bispo, por ser aberta, segundo diz a lenda, com uma bengala por D. António da Veiga Cabral e Câmara, bispo de Bragança, falecido naquela povoação em 1819. As virtudes curativas da fonte, extraordinariamente procurada pelos doentes de várias moléstias, resultam da bênção especial que o bispo (santo no conceito popular, não só no local, mas mais ou menos geral na diocese e fora dela) lhe lançou. Ainda hoje, nas grandes estiagens, nas grandes chuvadas, nas crises agrícolas, o povo de São Salvador recorre à intercessão do Santo Bispo, como lhe chama, e lhe atribui a bênção dos frutos nas colheitas prósperas.

VALE DOS LOBOS: No termo desta povoação, concelho de Mirandela, há uma fonte chamada Água Santa. 

LAGARES 
Com uma simbologia que vai do profano ao sagrado, o azeite tem uma importância que vem de há séculos, sendo um produto milenário à volta do qual se desenvolveram as mais diferentes civilizações, actividades económicas, gastronomia e até a medicina popular. 

“O Azeite de Trás-os-Montes é um azeite equilibrado, com cheiro e sabor a fruto fresco, por vezes amendoado, e com uma sensação notável de doce, verde, amargo e picante”. 
A Denominação de Origem “Azeite de Trás-os-Montes” encontra-se consagrada pelo uso face, designadamente, ao seu conhecimento desde tempos imemoriais. A plantação de olivais em Mirandela e seu termo deve datar da primeira metade do séc. XVI, pois já o Dr. João de Barros, diz na sua Geografia, “...e muito pouco há que ali se plantaram as primeiras oliveiras, e agora há muito azeite na terra.” 

O uso da Denominação de Origem obriga a que os azeites sejam produzidos de acordo com as regras estipuladas no caderno de especificações, o qual inclui, designadamente, variedades de azeitona, condições de apanha e transporte para o lagar, condições de laboração e as características do produto final. 
A importância que Mirandela atribui ao Azeite está bem patente na realização anual da Feira da Alheira, Turismo e Azeite, na construção, já iniciada, do Museu da Oliveira e do Azeite de Mirandela, no lançamento da Rota do Azeite de Trás-os-Montes, na adesão do Município de Mirandela ao Projecto Terra Olea e nas várias Provas Didácticas de Azeite. 

ENGENHOS DE ÁGUA 
A água sempre foi um elemento essencial para a sobrevivência da espécie humana e desde sempre o Homem sentiu a necessidade de criar aparelhos e engenhos que permitissem não só reter a água mas também armazená-la e colhê-la com segurança e rapidez. O Homem soube também utilizar a água como fonte de energia sobre com os moinhos de água. 

Presume-se que os moinhos de água tenham sido introduzidos em Portugal pelos Romanos, pois eram vulgares em Roma no século I. Os Visigodos, no século V, já os consideravam de uso generalizado na Península Ibérica. Importantes foram também os Árabes que introduziram na Península Ibérica vários engenhos de água como noras, picotas e cegonhas. 

Os moinhos que o tempo não apagou do mapa do nosso concelho são um singular marco do engenho e arte do nosso povo e autênticas relíquias da arquitectura e tecnologia popular, na bucólica e silenciosa paisagem que os protege sem conseguir evitar a sua degradação. Mirandela também soube e quis prestar homenagem à arte do homem no aproveitamento racional da água.

GASTRONOMIA  

Alheiras de Mirandela 
Para quatro dúzias de alheiras são necessários três quilos e meio de pão trigo, três quilos de toucinho, uma galinha, um coelho, carne de vitela, carne da cabeça do porco (para dar sabor à calda), bastantes alhos e azeite, colorau, sal e uma meada de tripas. 
 Numa panela suficientemente grande, fervem-se as carnes e rectificam-se os temperos; depois de cozidas cortam-se as carnes de porco muito miudinhas e as restantes são desfeitas. Para um tacho ou alguidar miga-se o pão, sobre o qual se despeja a calda que sobrou na panela e deixa-se o pão “a abrir”. Tudo isto deve ser feito junto à lareira para não arrefecer. A seguir misturam-se os alhos bem moídos, salsa picada, colorau a gosto e o piri-piri; amassa-se bem com uma colher de pau até o pão estar bem batido, tipo açorda cremosa. Depois são misturadas as carnes já desfeitas e ensacam-se em tripa seca de vitela ou de porco. 

Sopa de Agriões 
Numa panela, coloque água, sal, azeite, batatas e uma cebola picada; quando tudo estiver bem cozido desfaça as batatas com a varinha mágica; deixe ferver novamente e junte os agriões que devem cozer apenas um pouco. Bata muito bem os ovos e deite-os em fio na sopa, servindo de seguida. 

Trutas com Azeitonas 
Prepare um caldo com água, vinagre, cenoura, cebola, salsa, louro, tomilho, pimenta e sal; deixe cozer bem. Depois de bem limpas as trutas, introduza-as no caldo e deixe cozer apenas 10/ 15 minutos. 

Escorra-as quando o caldo já estiver frio e coloque-as num prato. Prepare, entretanto, o molho, misturando azeite, vinagre, cebola e azeitonas numa batedora. Sirva as trutas frias acompanhadas por este molho com batatas cozidas ou assadas com pele (batatas a murro) 

Perdiz com Couve 
Tempere a perdiz com sal e pimenta preta e depois envolva-a em folhas de couve-lombarda a ate bem com um fio. Meta as perdizes num tacho e disponha por cima da couve umas fatias de toucinho, uma rodelas de cebola, uns dentes de alho picados e um ramo de salsa. Molhe com um copo de vinho branco e dois de água. Deixe cozer em lume brando, abanando o tacho duas ou três vezes durante o tempo de lume. 

Papos de Anjo de Mirandela 
Levam-se 500 g de açúcar ao lume com 2 dl de água e deixa-se ferver até se obter ponto de espadana (117º C). Adicionam-se 3 a 4 colheres de um doce à escolha e deixa-se ferver novamente até se obter o mesmo ponto. Retira-se então o doce do lume e, depois de se ter deixado arrefecer um pouco, adicionam-se 8 ovos previamente muito bem batidos com mais 7 gemas. Junta-se a canela . Distribui-se o preparado obtido por forminhas de queques muito bem untadas com manteiga e levam-se a cozer em forno moderadamente quente (cerca de 200º C). Desenformam-se e polvilham-se com açúcar. 

Folar de Carne 
Aquecem-se os ovos com quase um litro de azeite, sal a gosto (uma média de três dúzias de ovos para dez quilos de farinha). Deita-se a farinha numa assadeira e dentro dela os ovos aquecidos em azeite, mistura-se com fermento, feito no dia anterior, bem desfeito. Amassa-se muito bem e põem-se a levedar. Quando a massa tiver aumentado para o dobro está em condições de ir para as formas. Untam-se estas com azeite e coloca-se uma camada de carne (presunto, salpicão, linguiça, galinha estufada em azeite), mas sem cebolas, tudo partido em pequenos bocados. Outra de massa, outra de carne, terminando com uma de massa. Fica a levedar mais uma hora e meia e quando a massa tiver aumentado para o dobro está pronta para ir ao forno (este deve estar bem quente). Depois de cozidos os folares, no momento em que se retiram, besunta-se a parte superior com uma gema de ovo.

ARTESANATO 

Latoaria (Torre de Dona Chama): A produção de artefactos de latoaria, embora em declínio, ainda responde às necessidades da vida rural como é o caso dos funis, aros para o fabrico de queijos, regadores, cântaros para o vinho, almotolias e enxofradeiras. Foles (Vale Maior) 

A Madeira foi uma matéria-prima largamente utilizada na feitura dos objectos de uso diário no meio rural tradicional. É o caso dos foles para “espevitar” o fogo da lareira, ou, simplesmente como adorno. 

Tecelagem/ Mantas de Lã (Lamas de Orelhão): Outrora de natureza predominantemente utilitária, as mantas e os cobertores de lã produzidos em tear manual assumem hoje aspectos de peça decorativa.

AR LIVRE
Passeio de Comboio Linha do Tua  
A Linha do Tua é a ferrovia que inicialmente ligava a Foz do Tua à cidade de Bragança mas agora apenas há ligação entre Carvalhais / Mirandela / Cachão. 
Duração aproximada: 01:30 horas 
Época aconselhada: todo o ano 
Compre o viajante ou turista um bilhete de ida e volta para o Tua e logo se surpreende com o edifício maneirista da estação de caminhos-de-ferro. É o começo de um passeio maravilhoso por terras de Trás-os-Montes. À saída, lance o olhar sobre a cidade colorida, as pontes, o açude e tem uma imagem de Mirandela no seu melhor. Depois, o rio manso espraia-se e alarga-se por entre hortas e cortinhas enquanto o comboio paralelo ao rio atravessa lugares e aldeias de nomes solares: Latadas, Frechas, Cachão, Vilarinho, Ribeirinha e Abreiro. 
 O povoamento concentrado nas poucas aldeias torna a nudez da paisagem um hino à beleza das coisas primeiras e intocáveis. A partir de Abreiro, o rio estreita-se forma um canyon e as águas apertadas galgam penedos e fraguedos. Nas encostas declivosas, estevas e sobreiros combinam com a cor ocre da terra. O comboio agarrado ao monte acompanha as curvas e meandros do rio e de tão lento parece fazer parte da paisagem imutável. Saia na estação do Tua, contemple os vinhedos do Douro, delicie-se com a comida ribeirinha acompanhada de um bom tinto da região e regresse a Mirandela rio acima. 

A PÉ (um exemplo) 
Vilaverdinho 
Extensão: 2,5 km 
Duração aproximada: 2:00 horas 
Grau de dificuldade: moderado 
Época aconselhada: todo o ano 
Acessibilidade: 
Em Mirandela, dirija-se para Macedo de Cavaleiros pela estrada antiga até encontrar o cruzamento para Vilaverdinho (à direita). 

Passado o cruzamento, siga até encontrar um campo de futebol, e logo a seguir a uma curva à esquerda estacione o seu veículo. Aí, irá iniciar o seu passeio pedestre. 
O percurso: 
O caminho de terra batida desce ligeiramente até encontrar um cruzamento no qual vira à esquerda. De salientar que está a entrar numa das maiores manchas de sobreiros da Europa. Passado o pontão sobre a ribeira, segue o caminho à sua direita subindo até encontrar a linha do caminho de ferro descativada (linha do Tua). Continue ao longo da ribeira até encontrar dois edifícios de construção em pedra que pertenciam a uma antiga fábrica de rolhas. Aí, aproveite para descansar. Visite o açude que está em frente às casas e descubra um monumento que está gravado nas rochas. Descanse e aproveite para comer a merenda e depois siga pelo caminho que vai dar à entrada principal das casas, finalmente, vire à direita no cruzamento e comece a subir a ladeira com bastante inclinação e caminhe até encontrar um novo cruzamento no qual deve virar à esquerda e seguir em frente até chegar ao ponto de partida. 
O que ver: 
O percurso ocorre numa superfície bastante inclinada e o piso é essencialmente de terra com alguns troços de pedra. Em redor do caminho avistam-se essencialmente sobreiros. Ao longo de todo o trajecto a paisagem é deslumbrante, entre sobreiros e cursos de água, havendo lugares em que somente se vêem os sobreiros e o céu. Certo é que terminado o percurso pedestre deve pegar na sua viatura e dirigir-se à aldeia recuperada de Vilaverdinho que fica a cerca de 600 m onde poderá visitar a Igreja e comprar produtos regionais no café que se encontra no largo da aldeia. 

OUTROS PRECURSOS 
-Chelas 
-Passos 
-Suçães 


IN 
- WIKIPEDIA
- SITE DO MUNICÍPIO
- http://www.bragancanet.pt 
- http://mirandela-sistmir.blogspot.pt

NR: Todos os concelhos de  Portugal que neste blogue vamos indicando possuem sites elaborados com muita mais informação da que aqui registada.
É nossa intenção aguçar o desejo ao visitador de conhecer Portugal, somos portugueses e devemos promover o que é genuíno.

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1 comentário:

Unknown disse...

sou um cidadão ausente de Vale de Salgueiro, nasci em Mirandela 1954
como os meus pais registaram o meu nascimento em Vale de Salgueiro, alem da casa Abrasonada e a Igreja, há mais ou havia as fontes romanas,
lagares de azeite romanos, e tantos outros que se calhar foram destruído também a um pelourinho na casa abrasonada, e outro na aldeia.