17/12/2014

JORGE FREITAS SOUSA

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À espera de um voto

O PSD-Madeira vai a votos na sexta-feira, com seis candidatos à liderança. Os militantes vão receber um boletim com mais caras do que umas eleições presidenciais e com quase tantos quadradinhos para colocar a cruz como nas próximas regionais, esperadas para depois do Carnaval.

As eleições internas de um partido seriam isso mesmo, internas, não fosse o caso de estar em jogo muito mais do que uma simples mudança de líder e comissão política. O que estará em jogo sexta-feira – ou no dia 29 se for necessária segunda volta – é o cenário político regional e as escolhas que serão apresentadas aos madeirenses, dentro de poucos meses.

Mesmo depois de umas humilhantes eleições autárquicas, o PSD-Madeira continua a ser o primeiro partido e será pura fantasia pensar que não estará na luta pela vitória nas próximas eleições regionais e que é, pro agora, o principal favorito a vencer. Sem maioria absoluta, quase de certeza, mas em primeiro lugar.

Por isso, a escolha dos militantes sociais-democratas vai condicionar tudo o que acontecerá depois de 12 de Janeiro, último dia de um ciclo que termina com manifestações de decadência embaraçosas e o primeiro do futuro de uma Região. Para o bem e para o mal.

É por isso que esta eleição interna interessa a todos. Desde logo a quem é do PSD, que se divide entre os que ainda acreditam num modelo que claramente já morreu, os que são totalmente contra e até fazem por esquecer que pertenceram a um grupo que governou durante quase 40 anos e os que não sabem bem onde estão, baralhados com tantas promessas de um admirável futuro.

Mas também interessa aos outros partidos que torcem para que da votação saia um adversário mais acessível, numa expectativa semelhante à dos clubes antes do sorteio da Liga dos Campeões: ‘todos os adversários servem, mas há uns que servem melhor que outros’.

Será a escolha do PSD-Madeira que decidirá, ou não, coligações que definirá estratégias e que até vai ter uma palavra sobre os cartazes de campanha que serão utilizados.

Por tudo isto, nunca umas eleições partidárias justificaram tanta atenção. Ao ponto de até causarem o desespero do ainda líder que se multiplica em esforços para influenciar uma escolha sobre a qual parece evidente que já não tem qualquer influência. Só por isso já valeu a pena.

IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS DA MADEIRA"
14/12/14 

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