17/07/2016

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ESTA SEMANA NA 
  "SÁBADO"

Todas as polémicas de Durão Barroso

O ex-presidente da Comissão Europeia e futuro presidente não-executivo da Goldman Sachs tem um percurso político repleto de controvérsias

Durão Barroso está novamente no centro de uma nova polémica política. O ex-presidente da Comissão Europeia tem sido amplamente criticado por ter aceite o cargo de presidente não-executivo da Goldman Sachs.

O banco norte-americano é acusado de ser o responsável pela crise financeira de 2008 e de ter enganado a União Europeia, mascarando as contas da Grécia. A contratação chocou a Europa.

"Moralmente é inaceitável", reagiu o Presidente francês François Hollande. O governo francês pediu mesmo que o ex-líder da Comissão reconsidere e renuncie ao cargo, garantindo que a contratação irá aumentar o cepticismo em relação à União Europeia.

Em Portugal, Bloco de Esquerda, PCP e PC criticaram a opção profissional de Durão Barroso. Já o líder do PSD, Passos Coelho, não encontra razão para a discórdia. "Não há nada do ponto de vista político que [Durão Barroso] faça hoje para beneficiar uma empresa, porque agora está fora da actividade política e não está em lugares de representação política", disse à Lusa.
Mas Durão Barroso parece não entender as razões de quem o critica. "Se se fica na vida política é porque se vive à conta do Estado, se se vai para a vida privada é porque se está a aproveitar a experiência adquirida na política", disse ao Expresso.

E garante que continua a defender a União Europeia. "Vou continuar nas minhas novas funções com a minha total lealdade ao projecto europeu", disse à RTP, depois da final do Euro 2016.

Esta é só a última das polémicas que Durão Barroso protagonizou. Confira..

Cimeira das Lages
Em Março de 2003, o então primeiro-ministro português, Durão Barroso, recebeu na Base das Lajes o Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, e o líder do executivo espanhol, José Maria Aznar, numa cimeira em que foi anunciada a invasão do Iraque.

A justificação para a guerra - a tão falada existência de armas de destruição maciça - veio a revelar-se uma falsidade. 
Durão Barroso tentou defender-se, este ano, garantindo que Jorge Sampaio, que era Presidente da República na altura, concordou com a cimeira. O ex-Presidente desmentiu-o, garantindo que Durão Barroso lhe tinha dito que a cimeira era "uma derradeira e essencial tentativa para a paz.".

Demissão do Governo
Em Julho de 2004, Durão Barroso, então primeiro-ministro há dois anos, apresentou a demissão para se tornar Presidente da Comissão Europeia.

Uma decisão tomada depois de ter acusado o governo anterior de ter deixado o país "de tanga" e que foi muito criticada por manifestar falta de sentido de Estado.

A demissão levou Pedro Santana Lopes a líder do executivo. O dirigente social-democrata governou apenas quatro meses e acabou afastado, quando o Presidente Jorge Sampaio decidiu dissolver a Assembleia da República devido a "uma série de episódios que ensombrou decisivamente a credibilidade do Governo e a sua capacidade para enfrentar a crise que o país vive."

Contratação duvidosa
Em 2014, o filho mais novo de Durão Barroso, Luís, foi contratado como jurista para o Departamento de Supervisão Prudencial do Banco de Portugal sem recurso a concurso.
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Segundo fonte oficial do banco central, foi uma contratação efectuada através de um procedimento de "carácter excepcional" reservado a "candidatos de comprovada e reconhecida competência profissional."

Na altura, Luís Durão Barroso, então com 31 ano e doutorado pela London School of Economics and Political Science, era docente na Faculdade de Direito da Universidade Católica e, para além disso, tinha apenas realizado dois estágios de Verão em sociedades de advogados..

Quinta da Falagueira 
 Em 2003 o Governo, liderado por Durão Barroso, vendeu a outra entidade estatal a Quinta da Falagueira, 593 mil metros quadrados na Venda Nova, Amadora, por 52,5 milhões de euros.

Vencimento ilegal
Em Maio de 2004, o então primeiro-ministro Durão Barroso viu-se envolvido numa polémica sobre o vencimento do novo director-geral de impostos, Paulo Macedo (que foi depois ministro da Saúde no governo de Passos Coelho).

O gestor transitou do BCP, onde era director-geral adjunto, e manteve o mesmo salário mensal, 23 480 euros, um valor muito acima do vencimento tabelado pela função pública para um director-geral, 6387,25 euros.

O Governo defendeu a decisão pela necessidade de contratar quadros de qualidade, mas empossou Paulo Macedo sem cerimónia pública. Para os juristas Vital  Moreira e Jorge Miranda, a diferença salarial era ilegal, inconstitucional e chocante, segundo o Público.

Casamento da filha de Eduardo dos Santos
Em Dezembro de 2003, o então primeiro-ministro português participou na boda da filha do presidente de Angola, Tchizé. Durão Barroso foi convidado por Eduardo dos Santos, que está na presidência de Angola desde 1979.

* Um homem de prodígios, de comunista a oportunista. 
Porreiro pá.



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