ESTA SEMANA NO
"SOL"
Reclamações contra pacotes
de televisão disparam
As ofertas de telecomunicações integradas para casa são o novo campo de
batalha das operadoras. Com promoções atrás de promoções e preços quase
idênticos nos primeiros meses de adesão, as empresas estarão dispostas a
tudo para angariar clientes. Porém, nos últimos meses, o negócio parece
não estar a correr bem para o lado dos consumidores. No primeiro
semestre, a Deco recebeu 11.301 queixas relativas aos serviços triple e
quadruple play, mais 12% do que no mesmo período do ano anterior.
A Meo e a Nos estão à frente no número de queixas, também por serem líderes do segmento. Em Março, a marca que resultou da fusão Zon Optimus contava com 1,4 milhões de clientes, detendo uma quota de mercado de 46,4%. O serviço da PT somava 1,3 milhões de assinaturas – 41,6% do mercado.
A Meo e a Nos estão à frente no número de queixas, também por serem líderes do segmento. Em Março, a marca que resultou da fusão Zon Optimus contava com 1,4 milhões de clientes, detendo uma quota de mercado de 46,4%. O serviço da PT somava 1,3 milhões de assinaturas – 41,6% do mercado.
A Vodafone, apesar de ser a operadora com menor número de clientes
(160 mil), tem acumulado este ano muito mais queixas face ao ano
passado, sublinha a Deco.
A maioria das reclamações refere-se ao período de fidelização que
impede a mudança de operador e às respectivas penalizações. “Mas também
recebemos queixas sobre a falta de qualidade de serviço, nomeadamente em
matéria de velocidade de acesso à internet, e ainda sobre a facturação
dos serviços”, explicou ao SOL a associação de defesa dos consumidores.
Quando confrontados com uma avaria ou problemas de facturação, por
exemplo, os clientes que pedem para cessar contrato têm algumas ‘dores
de cabeça’. O contrato de fidelização obriga à permanência da assinatura
durante o período estipulado, ou ao pagamento de uma indemnização para
cancelá-lo antecipadamente.
A Deco tem vindo a alertar para a situação, tendo lançado uma petição
para acabar com os 24 meses de fidelização. E lembra: “O reconhecimento
do incumprimento por parte da operadora acontece sempre que o
consumidor tem provas escritas da sua reclamação ou insatisfação, daí a
importância de escrever sempre a reclamação”.
Custos ilegais
Os alertas não ficam por aqui. De acordo com a associação, a nova lei
que regula os contratos celebrados à distância e ao domicílio que
entrou em vigor em Junho – poderá levar as operadoras a cobrar custos
ilegais.
“A nova lei vem estabelecer que, caso o consumidor exerça o direito de
livre resolução dentro dos 14 dias após a celebração do contrato,
poder-lhe-á ser cobrado um montante proporcional, calculado com base no
preço total do contrato”, explica a Deco.
No entanto, além deste valor, as operadoras preparam-se para cobrar
os custos de instalação, que poderão oscilar entre 80 e 200 euros. No
entender desta associação, esta prática “é ilegal e configura uma clara
restrição de um direito fundamental dos consumidores – o direito de
livre resolução – sempre que os contratos sejam celebrados à distância e
ao domicílio”.
Tendo em conta “a gravidade desta situação”, a Deco já expressou a
sua posição junto dos operadores, “exigindo a estes o cumprimento da
lei”, acrescenta a mesma fonte.
* Estará o Ministério Público atento a este comportamento antropofágico?
.
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