04/11/2016

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ONTEM NO 
"JORNAL DE NEGÓCIOS"

Guia do Web Summit

Um dos maiores eventos de inovação e empreendedorismo do mundo arranca na próxima segunda-feira. O Web Summit está literalmente a mexer com a capital. Como? Eis as respostas.

Se só agora se apercebeu que um dos eventos do ano em Portugal está prestes a arrancar, nada tema. O Negócios tenta responder a (quase) todas as suas questões sobre o WebSummit.
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O EVENTO

O que é o Web Summit?
O Web Summit é uma conferência que reúne empreendedores, investidores, grandes empresas e os seus líderes. Foi fundada pelos irlandeses Paddy Cosgrave, David Kelly e Daire Hickey. A primeira edição decorreu em 2010 em Dublin. A capital irlandesa foi o palco do evento até ao
ano passado.

Onde e quando?
O Web Summit decorre de 7 a 10 de Novembro em Lisboa. O Meo Arena e a FIL, no Parque das Nações, são os locais onde se vão concentrar as actividades diurnas do evento. Isto porque a noite é também uma componente importante do Web Summit, com eventos concentrados na zona do Bairro Alto e Cais do Sodré.

O que fazer para ir?
O Web Summit não é gratuito. Nesta altura, os bilhetes já são dispendiosos – o mais barato custa 1.245 euros. Há alguns meses era possível comprar bilhetes por cerca de 700 euros. O preço depende daquilo a que a pessoa pretende ter acesso. Os mais baratos dão acesso apenas ao espaço de exibição. O bilhete considerado geral (ainda disponível) dá acesso a várias coisas, excepto ao espaço de "network" VIP e ao espaço onde estão os oradores. O bilhete "Premium" só não permite entrar no espaço reservado aos oradores e o bilhete "Platinum" dá acesso a todos os eventos e estruturas de apoio. Na última semana, o Web Summit anunciou que ia disponibilizar cerca de 6.000 bilhetes para jovens entre os 16 e os 23 anos a 9 euros. Esse leilão já terminou e, entretanto, surgiram bilhetes a ser vendidos em grupos do Facebook. A organização já fez saber que os bilhetes são intransmissíveis e que as entradas obtidas com bilhetes comprados através de leilão não serão válidas.

Porquê Lisboa?
A capital portuguesa concorreu e foi escolhida entre um leque de outras cidades europeias. O anúncio foi feito em Setembro de 2015, antes mesmo da realização da última edição em Dublin. Paddy Cosgrave, CEO do Web Summit, já explicou que a saída de Dublin deveu-se sobretudo à falta de condições, nomeadamente ao nível de infra-estruturas e à fraca qualidade do wi-fi. O Web Summit vai realizar-se em Lisboa em 2016, 2017 e 2018. Há ainda a possibilidade de repetir-se em 2019 e 2020, mas estas duas datas ainda não estão fechadas.  O evento vai contar com um apoio de  3,9 milhões de euros, 1,3 milhões por ano, dados pelo Turismo de Portugal, Turismo de Lisboa (ATL) e AICEP (Agência de Investimento de Portugal).

OS NÚMEROS
Quantas pessoas virão?
A organização estima que venham a Lisboa cerca de 50 mil pessoas, oriundas de mais de 160 países, entre jornalistas, empreendedores, investidores e políticos.

Que retorno?
O Web Summit já avançou que é esperado um impacto económico directo de 200 milhões de euros nos hotéis, transportes e restaurantes de Lisboa.

O que é que fica?
O Governo e a autarquia querem que o evento não se resuma a três dias e caia no esquecimento até ao ano seguinte. As autoridades pretendem potenciá-lo para que dele fiquem raízes para atrair empresas e empreendedores, incluindo estrangeiros, para Lisboa e para o país. Neste sentido se enquadra a decisão da autarquia de ficar com um antigo complexo militar, localizado na zona do Beato, onde está a nascer um Hub Criativo. Em resumo, trata-se de colocar Portugal no mapa mundial do empreendedorismo.

Quantas start-ups?
Portugal vai estar representado com 67 start-ups que, além de mostrarem as suas ideias de negócios, estão também à procura de financiamento no evento. Candidataram-se 170 empresas nacionais.

ALOJAMENTO
Como estão os hotéis?
Encontrar quarto num hotel não é uma tarefa fácil num período que o sector classifica de "balão de oxigénio". As unidades de Lisboa estão já com uma taxa de ocupação superior a 90%. Uma pesquisa na plataforma de alojamento Booking mostra que a procura está a ser acentuada, com os últimos quartos disponíveis. A maioria da oferta ainda disponível está acima dos 150 euros por noite.

E o alojamento local?
Não há tanta unanimidade quanto à ocupação do alojamento. Há empresários a dar conta de terem os seus espaços já preenchidos e outros que, sem ter aumentado preços, não registam um aumento de reservas ou visualizações para a semana do Web Summit. Esta modalidade pode, por isso, apresentar-se como uma boa alternativa para quem está a fazer reservas de "última hora". O Airbnb já informou que espera 15 mil visitantes nos alojamentos lisboetas registados na plataforma, com um retorno adicional de 2,8 milhões de euros. França, Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos estão em destaque. Já a plataforma HomeAway informou ao Negócios que 74% dos alojamentos que tem registados já estão reservados para as datas de Web Summit, em comparação com os 47% da semana seguinte.

TRANSPORTES
Que transportes usar?
O Metro de Lisboa criou um passe especial para o Web Summit, alargado aos comboios da CP e aos autocarros da Carris. O passe permite a ida a Sintra e Cascais e pode ser pago com cartões internacionais. Metro e Carris contarão com reforço das frequências. Está previsto um reforço no apoio prestado aos estrangeiros e maior presença das equipas de limpeza e segurança, sobretudo na estação do Oriente.

Há mais táxis?
Os táxis, através da Cooptáxis, terão também mais veículos no terreno, contando com balcões no evento, dotados de tecnologia, para que a sua chegada seja mais rápida. Também a aplicação Mytaxi alertou os táxis parceiros para que estejam mais disponíveis durante o Web Summit e mostrem que o sector está a entrar na era digital. O agendamento de carros é um dos conselhos deixados.

Ir de uber ou cabify?
A plataforma da mobilidade Cabify diz que os parceiros estão sensibilizados para o aumento da procura. As viagens de e para a área do Meo Arena terão descontos imediatos: 15% para contas privadas e 25% para contas de empresas, até um total de 50 euros. Já a Uber não confirmou se haverá reforço no terreno mas lançou uma nova modalidade, a Uberpool, que permitirá dividir os custos das viagens com outros passageiros que sigam na mesma direcção. A poupança poderá atingir os 25%.

Vai para o aeroporto?
O aeroporto Humberto Delgado contará com o dispositivo de segurança habitual. Na área das chegadas estará instalado um local de recepção aos congressistas estrangeiros. A gestora ANA assegura que não é necessário aos restantes passageiros chegar mais cedo ao aeroporto se forem viajar. Não há número adicional de voos por causa do Web Summit: os passageiros foram integrados na operação habitual.

SEGURANÇA
Há mais segurança?
Está montada uma operação de segurança com vários departamentos da PSP, que contará com o Comando Metropolitano de Lisboa, Unidade Especial de Polícia, Corpo de Intervenção e Divisão de Investigação Criminal. Existirão também agentes à paisana espalhados pela cidade, com maior foco no Parque das Nações.

Qual a resposta a emergências?
No Parque das Nações estão instaladas em permanência quatro ambulâncias junto ao quartel general do Web Summit. Em caso de necessidade, e tendo em conta a gravidade, farão o reencaminhamento imediato para o Centro de Saúde dos Olivais ou para o Hospital de Loures.

DIVERSÃO
O que fazer à noite?
O Web Summit tem uma forte componente nocturna, mais descontraída, com a tradição nos Pub Crawls: basicamente são visitas a alguns bares das cidades. A tradição é levada a sério por muitos participantes, sendo de esperar uma enchente também "na noite" durante os dias do evento. As zonas de maior afluência serão o Bairro Alto e o Cais do Sodré. As associações do sector da restauração já apelaram a uma maior flexibilidade dos estabelecimentos quanto aos horários de fecho e alguma compreensão quanto ao eventual barulho nas ruas durante os dias de semana.

E para aquecer antes?
Na pala do Pavilhão de Portugal existirão festas ao pôr-do-sol, entre as 16:00 e as 19:30, a 8 e 9 de Novembro. As iniciativas contarão com músicos e DJs, sendo abertos ao público em geral. As várias regiões turísticas estarão a promover os seus destinos, não faltando gastronomia e vinhos. Para quem não quer perder o que se passa dentro da FIL e do Meo Arena, há transmissão em directo no local.

Onde comer?
Não é preciso sair do recinto do Web Summit para recarregar energias. Contudo, o Parque das Nações está dotado de um vasto leque de restaurantes. Para os que querem ir aos restaurantes da "moda" ou de segmento mais alto na capital, o conselho é reservar com certa antecedência. Se não, ligar antes para perceber como está a afluência dos espaços. Por exemplo, no restaurante Loco, com pouco mais de 20 lugares na Lapa, tem-se sentido mais reservas devido ao evento. Já outros locais, como o Alma e o Feitoria dizem sentir um fluxo normal de reservas de estrangeiros, que não conseguem associar directamente ao Web Summit. Nesta altura decorre também o The Fork Fest, com desconto de 50% na carta de restaurantes seleccionados na capital e que exigem também reserva através da respectiva plataforma.

* Excelente explicação de ANA LARANJEIRO e WILSON LEDO.

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