27/12/2015

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ESTA SEMANA NO
"SOL"
Sociedade 2015:
 Joana Marques Vidal, a figura do ano

Chegou à Procuradoria-Geral da República (PGR) em 2012 e depressa começou a mudar a estrutura. Este ano, Joana Marques Vidal esteve debaixo de todos os holofotes.
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Desde o início que anunciou o objetivo de apertar o cerco à criminalidade económica (e não só) mais complexa. E a verdade é que, em 2015, a procuradora-geral – como todo o Ministério Público (MP) – esteve no centro da atualidade mediática, na sequência dos grandes processos judiciais e investigações iniciados desde que foi nomeada, como a Operação Marquês, o caso BES e o dos Vistos Gold.

Ainda que a figura da primeira mulher à frente da PGR tenha sido quase sempre consensual – conseguindo, como dizem várias fontes judiciais, manter o «bom nome de família» (numa alusão ao pai, José Marques Vidal, ex-diretor da Polícia Judiciária) –, 2015 não foi um ano nada fácil.

Logo no início do ano, admitiu que existia no Estado uma teia de corrupção instalada. Foi em declarações à Rádio Renascença e ao Público que a PGR falou da existência de  «uma rede que utiliza o aparelho do Estado e outro tipo de aparelhos da Administração Pública para realizar atos ilícitos», concretizando que muitos deles são de «corrupção».

Sem querer fazer «análises de regime», respondeu ainda a algumas das críticas de que o MP estava a ser alvo: «O MP tem de atuar de acordo com aquilo que a lei prevê. Não há os chamados timings políticos nem os timings para as investigações»

Joana Marques Vidal, que tanto defendeu a urgência de se pôr  fim às violações de segredo de justiça, acabaria por ser colocada no banco dos réus, nomeadamente pela defesa de José Sócrates, que já a acusou de ser demasiado permissiva com este crime.

‘É a principal responsável’
As críticas mais duras surgiram, no entanto, na semana passada, na entrevista que José Sócrates deu à TVI. O ex-primeiro-ministro acusou o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), departamento da PGR onde decorre a Operação Marquês, de ter prejudicado o PS nas eleições legislativas e de estar a arrastar a investigação para além dos prazos legais. E terminou dizendo que a procuradora-geral tem o dever de se explicar, uma vez que «é a principal responsável pelo comportamento do MP».

* Para nós Joana Marques Vidal é um dos símbolos da decência deste país, desde 2012.

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