Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
27/12/2015
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Kristen Marhaver
Como estamos cultivando bébés corais
para reconstruir recifes
Kristen Marhaver estuda corais, pequenas criaturas do tamanho de sementes de papoula que, ao longo de centenas de anos, criam estruturas oceânicas lindas, que se estendem por quilômetros e sustentam vidas.
Ela admite que é fácil se entristecer com o estado dos recifes de coral; eles estão na mídia recentemente graças à rapidez com que estão se esbranquiçando, morrendo e virando lodo. Mas a boa notícia é que estamos aprendendo cada vez mais a respeito desses invertebrados marinhos incríveis - inclusive sobre como ajudá-los (e ajudá-los a nos ajudar).
Essa bióloga e Bolsista TED Sênior oferece um olhar de relance sobre as vidas maravilhosas e misteriosas dessas criaturas tão frágeis e tão laboriosas.
GRAÇA CANTO MONIZ
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IN "i"
22/12/15
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Partido
Democrático
Muçulmano?
O leitor está lembrado de um livrinho, bastante
incómodo para algumas almas mais “humanistas”, chamado “Submissão”,
escrito por Michael Houellebecq? Em “Submissão”, o autor, ficcionava a
pátria da “liberdade, igualdade e fraternidade” entregue, por via
democrática, nos braços do islamismo graças à vitória presidencial de
Mohammed Ben Abbes, fundador da Fraternidade Muçulmana.
Pois bem, a passos
largos, a realidade tem vindo a aproximar-se da suposta ficção. Em 2012,
em França, surgiu o Partido Democrático Muçulmano, que, por exemplo, já
obteve mais votos que o Partido “os Verdes” e vai mesmo apresentar um
candidato à presidência da república francesa, segundo os media
franceses. Entre as suas bandeiras políticas encontra-se o ensino na
língua árabe nas escolas, a defesa do sistema bancário islâmico, a
obrigatoriedade da comida Halal nas escolas, a defesa do uso da burca em
locais públicos e a defesa da poligamia. Em caso de vitória,
“Submissão”, será afinal uma profecia do autor.
O livro de Houellebecq não contém nenhuma referência ofensiva ao
islamismo é antes uma reflexão sobre a falta de “fé”, sobre o
esgotamento religioso e espiritual da Europa, em linha com o conceito de
“liquidez moderna” apregoado por Bauman. Não posso deixar de concordar
com alguns vozes que atribuem as culpas a uma certa “ideia” de Europa
pós-nacional que rejeita laços de pertença à nação e à religião. Uma
Europa que renega a sua identidade judaico-cristã será, a breve prazo,
uma Europa incapaz de se reconhecer em si própria.
IN "i"
22/12/15
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ESTA SEMANA NO
"SOL"
"SOL"
Sociedade 2015:
Joana Marques Vidal, a figura do ano
Chegou à Procuradoria-Geral da República (PGR) em 2012 e depressa
começou a mudar a estrutura. Este ano, Joana Marques Vidal esteve
debaixo de todos os holofotes.
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Desde o início que anunciou o objetivo de apertar o
cerco à criminalidade económica (e não só) mais complexa. E a verdade é
que, em 2015, a procuradora-geral – como todo o Ministério Público (MP) –
esteve no centro da atualidade mediática, na sequência dos grandes
processos judiciais e investigações iniciados desde que foi nomeada,
como a Operação Marquês, o caso BES e o dos Vistos Gold.
Ainda que a figura da primeira mulher à frente da PGR tenha sido
quase sempre consensual – conseguindo, como dizem várias fontes
judiciais, manter o «bom nome de família» (numa alusão ao pai, José
Marques Vidal, ex-diretor da Polícia Judiciária) –, 2015 não foi um ano
nada fácil.
Logo no início do ano, admitiu que existia no Estado uma teia de
corrupção instalada. Foi em declarações à Rádio Renascença e ao Público
que a PGR falou da existência de «uma rede que utiliza o aparelho do
Estado e outro tipo de aparelhos da Administração Pública para realizar
atos ilícitos», concretizando que muitos deles são de «corrupção».
Sem querer fazer «análises de regime», respondeu ainda a algumas das
críticas de que o MP estava a ser alvo: «O MP tem de atuar de acordo com
aquilo que a lei prevê. Não há os chamados timings políticos nem os
timings para as investigações»
Joana Marques Vidal, que tanto defendeu a urgência de se pôr fim às
violações de segredo de justiça, acabaria por ser colocada no banco dos
réus, nomeadamente pela defesa de José Sócrates, que já a acusou de ser
demasiado permissiva com este crime.
‘É a principal responsável’
As críticas mais duras surgiram, no entanto, na semana passada, na
entrevista que José Sócrates deu à TVI. O ex-primeiro-ministro acusou o
Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), departamento
da PGR onde decorre a Operação Marquês, de ter prejudicado o PS nas
eleições legislativas e de estar a arrastar a investigação para além dos
prazos legais. E terminou dizendo que a procuradora-geral tem o dever
de se explicar, uma vez que «é a principal responsável pelo
comportamento do MP».
* Para nós Joana Marques Vidal é um dos símbolos da decência deste país, desde 2012.
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ESTA SEMANA NO
"EXPRESSO"
"EXPRESSO"
E se recebesse 892 euros por mês
em troca de nada?
A ideia pode ser posta em prática na cidade holandesa de Utrecht e consiste em atribuir a todos os cidadãos um “rendimento básico” que não depende de nenhuma outra fonte de rendimento nem obriga ninguém a procurar trabalho. O objetivo é encorajar todas as pessoas a encontrar empregos a longo prazo.
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Pode o Governo atribuir um "rendimento
básico" mensal a qualquer pessoa, quer esta trabalhe ou não, sem
qualquer condicionante? Na Holanda, mais precisamente na cidade de
Utrecht, talvez - pelo menos esta é a ideia que pode vir a ser aplicada,
num primeiro momento a um número restrito de cidadãos e depois, se
houver bons resultados, a toda a população.
A ideia, apoiada sobretudo por vereadores dos partidos de esquerda, é ajudar os cidadãos a evitar a "armadilha da pobreza", diz Nienke Horst, um conselheiro do Partido Liberal Democrata naquele município, citado pelo britânico "The Guardian". No entanto, com esta novidade também se espera que as pessoas que trocam constantemente de emprego consigam, tendo acesso a um rendimento base de 892 euros, ter tempo e estabilidade para procurar um emprego a longo prazo adequado ao seu perfil.
Embora a ideia seja, inicialmente, atribuir este rendimento apenas aos cidadãos carenciados, o conceito é mais abrangente e consiste num rendimento que é garantido de forma incondicional, sem que haja pré-requisitos ou obrigação de procurar trabalho e sem depender de fontes de rendimento.
“Temos de confiar nas pessoas"
No entanto, se o conceito parece revolucionário, esta impressão traz dificuldades acrescidas: "Em Utrecht, não chamamos à ideia 'rendimento básico' porque as pessoas acham que isso é apenas receber dinheiro, sentar-se em casa e ver televisão", explica Heleen de Boer, uma vereadora dos Verdes naquela cidade, citada pelo "Guardian". No entanto, de Boer acrescenta que, para a ideia funcionar, há um requisito: "Penso que temos de confiar nas pessoas".
Se a experiência se concretizar, os resultados serão analisados por Loek Groot, professor da Universidade de Utrecht, para verificar se o esquema traz benefícios e se pode ser aplicado a todos os residentes da cidade.
* Em Portugal seria impensável.
A ideia, apoiada sobretudo por vereadores dos partidos de esquerda, é ajudar os cidadãos a evitar a "armadilha da pobreza", diz Nienke Horst, um conselheiro do Partido Liberal Democrata naquele município, citado pelo britânico "The Guardian". No entanto, com esta novidade também se espera que as pessoas que trocam constantemente de emprego consigam, tendo acesso a um rendimento base de 892 euros, ter tempo e estabilidade para procurar um emprego a longo prazo adequado ao seu perfil.
Embora a ideia seja, inicialmente, atribuir este rendimento apenas aos cidadãos carenciados, o conceito é mais abrangente e consiste num rendimento que é garantido de forma incondicional, sem que haja pré-requisitos ou obrigação de procurar trabalho e sem depender de fontes de rendimento.
“Temos de confiar nas pessoas"
No entanto, se o conceito parece revolucionário, esta impressão traz dificuldades acrescidas: "Em Utrecht, não chamamos à ideia 'rendimento básico' porque as pessoas acham que isso é apenas receber dinheiro, sentar-se em casa e ver televisão", explica Heleen de Boer, uma vereadora dos Verdes naquela cidade, citada pelo "Guardian". No entanto, de Boer acrescenta que, para a ideia funcionar, há um requisito: "Penso que temos de confiar nas pessoas".
Se a experiência se concretizar, os resultados serão analisados por Loek Groot, professor da Universidade de Utrecht, para verificar se o esquema traz benefícios e se pode ser aplicado a todos os residentes da cidade.
* Em Portugal seria impensável.
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O QUE NÓS
"FESTEJAMOS"!!!
O QUE NÓS
"FESTEJAMOS"!!!
O primeiro número da ONDA POP explica quase tudo, os primórdios, os conceitos, a paginação e artigos publicados demonstram o trabalho destes rapazolas nos idos de 60.
Hoje publica-se o nº63 da edição impressa abrindo a página nataleira com um monstro da música universal PAUL McCARTNEY que está bem vivo e ao que pensamos de boa saúde.Foi um privilégio vê-lo e ouvi-lo no "ROCK'IN RIO" em Lisboa.Disfrutem o seu talento.
No concurso "SCHWEPPS" um casal que deu que falar, ele um génio da música ela por ser a companheira das loucuras.
SABRINA, voz bonita que não consta da informação galáctica.
O PRIMEIRO NATAL uma surpresa inesperada caída do céu, WANDA STUART & KIDS ON BROADWAY
No concurso "SCHWEPPS" um casal que deu que falar, ele um génio da música ela por ser a companheira das loucuras.
SHEILA, bela voz duma mulher determinada e lutadora, 50 anos de carreira em 2012 é obra.
WALACE COLLECTION, qualidade enorme de vida relativamente curta
GIRA DISCOS de capas bonitas e bem feitas de acordo com a tecnologia da época, quase todas desconhecidas.
Cantem com a "ONDA POP" com os THREE DOG NIGHT, BEATLES e THE HOLIES intérpretes de uma canção lindíssima, escutem-na.
A "ONDA POP" continua cheia de informação verdadeira, bem elaborada e metódica, sem folclores, mantém a corência da sua génese.Na net e em português tem o condão de informar e trazer ao presente um passado glorioso de música como ninguém faz. Temos o orgulho de dizer que os autores são nossos amigos mas não é por isso que estão na "PEIDA", é pelo valor e inteligência que demonstram.
Neste blogue, na coluna da direita tem um link directo.
OBRIGATÓRIO IR VER!!!
ABJEIAÇOS
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ESTA SEMANA NO
"OJE"
"OJE"
Sobretaxa.
Com estes números,
não haverá devolução
Estes 25.301 milhões de euros arrecadados com o IRS e com o IVA representam um aumento de 3,3% face ao mesmo período de 2014. Mesmo assim, não é suficiente para a devolução da sobretaxa
Caso se mantenha até ao final do ano o crescimento da receita do IRS e
do IVA registado até novembro, não haverá em 2016 devolução da
sobretaxa de IRS, segundo a simulação apresentada na página da
Administração Tributária (AT).
De acordo com a AT, o Imposto sobre o Rendimento das pessoas
Singulares (IRS) cobrado até novembro atingiu os 11.432 milhões de euros
e o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) arrecadado no mesmo
período correspondeu a 13.869 milhões de euros, totalizando os 25.301
milhões de euros nos dois impostos.
Estes 25.301 milhões de euros arrecadados com o IRS e com o IVA
representam um aumento de 3,3% face ao mesmo período de 2014, abaixo dos
3,7% previstos no Orçamento do Estado para 2015 e que é o crescimento
que terá de ser ultrapassado para que haja alguma devolução da sobretaxa
em 2016.
* Atenção que esta situação vem do governo anterior agravada com as notícias do BANIF.
Da "saída limpa", o embuste conluiado entre governo PàF e Comissão Europeia, estamos a colher os "louros". Não houve dignidade.
Sr. Carlos Costa tenha vergonha, demita-se!
Sr. Carlos Costa tenha vergonha, demita-se!
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A descoberta de um problema no invólucro do instrumento científico Seismic Experiment for Interior Structure (SEIS) do robô InSight, que até ao momento não foi resolvido, obrigou a agência espacial norte-americana a adiar o lançamento da missão.
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ESTE MÊS NA
"PC GUIA"
"PC GUIA"
NASA adia lançamento da missão
InSight para Maio de 2018
A NASA anunciou esta semana que foi obrigada a adiar o lançamento da
missão InSight, que visa estudar a atividade sísmica do planeta Marte,
para Maio de 2018. O lançamento estava inicialmente previsto para Março
de 2016.
A descoberta de um problema no invólucro do instrumento científico Seismic Experiment for Interior Structure (SEIS) do robô InSight, que até ao momento não foi resolvido, obrigou a agência espacial norte-americana a adiar o lançamento da missão.
A missão InSight da NASA está avaliada em 425 milhões de dólares (cerca de 390 milhões de euros).
* É preferível o rigor em vez de o aventureirismo.
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ESTA SEMANA NA
"SÁBADO"
"SÁBADO"
Casino Estoril
pagava em dinheiro vivo a artistas
A Estoril-Sol, empresa proprietária do Casino Estoril, foi apanhada pelo
Ministério Público num esquema de fuga ao fisco que incluía off shores e pagamentos em cash
a bailarinas, a agentes de jogadores e talvez até a artistas convidados
para actuar no Casino, como os brasileiros Roberto Carlos ou Fafá de
Belém.
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A descoberta foi feita no âmbito da operação Furacão,
liderada pelo procurador Rosário Teixeira – o mesmo que actualmente
lidera a investigação a José Sócrates – e dedicada a identificar casos
de fraude fiscal, para posteriormente exigir às empresas
prevaricadoras a devolução dos montantes em falta. No caso da
Estoril-Sol estão em causa cerca de quatro milhões de euros.
* E o que terá pago "off choras" a título de alvíssaras a outras figuras públicas?
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ESTA SEMANA NA
"VISÃO"
"VISÃO"
Será que o Google respeita a privacidade
. das nossas pesquisas e e-mail?
Stephan Micklitz, diretor da Google na Europa, fala à VISÃO sobre privacidade digital, numa entrevista cheia de silêncios
Stephan Micklitz é o diretor de engenharia da equipa de Identidade,
Privacidade e Segurança da Google Europa, com sede em Munique.
Engenheiro de ciência computacional, quer melhorar a imagem do gigante
tecnológico no que toca ao respeito pela intimidade dos utilizadores dos
serviços da empresa.
O que fez, neste cargo, pelo aumento da privacidade e segurança ?
O
que fizemos já foi reunir, num só lugar, todas as controlos relativos à
privacidade e segurança de uma conta Google, para que seja mais fácil
para o utilizador. Foi a primeira vez que fizemos isto, e acho que foi
um grande passo.
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Pusemos mais texto explicativo e tentamos
simplificá-lo. Criamos uma página chamada privacy.gooogle.com onde
tentamos responder às perguntas mais frequentes [FAQ]. Temos a certeza
que hoje os utilizadores perceberem os controlos. Verificámos e testámos
isso. Também passámos a distinguir entre estar dentro e fora da nossa
conta Google, no que respeita à informação que recolhemos.
Antes
de falarmos em privacidade, deveríamos definir o que é, hoje, a
individualidade? É o seu próprio nome? O seu IP? O meu Gmail tem o meu
nome... Como é que a Google pode dizer que não está a reunir dados
pessoais?
Vou tentar responder. O que constitui a sua
identidade Google é a sua conta Google. Pode ser o seu Gmail, o seu
telefone, o seu identificador único. Isto é necessário, com a sua
palavra-chave, para que possa ser autenticado. Nós permitimos às pessoas
que usem pseudónimo. Pedimos alguns dados, mas não o seu nome
verdadeiro. Nem controlamos isso a não ser que o nome do próprio Gmail
seja ofensivo ou muito curto...
Acha que o conceito de metadados ainda é um conceito cientificamente válido? Ou devíamos falar só de dados?
Qual é a sua definição de metadados?
Dados sobre dados. Grandes quantidades de dados anonimizados.
Acho que é um conceito muito válido. Porque é que você acharia o contrário?
Porque
uma equipa do MIT pegou nos metadados de uma operadora móvel,
comparou-os com bases públicas e identificou 80% dos utentes com base em
apenas dois pontos de geolocalização.
Há ai vários
aspetos. Há muita pesquisa a ser feita nessa área, nomeadamente a de
saber quando é que podemos mesmo provar essa ligação. Há muitas bases de
dados agregadas [agregated data sets] num estado em que nenhuma ligação
pode ser feita entre os metadados e os indivíduos.
Isso tornaria a informação quase inútil...
Não necessariamente. Essas bases podem ser usadas para gerir o tráfego automóvel sem se saber quem são as pessoas.
Talvez.
Não sei se se lembra dos ataques da maratona de Boston. Eles foram
feitos com recurso a mochilas, panela de pressão e explosivos. Passadas
umas horas, um determinado IP, em que o pai tinha comprado uma mochila, a
mãe uma panela de pressão e o filho lido notícias sobre os ataques, foi
visitada pelas autoridades... Com recurso a metadados desanonimizados: a
dados.
Penso que esses são exemplos nos quais temos de
pensar muito bem. Que relações podemos e não podemos fazer? O que nós
estamos a tentar fazer ao usar e armazenar bases de dados anonimizadas é
encontrar o melhor equilíbrio possível. Por exemplo você tem controlo
total sobre o que escreve nas suas contas Google...
Tem a
certeza? Eu apago meus emails? Ou apenas os escondo de mim? A Google
tem que ter múltiplos "backups" (memórias de armazenamento).
São
apagados, tenho a certeza. Mas o primeiro passo é que não apareçam ao
vivo. Existem backups, são necessários. Mas os emails serão destruídos.
Como sabe, há muita gente que afirma que nada na internet é apagável.
Não. O apagamento é possível. Mas, dado o número de backups, demora alguns dias.
Dias?
Dias. Não é instantâneo. A informação não está num único disco. Mas temos uma equipa para garantir o apagamento.
O
general Keith Alexander (ex-director da NSA), Sergey Brin (cofundador
da Google) e Eric Schimdt (ex-CEO da Google) reuniam com regularidade.
Esta cooperação continua?
Não tenho conhecimento disso, nem sou sou a pessoa certa para responder a essa pergunta. Não sei como responder.
Ok. Cito uma frase de Keith Alexander ao Congresso no ano passado: «Já matámos gente com base em metadados».
Certamente,
os metadados, podem ser usados de forma errada. Há sempre bons usos e
maus usos. O que estamos é a tentar garantir é que apenas o utilizador
tenha acesso aos seus dados que os possa apagar, mudar, usar como
quiser...
Ainda bem. Mas não teve a Google portas secretas (backdoors) propositadamente abertas à NSA?
Nunca tivemos nada disso. Já desmentimos. Só damos informação se houver uma ordem judicial.
A
Google armazena informação que, segundo a lei europeia e portuguesa, é
pessoal e sensível. Sob que legislação está? Quem pode aceder a essa
informação sem a autorização de um tribunal português?
Bem, eu não sou um perito legal, nem há nenhum nesta sala [de chat].
O
Portal de Saúde português estava 'tecnicamente acessível à Google',
através da vossa ferramenta de Analytics, que está protegida por
propriedade intelectual: não se sabe o que faz... [silêncio]
Não me percebeu?
Percebi,
sim. Quanto ao Analytics temos tido longas conversas com a Comissão de
Proteção de Dados alemã, e com outras. Na Alemanha, o operador da página
está obrigado a revelar ao utilizador que usa essa ferramenta. Mas ele
também pode ler sobre as nossas práticas no que respeita a esse programa
[que gere o tráfego do site, informando o dono dos IP's de quem o
visita, pelo menos] isso transformou-se num acordo que o utilizador pode
ler. Eu posso enviar-lho.
Abriram o software às autoridades alemãs?
Não se limita a um país, são soluções para todo o mundo.
Mas deram conhecimento dos vossos códigos às autoridades alemãs?
Não
tenho a certeza do que me está a perguntar. Descrevemos em documentos
escritos como é que estas ferramentas trabalham e chegamos a acordos
sobre quais são os níveis certos de proteção.
A pergunta é: os vossos código-fonte estão acessíveis às autoridades?
Não
vou responder a essa pergunta diretamente, porque ela não é a
pergunta-chave. A pergunta chave é: como é que a ferramenta funciona e o
que faz...
Sim, mas isso deve ser verificado.
Pode verificar-se isso através de vários mecanismos. O código-fonte é só um deles.
A Google têm alguma autorização da Comissão Nacional de Dados portuguesa?
Está a fazer uma pergunta jurídica a um engenheiro...
Pode alguém da Google ter acesso ao meu Gmail sem eu saber? Não está assim escrito nos termos de serviço.
A
pergunta é como é que nós armazenamos a informação, como é que temos a
certeza de que ela só é acedida de uma forma legal? Temos múltiplas
formas. A informação guarda-se encriptada. Isso garante que ninguém além
das pessoas que tenham acesso a uma chave possa ter acesso. Claro que o
utilizador tem essa chave, que usa para se autenticar e ter acesso à
sua informação, que é sua. Podemos receber pedidos judiciais e, se
verificarmos que são legítimos, então damos acesso. Mas publicitamo-lo
no nosso relatório de transparência.
Quantos gigabytes de informação tem a Google armazenados sobre mim?
Essa é uma pergunta que não pode ser respondida assim. Cada conta é uma conta. Algumas não têm nada, outras muito...
Então diga-me um valor médio.
Mesmo que lhe desse um número, não teria significado. Há um enorme leque de contas.
Acha que bisbilhotar de forma eletrónica é diferente de bisbilhotar?
Defina-me bisbilhotar (snooping).
Quero que me diga se acha a espionagem eletrónica a busca automática de palavras, diferente da humana.
São
diferentes. Hoje sem a deteção inteligente de spam [lixo digital], os
emails não funcionariam: teríamos de pensar num sistema diferente. É o
spam, aliás, uma das principais razões para usarmos algoritmos
inteligentes. É claro que existem coisas que um utilizador poderia fazer
mas que uma máquina faz muito melhor. Temos um algoritmo claro que se
vai aplicar a toda a gente, sem que estejamos a olhar para as pessoas.
Não estamos a olhar para as pessoas, quando muito talvez para o
remetente. Mas isso é a máquina que faz. Bem diferente de um humano com
técnicas específicas.
Então porque é que o mesmo não se passa com o algoritmo do motor de busca ? Ele não dá os mesmos resultados a toda a gente.
Sim
e não. Faça uma busca em modo incógnito e compare. Pode haver
diferenças, mas são mínimas. Outras verificam-se num tempo muito curto
que tem a ver com as buscas que fez imediatamente antes. A palavra Golf é
o nome de um desporto e também de um carro. Ora se a máquina já
percebeu que procura um carro, mostra-lhe primeiro o carro. E isso é
valioso para as pessoas. E o resultado de uma busca, se for bom para a
maioria, normalmente também é bom para si. Por isso é que as mudanças
com base na personalização são relativamente menores.
Está
a falar-me de produtos. E se eu lhe falar de política? Se eu tiver
feito uma pesquisa sobre Bernie Sanders e uma amiga minha a fizer por
Donald Trump? E se a seguir ambos perguntarmos ao próprio motor de
pesquisa: «Em quem é que eu vou votar?» Teremos os mesmos resultados?
Compreendo
completamente porque é que me faz essa pergunta. Por isso é que há
dados que não analisamos: Saúde, dados sensíveis, não analisamos, nem
personalizamos.
E a posição política de cada um é uma delas?
Desafio-o a tentar. Penso que sim.
Pensa?
Tenho quase a certeza. Não sou eu quem trabalha essa área.
* Entrevista muito bem conduzida por JOÃO DIAS MIGUEL, os silêncios de Micklitz também são respostas, o GOOGLE é uma boa ferramenta mas todo o cuidado é pouco.
Há seis semanas que estamos a editar a história do GOOGLE, segundas-feiras pelas 23H40.
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