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Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
17/07/2016
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Prosanta Chakrabarty:
Pistas para tempos pré-históricos
encontradas em peixes-cegos
O bolsita TED Prosanta Chakrabarty explora partes escondidas do mundo em busca de novas espécies de peixes que vivem em cavernas. Essas criaturas subterrâneas desenvolveram adaptações fascinantes, e eles fornecem revelações biológicas sobre a cegueira, bem como indícios geológicos sobre como os continentes se separaram há milhões de anos. Contemple uma reflexão profunda nessa curta palestra.
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RUI ZINK
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IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
13/07/16
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A cor do crime
A América tem um problema para resolver e
não o vai resolver. De rajada, dois jovens negros são mortos. Por
polícias que não são negros. Pessoalmente, não acredito na teoria do
racismo. Digo, do racismo bruto e óbvio. Acredito mais no medo. Os
polícias serão (é a minha opinião) homens bons que, quando veem um
negro, ficam cheios de medo. O medo é até certo ponto uma coisa normal.
Um polícia é alguém que, por vocação, por profissão, arrisca ter a sua
imaginação canalizada para a violência. Um polícia de giro imagina
sempre: "E se? E se eu for atacado de repente, como vou reagir? Cobarde
ou herói, vivo ou morto?" Polícia algum quer ser assassino. Um polícia
normal quer, quando muito, ser herói: ajudar as pessoas, representar a
lei e a ordem. Chegar ao fim do dia vivo, são e salvo, e mantendo os
outros vivos, sãos e salvos. A maior parte do tempo isso acontece. Mas,
quando vê um negro, por uma razão qualquer, um número demasiado grande
de agentes da polícia ficam subitamente mais nervosos do que se tivessem
encontrado uma mala sem dono numa estação. Não, não é racismo. Ou seja,
não é racismo consciente. Maldoso, mal-intencionado, fruto de uma
decisão de consciência e monstruosa por parte do agente da lei. Acredito
piamente que, se perguntarem a estes agentes se são racistas, eles
responderão não. E passariam (a maior parte, pelo menos) o teste do
detetor de mentiras. Não são racistas. Simplesmente, têm mais medo
quando veem um negro. Pode ser a andar ou a conduzir um carro ou
simplesmente a beber um refrigerante. É involuntário, é natural, é
normal, é assim. Tal como as pessoas que, quando veem o Renato Sanches,
perguntam logo se ele nasceu mesmo no dia em que diz que nasceu. O
angolano José Eduardo Agualusa já não terá esse problema, por razões que
não vêm ao caso. Desculpem lá, mas isto é uma dúvida normal. É tão
normal como perguntar a Obama se nasceu mesmo nos EUA, porque a cor dele
não parece indicar isso. Por vezes, é certo, o resultado é dizer a
alguém nascido na Amadora "vai para a tua terra". Mas um erro todos
podemos cometer, não? Errar é humano.
O
vídeo que, em direto, a namorada do homem assassinado fez antes que os
polícias em estado de choque a pudessem impedir mostra uma coisa que não
me choca assim tanto e outra que me choca mesmo muito. Começo pela que
não me choca: um homem negro num carro gemendo e com sangue a empapar a
camisola. Vi suficientes filmes de ação para a cena me ser familiar.
Não,
o que me choca mesmo - me banza - é o modo articulado e bem-educado,
usando sempre as frases certas, com que a moça fala ao polícia que fez
os disparos. Essa parte eu não sabia, que uma mulher ao lado de um homem
baleado pudesse ser tão calma e articulada. Fosse comigo e eu estaria
aos berros, histérico, tal como todas as amigas brancas que eu tenho (e
são muitas). Aos berros, chorando ou insultando o autor dos disparos.
Mas a moça não. A jovem Diamond Reynolds fala com a maior calma
possível, e usando as frases certas (aliás, expressões feitas, friamente
burocrática, que reconheço de muitos formulários). E a sua calma denota
um saber de experiência feito, como diria Camões. Ela fala com calma e
usando sempre as frases certas, por duas razões básicas: para não levar
ela própria um tiro e também para acalmar o polícia - o pobre, mesmo com
o outro a esvair-se em sangue, ainda segura a arma nas trémulas mãos e
continua a apontá-la tanto ao moribundo como a ela. O agente não tenta
ajudar: está demasiado em pânico para se lembrar que salvar vidas também
faz parte do protocolo. Ou então não faz parte do protocolo - essa
parte caberá às ambulâncias, quando e se chegarem. A moça sabe - parece
saber - que o autor dos disparos não é mau tipo. Talvez ele até nem seja
racista. Provavelmente nem é - como poderia ser, se não aceitam
racistas nas forças policiais? É apenas um homem com medo. Armado. Na
academia ter-lhe-ão ensinado como reagir numa situação delicada. E ele,
melhor ou pior, aplicou até onde pode o protocolo. E a verdade é que o
negro podia estar armado. Aliás, segundo o vídeo de Reynolds, a vítima
tinha dito ao agente que trazia uma arma no guarda-luvas, como qualquer
americano normal, mas que tinha licença para ela. Estava tudo legal,
como com qualquer americano normal. É verdade, no entanto, que ele podia
ser um criminoso. Só fica a pergunta: acaso o polícia teria agido
assim, disparando quatro tiros, se encontrasse na estrada com uma luz na
traseira fundida Jeffrey Dahmer (17 vítimas), James Holmes (12
vítimas), Joseph Paul Franklin (pelo menos 14 vítimas)? Era bom, não
era? Mas improvável. Esses homens podiam ser assassinos, podiam ter alma
de assassinos, podiam até ter cara de assassinos - mas não tinham cor
de assassinos.
A moça no vídeo fala com
clareza e articulação porque foi treinada para isso. Quase parece uma
lei antiga inscrita sob a pele: "Filha, quando falares com um polícia
baixa a bola. Mesmo que, sendo tu gerente bancária, ele te confunda com
uma prostituta, baixa a bola. Mesmo que ele tenha acabado de dar um tiro
num inocente, mantém a calma. Usa só palavras formais. Frases feitas."
Caramba, a dado momento ela até diz: "Sim, sir, sim, eu mantenho as mãos
bem à vista. Mas o senhor acaba de disparar quatro tiros sem razão ou
provocação contra o meu namorado. Importa-se de ver se ele está bem?"
Porque ela sabe que as coisas normais numa mulher branca naquelas
circunstâncias - deixar de ser articulada, "entrar em histeria",
"desatar aos gritos", etc. - no caso dela e naquele contexto convém
evitar. Podem assustar o homem armado.
O
que eu vejo ali são anos de experiência interiorizada - décadas até.
Não vou dizer que está no código genético, mas pelo código cultural já
não ponho as mãos no fogo.
Uma amiga
minha namora com um afroamericano. E diz: "Eu tenho medo quando ele sai à
noite." Ir à mercearia comprar tabaco pode ser uma aventura letal.
E
agora cinco agentes foram mortos. É uma tragédia inaceitável. Uma
escalada impensável. Mas ocorreu.
É que os agentes são fáceis de
identificar - usam um uniforme. País algum pode tolerar que os seus
agentes da ordem se tornem alvos móveis. País algum pode permitir a
presunção de que usar uma farda policial se torne um risco. Ninguém -
por maior sentimento de injustiça que sinta - pode regozijar-se com
estas mortes. São uma acha mais numa tragédia. Vítimas inocentes numa
espiral insana e estúpida. Não interessam as causas, o pretexto ou uma
qualquer autoridade moral. "Vingar as mortes injustiçadas" não é
justiça. Só cabeças perversas ou muito básicas podem ver estes atos
bárbaros como justiça ou motivo para regozijo. Agora só podemos rezar
pelas vítimas e que as mortes destes polícias não sejam um mini-incêndio
do Reichstag - o pretexto que em 1933 faltava aos nazis para consumarem
o seu plano.
Em algumas escolas americanas já há cursos a explicar "como agir" caso alguém armado decida começar aos tiros. Deliramos ou quê?
A
América tem um problema a resolver. A cor do crime. E tem outro: as
armas. Qual deles resolverá primeiro seria uma ótima pergunta.
Infelizmente, a cada dia que passa, mais do que uma pergunta, está a
tornar-se uma piada de mau gosto.
IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
13/07/16
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A Selecção Nacional de Hoquei em Patins sagrou-se ontem Campeã Europeia da Modalidade, constatámos com agrado a ausência do Presidente da República, do 1º ministro e do Presidente da Assembleia ou de qualquer outra autoridade de relevo na vida nacional.
Está reposta a verdade de que os grandes intervenientes políticos estão verdadeiramente interessados no show-off dos media, quando o regabofe é grande e se pode estar ao lado de quem, alheio à fantochada, realmente dá sangue suor e lágrimas por Portugal.
Os hoquistas portugueses venceram todos os jogos da fase final do torneio por 4 ou mais golos de diferença, "deram o litro" como os seus colegas do futebol, mas as personalidades mais importantes do país marimbaram-se, telegramas ou telefonemas são "zero", confirmou-se ontem que ao mais alto nível o que conta é o folclore, até pode ser um velório.
As melhores medalhas são as que se dão num abraço no momento certo.
O srs. Presidente da República, Presidente da A.R. e Primeiro-ministro evidenciaram o seu sentido de oportunidade, leia-se oportunismo, não mais nos iludem.
A geografia atraiçoou os hoquistas, Oliveira de Azemeis é mais longe que Paris!
As melhores medalhas são as que se dão num abraço no momento certo.
O srs. Presidente da República, Presidente da A.R. e Primeiro-ministro evidenciaram o seu sentido de oportunidade, leia-se oportunismo, não mais nos iludem.
A geografia atraiçoou os hoquistas, Oliveira de Azemeis é mais longe que Paris!
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* Viagem extraordinária pelos tesouros da História de Portugal superiormente apresentados por Paula Moura Pinheiro.
Mais uma notável produção da RTP
* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.
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VIII-VISITA GUIADA
CONVENTO DE CRISTO/2
TOMAR
* Viagem extraordinária pelos tesouros da História de Portugal superiormente apresentados por Paula Moura Pinheiro.
Mais uma notável produção da RTP
* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.
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O começo com as tramezzinis
Um bairro no centro da cidade
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ESTA SEMANA NO
"EXPRESSO"
"EXPRESSO"
O que é que o Avillez tem?
O mais estrelado chefe português finaliza um novo e grande projeto, um bairro só de comida sua. É mais um passo no império
O sucesso é, por vezes, um conceito difícil de definir. Tem a ver com
popularidade, bons resultados, boas vendas. José Avillez conjuga um
pouco disso tudo. Ele está em todo o lado: na televisão, na rádio, nas
revistas... Há dois anos que tem duas estrelas Michelin — é o único
chefe português com tal distinção no currículo. Não para de criar
projetos. De tal forma que os cinco restaurantes que tem no Chiado (tem
mais um no Porto e o take-away em Cascais) são chamados de império
gastronómico.
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Quase se pode dizer que possui uma espécie de toque
de Midas. A metáfora para este sucesso vê-se num dia normal no Largo de
São Carlos, no Chiado. Um jovem chefe alto e moreno aperta o avental,
coloca um pano ao ombro e fala sobre menus com outro chefe ainda mais
jovem. Um pasteleiro atravessa o largo, em passo apressado, com um
tabuleiro vazio nas mãos.
Na rua que sobe, vê-se um empregado de cozinha
a caminhar de bloco na mão. Todos têm na jaleca (uma espécie de bata
branca que os chefes vestem na cozinha) o nome de um dos restaurantes do
Grupo José Avillez. Sem nunca se afastar do Belcanto, o restaurante
onde detém as duas estrelas e onde faz a sua cozinha de autor, o chefe
vai abrindo restaurantes paralelos.
Em breve haverá novo espaço, que na
realidade será muito mais do que isso. José Avillez está a cerca de um
mês de abrir o seu bairro, a sua interpretação de um típico bairro
lisboeta, recheado de detalhes. Um sítio de comida. Uma feira de
diversões gastronómica. Mas também, e sobretudo, o seu maior
investimento. Sobe assim mais um degrau no que toca à ideia de sucesso
que lhe atribuem.
No país onde os chefes, mesmo os mais premiados e conhecidos, lutam
ano a ano para manter o break even, onde sobrevivem melhor os
restaurantes integrados em hotéis (dos 14 com estrela Michelin, sete
fazem parte de um hotel), José Avillez dá-se ao luxo de arriscar. E vai
acrescentando peças ao império que gira à sua volta. À volta da sua
imagem e do seu nome. Ele é o próprio modelo de negócio.
Mas o
que faz ele diferente dos outros? O que é que distingue um chefe? Ou
melhor, qual é o fator diferenciador que o eleva do patamar de bom chefe
de cozinha a bem sucedido dono de uma cadeia sem nunca deixar de fazer a
dispendiosa cozinha de autor? Qual a diferença entre um chefe de
cozinha de autor que se inspira para criar e um chefe que é todo ele o
centro de um negócio? José Avillez é, na gastronomia, o equivalente a um
atleta de alta competição. Está sempre pronto para competir, neste caso
para cozinhar.
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Dorme pouco, trabalha todos os dias e controla os
mínimos detalhes — dos menus de grupo que serão servidos no Páteo do
Bairro do Avillez aos aventais que farão parte do merchandising, às
luzes que vão ficar por cima dos balcões do seu novo espaço. Como se
fosse um polvo cujos tentáculos tocam em todas as pontas do negócio,
apesar de aí ter os respetivos braços-direitos, os diretores de área,
alguns deles que vêm desde o início da sua carreira.
Há algum
tempo que deixou de ser apenas um chefe, é um gestor e o CEO. O Grupo
José Avillez tem uma solidez que permite abrir novos restaurantes e
continuar a desenvolver a cozinha de autor no Belcanto, de onde vêm os
prémios e a fama. E é o sucesso aspiracional que o Belcanto cria que
torna possível surgirem os espaços paralelos. É um ciclo interligado. Um
homem, um modelo de negócio.
Um caminho que, visto de fora, se fez
rapidamente e sem sobressaltos. Nove anos bastaram para impor a sua
marca. Para juntar ao negócio de take-away, o primeiro, mais de uma
mão-cheia de restaurantes diferentes. Um percurso que começou em
Cascais, a vila onde nasceu, a fazer eventos e se instalou,
definitivamente, no Chiado, a zona mais nobre e cara de Lisboa.
O começo com as tramezzinis
Este sucesso não está apenas nas
receitas que saem das mãos do chefe. Ou nas ideias criativas que brotam
da sua cabeça. Para o compreender é precisar recuar até 2007. A
história do império de José Avillez começa por causa de sanduíches. Foi
num encontro de negócios para um projeto de consultadoria entre Ana Arié
e o chefe que se começou a desenhar a parceria que viria a desembocar
no tal império. “Eu queria montar uma empresa de sanduíches, de
tramezzinis, e tive uma reunião com o Zé para ele fazer consultadoria.
Depois da reunião percebemos que podíamos fazer algo mais e nasceu aí a
ideia de fazermos uma sociedade para uma empresa de catering e
take-away”, conta Ana Arié, hoje a diretora comercial. Ana pertence a
uma destacada família judia que detém a Perfumes & Companhia.
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O
Grupo Arié SGPS esteve concentrado até 2015 na representação e
distribuição grossista de marcas estrangeiras ligadas à cosmética,
perfumaria e moda. Formado por Rudolph Arié em 1954, comprou no ano
passado a Barreiros Faria e as 146 lojas a nível nacional, ficando com
mil trabalhadores e vendas de 130 milhões de euros. Tornou-se a maior
empresa de retalho da área. Um negócio que envolveu a Autoridade da
Concorrência e que obrigou a nove meses de trabalho de consultadoria
jurídica, entregue ao escritório de Vieira de Almeida. Ana tinha levado o
pai, Charles Arié, à tal reunião e depois percebeu que o tio também
teria de ser envolvido. A vida do chefe cruzava-se com os investidores
perfeitos, que lhe iriam dão asas para voar. “Da parte da administração,
de que eu não faço parte, o que posso dizer é que ainda são piores que o
Zé [risos]. O Zé diz e a resposta é logo ‘vamos embora para a frente’.
Há um grande grau de confiança”, conta Ana.
O casamento entre os dois parceiros acontece depois de José Avillez
sair do restaurante do Hotel Albatroz, em Cascais, quando tinha um
serviço de catering para eventos. Faltava menos de meio ano para
estagiar no El Bulli, o famoso restaurante espanhol de Ferran Adrià, o
responsável pelo estatuto que os chefes de cozinha adquiriram. E um ano
para entrar no restaurante Tavares. “Fazíamos muitos eventos. E fazíamos
tudo, tratávamos não só do catering mas também dos empregados.
Estávamos em Cascais, então não nos poderíamos dar ao luxo de nos
esquecermos de alguma coisa. Fizemos a bienal da Joana Vasconcelos, o
jantar de apresentação do jornal ‘Sol’, o casamento da irmã do Zé”, diz
Paulo Salvador, hoje o diretor operacional do grupo, braço-direito de
Avillez desde 2005. O homem que fazia tudo o que não era cozinha. Paulo
tratava das propostas, contratava os funcionários, levava a comida no
carro até ao local do evento. É a pessoa que há mais tempo trabalha com
José Avillez. Hoje são quase duzentos funcionários.
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A empresa
cresceu muito desde aí, mas Paulo continua a ser das pessoas mais
próximas. Recentemente, foi com o chefe até Paris para servir o catering
dos 50 anos da Cartier. Uma das exceções que José Avillez abre no que
diz respeito a eventos. “Fazemos pontualmente, só para alguns clientes
mais antigos que já trabalham connosco há muito tempo”, explica Ana
Arié.
Quando Ana se juntou a Paulo e José não se sonhava com
estrelas Michelin. “Nunca foi um objetivo”, explica Mónica Bessone,
colega de curso e a pessoa que Avillez foi buscar para tratar da
comunicação. Foi o terceiro braço-direito a juntar-se ao grupo. Os três,
num escritório diferente daquele que inauguraram há pouco tempo, deram
com Avillez os primeiros passos da empresa. Por esta altura, José
Avillez somava sucessos à frente do Tavares, cujo pico foi a estrela
Michelin, que o restaurante entretanto perdeu, em 2010. Foi também com
eles que tomou a decisão de sair. “Não foi uma decisão fácil.
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O Tavares
era um restaurante conhecido por triturar chefes. Mas estava na altura, o
chefe queria muito ter os seus próprios projetos. Criar a sua própria
marca. É uma pessoa muito criativa”, defende Mónica. É a essa vontade
que vai buscar a justificação para tantos projetos, tantas ideias,
tantas horas de trabalho.
Tomada a decisão, construída a equipa
base e com o apoio dos investidores, o Grupo José Avillez foi crescendo
com dois projetos de cada vez. Primeiro foi o Cantinho do Avillez, em
2011, enquanto se tratava do Belcanto, que abriu em 2012; a seguir, em
2013, a Pizzaria Lisboa e o Café Lisboa; no ano seguinte, o Mini Bar e o
Cantinho do Avillez, no Porto. Pelo caminho vieram as estrelas — a
primeira no ano de abertura e a segunda dois anos depois — e outros
prémios, como um lugar no prestigiado “The World’s 50 Best Restaurants
List”. Agora, é a renovação do Belcanto, cuja restruturação fez com que a
sala ficasse com menos lugares, e o Bairro do Avillez. “Ele conta-nos a
ideia, vê o que nós achamos, mas ele já tomou a decisão. Ele sabe
quando deve fazer”, frisa Mónica.
Um bairro no centro da cidade
O Bairro do Avillez
impressiona, primeiro, pelo tamanho. Só quando se entra e se começa a
dar uma volta pelo piso inferior é que dá para ver que não se trata de
um restaurante ou de mais um mercado. Sem se dar por isso, por detrás
daquela porta, na concorrida Rua Nova da Trindade, faz-se uma transição
da caótica Lisboa para a bairrista e típica capital. E é aí que
impressiona pelo detalhe. Entra-se e há uma taberna, com comida típica
portuguesa e petiscos, uma mercearia, onde estarão à venda produtos,
depois passa-se para uma zona comum, o páteo, onde ficarão mesas e um
balcão em forma de L de onde sairão diferentes tipos de comida.
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Azulejos pintados à mão na taberna, peças de cerâmica de Cátia
Pessoa, a ceramista de sempre e que costuma criar loiça para o chefe,
muitas vezes a partir de desenhos do próprio Avillez, um envelope
escrito à mão pendurado numa caixa de correio, uma janela portuguesa com
um xaile e retratos antigos, um monóculo direcionado para um livro
dentro de uma parede e focado na palavra “indulgência”, que significa
satisfazer-se, entregar-se. “Uma ideia destas não nasce de um dia para o
outro. Tinha-a há algum tempo, há muito tempo que namorava este sítio.
Era um sonho que não sabia se podia realizar”, confessa o chefe depois
de ter subido ao escadote para verificar a luz por detrás da bancada da
cozinha. Do lado de dentro andam já equipas a fazer testes. Tal como o
resto, também aqui tudo foi pensado ao pormenor, de modo a criar
estações de cozinha que consigam tornar o trabalho mais eficaz. Do lado
de fora, a arquiteta Ana Anahory — filha do arquiteto José Anahory, a
quem o espaço, que antigamente era um ateliê, pertenceu — supervisiona
os últimos detalhes. A decoradora testa as várias opções para uma janela
no segundo andar: até agora ficará com uma bicicleta antiga.
“Fiz
um bairro de Lisboa. A ideia é que as pessoas entrem aqui e se sintam
num bairro e que depois, quando saírem, voltem para a agitação do dia a
dia.” E o objetivo é ir muito além da cozinha, apesar de nos sentirmos
num parque de diversões gastronómico ao entrar. “Apetecia-me fazer uma
coisa muito inesperada e diferente do que há em Portugal. Era essa a
minha única certeza.” A taberna é uma zona de comida mais rápida e
descontraída, e no centro, no páteo, o foco vai para o produto, com
destaque para o peixe e o marisco e com um serviço de mesa para uma
experiência mais demorada. Entre as 12h e as 24h será possível fazer uma
refeição.
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Vestido de forma casual e com os sapatos de cozinha
nos pés (uma espécie de botins de plástico parecidos com os que os
médicos costumam usar), José Avillez sobe e desce escadotes,
certifica-se da ordem em que as peças de cerâmica serão colocadas, fala
com os empregados de cozinha para ouvir as impressões deles. Diz que
hoje em dia delega muito nos outros, fala sempre na equipa, mas a
verdade é que controla todos os pormenores. Garante que não foi num
abrir e fechar de olhos que ficou a saber tudo o que ali iria meter. Faz
questão de dizer que está bem rodeado. “São muitos sacrifícios e uma
grande equipa.”
Antes da visita (diária) ao bairro, esteve no
escritório, foi ao Belcanto, respondeu a e-mails e ainda deu os parabéns
a dois dos duzentos empregados que naquele dia faziam anos. “Eu tenho o
número, obrigado”, diz a uma funcionária no novo escritório do Grupo
Avillez, também no Chiado. Um apartamento amplo, decorado em tons de
branco, sossegado e onde a maior força de trabalho é feminina. Mulheres
bonitas e bem arranjadas. “É a minha sina, viver rodeado de mulheres. O
meu pai morreu quando eu era muito pequeno, e eu fui criado pela minha
mãe e com a minha irmã.”
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Maria Cerveira, irmã da apresentadora Sofia Cerveira, é a assistente
pessoal, a pessoa que lhe gere a agenda diária, que faz com que não se
esqueça dos eventos, das entrevistas e que com ele vê os projetos a que
vai responder. Os pedidos são muitos e variados, de estudantes de
gastronomia a bloggers, e chegam de Lisboa a Nova Iorque. “Eu sei que
não é preciso avisar, mas eu aviso”, diz-lhe Maria, enquanto contabiliza
o tempo de uma entrevista.
Uma semana antes, andou com uma equipa de
reportagem da CNN a mostrar Cascais, a fazer de embaixador de um
produto, de um país. Apesar de ser natural desta vila, escolheu o Chiado
para se instalar. “A minha namorada [agora mulher] morava aqui, e eu
apaixonei-me também pelo sítio. Além disso, hoje faz todo o sentido.”
Não é preciso andar muito para ir de uns espaços aos outros.
Percorre-os
a pé, mas é no Belcanto, onde estão as duas estrelas Michelin, que
reside o centro da sua cozinha. Ao pé dele está sempre David Jesus, o
jovem alto e moreno que costuma atravessar o Largo de São Carlos para ir
ver outras cozinhas do grupo. Veio com ele do Tavares, sem saber como
seria o futuro, e não lhe passa pela cabeça sair para abrir um
restaurante seu. É o diretor de produção, o número dois de todas as
cozinhas do grupo, chefe-executivo do Belcanto e braço-direito na
gastronomia. Partilham o aniversário. E fazem do restaurante-estrela um
laboratório criativo. Há muitas ideias que saem de lá.
“Vamos
passar a ter uma reunião para falarmos de ideias. Peço-vos que tragam as
vossas. Se provarem alguma coisa noutro lado que gostem, que achem que
faça sentido, tragam também, mas digam que a ideia não é vossa. Não há
mal nenhum, mas não podemos usar as ideias dos outros. Eu não posso ser
enganado, temos de ter honestidade criativa. Não vou achar que vocês são
piores por trazerem uma ideia de outro lado por isso”, diz a um grupo
de jovens cozinheiros, no Belcanto, que quando ele chama se juntam, de
agenda na mão, para o ouvir. Em uníssono, eles respondem-lhe: “Sim, chefe."
* Já nos deliciámos com ementas deste grande chefe, apenas lhe desejamos um enorme sucesso no futuro, é um combatente que admiramos.
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Hoje faz parte de uma lista restrita de 62 pessoas que detêm a mesma riqueza que metade da população mundial, com uma fortuna estimada em 33 mil milhões de dólares. Ou seja, 29 mil milhões de euros, mais de um terço do resgate da troika a Portugal.
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ESTA SEMANA NO
"DINHEIRO VIVO"
Wang Jianlin é o novo dono disto tudo
E ainda só está a começar
A fortuna de Jianlin está avaliada em 29 mil milhões de euros, o que faz dele o homem mais rico da China e o 18.º da lista de milionários da Forbes.
O seu nome começou a ser falado quando, em
2013, desembolsou mais de dois mil milhões de euros para comprar a
segunda maior cadeia de salas de cinema nos EUA. A partir daí, Wang
Jianlin passou a ser notícia constante nas primeiras páginas dos
jornais: do desporto ao cinema, o homem mais rico da China já gastou
milhares de milhões de dólares para fazer crescer o império. E não vai
ficar por aqui. O próximo alvo? A Paramount Pictures.
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Nascido em 1954, o mais velho de cinco irmãos, Wang Jianlin é filho de
um militar considerado um herói do Exército Vermelho. Desde os 15 anos, e
durante 16, Jianlin seguiu as pisadas do pai e serviu o exército, até
ser dispensado, na década de 1980. Foi nessa altura que se tornou
deputado pelo Partido Comunista da China, na cidade de Dalian, no norte
do país, até decidir que fazer parte do governo também não era o que
queria para si.
Aceitou então um emprego como promotor
imobiliário e rapidamente chegou a gerente da empresa, fazendo fortuna a
aproveitar a crise financeira para comprar propriedades a preços
baixos, renová-las e vendê-las a preços superiores. Desde 1989 que é o
chairman do Dalian Wanda Group, um conglomerado multinacional que atua
em setores que vão desde o imobiliário ao entretenimento.
Hoje faz parte de uma lista restrita de 62 pessoas que detêm a mesma riqueza que metade da população mundial, com uma fortuna estimada em 33 mil milhões de dólares. Ou seja, 29 mil milhões de euros, mais de um terço do resgate da troika a Portugal.
5 mil milhões só na Europa
Só na Europa, só nas aquisições mais mediáticas, o magnata chinês já
investiu mais de 5 mil milhões de euros. Começou com o Atlético de
Madrid, no arranque de 2015. Pagou 45 milhões de euros para ficar com
20% do capital do então campeão espanhol. Passado apenas um mês,
adquiriu a Infosport Sports & Media, empresa que gere os direitos de
media de eventos desportivos, por 1,05 mil milhões de euros.
Mais recentemente, a AMC Theatres, detida pelo grupo Wanda, comprou o
grupo britânico Odean & UCI Cinemas, presente em Portugal no El
Corte Inglés de Lisboa, no Dolce Vita Tejo e no Arrábida 20, por 1,08
mil milhões. O maior investimento que fez até agora na Europa foi o
Europacity. Anunciado no final de fevereiro, este mega complexo cultural
de turismo e lazer será construído em Paris e vai custar 3 mil milhões
de euros – é o maior investimento deste género em França, desde a
construção da Eurodisney, em 1992. O complexo começa a ser construído em
2019 e cobre uma área de 760 mil m2 contando com um parque de
diversões, palco para espetáculos, hotéis, centro de negócios e de
conferências.
Em carteira, tem ainda aquela que poderá ser a maior revolução no
futebol dos últimos tempos. Jianlin está a negociar a criação de um novo
campeonato de clubes europeus, para rivalizar com a Liga dos Campeões. A
ideia é que o torneio conte com, pelo menos, 40 equipas, a maioria das
principais ligas (Inglaterra, Alemanha, França, Espanha e Itália). O
brinde? Garante ganhos financeiros superiores aos que a UEFA paga
atualmente.
Paramount é o novo alvo
Jianlin não se fica pela Europa. Nos EUA, além da AMC Entertainment
Holdings, também já comprou o estúdio Legendary Entertainment, que está
por trás de êxitos como Parque Jurássico, por 3,1 mil milhões de euros. E
na China, o grupo inaugurou no mês passado o Wanda City, um parque
temático na cidade de Nanchang, no sul do país, num investimento de 2,6
mil milhões de euros. Quer concorrer com o parque da Eurodisney em
Xangai.
E não vai ficar por aqui. O próximo alvo é a Paramount Pictures, um dos
maiores estúdios de Hollywood. O grupo Wanda está a negociar a compra de
49% da produtora de filmes como Titanic ou Forrest Gump numa operação
que avalia a Paramount entre 7 e 9 mil milhões de euros. Jianlin irá
pagar do seu bolso entre 3,5 e 4,9 mil milhões.
* Um comunista exemplar, na melhor tradição do pragmatismo chinês.
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O Presidente turco acusou o clérigo Fetulá Gulen, que vive nos EUA, de estar por trás da organização da tentativa de golpe de Estado, mas Gulen e o Hizmet – movimento que o apoia – não só negaram a envolvência no ataque como o condenaram.
“Tendo sido alvo de múltiplos golpes de estado militares ao longo de cinco décadas é especialmente insultuoso ser acusado de estar ligado a esta intentona. Nego categoricamente estas acusações”, garantiu Gulen em comunicado.
Ao todo foram detidos 1563 militares por estarem ligados à tentativa de golpe de Estado
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ESTA SEMANA NA
"DELAS"
"DELAS"
Conselhos para os portugueses
na Turquia
na Turquia
Viveu-se
uma noite de caos em Istambul, na Turquia, na sexta-feira à noite.
Uma
tentativa de golpe de Estado levou a população à rua e o resultado foi
dramático: 100 militares e 47 civis morreram e 1154 pessoas ficaram
feridas. Atualmente estão cerca de 350 portugueses no país, entre os
quais 270 que se encontram na capital onde tudo aconteceu, segundo a
Secretaria de Estado das Comunidades.
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Preocupado com a situação, o Governo português já reagiu e aconselhou
todos os portugueses que estão no país, a viver ou apenas de passagem, a
manterem-se nas suas residências ou hotéis.
Recep Tayyip Erdogan, Presidente da Turquia, estava de férias em
Marmaris, no sul do país, quando tudo aconteceu. A tentativa de golpe de
Estado organizada por militares turcos obrigou-o a regressar ao país
esta madrugada. À chegada foi saudado por centenas de pessoas e já
reagiu ao ataque, afirmando que “a traição não será perdoada”.
O Presidente turco acusou o clérigo Fetulá Gulen, que vive nos EUA, de estar por trás da organização da tentativa de golpe de Estado, mas Gulen e o Hizmet – movimento que o apoia – não só negaram a envolvência no ataque como o condenaram.
“Tendo sido alvo de múltiplos golpes de estado militares ao longo de cinco décadas é especialmente insultuoso ser acusado de estar ligado a esta intentona. Nego categoricamente estas acusações”, garantiu Gulen em comunicado.
Ao todo foram detidos 1563 militares por estarem ligados à tentativa de golpe de Estado
Viveu-se
uma noite de caos em Istambul, na Turquia, na sexta-feira à noite. Uma
tentativa de golpe de Estado levou a população à rua e o resultado foi
dramático: 100 militares e 47 civis morreram e 1154 pessoas ficaram
feridas. Atualmente estão cerca de 350 portugueses no país, entre os
quais 270 que se encontram na capital onde tudo aconteceu, segundo a
Secretaria de Estado das Comunidades.
Preocupado com a situação, o Governo português já reagiu e aconselhou
todos os portugueses que estão no país, a viver ou apenas de passagem, a
manterem-se nas suas residências ou hotéis.
* Somos contra golpes de estado da mesma maneira que somos contra o racista Erdogan.
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ESTA SEMANA NA
"SÁBADO"
Todas as polémicas de Durão Barroso
O ex-presidente da Comissão Europeia e futuro presidente não-executivo da Goldman Sachs tem um percurso político repleto de controvérsias
Durão Barroso está novamente no centro de uma nova
polémica política. O ex-presidente da Comissão Europeia tem sido
amplamente criticado por ter aceite o cargo de presidente não-executivo
da Goldman Sachs.
O banco norte-americano é acusado de ser o
responsável pela crise financeira de 2008 e de ter enganado a União
Europeia, mascarando as contas da Grécia. A contratação chocou a Europa.
"Moralmente é inaceitável", reagiu o Presidente
francês François Hollande. O governo francês pediu mesmo que o ex-líder
da Comissão reconsidere e renuncie ao cargo, garantindo que a
contratação irá aumentar o cepticismo em relação à União Europeia.
Em Portugal, Bloco de Esquerda, PCP e PC
criticaram a opção profissional de Durão Barroso. Já o líder do PSD,
Passos Coelho, não encontra razão para a discórdia. "Não há nada do ponto
de vista político que [Durão Barroso] faça hoje para beneficiar uma
empresa, porque agora está fora da actividade política e não está em
lugares de representação política", disse à Lusa.
Mas Durão Barroso parece não entender as razões
de quem o critica. "Se se fica na vida política é porque se vive à
conta do Estado, se se vai para a vida privada é porque se está a
aproveitar a experiência adquirida na política", disse ao Expresso.
E garante que continua a defender a União
Europeia. "Vou continuar nas minhas novas funções com a minha total
lealdade ao projecto europeu", disse à RTP, depois da final do Euro
2016.
Esta é só a última das polémicas que Durão Barroso protagonizou. Confira..
Cimeira das Lages
Em
Março de 2003, o então primeiro-ministro português, Durão Barroso,
recebeu na Base das Lajes o Presidente dos Estados Unidos, George W.
Bush, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, e o líder do executivo
espanhol, José Maria Aznar, numa cimeira em que foi anunciada a invasão
do Iraque.
A justificação para a guerra - a tão falada existência de armas de destruição maciça - veio a revelar-se uma falsidade.
Durão
Barroso tentou defender-se, este ano, garantindo que Jorge Sampaio, que
era Presidente da República na altura, concordou com a cimeira. O
ex-Presidente desmentiu-o, garantindo que Durão Barroso lhe tinha dito
que a cimeira era "uma derradeira e essencial tentativa para a paz.".
Demissão do Governo
Em
Julho de 2004, Durão Barroso, então primeiro-ministro há dois anos,
apresentou a demissão para se tornar Presidente da Comissão Europeia.
Uma
decisão tomada depois de ter acusado o governo anterior de ter deixado o
país "de tanga" e que foi muito criticada por manifestar falta de
sentido de Estado.
A
demissão levou Pedro Santana Lopes a líder do executivo. O dirigente
social-democrata governou apenas quatro meses e acabou afastado, quando o
Presidente Jorge Sampaio decidiu dissolver a Assembleia da República
devido a "uma série de episódios que ensombrou decisivamente a
credibilidade do Governo e a sua capacidade para enfrentar a crise que o
país vive."
Contratação duvidosa
Em
2014, o filho mais novo de Durão Barroso, Luís, foi contratado como
jurista para o Departamento de Supervisão Prudencial do Banco de
Portugal sem recurso a concurso.
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Segundo
fonte oficial do banco central, foi uma contratação efectuada através
de um procedimento de "carácter excepcional" reservado a "candidatos de
comprovada e reconhecida competência profissional."
Na
altura, Luís Durão Barroso, então com 31 ano e doutorado pela London
School of Economics and Political Science, era docente na Faculdade de
Direito da Universidade Católica e, para além disso, tinha apenas
realizado dois estágios de Verão em sociedades de advogados..
Quinta da Falagueira
Em
2003 o Governo, liderado por Durão Barroso, vendeu a outra entidade
estatal a Quinta da Falagueira, 593 mil metros quadrados na Venda Nova,
Amadora, por 52,5 milhões de euros.
Vencimento ilegal
Em
Maio de 2004, o então primeiro-ministro Durão Barroso viu-se envolvido
numa polémica sobre o vencimento do novo director-geral de impostos,
Paulo Macedo (que foi depois ministro da Saúde no governo de Passos
Coelho).
O
gestor transitou do BCP, onde era director-geral adjunto, e manteve o
mesmo salário mensal, 23 480 euros, um valor muito acima do vencimento
tabelado pela função pública para um director-geral, 6387,25 euros.
O
Governo defendeu a decisão pela necessidade de contratar quadros de
qualidade, mas empossou Paulo Macedo sem cerimónia pública. Para os
juristas Vital Moreira e Jorge Miranda, a diferença salarial era
ilegal, inconstitucional e chocante, segundo o Público.
Casamento da filha de Eduardo dos Santos
Em Dezembro de 2003, o
então primeiro-ministro português participou na boda da filha do
presidente de Angola, Tchizé. Durão Barroso foi convidado por Eduardo
dos Santos, que está na presidência de Angola desde 1979.
* Um homem de prodígios, de comunista a oportunista.
Porreiro pá.
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