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I-A HISTÓRIA 
DO SEXO
  
2- MUNDO ANTIGO




FONTE: redehistorica


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6-PENUMBRAS


FONTE: VIMEO

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Natal dos Hospitais
Low Cost


FONTE: PROGRAMA "Donos Disto Tudo"  RTP/1
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5-PENUMBRAS


FONTE: VIMEO

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DOR TORÁXICA NA
SALA DE EMERGÊNCIA

6 -DOENÇA VASCULAR TORÁCICA



7 -DOENÇA VASCULAR TORÁCICA


Uma interessante série conduzida por Roberto Bassan, Professor titular de cardiologia na Escola Médica de Pós-graduação, PUC-Rio de Janeiro

* Uma produção "CANAL MÉDICO"

* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.

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4-PENUMBRAS

FONTE: VIMEO

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A genética do incesto
em Game of Thrones



FONTE: NERDOLOGIA


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3-PENUMBRAS


FONTE: VIMEO

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REGINA QUEIROZ

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Não há raças, só há cidadãos?

Não é por a ciência negar a existência de raças que as crenças racistas e as instituições nelas inspiradas desapareceram.

Reconhecendo a existência de cidadãos portugueses negativamente discriminados em função da visibilidade somática (e.g. a cor da pele, a textura dos cabelos), os peritos do Comité para a Eliminação da Discriminação Racial (CERD) da ONU recomenda(ra)m ao Estado português a necessidade de reconhecer a existência de uma minoria racial e de estabelecer políticas específicas contra aquela ilegítima discriminação.

Porém, argumenta-se que a existência de uma minoria racial acompanhada de políticas públicas específicas para minimizar a discriminação configura uma solução racista para o problema da discriminação racial. Com efeito, se a ciência já provou a inexistência de raças, invocar uma minoria racial faz subsistir na esfera pública e na legislação política uma categoria intrinsecamente discriminatória, a de raça, cujo impacto político devastador é testemunhado por inúmeros factos históricos (e.g. escravatura, trabalho forçado, apartheid e Holocausto).

Neste contexto, se não há raças e se há cidadãos (ou organizações) que defendem a existência de uma minoria racial que carece de protecção pública contra o tratamento discriminatório de que são alvo, então aquela defesa prova mais o racismo de quem a propõe do que a hetero-discriminação.

Doravante, os verdadeiros fautores da discriminação racial são todos aqueles que denunciam um tratamento baseado numa realidade que não existe e atribuem a falsos obstáculos exteriores (a hetero-discriminação) a incapacidade interior de prossecução dos seus fins. Nesta perspectiva, as barreiras raciais e racistas no acesso à educação, aos serviços públicos e ao emprego são exclusivamente interiores e, por serem autoignoradas, são erroneamente atribuídas a uma entidade imaginária. Assim, a violência policial pune comportamentos intrinsecamente desviantes e a recusa em participar na sociedade é resultado de uma deliberada e desafiante vontade de auto-exclusão. Em última instância, a reivindicação de uma minoria racial resulta do processo de vitimização do grupo minoritário, incapaz de reconhecer que a discriminação de que reputa ser alvo é uma consequência (natural e social) da sua menoridade.

Conquanto fosse desejável que a denúncia da vitimização fosse acompanhada pela da torcionarização, i.e. do esclarecimento da diferença social e política na perspectiva das qualidades intrínsecas (naturais ou sociais) do grupo de cidadãos discriminados, a ideia de que a constituição de uma minoria racial é uma ideia racista parece-nos precipitada.

O argumento de que a ciência já provou não haver raças e, por isso, não há nenhuma justificação para as mencionar parece minimizar a origem política da discriminação racial. Com efeito, não é por a ciência negar a existência de raças que as crenças racistas e as instituições nelas inspiradas desapareceram. Essas crenças constituíram-se e mantiveram-se sem legitimação científica e transformaram-se em leis públicas. Por exemplo, a prova científica da inexistência de raças não impediu 60.000 polacos de marcharem numa Europa branca. Não evitou, também, a integração da diferença racial nas constituições, como nos casos extremos do apartheid na África do Sul, da segregação racial nos EUA ou do nazismo na Alemanha, e na legislação parlamentar, governamental e judicial noutros países.

Por isso, é conveniente evitar confundir o preconceito racial com as leis públicas (uma coisa é o preconceito racial dos 60.000 polacos, outra completamente diferente é a transformação desse preconceito nas leis políticas da Polónia). É também importante distinguir a refutação científica da existência de raças, doravante entendida como uma ficção absurda, do tratamento político de um grupo particular em função de leis públicas resultante dessa ficção. Até porque essa indistinção é politicamente perigosa. Por um lado, poderíamos inferir que se a ciência provasse existirem raças, então legitimar-se-ia o uso do conceito e justificar-se-ia a discriminação racial. Inversamente, deduziríamos que a condição de igual cidadão pressupõe uma igualdade física. Por outro, poderíamos supor que uma vez que não há raças, não há qualquer justificação para combater o tratamento discriminatório através do uso do conceito.

Todavia, se tivéssemos que supor uma indiferença física para justificar direitos iguais de cidadania, teríamos dificuldade em apresentar argumentos para, por exemplo, justificar a atribuição jurídico-política dos mesmos direitos aos homens e às mulheres. Todavia, e salvaguardadas as diferenças entre a discriminação de género e a de raça, a atribuição igualitária de direitos correspondentes ao ideal da igual cidadania não exige a anulação daquela diferença. Com efeito, mesmo, e sobretudo, percepcionando esteticamente as diferenças naturais, estas são enquadradas pelo legislador pela, por exemplo, ideia ético-política da pessoa livre e igual, vista como um fim-em-si-mesma. Aquele legislador vê as diferenças naturais e a igualdade ético-política, i.e. não precisa de supor nenhuma indiferença natural para atribuir iguais direitos e deveres. Neste contexto político, não faria sentido falar da necessidade de reconhecimento de uma minoria racial em Portugal. Por exemplo, segundo o artigo 13.º da Constituição portuguesa, os afrodescendentes devem ser tratados de acordo com o princípio ético-político do igual cidadão.

Todavia, do ponto de vista social e político (legislativo, executivo e judicial), o carácter ilusório ou fictício da raça não impede a discriminação real de um grupo de cidadãos na base da percepção estética do seu aspecto corporal dissociada da condição de igual cidadão. De facto, se dúvidas houvesse acerca da diferença entre o que deveria ser e o que é, bastaria apreciar a fotografia com os consultores da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR). Não ignoramos que a fotografia foi tirada em Março de 2016 e, por circunstâncias pessoais e institucionais, a composição foi alterada.

 Todavia, admitindo que a raça é uma fantasia e o Estado português é a organização política que representa todos os cidadãos portugueses, independentemente das diferenças arbitrárias do ponto de vista político (e.g. religiosas, sexuais, étnicas, raciais), não deixa de ser surpreendente a homogeneidade da visibilidade somática daqueles consultores num organismo do Estado cuja missão é combater a discriminação racial.

Com efeito, se o combate contra a discriminação racial não tem raça — qualquer cidadão que se coloque na perspectiva da pessoa livre e igual repudia a discriminação racial, como, aliás, todas as outras discriminações (e.g. étnica, de género, de orientação sexual, de classe) —, uma coisa é esse combate nas instituições públicas ser travado por todos os cidadãos, independentemente da sua condição natural, outra completamente diferente é a exclusão nesse combate dos cidadãos que a Comissão diz ter como missão proteger. Por isso, a homogeneidade da visibilidade somática dos consultores da CICDR, organismo com a função de proteger os afrodescendentes da discriminação racial, não desmente a existência de uma minoria racial, i.e., de um grupo de pessoas impedidas de usufruir da condição de igual cidadão em função da apreciação estética da sua visibilidade somática.

 Ora, se a evidência científica sobre a inexistência de raças proibisse qualquer menção à raça, essa “proibição” não apenas ocultaria o hiato existente entre a evidência científica da inexistência de raças e os preconceitos raciais institucionalizados, mas também impediria todos os excluídos na base desse critério de identificarem a fonte da sua exclusão. Neste caso, a ideia de que é inaceitável falar de raça(s) transformar-se-ia num meio perverso de intensificar tanto a sua exclusão política, como de sonegar o direito a reivindicar ser tratado como cidadão igual.


Professora de Ética e Filosofia Política

IN "PÚBLICO"
14/12/17

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1443.UNIÃO



EUROPEIA



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2-PENUMBRAS


FONTE: VIMEO


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IDE POR TODO O MUNDO 
E PREGAI O EVANGELHO



FONTE: Razão ConsCiência


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XXIII-VIDA SELVAGEM
1- Os Lobos da Praia



* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.

FONTE: SIC

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1-PENUMBRAS


FONTE: VIMEO

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RECORDANDO

Kate Bush

Wuthering Heights


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ESTE MÊS NA 
"GERINGONÇA"
Havia mesmo alternativa. 
Uma alternativa socialmente mais justa

Um post rapinado ao 365forte e publicado com o devido reconhecimento ao autor, a que acrescentamos um gráfico.

Todos nos recordamos que nos diziam não haver alternativa. Diziam até que nenhum governante é sádico, nenhum governante tira rendimentos por tirar. Transformaram a sua convicção ideológica na austeridade numa certeza que é agora desmentida pela realidade.

Sabemos hoje que era mesmo possível devolver rendimentos, não cortar as pensões, aliviar os impostos para a classe média e repor os apoios sociais. Tal como era possível recuperar os serviços públicos no seu acesso e na sua qualidade.


Mas sabemos mais. Sabemos não apenas que era possível. Sabemos também que as políticas da maioria permitiram um maior desenvolvimento económico. Ninguém acredita que sem a reposição de rendimentos a economia teria crescido três trimestres acima do crescimento da Zona Euro e o emprego teria sido criado a um ritmo sem paralelo histórico. Boas políticas produzem mesmo bons resultados. A devolução de rendimentos permitiu um alívio na procura interna e foi essencial para a recuperação da confiança. A direita, após quatro anos de instabilidade, prometia continuar com a instabilidade nos rendimentos com o corte de 600 M€ na pensões e a tentativa de tornar permanentes os cortes na função pública.

Mas sabemos ainda mais. Sabemos desde a semana passada que a alternativa da maioria é também socialmente mais justa. Diziam-nos que as alterações nos impostos especiais sobre consumo ou sobre a reposição dos vencimentos na função pública seriam regressivos. Os dados do INE denunciam a falácia da direita: não é possível isolar uma medida do seu conjunto para afirmar que a política é regressiva.

Os dados revelados na semana passada pelo INE mostram-nos um recuo em todos os indicadores de desigualdade. Mas mostram também uma redução bastante significativa dos indicadores de pobreza. Mais revelador das políticas do governo são os indicadores de privação material para os quais já contam 2 anos da governação: 2016 e 2017. A taxa de privação material severa caiu de 9,6% em 2015 para 6,9% em 2017, aproximando-se da média da Zona Euro de 6,6%.

Contra tudo o que nos disseram sobre o que era necessário à sustentabilidade das contas públicas. Contra todos os que nos queriam fazer acreditar numa austeridade perpétua. Esta maioria demonstrou que havia mesmo uma alternativa. E mais importante que isso: que a alternativa era socialmente mais justa.

* Depois do inferno orange/blue-yellow, o purgatório rosa até pode fingir que é céu.


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6-CRIANÇAS
INVISÍVEIS


Formado por 7 curtas metragens realizados no Brasil, Itália, Inglaterra, Sérvia, Burkina Faso, China e Estados Unidos. O projeto de Crianças Invisíveis foi criado para despertar a atenção para o sofrimento das crianças em situações difíceis por todo o mundo. Todos os diretores trabalharam de graça ao realizar seus curtas para Crianças Invisíveis. Parte da renda do filme foi destinada para a Unicef e para o Programa Mundial contra a Fome


* Nesta nova época de "bloguices" que vai de Setembro a Julho do próximo ano, iremos reeditar algumas séries que de forma especial sensibilizaram os nossos visitadores alguns anos atrás, esta é uma delas.


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HOJE NO 
"RECORD"
Pedro Guerra: 
«Bruno de Carvalho vai ficar na história
 como um pirómano e charlatão»

Na semana em que uma página na internet divulgou o arquivo de alegados emails de Pedro Guerra no Benfica, num total de cerca de 6 GB, Bruno de Carvalho revelou que a sua morada constaria numa dessas mensagens, informação que o comentador televisivo garante nunca ter lido.

"Não confirmo nada disso e garanto-lhe que nunca li essa informação. Acho que é o presidente do Sporting a fazer um dos seus números habituais de ilusionismo para desviar as atenções. Li nos jornais que o presidente do Sporting foi denunciado por um antigo dirigente do seu clube por alegada prática de vários crimes graves que lesaram o Sporting. Bruno de Carvalho não está à altura dos grandes dirigentes do Sporting e vai ficar na hostória do futebol português como um pirómano e charlatão", afirmou em entrevista ao 'Expresso' publicada este sábado.  

Confrontado com o facto de o advogado António Pragal Colaço ter admitido que lhe havia enviado um e-mail com as moradas do dirigente leonino, Guerra reforçou: "Nunca li esse e-mail e quero lá saber onde mora e com quem vive o presidente do Sporting".

JOÃO MIGUEL TAVARES



FONTE: Hugo Ferreira

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FOME PARA UNS, LUXO PARA OUTROS,
PRECISA SER ASSIM?

MSC Seaside

O NAVIO QUE SEGUE O SOL



FONTE: MSC Cruzeiros Brasil

VISITA NA MADEIRA





FONTE: Tribuna da Madeira TV


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HOJE NO 
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"

O mau exemplo dado por Portugal

Congressista democrata escreveu que não havia neutralidade e publicou imagem de pacote da Meo. Foi desmentido por site

Em outubro, o congressista democrata Ro Khanna publicou na rede social Twitter uma imagem dos pacotes +Smart Net da Meo com a legenda "Em Portugal, sem neutralidade da net, os fornecedores estão a começar a partir a internet em pacotes". Vários artigos foram escritos sobre o mercado português, desde o LA Times ao Quartz e The Verge, argumentando que a falta de regras permite aos fornecedores de internet escolherem que serviços privilegiar em detrimento da concorrência. A Meo não bloqueia conteúdos, mas a utilização das apps nos pacotes não contam para dados.
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"É uma tremenda vantagem para empresas estabelecidas, mas afasta startups que estão a tentar chegar às pessoas, o que sufoca a inovação", escreveu Ro Khanna, que representa Silicon Valley no congresso norte-americano. "É isto que está em causa e é por isso que temos de salvar a neutralidade da net", frisou.

A imagem percorreu as redes sociais como um aviso aos consumidores americanos. O site de fact check Snopes classificou esta caracterização como falsa, sublinhando que se trata de pacotes adicionais de internet móvel.

"Na verdade, Portugal pratica neutralidade da net e o gráfico não mostra com rigor o cenário da internet em Portugal", sublinhou o Snopes. "O Organismo de Reguladores Europeus das Comunicações Eletrónicas (BEREC) estabeleceu guias de neutralidade da internet em 2015."
"Portugal é membro da União Europeia, portanto os seus fornecedores de internet têm de cumprir as regras", acrescentou o site. Ainda assim, a ideia permanece e Portugal continua a ser apresentado como um mau exemplo do que acontece quando não há controlo sobre os operadores.

* "Portugal é membro da União Europeia, portanto os seus fornecedores de internet têm de cumprir as regras", quem mais querem enganar????

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SÍRIA
Crianças morrem de fome



FONTE: EURONEWS

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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
Professora ensina de joelhos como colocar preservativo com a boca

Uma professora da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), na cidade de Jequiê, no interior daquele estado brasileiro, está a provocar uma enorme polémica naquele estabelecimento de ensino superior e nas redes sociais, depois de ter exemplificado durante uma aula como se coloca um preservativo com a boca no órgão sexual masculino.

Vídeos da aula inesperada e inusitada tornaram-se virais nas redes sociais e provocaram uma vaga de comentários, alguns positivos e outros negativos. Nas imagens, a professora aparece ajoelhada no chão da sala de aula em frente a um aluno que, em pé, segura um pénis artificial, aparentemente de plástico ou emborrachado, abaixo da linha da cintura. Nessa posição, a docente mostra de forma bem explícita como se pode usar a boca, e não as mãos, para colocar o preservativo no genital masculino.
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Não há referências nos vídeos sobre a data exata da demonstração feita pela professora, mas parece ter ocorrido no início deste mês. Os vídeos começaram agora a ter uma repercussão viral e suscitaram polémica sobre os limites que docentes devem respeitar numa sala de aula. A direcção da UESB prefere não se pronunciar por enquanto, mas afirmou estar a analisar os vídeos e o assunto, e que em breve tomará uma posição oficial.

Para os críticos, a professora extrapolou todos os limites e está a incentivar a prática do sexo oral, enquanto que para os que a defendem, ela tentou apenas alertar para a necessidade de se fazer sexo seguro utilizando o preservativo numa situação comum a casais entre quatro paredes.

* Ensinar a pôr um preservativo é sempre pedagógico.

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OIT e MPT
Promovem inserção de pessoas 'trans'
no mercado de trabalho formal


Ao longo de três semanas no último mês, um grupo de 23 pessoas composto por travestis, mulheres e homens transexuais participou de uma formação profissional de assistente de cozinha, que teve como objetivo promover a inserção de pessoas em situação de exclusão no mercado de trabalho formal.

Promovido pelo Ministério Público do Trabalho, a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a cozinheira Paola Carosella e seu sócio, o empresário Benny Goldenberg – com o apoio da entidade de ensino profissionalizante Faculdade Hotec e da Txai Consultoria e Educação – o curso envolveu aulas de nove disciplinas sobre as aptidões básicas do trabalho em uma cozinha de restaurante.

Para desenvolver a comunicação interpessoal e a autoconfiança do grupo, também foi realizada uma oficina de poesia com a poeta, atriz e jornalista Elisa Lucinda e sua sócia, a atriz e diretora Geovana Pires. Contamos com o apoio fundamental da coordenação do Programa Transcidadania. Direção do vídeo: Ju Bacelar.

A iniciativa é parte de uma estratégia mais ampla para promover oportunidades para que todas as pessoas possam ter acesso a um trabalho decente e produtivo, em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade. Assista ao vídeo para saber mais.

FONTE: ONU Brasil

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HOJE NO 
"O JORNAL  ECONÓMICO"
Comércio ganha nova geração
 de serviços públicos

Graça Fonseca, e o secretário de Estado Adjunto e do Comércio, Paulo Ferreira, lançam agora novas medidas de simplificação: a “Informação ao Consumidor + Simples” e a “Plataforma das Fichas Técnicas de Fiscalização”.

Uma semana depois de apresentarem o Espaço Comércio, um novo balcão de apoio a empresários do comércio e serviços, a secretária de Estado Adjunta e da Modernização Administrativa, Graça Fonseca, e o secretário de Estado Adjunto e do Comércio, Paulo Ferreira, lançam agora novas medidas de simplificação: a “Informação ao Consumidor + Simples” e a “Plataforma das Fichas Técnicas de Fiscalização”.
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As medidas são disponibilizadas via portal do empreendedor (portal do cidadão). A “Informação ao Consumidor + Simples” vem simplificar e harmonizar as obrigações de informação ao consumidor que têm de estar afixadas nos estabelecimentos comerciais de venda de bens e/ou prestação de serviços. Já a “Plataforma das Fichas Técnicas de Fiscalização” pretende facilitar aos empresários o cumprimento das suas obrigações ao disponibilizar online as fichas técnicas de fiscalização nas áreas da restauração, bebidas e alojamento local.

Estas medidas integram o Programa Simplex+, e nesta fase de lançamento visam o setor da restauração e bebidas, e a hotelaria, mas, tal como sublinhou Paulo Ferreira, o objetivo é estendê-las a outros setores de atividade. O secretário de Estado sublinhou ainda que ambas traduzem a participação ativa de várias entidades públicas, entre elas a ASAE, ACT, Finanças ou GNR, que em muito contribuíram com as suas visões sobre estas matérias.

Assim, numa lógica que classificou de “win-win”, em que todos ganham, salientou a importância de “poder contar a disponibilidade de todos para futuros desenvolvimentos destes trabalhos”.

Questionada sobre o peso que estas medidas podem assumir “na pacificação” da relação entre os fiscalizadores e os empresários, Graça Fonseca, afirmou, ao Jornal Económico, que podem “de facto fazer a diferença e contribuir para que todos os processos sejam mais fáceis e facilitem a atuação de todos”.

Sob a máxima da simplificação, a secretária de Estado destaca, como grande novidade, a possibilidade de os dísticos informativos poderem não estar visíveis mas sim num tablet ou PC a que os consumidores e fiscalizadores possam facilmente aceder dentro do espaço. Em seu entender, o alcance destas medidas passa ainda por esclarecer quantos dísticos que são de facto obrigatórios e deste forma eliminar o chamado “ruído visual” em que muitos estabelecimentos caíram dada à quantidade que exibem nas suas paredes ou montras.

Fruto do já longo trabalho que a AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, tem vindo a fazer nestas matérias e tendo sido uma das principais entidades a colaborar nestas medidas, Ana Jacinto, secretária geral da associação, deixa também a nota de que estas são passos “importantes e interessantes”, tendo em conta o vasto universo em que se encaixam, mas, assegura, que os empresários deste setor continuam a ter de suportar muitos custos associados a processos que podem também ser simplificados e melhorados de forma a aliviá-los dessa carga.

Mais Espaços Comércio
Estas medidas juntam-se ao Espaço Comércio, também uma iniciativa conjunta dos ministérios da Economia, da Presidência e da Modernização Administrativa, e da União de Associações de Comércio e Serviços (UACS), que disponibiliza mais de 140 serviços num único balcão.
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Com a primeira unidade pronta para arrancar no próximo dia 15 de dezembro, Paulo Ferreira, sublinha que para “além de tornar mais rápido e eficaz o tratamento de todas as questões relacionadas com o desempenho da atividade […], este espaço também garante a prestação de informação aos empresários para o cumprimento das diversas obrigações relacionadas com os diferentes estabelecimentos comerciais”.

Segundo assegurou Graça Fonseca, “Lisboa é apenas o começo. Em breve, novos Espaços Comércio vão ser instalados em mais regiões de Portugal”.

* Precisamos ainda de mais acções para incrementar a economia, as da notícia são boas.

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ESTA SEMANA NA 
"VISÃO"
Ilhas de lixo e plástico podem 
vir a ser consideradas país

Seis vezes maior que Portugal, já tem bandeira, moeda, selos e passaportes. Será que as ilhas do lixo e do plástico vão ser um estado soberano e entrar para a ONU?

Gostaria de ter uma nova nacionalidade em poucos segundos? Simples. Basta que vá ao mais conhecido site de petições do planeta (change.org) e, em teoria, torna-se cidadão de pleno direito do país que pretende ser admitido como o 196º estado membro das Nações Unidas. Bizarria? Nem por isso. 



O secretário-geral da ONU, o português António Guterres, já recebeu um pedido formal para que as Trash Isles, as Ilhas do Lixo, sejam admitidas na organização e várias personalidades estão desde junho envolvidas numa campanha internacional com esse propósito. Al Gore, o antigo vice-presidente dos EUA e um dos mais conhecidos ativistas ambientais da atualidade, foi o primeiro indivíduo a quem foi concedido um passaporte deste país imaginário mas que muita gente também conhece como “o sétimo continente” – a enorme massa de plástico que anda à deriva pelos mares e não poupa qualquer recanto submarino. 

O grande objetivo, como já deve ter percebido, é sensibilizar a opinião pública global para o estado em que se encontram os nossos oceanos. 
E para o facto de produzirmos 400 milhões de toneladas de plásticos por ano e perto de 80% ir parar à natureza como detritos sem qualquer tratamento, pondo em causa os ecossistemas marítimos e não só: um estudo científico apresentado o ano passado, no Fórum Económico Mundial em Davos, alertou para a possibilidade de haver mais plásticos do que peixes nos oceanos já em 2050. 

As ilhas de lixo plástico que se concentram maioritariamente no Pacífico têm uma área cinco vezes superior ao território continental português mas os seus vestígios estão espalhados por todo o planeta. Já este ano, um grupo de cientistas da universidade de Newcastle chegou à conclusão que nem a Fossa das Marianas escapa. Aqui, quase a 11 mil metros de profundidade, foram encontradas fibras e partículas de plástico nos estômagos de várias criaturas marinhas. É a confirmação do que já se sabia: mais de 600 espécies de peixes, crustáceos e mamíferos estão em perigo de extinção. 

O problema afeta ainda as aves marinhas, com 90% delas a ingerirem produtos plásticos. Esse é o motivo, por exemplo, para o albatroz de Laysan (uma espécie autóctone do Havai) estar a desaparecer e a pardela do Mediterrâneo ser a ave mais ameaçada da Europa.

200 mil apelam a Guterres
Um dos melhores exemplos da poluição e das quantidades industriais de detritos plásticos que andam à deriva nos mares está documentado na ilha de Henderson, no Pacífico Sul: “Em vez de ser um sítio paradisíaco é um caso chocante da forma como este tipo de lixo afeta o ambiente à escala global”, explicou Jennifer Lavers ao Financial Times, em maio. 
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A cientista liderou uma investigação a este território britânico desabitado e publicou os resultados no jornal Proceedings of the National Academy of Sciences: as praias de Henderson têm, pelo menos, 37 milhões de desperdícios plásticos – a maior densidade de detritos deste género alguma vez identificado no planeta.

A ideia de reivindicar a entrada das Trash Isles na ONU é um golpe de marketing de dois publicitários (Michael Hughes e Dalatando Almeida) e um designer gráfico (Mario Kerstra), responsáveis também pelos principais símbolos do novo país – incluindo a bandeira nacional, a moeda – o debris (detritos ou entulho, em inglês) – os selos e o passaporte. Este triunvirato conta com o apoio institucional da Plastic Oceans Foundation, uma organização não governamental com sede na Califórnia, e do site de entretenimento LaDbible. 

Para já, o abaixo-assinado por eles promovido já vai em quase 200 mil subscritores. E para que saiba – além de Al Gore, da atriz Judy Dench e do atleta Mo Farah – o porta-voz de António Guterres, Stéphane Dujarric, também já possui passaporte das Ilhas do Lixo.

* Tudo isto revela que à escala global somos uns povos de merda.

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“Deixar um bebé sozinho a chorar
 durante a noite é como abandoná-lo”

Helen Ball é antropóloga e especialista em sono do bebé. Nesta entrevista, explica a importância de os pais saberem que é normal os bebés acordarem durante a noite e como é mau não atender ao choro.

Como se interessou pelo sono dos bebés?
Comecei a interessar-me quando era estudante universitária. Quando tive os meus filhos tudo começou a fazer mais sentido, porque não pensamos nestas coisas até de facto termos filhos. Quando fiz o meu PHD estudava macacos em Porto Rico, depois de ir trabalhar para a Universidade de Durham, o meu campo de trabalho estava tão longe e tinha as crianças pequenas, decidi que tinha de mudar para estudar algo que pudesse estudar em casa, perto de casa.

Qual foi a sua premissa?
Estava interessada no comportamento das famílias durante a noite, em estudar o que as mães e os bebés faziam durante a noite. 
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Como era o seu ambiente de sono, como eram as suas interações durante a noite, como era a amamentação durante a noite, quão distantes estavam, como faziam com que tudo isto resultasse para eles, como conseguiam as mães amamentar frequentemente os bebés e dormir. Eu sabia como eu fazia: trazia o bebé para a minha cama. Mas, nessa altura, as pessoas desdenhavam a partilha a cama com os bebés. Pensavam que a maioria das mulheres não o fazia e eu não acreditava nisso. Aliás, eu achava que a maioria das mulheres, provavelmente, o fazia e queria descobrir se era verdade.

E então? O que descobriu?
Que a maioria das mães que amamenta traz os seus filhos para as suas camas e eles dormem muito nas suas camas. As mães que não amamentam trazem os bebés para as suas camas menos frequentemente. No Reino Unido, em média, metade dos bebés acaba na cama dos pais a certa altura da noite. Mas a amamentação é mesmo distintiva destes padrões.

Estes estudos são uma combinação de dados qualitativos e quantitativos. No início baseavam-se sobretudo nos relatos dos pais sobre o que estava a acontecer. Depois, com o equipamento vídeo, pudemos observar o que se passava no quarto e também trouxemos alguns pais ao laboratório do sono para medir os batimentos cardíacos, etc.

Mais recentemente os estudos tornaram-se outra vez mais qualitativos e começámos a perguntar às mães o que fazem durante a noite e porquê o fazem. Quais são as suas expectativas, que género de desfasamento existe entre as suas expectativas e a realidade.

Quando se tem um bebé, uma das perguntas que se ouve é: já dorme a noite toda? Isto combinado com aqueles casos de bebés que dormem desde muito cedo uma noite seguida cria falsas expectativas? Porque um bebé que dorme a noite toda é a exceção e não a regra, certo?
Claro. Creio que é muito interessante esta obsessão cultural que existe no ocidente; uma obsessão das pessoas que querem saber se os bebés das outras dormem a noite toda. Mas porque são tão intrometidos? Porque querem tanto saber isso? No outro diz estava a falar com uma colega minha que é antropóloga social e estávamos a comentar que os bebés têm de passar por uma série de ritos para se formarem enquanto pessoas, adultos por inteiro. 

Uma das coisas que eles têm de aprender é, por exemplo, a controlar os seus órgãos internos, e isso é feito naturalmente. Ora outra das coisas que tem de ser controlada é o sono. E parece que estamos a tentar transformar esta coisa, que é muito biológica, que tem tudo a ver com natureza, numa coisa dominada pela cultura. Foi esta transição do natural para o cultural que fez com que o sono seja algo em que toda a gente tem de se meter, ainda que as pessoas o estejam a fazer da maneira certa e que os seus bebés estejam a corresponder e a crescer de forma saudável. O que me parece é que estamos a tentar que os nossos bebés façam isto mais cedo do que é suposto, e cada vez mais cedo, mais cedo, mais cedo…

Mas porque acha que isto acontece com o sono? Porque ninguém diz: ah, vou treinar o meu bebé para ele conseguir andar mais depressa ou mais cedo…
Ah!, mas as pessoas gostam que os seus bebés estejam quietos, por isso não os vão incentivar a andar mais cedo, porque eles ficam menos controláveis. O problema é esta ideia de que são os bebés que têm de se adaptar e integrar nas rotinas dos adultos. 

Uma das mães que nós entrevistámos disse: os meus bebés sempre se adaptaram aos meus horários e às minhas rotinas. Portanto, existe esta ideia de que os bebés não devem incomodar os pais, não devem interferir na vida dos pais, alterando-a… Mas temos outros pais que dizem: os bebés dormem quando dormem e nós temos de nos moldar e adaptar-nos a isso. Portanto, há visões muito divergentes sobre este tema.

Mas a corrente do treino do sono ainda tem peso e está ativa. Cada mês que passa sai um livro que diz: 10 maneiras de pôr o seu bebé a dormir, faça isto e ele dorme numa semana, treine o seu bebé em duas semanas.
Acho que aqui no Reino Unido tínhamos isso há uns dez anos. Havia muitos livros sobre o tema, mas creio que isso agora já acabou e há pessoas que defendem que os bebés não devem ser treinados para dormir, porque estas coisas terão consequências traumáticas. Portanto creio que é capaz de estar pior nuns países que noutros.

Mas o que diria aos pais que estão tentados a experimentar o treino?
A primeira pergunta que eu lhes colocaria é esta: porque pensam que têm de o fazer? O que se passa com o sono do seu bebé, que os está a incomodar tanto que eles acham que precisam de fazer o seu bebé passar por este processo traumático? Porque é traumático para o bebé. E muitas vezes é traumático para os pais também. Estão a fazer isto porque precisam de dormir mais, ou porque foram pressionados por outras pessoas a fazê-lo? Portanto, eu acho que, antes de mais, quereria saber qual a razão por detrás dessa vontade de treinar o sono do bebé. 

Há pais que são muito vulneráveis às interrupções do sono e que precisam de conter e controlar o sono dos seus bebés. Mas eu acho que há outras formas de o fazer, em vez de treinar o bebé. Em vez de ser uma batalha, em que um lado ou o outro tem de ganhar, pode ser algo que una os interesses dos pais e dos bebés, fazendo com que se aproximem, harmoniosamente, tentando encontrar estratégias que funcionem para ambos.

Por exemplo?
Bom, para já, acho que devíamos falar com os pais sobre este tema antes de os bebés nascerem. Essa é a parte difícil, porque assim que os pais entram num padrão de treinar o bebé é difícil mudar-lhes as ideias, mas acho que se falarmos com eles antes de o bebé nascer, sobre quais são as suas expectativas, sobre o que eles acham que vão ser as suas noites, assim eles podem pensar quais são as necessidades dos seu bebé e as suas necessidades e como podem lidar com essas necessidades antes de os bebés ficarem completamente desesperados e com fome e desatarem aos gritos. 

Depois perceber de que forma podem lidar com as noites da maneira mais fácil possível para eles, por exemplo, evitando coisas como ter de descer escadas e fazer biberões a meio da noite e ter de acordar completamente. Ou seja, fazê-los pensar quais serão as suas estratégias durante noite, quem o vai fazer, quanto tempo demorarão a fazê-lo, como vão responder aos sinais do seu bebé, como aprendem a detetar os sinais do bebé antecipadamente, de forma a que lhe respondam e que ele vá dormir imediatamente em vez de entrarem numa situação em que o bebé chora desesperadamente e toda a gente tem de acordar… Creio que tudo gira em termos de saber reconhecer os sinais do bebé, saber quais as suas necessidades e saber como responder. Pensar por antecipação.

E talvez baixar as expectativas, não?
Sim, ter expectativas diferentes, expectativas realistas!

Que expectativas realistas devem ter? O que sabemos sobre o sono dos bebés? O que é que acontece habitualmente?
Sabemos que o bebé não vai dormir a noite toda aos três meses. Isso é certo. E, se por milagre, temos um bebé que dorme a noite toda aos três meses é altamente provável que ele comece a acordar aos quatro meses. O sono dos bebés não progride de forma linear, o bebé não vai dormindo cada vez mais e mais e mais. Às vezes ele dorme, outras vezes não. O sono do bebé, enquanto ser individual, varia de mês para mês e comparar o nosso bebé com o bebé de outra pessoa não serve de absolutamente nada. Porque eles são muito diferentes uns dos outros…. Então temos bebés que dormem 20 horas por dia até bebés que dormem 8 horas por dia. Não há um objetivo comum que devamos ansiar para um bebé de dois ou três meses. Mas todos os bebés, eventualmente, começam a dormir durante períodos mais longos. Mas muitos não dormem uma noite inteira até aos 12 meses.

Ou mais….
Sim. (risos)

É importante aceitar que é assim, não? Ou seja, ter a tal expectativa realista… É importante dizer às pessoas que o normal é isto, é os bebés acordarem várias vezes durante a noite?
Sim, mas mais que isso. Os adultos têm esta ideia de que uma boa noite de sono envolve ir para a cama, adormecer, ficar a dormir e não ser perturbado durante a noite. E que só se tiverem um longo período de sono não interrompido é que tiveram uma boa noite de sono. Mas isso não é, de facto, verdade. Porque nós podemos dormir o suficiente em períodos mais curtos, com interrupções, mas achamos que não.

Ajustar as expectativas é fundamental e se, de facto, nós medirmos o sono de uma pessoa e lhe perguntarmos quanto tempo ela dormiu normalmente subestimam a quantidade de sono que tiveram, mas em larga medida! Especialmente as mães de primeiro filho, subestimam muito o sono que tiveram.

Portanto, é completamente claro para si que o treino do sono é mau…
Temos de ver o que é isso do treino do sono, porque ele vem em embalagens bem diferentes. Algumas são muito duras e outras são o que se chama de gentle sleep training. Acho que aquele treino em que deixamos o bebé sozinho a chorar, ou o deixamos sozinho durante longos períodos e não voltamos, e não o confortamos, é muito mau. Porque é como abandonar um bebé, sendo que o bebé não sabe que não foi abandonado. E, por isso, os seus níveis de stress vão subir imensamente.

Agora, se a mãe e o pai acham necessário treinar o bebé para que não acorde tantas vezes durante a noite — e é importante saber que fazer isso terá impacto na amamentação — se acham que têm mesmo de fazer isso pela sua sanidade, ou outra coisa qualquer, então seria bom saberem que há outras variantes do treino do sono onde os pais ficam ao pé do bebé, confortam o bebé em vez de saírem do quarto, não o pegam ao colo, mas tocam nele, acalmam-no. Ou pegam-lhes ao colo, acalmam-nos e depois deitam-nos outra vez. Há uma panóplia de coisas.

Outro dos temas do sono dos bebés é: onde dorme o bebé?
Mas porque razão isso é sequer um tema? Alguém tem alguma coisa a ver com isso?

Isto é algo muito cultural, não é?
A maioria das pessoas no Reino Unido têm os bebés no seu quarto nos primeiros meses. Uma boa parte delas não os deixam até aos seis meses, ao contrário do que é altamente aconselhável, que eles fiquem no quarto dos pais pelo menos até aos seis meses. Muitos mudam os bebés por volta dos três meses, porque acham ou que o bebé os incomoda, ou porque já é grande demais, acham que seis meses é muito tempo, ou porque simplesmente montaram um lindo quarto e querem usá-lo. 

Os pais, os homens, são os primeiros a insistir que o bebé tem de sair do quarto. Costumo falar nas minhas palestras sobre os bebés humanos, sobre quão pouco desenvolvidos os bebés humanos são quando nascem. E, na verdade, durante os primeiros três ou quatro meses é como se eles estivessem a terminar a gestação.

É o chamado quarto trimestre da gravidez…
Sim. Portanto, colocar o bebé num quarto separado significa pôr completamente de lado, ignorar, esta ideia de que eles ainda são incapazes de manter a sua termorregulação, o seu ritmo cardíaco… A sua fisiologia ainda não se desenvolveu o suficiente para que eles estejam no ponto de serem independentes. Portante, parece-me muito duro, muito severo, colocá-los num quarto separado durante a noite, durante oito horas, e esperar que eles consigam lidar com isso.

E o co-sleeping? O que acha disso?
Bom, creio que se não é daquelas pessoas que tem comportamentos de risco então o co-sleeping é uma coisa completamente normal e o seu bebé não vai estar em risco por estar a fazer isso. Há uma pequena percentagem de pessoas e bebés para as quais o co-sleeping é um risco. Sabemos quais são esses riscos e eles têm a ver com o comportamento parental.

Por exemplo?
Fumar durante a gravidez, fumar quando se tem um bebé, beber álcool e adormecer com o bebé e dormir com o bebé em sofás. Há também alguns bebés que têm vulnerabilidades que desaconselham o co-sleeping, como bebés prematuros, alguns bebés que têm problemas cerebrais. Mas é uma percentagem mínima, a grande maioria dos bebés lida muito bem com o co-sleeping. Eles estão desenhados para estarem em contacto com as suas mães.

Há pessoas que têm receio de se virarem durante a noite e caírem em cima do bebé e por causa disso dizem que não dormem bem com o bebé na sua cama…
Não dormem? Aposto que dormem bem. E aposto que não vão rolar.

E o que responde aos argumentos de que o co-sleeping vai afetar a autonomia das crianças?
Onde estão esses estudos que dizem que colocar um bebé a dormir sozinho o vai tornar mais autónomo? Acho que não há nenhum. Não há evidência cientifica, é um mito. Não há evidência de que os bebés que dormem sozinhos são mais independentes ou mais autónomos quando crescem do que bebés que dormiram com os seus pais.

Instintivamente todas as mães querem os bebés junto delas, não?
Sim, instintivamente o que queremos é proteger o nosso bebé. Portanto, queremos que ele esteja onde o possamos ver e o possamos tocar para sabermos que ele está seguro.

A ideia que eu tenho é que, quando falamos com as pessoas que conhecemos e que têm bebés, elas fazem disto quase um segredo. Porque se formos ver, toda a gente dorme com os bebés na cama, pelo menos de vez em quando, ou metade da noite…
Sim, completamente. É estranho, porque parece que é algo que toda a gente sente que deve esconder.

Mas porquê? Não seria mais fácil assumir isso como algo normal, em vez de achar que é normal os bebés dormirem a noite inteira?
Sim, é verdade.

Como é que chegámos a este ponto, aqui no ocidente?
Eu creio que, se analisarmos isto do ponto de vista cínico, tem a ver com o sistema patriarcal. Com os homens terem de assumir controlo sobre tudo.

Acha mesmo?
(risos) Começou nos anos 20. Houve alguns pediatras homens e psicológicos do comportamento que pensavam que sabiam tudo sobre parentalidade e decidiram que iriam ensinar as mulheres a criar os seus bebés. Foi quando começaram a aparecer os guias para pais. É a supremacia do macho, é a sociedade patriarcal na qual as mulheres precisam de ser ensinadas a não serem demasiado indulgentes, não serem tão emocionais em relação aos bebés. Foi um esforço de controlo sobre as mulheres e sobre as crianças. Do ponto de vista sociológico é tudo sobre poder, tudo gira em torno do poder.

Há uma altura em que de facto as crianças deviam dormir a noite toda?
Depende de cada criança, mas a maioria parece começar a dormir a noite inteira por volta dos seis meses, uma ou outra noite, não todas as noites. Vai depender se mamam, se os dentes estão a nascer… Há tantas coisas que são disruptivas do sono no primeiro ano ou nos primeiros dois anos… 

A ideia de que, quando eles começam a fazê-lo, vão continuar a fazê-lo, e não pararão e nunca mais vão acordar durante a noite, é completamente irrealista, porque há muita coisa a acontecer nos seus corpos e no seu cérebro que os vai fazer acordar a meio da noite. Ao longo do tempo, gradualmente, eles vão dormir mais e mais, quando mais nada estiver a acontecer. Mas, quando algo está a acontecer, isso vai fazê-los acordar. Temos de aceitar que, durante os primeiros dois ou três anos, acordar durante a noite faz parte da paternidade. Faz parte. Quando eles tiverem 15 anos vamos ficar aborrecidos com o tanto que eles dormem!

Também há aquelas crianças que, apesar de dormirem a noite toda, têm dificuldade em adormecer, querem que o pai ou a mãe estejam ao seu lado. Como devemos lidar com isto? Ficamos lá?
Sim, isso é o que eu fazia, ficava lá. Esperava que eles entrassem num sono profundo e depois saía devagarinho. Se eles precisavam que eu estivesse lá para relaxarem o suficiente, de forma a adormecerem tranquilamente, então eu ficava lá. Não vejo qualquer razão para que tivesse de os forçar, de que forma seja, a adormecerem sozinhos, para ficarem aterrorizados e depois dormirem mal, porque não conseguiram relaxar e adormecer. Há todo o tipo de coisas estranhas a acontecer na cabeça das crianças pequenas. Eles veem monstros em todo o lado, por exemplo, portanto, se eles precisam do nosso conforto, isso faz parte do nosso trabalho enquanto pais, dar-lhes esse conforto.

* Quem sabe, sabe, pais aprendam.

IN "OBSERVADOR"
19/10/16

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