HOJE NO
"PÚBLICO"
Portugal pode ter perdido mil milhões
de euros para agricultura
O eurodeputado socialista Capoulas Santos estimou nesta terça-feira
que Portugal possa ter perdido mil milhões de euros nas verbas para a
agricultura acordadas no âmbito do próximo orçamento comunitário, cerca
do dobro do valor anunciado pelo primeiro-ministro.
A VER AS VERBAS POR UM CANUDO |
“O primeiro-ministro disse
[no final do Conselho Europeu de 8 de Fevereiro] que Portugal tinha
perdido 7,5% de um 'envelope' de 8,1 mil milhões. Portanto, se fizer as
contas, isto dá cerca de 600 milhões de euros”, afirmou o deputado e
ex-ministro aos jornalistas, à margem da sessão plenária do Parlamento
Europeu, a decorrer em Estrasburgo, acrescentando que a sua “convicção” é
a de que as perdas possam ser “qualquer coisa como o dobro dessa
verba”. Isto porque, acrescentou, “descobriu” que as verbas do algodão e
do Programa de Opções Específicas relativas ao Afastamento e à
Insularidade (POSEI) “que, nas propostas da Comissão e do Parlamento,
não estavam incluídas no primeiro pilar, na decisão do Conselho terão
sido”, o que, caso se confirme, “significa para Portugal menos 400
milhões de euros do que aquilo que foi anunciado pelo senhor
primeiro-ministro”.
Contas feitas, o deputado afirmou estimar um
"prejuízo" que pode "atingir os mil milhões de euros a menos para o
próximo quadro comunitário", que vigorará entre 2014 e 2020,
mas ressalvou que esta situação só poderá ser confirmada quando forem
divulgados os dados do "envelope" português para a agricultura, acordado
no âmbito do orçamento comunitário para o período 2014-2020, o que
ainda não aconteceu. "Não estou a dizer que o primeiro-ministro mentiu”,
disse o deputado, acrescentando que Pedro Passos Coelho “divulgou os
dados que quis divulgar”.
Capoulas Santos afirmou ainda que
continua a “insistir” com a Comissão Europeia e com o Conselho para que
sejam divulgados os números referentes aos "envelopes" para a
agricultura acordados com os diferentes Estados-membros na última
cimeira europeia, afirmando que os mesmos “estão a ser escondidos dos
deputados”.
A 21 de Fevereiro, o eurodeputado socialista já havia
acusado, em declarações à Lusa, a Comissão Europeia e o Conselho Europeu
de “falta de transparência”, por não terem divulgado os "envelopes"
financeiros da PAC, considerando que poderia haver perdas superiores ao
anunciado.
A 8 de Fevereiro, durante o Conselho Europeu, os chefes
de Estado e de Governo da União Europeia (UE) chegaram a um acordo
sobre o orçamento comunitário para o período 2014-2020. No final da
cimeira, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho manifestou a sua
satisfação com o acordo, afirmando que Portugal obteve, no conjunto da
política de coesão e da PAC, um valor de 27,8 mil milhões de euros.
* E o que tem a dizer a sra. ministra das Courelas e ofícios correlativos???
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