16/11/2016

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HOJE  NO 
"RECORD"

Novo relatório McLaren lança
 o pânico entre o movimento olímpico

A confirmação de que o próximo relatório McLaren será publicado em dezembro e a perspetiva de virem a ser revelados mais casos de doping em massa deixou o presidente da Agência Mundial Antidopagem (AMA), Craig Reedie, debaixo de fogo, na Assembleia Geral da Associação dos Comités Olímpicos Nacionais (ANOC), em Doha, no Qatar.
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As maiores críticas ao dirigente escocês, de 75 anos, candidato único nas próximas eleições da AMA, foram feitas por Alejandro Blanco, líder do Comité Olímpico de Espanha: "As decisões da AMA são sempre conhecidas em momentos inoportunos. Estamos aqui no Qatar e foi esta semana que se soube que o laboratório local foi suspenso. Estávamos a 15 dias dos Jogos do Rio e só se falava de doping, quando havia a ilusão da competição. O relatório McLaren causou grande dano ao desporto, é preciso testá-lo."

Apresentado pelo especialista canadiano em direito do desporto, Richard McLaren, o relatório pôs a descoberto uma rede de dopagem alegadamente controlada pelo governo russo e foi com base nele que a AMA sugeriu ao Comité Olímpico Internacional (COI) a suspensão de todos os atletas da Rússia. O COI foi mais brando e apenas excluiu os que tivessem comprovadas ligações a práticas de dopagem. E recentemente Thomas Bach, líder do COI, tornou claro que os atletas têm direito ao contraditório, o que o relatório McLaren não contemplou. O documento foi construído a partir de uma denùncia e é criticado por reunir informações originárias numa única fonte.

"Qual é o objetivo da AMA?", questionou Alejandro Blanco. "Eu apoio o endurecimento das penas, mas na luta contra o doping sublinho o que disse Thomas Bach, 'é preciso investigar'. Não é dizer ao COI que deve suspender todos os atletas russos, quando há quem esteja limpo."

O xeque Ahmed Al-Fahad Al-Ahmed Al-Sabah, presidente da ANOC, foi claro: "Preocupa-me que o próximo relatório McLaren saia em dezembro", a coincidir com uma reunião do COI, e atacou Reedie: "Precisamos de um presidente que seja neutral."

O presidente da AMA anotou as críticas e respondeu. "Não existe o momento perfeito para anunciar a suspensão de um laboratório ou outras decisões mais graves", disse Craig Reedie. Em relação à divulgação do relatório McLaren, explicou que a AMA precisou reagir às informações que circulavam na imprensa desde maio. "Pensamos que não devíamos adiar o problema para depois dos Jogos Olímpicos", permitindo a participação de atletas sob suspeita.

* Alguém sabe onde pára o desporto?

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