18/07/2014



HOJE NO
  "O PRIMEIRO DE JANEIRO"

Movimento "Boicote &Cerco" admite invadir escolas... 
"Professores não são obrigados 
a humilhar os colegas" 

O movimento de professores "Boicote&Cerco" admitiu hoje voltar invadir escolas para impedir a realização da nova chamada da prova de avaliação de docentes e apelou aos professores vigilantes para boicotarem o exame. 

"Qualquer professor que for convocado para vigiar a prova pode simplesmente faltar, por exemplo, para ir a uma consulta médica, pode ter um furo, ou ficar preso no trânsito. [...] Os professores não são obrigados a humilhar os colegas", disse hoje Aurora Lima, do movimento "Boicote&Cerco". 


Aurora Lima, que falava aos jornalistas durante uma ação de protesto convocada para o Ministério da Educação, em Lisboa, à qual compareceram sete professores e onde estiveram uma dúzia de polícias, adiantou que o movimento tem em preparação uma série de iniciativas de contestação à realização de uma nova chamada da prova de avaliação de capacidades e conhecimentos (PACC), convocada para terça-feira. 

 O Ministério da Educação convocou para terça-feira a realização da prova para os professores com menos de cinco anos de contrato que, “por motivos alheios à sua vontade”, não conseguiram realizar o exame em dezembro de 2013. A decisão foi já criticada pelos sindicatos de professores, que consideram que a marcação da prova com tão pouco tempo de antecedência visou inviabilizar a convocação de uma greve de professores para esse dia. 

 Em dezembro, uma greve de professores, a invasão de escolas e vários incidentes e boicotes em todo o país terão impedido, segundo a Federação Nacional de Professores (FENPROF), cerca de seis mil professores de fazerem o exame. De acordo com o ministério, para a nova chamada estão inscritos cerca de quatro mil professores contratados. Aurora Lima, 41 anos e professora de educação especial há 14 anos, considerou que esta prova é "uma ameaça" e uma "humilhação" para todos os professores, quer sejam contratados ou efetivos. Os professores do "Boicote&Cerco" consideram “ilegal” a marcação da prova com tão poucos dias de antecedência e garantem que "não vão baixar os braços" na defesa a "100 por cento da escola pública". 

 "[Em dezembro] o boicote funcionou e há outras formas de impedir a realização da prova", disse Aurora Lima, adiantando que estão a ser equacionadas todas as formas de protesto, incluindo boicotes e invasão de escolas. Os membros do movimento que participaram no protesto apelaram ainda aos pais e aos alunos para que na terça-feira se concentrem junto às escolas onde vão ser realizadas as provas.

*  Professores em luta, estamos num país onde professores são considerados um sub-produto.


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