Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
12/04/2019
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Recentemente, lembra a agência Lusa, o primeiro-ministro, António Costa, disse que apenas se aguardava o EIA para ser "irreversível" a solução aeroportuária Portela + Montijo, considerando haver consenso nacional sobre o projeto.
Em 11 de janeiro, António Costa admitiu que "não há plano B" para a construção de um novo aeroporto complementar de Lisboa caso o estudo de impacto ambiental chumbe a localização no Montijo e voltou a garantir que "não haverá aeroporto no Montijo" se o estudo de impacte ambiental não o permitir.
Em 8 de março, a associação ambientalista Zero anunciou que tinha interposto uma ação judicial contra a APA, para que seja efetuada uma Avaliação Ambiental Estratégica ao novo aeroporto do Montijo.
Em comunicado divulgado na altura, a Zero referiu que desde o início do processo para a escolha de um local para a construção do novo aeroporto tem alertado para a necessidade de uma Avaliação Ambiental Estratégica, em vez de uma Avaliação de Impacto Ambiental.
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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
ANA já entregou estudo de
impacte ambiental do Montijo
Entidade gestora dos aeroportos nacionais descarregou estudo na plataforma da Agência Portuguesa do Ambiente.
A ANA entregou esta sexta-feira, 12 de abril, à Agência Portuguesa do
Ambiente (APA) o estudo de impacte ambiental (EIA) do aeroporto
complementar do Montijo, adiantou ao Negócios fonte oficial da empresa. O
estudo foi descarregado na plataforma da APA e será agora analisado
exclusivamente por esta entidade antes de ser submetido a consulta
pública.
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A transformação da
base aérea do Montijo num aeroporto civil faz parte de um acordo
assinado com o estado a 8 de janeiro, o qual contempla também a
remodelação do aeroporto da Portela e o encerramento de uma das pistas
desta infraestrutura. O investimento a realizar pela ANA, detida pelos
franceses da Vinci, será de 1,15 mil milhões de euros.
Recentemente, lembra a agência Lusa, o primeiro-ministro, António Costa, disse que apenas se aguardava o EIA para ser "irreversível" a solução aeroportuária Portela + Montijo, considerando haver consenso nacional sobre o projeto.
Em 11 de janeiro, António Costa admitiu que "não há plano B" para a construção de um novo aeroporto complementar de Lisboa caso o estudo de impacto ambiental chumbe a localização no Montijo e voltou a garantir que "não haverá aeroporto no Montijo" se o estudo de impacte ambiental não o permitir.
Em 8 de março, a associação ambientalista Zero anunciou que tinha interposto uma ação judicial contra a APA, para que seja efetuada uma Avaliação Ambiental Estratégica ao novo aeroporto do Montijo.
Em comunicado divulgado na altura, a Zero referiu que desde o início do processo para a escolha de um local para a construção do novo aeroporto tem alertado para a necessidade de uma Avaliação Ambiental Estratégica, em vez de uma Avaliação de Impacto Ambiental.
* A ANA manda muito, faz o que quer.
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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
"CORREIO DA MANHÃ"
Número de apartamentos dedicados exclusivamente
.à prostituição aumenta substancialmente
.à prostituição aumenta substancialmente
Novo paradigma revela que há cada vez menos prostitutas de rua. Prostitutas acabam reféns dos proprietários das casas.
A prostituição em Lisboa está a mudar. O 'Investigação CM' percorreu as ruas da capital portuguesa e descobriu que ainda há mulheres a fazer trabalho sexual na rua, perto de hotéis de luxo da cidade. Mas há um novo paradigma: há cada vez menos prostitutas de rua e cada vez mais pessoas que vendem o corpo em apartamentos.
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Nos últimos anos tem aumentado o número de apartamentos dedicados exclusivamente à prostituição. Há casos em que as mulheres, homens ou transexuais, têm de pagar perto de 200 euros, por semana, apenas para receber os clientes no quarto. O serviço pode facilmente ultrapassar os 150 euros.
É uma realidade pouco conhecida mas com um crescimento substancial. Há cada vez mais trabalho sexual dentro de apartamentos. Normalmente são casas, espalhadas por toda a cidade, onde uma ou várias pessoas recebem quem procura sexo em troco de dinheiro.
Os preços e os esquemas montados em torno das prostitutas são revelados no programa da CMTV. Muitas vezes estas mulheres acabam reféns dos proprietários das casas.
* Este é um dos lados obscuros do país onde o sr. Mário Centeno é ministro das Finanças.
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A deputada e o hotel no qual é sócia do pai (e o que diz a lei)
Contradições entre registo comercial e informações prestadas ao Parlamento
O “lapso” de Luís Correia que beneficiou o pai e o sogro
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HOJE NO
"OBSERVADOR"
Parlamento adjudica estadia de deputados
.a hotel de deputada e do pai
.a hotel de deputada e do pai
Comissão de Ambiente fez visita de estudo ao Tejo e deputados dormiram uma noite em Castelo Branco. Hotel adjudicado? O que tem uma deputada como proprietária. AR diz que era "o mais barato".
A Assembleia da República adjudicou a estadia dos deputados da Comissão de Ambiente em Castelo Branco a um hotel que tem como proprietária a deputada do PS Hortense Martins.
A comissão fez uma visita de trabalho ao Rio Tejo nos dias 1 e 2 de
abril — que Hortense Martins acompanhou em parte por ser eleita naquele
distrito — e os deputados acabaram por dormir no hotel da deputada na
véspera (noite de 31 de março) para que pudessem estar a horas no
primeiro ponto do programa: uma reunião às 8h30, na segunda-feira, cujo
anfitrião era o presidente da câmara municipal de Castelo Branco, e
marido da deputada, Luís Correia. Hortense Martins diz ao Observador que
desconhecia que os colegas iam ficar no hotel, detido por uma empresa
onde é sócia do pai.
O gabinete do secretário-geral do Parlamento
justifica a escolha, em resposta ao Observador, alegando que a
Assembleia da República “escolheu o hotel mais barato”
após lhe terem sido apresentadas duas hipóteses pela agência de viagens
que trabalha com o Parlamento. O mesmo gabinete não respondeu à questão
sobre a razão de não ter evitado um hotel que tem como uma das
proprietárias uma deputada.
Hortense Martins garantiu que “não integra a Comissão de Ambiente e Ordenamento do Território nem integrou a delegação que se deslocou a vários distritos,
onde se incluiu o distrito de Castelo Branco”. O Observador sabe, no
entanto, que a deputada participou na reunião com autarcas e até falou
em nome da bancada do PS num evento em Vila Velha de Ródão. Na mesma
resposta escrita, Hortense Martins admite depois ter participado em
alguns pontos da visita: “A signatária (…) de todo o programa da
Comissão de Ambiente apenas participou nas reuniões com os agentes e entidades convidadas, suponho que pela comissão”.
A
deputada do PS justificou essas intervenções na visita por ter sido
“sempre uma das vozes ativas sobre os assuntos da região, em defesa
intransigente dos interesses das populações e do interesse público”. Não
é, por isso, “de estranhar que as questões da defesa da Barragem do
Alvito, a melhor qualidade ambiental no Tejo e as questões da Central de
Almaraz tenham estado nas suas intervenções desde há mais de uma década
e reafirmadas recentemente.”
Quanto ao facto de o hotel do qual é também proprietária (e de que o
sócio com mais participação é o seu pai) ter sido contratado pela
Assembleia, Hortense Martins alega que a “contratação” foi feita a “uma
agência de viagens e não à mencionada empresa proprietária da referida
unidade hoteleira”. Por isso, garante, é “totalmente alheia às questões
referidas relacionadas com reservas ou estadias”. Questionada sobre se,
por questões éticas, não devia ter impedido que o Parlamento contratasse
o seu hotel e do seu pai, a deputada não respondeu.
Quanto ao presidente da Comissão de Ambiente, o deputado bloquista
Pedro Soares, rejeita responsabilidade dos deputados na escolha do
hotel. Pedro Soares diz ao Observador que “aos deputados que compõem a Comissão de Ambiente cabe [apenas] a definição do programa da visita“.
O presidente da comissão esclarece ainda que “a logística, incluindo o
alojamento, é proposta e organizada pelos serviços da Assembleia da
República, tendo o critério para a escolha sido a oferta mais barata”.
Os
serviços informaram o Observador que a agência de viagens “indicou, na
zona de Castelo Branco, os hotéis Rainha D. Amélia (54€/noite) e Tryp
Colina do Castelo (75€/noite)” e que “estas opções foram transmitidas à
Comissão”. Segundo o gabinete do secretário-geral, o custo total “ascendeu a 486 euros“,
referente a uma noite para 9 pessoas. Esta prestação de serviços, por
ser inferior a 5.000 euros, pôde ser feita por ajuste direto
simplificado
O número de dormidas contratualizado não bate certo com as informações —
enviadas para os deputados — referentes à delegação que compôs a
visita, que indicam que pelo menos 11 pessoas (10 deputados e um
funcionário) iriam ter alojamento em Castelo Branco na noite de 31 de
março.
A 31 de março, dia em que dormiram em Castelo Branco, os deputados não tinham qualquer evento no programa. O que justifica a dormida é o primeiro agendamento do dia seguinte: uma reunião com autarcas nos Paços do Concelho de Castelo Branco.
A reunião incluiu quatro autarquias (as câmaras de Castelo Branco,
Idanha-a-Nova, Proença-a-Nova, e a junta de freguesia de Castelo Branco)
e ainda a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro, a Direção
Regional de Agricultura e Pescas do Centro, e várias associações
ambientalistas, empresariais e de agricultores.
Um facto curioso é que o anfitrião da reunião foi o presidente da câmara de Castelo Branco, Luís Correia, que é marido de Hortense Martins. Luís Correia foi recentemente associado,
numa investigação do diário Público, a um grupo de autarcas que criou
uma ONG-fanstasma para receber subsídios públicos. E já teve,
igualmente, problemas com adjudicações feitas a empresas de familiares.
O segundo ponto do programa foi apenas às 11h30 em Vila Velha de Ródão.
E, aqui, a deputada escolhida para falar em nome da bancada do PS foi,
precisamente, Hortense Martins.
A deputada e o hotel no qual é sócia do pai (e o que diz a lei)
Hortense Martins é detentora de 24% da Martinurb — Urbanismo Imobiliário, informação que consta do registo de interesses entregue na Assembleia da República na atual legislatura. A mesma Martinurb detém 26% da Investel — Investimentos Hoteleiros, a empresa proprietária do Hotel Rainha Dona Amélia, Arts & Leisure, em Castelo Branco. O mesmo onde ficaram a dormir os deputados.
Ao
deter 24% de uma empresa que detém 26% da empresa proprietária do
hotel, isso significa que Hortense Martins tem menos de 10% da Investel.
Ou seja: segundo o artigo 21.º dos estatutos dos deputados, o hotel não
está impedido de fazer contratos com o Estado. Mas há um detalhe
relevante: os outros 74% do hotel pertencem a Joaquim Martins, pai de Hortense Martins.
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Ainda
assim, a lei n.º 64/93 (referente a “Incompatibilidades e impedimentos
dos titulares de cargos políticos e altos cargos públicos”) começa por
estabelecer, no ponto 1 do seu artigo 8.º, que “as empresas cujo capital
seja detido numa percentagem superior a 10% por um titular de órgão de
soberania ou titular de cargo político, ou por alto cargo público, ficam
impedidas de participar em concursos de fornecimento de bens ou
serviços, no exercício de atividade de comércio ou indústria, em
contratos com o Estado e demais pessoas coletivas públicas”.
O ponto dois desse mesmo artigo estabelece que “ficam sujeitas ao mesmo regime” de incompatibilidade as “empresas de cujo capital, em igual percentagem (…) [sejam titulares] os seus ascendentes e descendentes em qualquer grau e os colaterais até ao 2.º grau”
e também “as empresas em cujo capital o titular do órgão ou cargo
detenha, direta ou indiretamente, por si ou conjuntamente com os
familiares referidos na alínea anterior, uma participação não inferior a
10%”.
O advogado especialista em Direito Administrativo, Paulo
Veiga e Moura, não tem dúvidas de que o impedimento se mantém “por
interposta pessoa” e, portanto, tem de se “aplicar o mesmo regime“.
O advogado diz que a lei é clara quanto a “ascendentes”, por isso,
sendo a empresa maioritariamente do pai, o impedimento é igual a se
fosse da deputada.
Seguindo a lei, a Investel não pode fazer contratos públicos com a Assembleia da República. A única coisa que pode livrar o Parlamento de cometer uma ilegalidade
é a fatura ter sido passada à agência de viagens e não ao hotel. A
prestação do serviço não foi publicitada na parte referente à
contratação pública no Parlamento e o secretário-geral não esclareceu a
razão dessa não publicitação. No entanto, olhando para um contrato por consulta prévia
feito a 21 de março para estadias numa unidade hoteleira, é possível
verificar que, nesse caso, o contrato da Assembleia da República foi
feito diretamente com o Hotel Amazónia e não com qualquer agência de
viagens.
Contradições entre registo comercial e informações prestadas ao Parlamento
Há ainda uma contradição entre o que foi comunicado ao registo
comercial e o que foi comunicado ao Parlamento. No início da legislatura
anterior, Hortense Martins comunicou aos serviços que deixou de ser gerente da Investel a 21 de junho de 2011.
A deputada exerce o cargo em exclusividade e a Comissão de Ética
permitiu que assim continuasse, mesmo quando ainda era gerente, uma vez
que o cargo não era renumerado.
No atual e no anterior mandato, a
questão de Hortense Martins ser gerente da Investel não se colocou para a
subcomissão de ética, uma vez que a deputada já tinha comunicado no
registo de interesses que deixara de ser gerente em junho de 2011. No
entanto, essa cessação de funções só foi comunicada pela empresa
ao registo comercial em março de 2019, quase oito anos depois da
informação prestada ao Parlamento. Ou seja: legalmente e a
título oficial — como vários especialistas defenderam quando o ministro
Pedro Siza Vieira enfrentou uma situação similar — Hortense Martins só
deixou de ser gerente da empresa proprietária do hotel a 8 de março de
2019, cerca de três semanas antes da estadia dos deputados.
Além
do documento de cessação de funções no último mês, há mais documentos no
registo comercial que indiciam que Hortense Martins continuou, depois
de 2011, a ser gerente para efeitos legais. A 31 de outubro de 2013 são
comunicadas alterações quanto à forma de obrigar a sociedade (tomar
decisões em nome da empresa), que passa a ser “pela assinatura de apenas um gerente“. Nesse mesmo documento (de 2013, mais de dois anos depois da alegada saída de gerente) é comunicado ao registo que “a gerência pertence ao sócio Joaquim Martins e a Maria Hortense Nunes Martins“.
O
especialista em Direito Administrativo Paulo Veiga e Moura explica que
“o que conta, perante a sociedade, é o momento do registo comercial”.
Nesse sentido, explica o advogado, entre 2011 e 2019 a deputada
“continuou a ser gerente da empresa perante todos”. Hortense Martins,
aponta o especialista, “quando comunicou à Assembleia da República,
devia ter de imediato assegurado que era comunicado ao registo”.
Assim,
“caso houvesse incompatibilidade com esse cargo, violou essa situação,
pois continuou gerente”. O advogado dá um exemplo para se entender o
porquê de não chegar a comunicação interna da empresa: “É o mesmo que
vender uma casa e se comunicar ao cônjuge. Só tem validade quando se
comunica ao registo predial. Até lá, a casa e todas as responsabilidades
a ela inerentes, são suas.”
Hortense põe culpas de falhas na empresa que é dela e do pai
Hortense Martins garante, em respostas enviadas ao Observador, que não
prestou informações falsas à Assembleia da República já que “renunciou à
gerência da empresa Investel Lda em 21-06-2011”. Segundo a deputada, “se tal renúncia não foi desde logo objeto de registo na conservatória do registo comercial é assunto que cabe à empresa e não à signatária,
assim como outras questões administrativas, nomeadamente registos
comerciais, posteriores a essa data, nas quais a signatária não teve
participação nem responsabilidade”.
A deputada culpa, assim, a empresa Investel pelo atraso.
Mas quem são os donos da Investel? O pai de Hortense Martins (74%) e a
Martinurb (empresa na qual a própria é detentora em 24%). O caso é muito
idêntico ao do ministro Pedro Siza Vieira, que era sócio de uma empresa
imobiliária quando tomou posse, mas garantiu que tinha abdicado do
cargo (em carta enviada à mulher, sócia na empresa) a 15 de dezembro de
2017. No entanto, essa renúncia só foi comunicada depois das notícias
sobre o assunto, a 22 de maio de 2018. Nessa altura, Siza Vieira culpou
uma advogada do seu escritório, a Linklaters, a quem atribuiu o erro de
não ter comunicado a renúncia ao registo comercial.
O “lapso” de Luís Correia que beneficiou o pai e o sogro
Joaquim Martins, que é pai de Hortense Martins, já tinha sido
referenciado noutro caso. Desta vez, por culpa de adjudicações do genro.
Em maio de 2018, o jornal Público noticiou que
o presidente da câmara de Castelo Branco, Luís Correia, assinou — como
representante do município — pelo menos dois contratos com uma empresa
de estruturas de alumínio da qual são sócios o próprio pai, o sogro
(Joaquim Martins) e ainda um tio de Hortense Martins, Adriano Martins.
Alargando a todos os contratos com a autarquia — incluindo os que não
tinham a assinatura de Luís Correia — a empresa beneficiou de sete
contratos por ajuste direto.
A empresa em questão (Strualbi – Estruturas de Alumínio Ldª) era
detida por Joaquim Martins (20%), Adriano Martins (outros 20%) e Alfredo
Correia (20%) e os restantes 40% eram de outros dois sócios. Esta
empresa estabeleceu dois contratos por ajuste direto (um de 54 mil
euros, outro de 39,9 mil euros) em que foi o próprio presidente da
câmara a assinar os contratos. Luís Correia disse na altura ao Público
que se tratou de um “lapso evidente e ostensivo” e que, na sequência
disso, chegou a anular um dos contratos.
Mais uma vez a lei n.º
64/93 impede os titulares de cargos políticos de terem interferência em
contratos em que os familiares estejam envolvidos e tenham interesse. Os
titulares de cargos públicos que violem esta norma podem incorrer na
pena de perda de mandato.
* Portugal à beira mar, um virtual lupanar?
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CATARINA CARVALHO
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IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
06/03/19
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Famílias, como (não)
sobreviver com elas
Todas as mudanças que possam transformar o bom senso em lei podem ter efeitos multiplicadores. Até porque, nestes tempos, a erosão democrática é um perigo real.
Quem se surpreendeu com o escândalo da endogamia no governo? Não essa
pseudoindignação que está a fazer o seu caminho pondo em lume brando o
partido de um governo na pré-campanha permanente que seria sempre um ano
de duas eleições. Falo de uma indignação verídica. Sim, para quem,
nestes meandros entre a política, o poder económico, o mediático, a
administração pública, ou a elite que lê os jornais, para quem, entre
esses, é novidade a endogamia, o nepotismo, o amiguismo ou outros
critérios que não a meritocracia e a competência?
Na resposta a
esta pergunta está a gravidade da situação. Porque se ela for honesta
terá de ser negativa. E não acreditem na ingenuidade da classe
jornalística sobre o assunto. Ingenuidade é o que não podem ter - não
podemos ter - os jornalistas, anos e anos de contratações feitas através
de conhecimentos e sem processos formais de seleção, apenas com a
convicção (mais uma vez informal) da meritocracia, na melhor das
hipóteses.
Este mea culpa é também sintoma do problema.
No jornalismo, havemos de o avaliar, também, como parte da crise dos
media. No caso dos políticos, tem causas específicas, como o fechamento e
a profissionalização, a transformação dos partidos de máquinas
ideológicas em máquinas eleitorais, da captura de um sistema que gere
recursos escassos, da mudança de agulha, dos interesses individuais a
sobreporem-se aos coletivos. No caso das empresas, embora a questão
esteja mitigada nos processos seletivos, todos sabemos como o fator C, o
jeitinho, o desenrascanço, é ainda tanto a regra.
E qual é o problema? É que a endogamia não é um problema apenas em si. É
a consequência óbvia de uma sociedade pequena, periférica e sobretudo
pobre. E por isso é endémica e resistente. Em Portugal, os vários
estudos sobre a questão chegam sempre à mesma conclusão: os poderes
estão na mão de uma elite reduzida e fraca e há pouca mobilidade social.
"Portugal sempre teve uma elite política mais elitista do que as
outras", dizia o politólogo António Costa Pinto num trabalho do DN em
que se falava do assunto. Porque tem mais a perder. E esta endogamia
causa também uma sociedade mais pequena e pobre.
A utilidade de ter relações e conexões úteis não é um assunto
português, nem um tema que conduza inevitavelmente à corrupção dos
"fins". Em países maiores, meios mais modernos, democracias mais
desenvolvidas, economias poderosas, em todos eles existe o networking e o lobbying. O que vem depois é o que marca a diferença - a regulação dos "meios". O escrutínio sobre quem chegou onde e porquê.
Por
isso, todas as mudanças que possam transformar o bom senso em lei -
como li algures nestes dias - serão bem-vindas, e podem mesmo ter
efeitos multiplicadores. Até podemos deixar-nos enredar em pormenores -
os tais, repercutidos nas 16 perguntas com que o primeiro-ministro
respondeu ao PSD na Assembleia da República quando Fernando Negrão pôs a
questão da presença de familiares no governo.
De uma coisa temos
de ter a certeza: nestes tempos, sobretudo, perigosos - vejam o texto
sobre as redes sociais nesta edição -, tudo será aproveitado pelos que
têm interesse em degradar a política como a conhecemos. E a degradação
da confiança das instituições democráticas será, a médio prazo, a
degradação da democracia.
IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
06/03/19
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FONTE: Instituto Hidrográfico - Marinha, Portugal
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Na praia da Nazaré
houve um grande burburinho,
as meninas de roupão
e o D. Fuas de Roupinho.
Uma quadra popular dos anos 40, agora são as ondas a saudar aquela urbe piscatória.
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HOJE NO
"RECORD"
Sete ondas gigantes da Nazaré
candidatas a prémios da liga mundial de surf
WSL divulgou seis das oito categorias
Um total de sete ondas surfadas na Nazaré estão nomeadas para várias
categorias dos prémios de ondas gigantes atribuídos pela Liga Mundial de
Surf (WSL), que hoje divulgou seis das oito categorias.
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ONDA DA NAZARÉ
COMO SE FORMA
FONTE: Instituto Hidrográfico - Marinha, Portugal
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Além das nomeações para atletas por ondas surfadas na praia portuguesa, o
luso Alex Botelho está entre os cinco nomes finalistas ao prémio de
queda do ano ('wipeout'), registado em Jaws, no Havai, em 26 de novembro
de 2018, numa categoria que inclui ainda o australiano Russell Bierke
na Nazaré, em janeiro deste ano.
O espanhol Naxto Gonzalez é candidato à melhor onda surfada, por uma
prestação registada em novembro do ano passado na Nazaré, que também foi
palco para o britânico Tom Butler e o alemão Sebastian Steudtner, na
lista da onda XXL masculina.
No feminino, a francesa Justine Dupont tem duas ondas 'nazarenas' a
concurso, competindo com a brasileira Nicole Pacelli, sendo que a praia
lusa surge também na categoria de maior onda após remada, pelo
brasileiro Pedro Calado.
A WSL revelará ainda "nas próximas semanas" os prémios para prestação
geral no masculino e feminino, elevando para oito as categorias, sendo
que a entrega dos galardões está marcada para uma cerimónia na
Califórnia em 02 de maio.
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Na praia da Nazaré
houve um grande burburinho,
as meninas de roupão
e o D. Fuas de Roupinho.
Uma quadra popular dos anos 40, agora são as ondas a saudar aquela urbe piscatória.
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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Cantora Dina morre aos 62 anos
A cantora Dina, que venceu o Festival da Canção da RTP e participou no festival da Eurovisão em 1992, morreu na noite de quinta-feira no Hospital Pulido Valente.
Morreu aos 62 anos a cantora Dina. Estava internada no Hospital Pulido Valente, em Lisboa, e morreu na noite de quinta-feira.
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A
cantora sofria de uma fibrose pulmonar grave e estava a precisar de
transplante de pulmão urgente. Tinha a doença há 12 anos, mas
ultimamente a situação agravara-se e precisava de andar com uma garrafa
de oxigénio todo o dia.
"Limita-me muito. Não se tem força para muita coisa", disse a cantora em entrevista à TV 7 Dias.
Para celebrar os quase 40 anos de carreira da cantora e compositora,
cerca de 15 músicos portugueses juntaram-se no Teatro São Luiz, em
Lisboa, e no Teatro Rivoli, no Porto, em 2016.
O seu nome verdadeiro era Ondina Maria Farias Veloso, mas ficou conhecida no meio musical como Dina quando cantou Amor de Água Fresca no Festival da Canção em 1992, 12 anos depois de ter ganhado visibilidade no Festival da Canção da RTP com o tema Guardado em Mim.
Nascida a 18 de junho de 1956 em Carregal do Sal, distrito de Viseu,
iniciou a sua atividade como compositora em 1975, no Quinteto Angola, e
gravou o seu primeiro EP [obra musical que contém mais músicas do que um
single] no ano seguinte, para a editora Alvorada, ainda sobre o nome artístico de Ondina. Mais tarde, destacou-se com discos como Dinamite (1982), Aqui e Agora (1991), Guardado em Mim (1993) e Sentidos (1997).
A
cantora Ana Bacalhau, que participou em dois concertos de homenagem a
Dina com a presença da própria, lamentou a perda. "Conheci-a
pessoalmente aquando do espetáculo que fizemos a homenagear a obra da
Dina, o Dinamite, em 2015. E repetimos em 2016, sempre com a presença
dela. Conheço a obra dela quase desde que nasci, foi uma obra importante
para mim. Era uma mulher autora e cantora, com canções que pertencem ao
nosso cancioneiro. A Dina foi importante para mim no meu crescimento e
acho que para muita gente, para toda uma geração. Conhecê-la em 2015 foi
fantástico, porque era uma pessoa incrível, de uma amizade e um carinho
incríveis e de grande talento, com uma voz maravilhosa e aquela forma
de estar e de interpretar dela. Foi mesmo bonito sentir a amizade que
estava a crescer entre todos nós e que ela estava feliz com o que estava
a acontecer e com o que estávamos a fazer com a obra dela", afirmou ao
DN a artista que ficou celebrizada como vocalista do grupo Deolinda.
"Muito respeito", diz Manuel Monteiro
O antigo líder do CDS
Manuel Monteiro diz que existia entre ambos "muito respeito", apesar de
"defendermos coisas muito diferentes na vida", incluindo "as opções
sexuais". Dina era assumidamente lésbica "sem ter necessidade de causar
espalhafato com Isso", sublinha Monteiro.
A ligação da cantora ao
partido data da altura da liderança de Monteiro no início dos anos 90. O
antigo dirigente do CDS-PP conta ao DN que foi Dina quem abordou o
então seu braço direito e mais tarde líder parlamentar da bancada, Jorge
Ferreira, a propor-lhe compor um novo hino para o partido porque "se
identificava muito com as ideias do Dr. Manuel Monteiro". A proposta foi
aceite e Dina desafiou Rosa Lobato Faria a escrever a letra e assim
nasceu o novo hino do PP.
"Nunca me pediu nada, foi tudo
gratuitamente. E só mais tarde percebi que tinha sido prejudicada por se
ter aproximado do CDS-PP. As músicas dela começaram a passar menos na
rádio. Mas nunca se queixou",- afirma Manuel Monteiro.
Mais tarde,
depois de ter deixado a liderança do CDS, e na altura da fundação da
Nova Democracia foi Monteiro quem a desafiou a compor o hino do novo
partido. A cantora respondeu logo "sim".
Também o antigo
vice-presidente da comissão política nacional do CDS e ex-Secretário de
Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, enalteceu a obra da cantora e
compositora, considerando que Dina "nunca conseguiu encontrar o
reconhecimento devido, acantonada numa equivoca categoria muito em voga
nos anos 80 de música popular portuguesa". "Classifico o seu primeiro
álbum, Dinamite, de extraordinário, tristemente esquecido até
há uns poucos anos, revisitado pelos melhores nomes da atual música
portuguesa", frisou.
"A morte de Dina toca a memória coletiva das
canções românticas, cantadas ao desafio entre amigos, catalisadoras de
comunidades efémeras", disse, numa nota de pesar enviada às redações, a
ministra da Cultura, Graça Fonseca.
"Pelas suas letras, bem como
nas suas interpretações, passava uma alegria contagiante na relação com a
vida, a amizade e o amor que, muitos anos depois, seriam a marca
distintiva de um percurso que pautou sempre pela discrição", acrescenta.
* De qualidades autoral e interpretativa inegáveis, preferimos lembrar que era uma excelente pessoa.
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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS/
/DA MADEIRA"
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS/
/DA MADEIRA"
Acção para cobrar calote de 43 milhões a Berardo entrou no tribunal do Funchal
Os
bancos anunciaram no início da semana que iam avançar para os tribunais
para cobrar as dívidas de Joe Berardo e não levaram muito tempo a
cumprir a sua decisão. Ontem deu entrada no Juízo de Execução do Funchal
uma acção da Caixa Geral de Depósitos (CGD) que visa executar um calote
de 43.488.232 euros ao comendador madeirense.
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O processo foi
distribuído ao juiz André Teixeira dos Santos e tem como agente de
execução João Correia, com escritório em Lisboa. No âmbito desta acção, o
agente de execução deverá procurar bens que possam ser penhorados e
vendidos para ressarcir os credores. Uma tarefa que não se afigura
fácil, já que o único património que Berardo tem em seu nome é uma
garagem no Funchal. Está também associado à Colecção Berardo, Quinta da
Bacalhoa e Metalgest. A 3 de Abril, ao ser ouvido na Assembleia da
República, na comissão parlamentar de inquérito à recapitalização e
gestão do banco público, o antigo presidente do conselho fiscal da CGD,
Eduardo Paz Ferreira, disse achar “extremamente difícil” que o banco
consiga recuperar as garantias dadas pelo empresário em empréstimos para
a compra de acções do BCP. O também professor universitário afirmou que
ouviu dizer que “a actual administração da Caixa se propõe desencadear
uma operação ‘kamikaze’ para conseguir ir ao ‘core’ [centro] do senhor
Berardo”. “Desejo-lhes [à administração da CGD] muito boa sorte”,
comentou.
Segundo revelou o Correio da Manhã no início desta
semana, CGD, BCP e Novo Banco querem cobrar dívidas de 980 milhões de
euros ao comendador madeirense.
Já em Agosto de 2016 a CGD
interpôs, no tribunal do Funchal, uma acção de execução contra Berardo,
mas de valor muito inferior à que ontem deu entrada. Na altura pretendia
cobrar 2,8 milhões de euros.
* Joe Berardo o "caruncho" da banca e do Estado português.
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* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.
I- O APERFEIÇOAMENTO
HUMANO
2 - BIOPODER
* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.
** Nesta senda de "bloguices" iniciadas em Setembro/17, iremos reeditar algumas séries que de forma especial sensibilizaram os nossos visitadores alguns anos atrás, esta é uma delas.
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* A Euronews arrancou segunda-feira 18/03/19 numa viagem de dois meses para
perceber o espírito dos cidadãos da Europa antes das eleições de maio.
Começando
em Lisboa, os nossos jornalistas vão viajar por Espanha, França,
Itália, Grécia, Bulgária. Roménia, Hungria, Áustria, República Checa,
Polónia, Alemanha e Holanda, antes de terminarem em Bruxelas nas
vésperas da votação.
Em cada etapa da viagem, dois jornalistas da Euronews vão viajar juntos e ouvir as pessoas que vivem longe das grandes cidades.
Rumo às eleições Europeias, os jornalistas da Euronews Elena Cavallone e Jack Parrock tomam o pequeno-almoço em Itália e fazem uma revista de imprensa pelos principais títulos do país.