ESTA SEMANA NA
"DELAS"
A vida não está fácil
para as feministas em Angola
Na sociedade e cultura angolana os homens são privilegiados e a
violência contra as mulheres é vista como algo natural. Para combater o
problema, Sizaltina Cutaia e Âurea Mouzinho criaram uma nova organização
feminista, a Ondjango Feminista. Já são mais de 60 e todos os meses se
juntam para debater vários assuntos ligados às mulheres num país onde
ser feminista não é nada fácil.
“É uma contra cultura, um contra ideologia. É algo muito novo. Há
pessoas completamente contrárias ao tema e não entendem qual é o
conceito de feminista. Muitos têm essa ideia de que as feministas
defendem coisas horríveis, que queremos abolir a cultura, destruir a
família e que detestamos os homens”, explicou Âurea Mouzinho ao site Rede Angola.
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A DITA... DURA |
Cerca de 38% do parlamento angolano é composto por mulheres. Um
número significativo mas que, segundo estas duas feministas, não tem
grande espaço para fazer mudanças.
Os índices de prostituição também têm aumentado em algumas cidades
angolanas nos últimos anos, algo que os órgãos de comunicação social do
país encaram como um aumento do “número de mulheres que querem vida
fácil”.
“Onde é que a prostituição é vida fácil? Num país de terceiro mundo
como este? Onde todos os fins de semana há carros da Polícia Nacional,
carros do exército, das Forças Armadas que fazem arrastões, pegam nas
trabalhadores de sexo e violam-nas, fazem tudo o que querem e depois
colocam-nas na rua outra vez? Isto é vida fácil?”, referiu, indignada,
Sizaltina Cutaia.
Foi para combater todos estes problemas que criaram a Ondjango
Feministsa que, este sábado, organizou o 6.º Encontro do Ondjango
Feminista – Construindo Pontes de Solidariedade.
“O espaço que o Ondjango se propõe a criar é um espaço de mulheres
para mulheres, acreditamos que nada vai acontecer enquanto, como
mulheres, não tomarmos consciência da situação de injustiça na qual nos
encontramos”, acrescentou Sizaltina.
* Vai ser difícil as mulheres angolanas lutar pela igualdade de género quando um dos maiores agentes da ditadura angolana ser uma energúmena que dá pelo "petit nom" de "zeduzita".
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