ESTA SEMANA NA
"SÁBADO"
As queixas mais estranhas
dos turistas em Lisboa
Turistas que dizem vir da Alemanha, mas que mais parecem ter chegado de
Marte, compradores de drogas falhados, deficientes sem noção do espaço e
do tempo... São muitos os casos que fazem da esquadra do Comando
Metropolitano de Lisboa, sediada no Palácio Foz, na baixa da cidade, a
mais peculiar da capital.
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Vocacionada para receber - e resolver -
as denúncias dos turistas, é comandada pela subcomissária Carina Sousa.
A maioria das queixas lá apresentadas respeita a furtos por
carteiristas e a roubos de oportunidade. Os números têm vindo a
aumentar, mas, segundo Carina Sousa, "não são directamente proporcionais
ao aumento de turistas". Estas são algumas das histórias mais estranhas
com que a equipa hoje constituída por 44 agentes já teve de lidar.
A alemã de outra galáxia
O
assunto era grave: uma turista alemã queixava-se do rapto das suas duas
filhas menores. Os agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP)
ouviram-na com atenção. Até que a conversa tomou um rumo transcendental,
quando a queixosa decidiu fazer duas revelações-surpresa: 1) tinha sido
inseminada artificialmente por Deus; 2) as suas crianças haviam sido
"raptadas" por telepatia. Face a este cenário, os agentes seguiram o
protocolo e facilitaram o contacto da turista com a Embaixada da
Alemanha. E terá sido sem grande surpresa que receberam o telefonema do
funcionário consular que a recebeu, informando-os de que, provavelmente,
a cidadã teria problemas psíquicos. Outro alemão, este ano, entrou na
esquadra para denunciar uma situação igualmente estranha: estava a ser
seguido por antenas, radares e satélites. Depois de sair, ainda
telefonou para acrescentar que "agora mesmo" se encontrava a ser
perseguido pelo FBI americano.
O desaparecido da cadeira de rodas
Em
Agosto, uma turista, que lhes confessou ter perdas de memória, não
sabia onde estava o marido, que se deslocava em cadeira de rodas. Os
agentes andaram às voltas com a mulher, cuja aflição aumentava a cada
segundo, dada a iminência da partida do cruzeiro em que viajavam. Após
buscas intensas, lá descobriram o turista e contactaram o comandante da
embarcação, que acedeu a atrasar a partida e recebeu o casal. Já depois
de os polícias virarem costas, os passageiros, informados da causa do
atraso, vieram às varandas bater palmas aos agentes. A resposta foi um
toque da sirene policial.
A operação Find iPhone
Duas turistas italianas dormiram com a janela aberta e acordaram sem o seu smartphone.
Como tinham possibilidade de o localizar através da aplicação Find
iPhone, pediram ajuda aos agentes para as ajudarem a resgatá-lo.
Resultado: o aparelho foi recuperado e um suspeito foi detido na posse
desse e de outros telemóveis e tablets que não lhe pertenciam.
O haxixe da farmácia
Há
relatos estranhos, alguns respeitantes a burlas muito particulares. Uma
delas: um conjunto de turistas tentou comprar haxixe e percebeu que,
afinal, era louro prensado com graxa. A pergunta do agente era
inevitável: "Quer mesmo queixar-se à polícia que tentou comprar droga?"
Perdidos na tradução
Há
alguns anos, uma turista italiana foi levada no carro-patrulha para o
Comando da PSP. Não parava de gritar com os agentes, e mesmo quando
chegou à esquadra de turismo continuou a vociferar contra quem lhe
aparecia à frente. É que, quando tinha abordado os polícias, a sua única
preocupação era… encontrar uma casa de banho.
* Para sorrir ao domingo, também é preciso.
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