08/10/2019

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HOJE NO 
"A BOLA"
Ana Peleteiro:
 «O público foi vergonhoso, muito triste»

Em entrevista ao jornal Marca, Ana Peleteiro, atleta do triplo salto espanhola, falou sobre o machismo de que foi alvo e como o público não a agradou.
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«O público tem sido vergonhoso, muito triste. Sinto muito, mas é um campeonato que foi decidido com o presidente anterior. Além disso, eles não percebiam nada de atletismo. Nós pedíamos palmas e eles não sabiam o que fazer.»
Além do público, as críticas estenderam-se à organização e à influência que a cultura teve e continua a ter no mundo desportivo: «É contraditório que no desporto as mulheres sejam tão defendidas e, de seguida, organizem uma competição num país como o Qatar. Eu não estava à vontade. Não é uma experiência a repetir. Um dia esqueci-me da minha credencial e só consegui entrar no estádio acompanhada por um polícia, além de ter ficado quase uma hora até me deixarem ir. Aconteceu o mesmo a um rapaz e tudo se resolveu mais facilmente, procuraram o nome dele na base de dados e deixaram-no entrar sem problemas. Naquele país não posso inspirar ninguém porque as mulheres que me veem não têm a possibilidade, por razões culturais, de fazer o que eu faço.»

Segundo conta o El confidencial, o caso de Peleteiro, não é o único. Uma outra atleta espanhola, Marta Pérez, queixou-se dos mesmos problemas que a compatriota.

* As mulheres nos países árabes são uma mercadoria de luxo mas mesmo assim valem pouco mais que um camelo ou dromedário, são equipamentos reprodutivos e cada árabe tem direito legal a pelo menos quatro. Competições internacionais naquela península só acontecem porque há quem fique com os bolsos a abarrotar de dólares.

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