24/04/2013

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 HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"

São as mulheres quem 
mais perde com a crise

 Desemprego, exposição à pobreza e trabalho doméstico são apenas alguns dos problemas que mais afetam o sexo feminino, em relação ao masculino.

Nos países em crise, Portugal incluído, as mulheres são mais afetadas pelo desemprego do que os homens. E mesmo entre a população juvenil, 42% delas estavam sem trabalho em 2012. O sexo feminino está também mais exposto à pobreza, com uma taxa de vulnerabilidade de 84%. Estas foram as principais questões debatidas na conferência "Participação das mulheres na economia", sobre desigualdade de género, que decorreu quarta-feira no Chapitô, em Lisboa, e onde esteve presente, entre outras personalidades, a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros da Noruega, Gry Larsen. 

"Este ano comemora-se o centenário do direito ao voto das mulheres norueguesas. Esta conferência é muito importante pois, apesar de haver diferenças, tanto Portugal como a Noruega vão dando passos no sentido de atenuar desigualdades. E através desta conferência podemos partilhar experiências, retirando o que há de melhor em cada um dos países" - disse ao CM Gry Larsen.
Também o trabalho doméstico continua na sua maioria a ser desempenhado pelas mulheres, em particular nos países do sul da Europa. Em Portugal, elas gastam cerca de 15 horas semanais em trabalho não pago. E, como se não bastasse, o sexo feminino é também o mais o mais atingido pela precariedade laboral: "O desemprego afeta mais as mulheres pois são estas que ocupam lugares com menos competências. Por outro lado, o que é um pouco contraditório, também são cada vez mais as mulheres que têm nível educacional mais elevado, e o desemprego entre licenciados é cada vez maior" - avançou Mónica Santiago, presidente da Rede Europeia Profissional Feminina. "É preciso implementar medidas que coloquem mais mulheres em cargos de topo e de decisão, e em Portugal quanto mais alto é o cargo menos mulheres lá trabalham".

Teresa Ricou, directora do Chapitô e uma das primeiras mulheres palhaço, explica as razões para ter recebido esta conferência: "Entrei numa profissão típica masculina. Tive de batalhar bastante, porque é um mundo em que as mulheres têm muita dificuldade no mercado de trabalho." A anfitriã acrescenta, porém, que "há ainda um longo caminho a percorrer" para alcançar igualdade de direitos: "É por isso que temos de continuar a lutar."

*  Mulheres ainda escravas e exploradas nos países desenvolvidos.

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