A lição alemã
O futebol é um dos melhores espelhos de uma nação. A lição que a Alemanha deu ontem à Argentina é um bom exemplo disso. Numa altura em que já se cantava os feitos do futebol latino-americano neste Mundial, a velha Europa arrumou os dois principais candidatos: Brasil e Argentina. E que futebol apresentou para contrariar o talento natural de brasileiros e argentinos? Apenas disciplina, rigor, velocidade, trabalho aturado, humildade, eficácia e pragmatismo.
Alemanha e Holanda apresentam equipas também elas recheadas de estrelas, mas curiosamente nenhuma sobressai do conjunto por tiques de personalidade ou por palavras mais excessivas. Só pelo bom futebol que praticam. Alemanha e Holanda têm lideranças discretas no banco, ao contrário da exuberância latino-americana. Têm também lideranças que assumem o essencial da identidade do futebol há muito praticado pelos respectivos países: rapidez, remate, organização e uma imparável ambição ganhadora.
Nem sempre conseguem, mas tanto a Holanda como a Alemanha têm uma identidade futebolística que preservam e também um trabalho incessante na formação e renovação da sua ‘cantera’, com os alemães mais pragmáticos na política de nacionalidade.
Em síntese, por ali abunda o profissionalismo que falta noutras paragens.
in "CORREIO DA MANHÃ"04/07/10
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