28/06/2012




Um golpe de mestre 
digno de um político !!! 

Acompanhado de uma belíssima mulher, o sujeito entrou na joalharia e mandou que ela escolhesse a jóia que quisesse, sem se preocupar com o preço. 

Examina daqui, experimenta uma, depois outra, ela finalmente decide-se por um colar de ouro com diamantes e rubis. Preço: 458 mil €s. 

Ele manda embrulhar, saca um talão de cheques e começa a preencher. Assina, destaca e ao estendê-lo, percebe a fisionomia constrangida e preocupada do vendedor enquanto examina o cheque. 

 O cliente, então, num gesto de gentleman, toma a iniciativa: 
-Vejo que está a pensar que o cheque pode não ter cobertura, não é? É natural, eu também desconfiaria? Afinal, uma quantia tão grande... Tudo bem, façamos o seguinte: hoje é sexta-feira e o banco já fechou, você fica com o cheque e com a jóia, na segunda-feira vai ao banco, levanta o dinheiro e manda entregar a jóia lá em casa desta senhora, ok? 

Cheio de mesuras e agradecimentos pela compreensão, o vendedor encaminha o casal até a saída, desejando-lhes um bom fim-de-semana. 
Na segunda-feira, o vendedor liga ao cliente para dizer-lhe que, infelizmente, deveria ter havido algum equívoco do banco pois o cheque não tinha cobertura. Ouviu, então, uma voz meio sonolenta: 
- Não há problema! Pode rasgar o cheque que o objectivo foi conseguido!

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SOROR SURF




A irmã de cabelos brancos tem 73 anos 
e ainda pratica moderadamente


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 BACALHAU COM BROA


E FARINHEIRA




M
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PARTNERS SURF




 A senhora nasceu sem braços


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HOJE NO
"A BOLA"

Sara Moreira: 
«Tenho os pés bem assentes no chão» 

Sara Moreira conquistou esta quinta-feira a medalha de bronze dos 5.000 metros nos Europeus de Helsínquia, repetindo o terceiro lugar de há dois anos, em Barcelona, numa prova em que chegou a parecer ter a vitória garantida. A atleta portuguesa liderou a prova até cerca de 30 metros da meta, altura em que foi ultrapassada pela russa Olga Golovkina, que viria a triunfar com 15.11,70 minutos.  


Mesmo sobre a meta, também a ucraniana Lyudmila Kovalenko ultrapassou Sara Moreira, ganhando-lhe por dois centésimos de segundo (15.12,03 contra 15.12,05), num final de prova emocionante. 

A prova não começou bem para Sara Moreira, que levou um cartão amarelo por se ter mexido antes do tiro de partida, que levou a uma saída prematura de algumas atletas. "Estava algo nervosa, o juiz levou muito tempo a dar o tiro e mexi-me. Depois, quando me apercebi, fiquei com medo. Nunca me tinha acontecido algo de semelhante", explicou a atleta portuguesa. 

A ucraniana Lyudmila Kovalenko liderou os dois primeiros quilómetros. Depois o ritmo abrandou muito e a italiana Ejjafini passou para o comando e juntaram-se 14 atletas num compacto pelotão. Até que, a quatro voltas do fim, Sara Moreira passou a liderar, em ritmo bem mais vivo. "Quando vi o grupo muito grande e compacto, tive receio. Embora saiba que estou rápida, resolvi mesmo ir para a frente. Foi, provavelmente, cedo de mais, mas não me arrependo", disse. 

O grupo rapidamente se desfez e a uma volta do fim estavam cinco atletas na frente. Sara Moreira atacou a 200 metros do final, chegou a ter alguma vantagem, mas acabou por ser ultrapassada a poucos metros da meta. "Não consegui aguentar o sprint até final. Julgo que terei feito na casa dos 64 segundos na última volta, o que é excelente, depois de mais de um quilómetro a liderar. 

Apercebi-me que as pernas estavam a falhar e que elas se aproximavam. Depois, ainda tentei que a ucraniana não me passasse, mas acabou por me ganhar por dois centésimos. Estou feliz na mesma. O mais importante é que, passados dois anos, continuo em alto nível", explicou. À passagem pela meta, Sara Moreira, que esteve seis meses suspensa por ter ingerido um suplemento alimentar contendo uma substância interdita, levantou os braços.

 "Depois de tudo o que passei neste último ano, uma medalha de bronze é muito especial, é uma medalha diferente daquelas que já ganhei...", concluiu a atleta do Maratona, de 26 anos, que agora vai preparar os 10.000 metros dos Jogos Olímpicos, que "nada terão a ver com estes 5.000 metros". "Quero lá estar ao melhor nível, mas tenho os pés bem assentes no chão...", garantiu. 

Sara Moreira foi a única portuguesa presente na jornada da tarde.
 De manhã, Clarisse Cruz estivera em evidência, ao qualificar-se para a final dos 3.000 metros obstáculos com 9.40,30, um novo recorde pessoal e a trinta escassos centésimos do mínimo olímpico A. Jorge Paula obteve a melhor marca nacional do ano nos 400 metros barreiras, com 50,58 segundos, mas ficou fora da final, tal como Vera Barbosa, que na competição feminina ficou aquém do recorde nacional que fixara na véspera, nas eliminatórias (56,58 contra 55,80). 


* Valente, agora uma medalha em Londres se faz favor 


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ACROBATIC SURF






































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  2. tv broncA



2012





 MUITO DIVERTIDO

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KID SURF





Um dos praticantes mais novos do mundo


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HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"

Idoso suspeito de sequestro e abuso sexual de jovem ficou em liberdade 

O Tribunal da Amadora aplicou esta quinta-feira o termo de identidade e residência ao idoso de 80 anos suspeito de ter sequestrado e mantido refém uma jovem durante dois meses. 

O idoso foi detido na terça-feira depois de a PSP se ter deslocado à sua residência, devido a uma denúncia telefónica que dava conta de que uma jovem ali estaria sequestrada. 

A jovem terá dito à polícia de que tinha sido sequestrada e mantida refém desde há dois meses, adiantando ter sido vítima de abusos sexuais por parte do suspeito e de um vizinho de 79 anos que o ajudava e que também já foi constituído arguido. 

Presente a tribunal, o juiz aplicou como medida de coação o termo de identidade e residência, aguardando assim o julgamento em liberdade. O idoso é ainda suspeito de posse ilegal de arma de fogo. 

* Este gajo não é um idoso qualquer, é um velho bandido filho da p...
 O que terá ele feito quando era novo???
Não percebemos a medida de coacção, assim vai ter oportunidade para sequestrar mais alguém.

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CINO-SURF







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VAMOS DANÇAR

COM GINGER E FRED

 

Virginia Katherine McMath (Independence, 16 de julho de 1911Rancho Mirage, 25 de abril de 1995), cujo nome artístico era Ginger Rogers, foi uma premiada actriz/dançarina/cantora do cinema e teatro dos Estados Unidos da América.
O nome Ginger surgiu,quando ainda menina, a sua prima mais nova não conseguia dizer Virginia e então dizia "Ginja". Sua mãe foi a grande incentivadora de sua carreira, que começou aos 15 anos em vaudevilles.
Aos 19 anos estreou em Hollywood no filme Inconstância, produzido pela Paramount. Conheceu Fred Astaire na década de 1930 e com ele fez dez filmes musicais, tornando-se uma das suas mais célebres parceiras.
Em 1941, ela recebeu um Óscar de Melhor Actriz pelo seu papel em Kitty Foyle, num papel dramático. Trabalhou em Hollywood até 1971 e casou-se cinco vezes. Fez quase 100 filmes entre musicais, comédias e dramas.
Ginger Rogers faleceu no dia 25 de abril de 1995, de insuficiência cardíaca congestiva, aos 83 anos.

Fred Astaire, nome artístico de Frederick Austerlitz (Omaha, 10 de Maio de 1899 — Los Angeles, 22 de Junho de 1987) foi um ator e dançarino americano de origem judaica. Era filho de Frederic e Ann Austerlitz, ele austríaco (chegou aos EUA em 1892) e ela descendente de alemães, nascida nos EUA.
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SURF



Uma das pranchas maiores do mundo

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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"

Autoeuropa contrata 
32 engenheiros recém-licenciados 

A Volkswagen Autoeuropa está a lançar pela primeira vez um programa internacional para incorporar 32 engenheiros recém-licenciados. Os candidatos selecionados assinarão um contrato inicial de dois anos com a Autoeuropa para obter formação técnica e trabalhar em diferentes fábricas do grupo Volkswagen. No fim deste período, há a hipótese de serem seleccionados para integrar os quadros da multinacional. 

Os seleccionados vão trabalhar em Portugal, na sede da Volkswagen Autoeuropa, durante três meses, sendo que os restantes 21 meses serão passados em fábricas do grupo na Alemanha. Durante estes dois anos, os jovens engenheiros serão integrados em grupos de trabalho com vista à sua participação em alguns dos projetos desenvolvidos pelo construtor automóvel alemão. 

 "A Volkswagen Autoeuropa oferece um pacote remuneratório competitivo, bem como um plano diversificado de formação contínua para favorecer a integração no âmbito de um destacamento internacional", lê-se no comunicado enviado pela fábrica de Palmela. Segundo a Autoeuropa, no termo do programa, os participantes terão a possibilidade de oferta de emprego nas fábricas alemãs das marcas Volkswagen e Audi.

Com esta iniciativa, pretende-se "abrir as portas para o mundo internacional do grupo Volkswagen", conforme realçou Jürgen D. Hoffmann, diretor de recursos humanos, finanças e tecnologias de informação da Volkswagen Autoeuropa. A iniciativa é designada «First Experience Program», que acontece pela primeira vez dentro do grupo alemão, e terá início em Outubro de 2012. 

Para fazer parte do projeto, os candidatos devem ser detentores de diploma que confira grau de licenciado ou mestrado nas áreas de engenharia ou tecnologias de informação, ter domínio da língua inglesa, conhecimento da língua alemã e estarem totalmente disponíveis para mobilidade internacional. 

As pessoas interessadas em enviar a sua candidatura podem fazê-lo através da página de internet da Volkswagen Autoeuropa: www.volkswagenautoeuropa.pt. No comunicado enviado às redacções, o director-geral da Autoeuropa, António de Melo Pires, acredita que "os jovens talentos nacionais estão preparados para abraçar estes desafios, que lhes irão permitir o desenvolvimento das suas competências e contribuir com o seu conhecimento e qualificação para a introdução de novas tecnologias que transformam a indústria automóvel, garantindo o sucesso do grupo Volkswagen". 


 * Uma lufada de ar fresco


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SURF






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PAULO RIBEIRO


 
Portugal 2030 

Para que os nossos líderes criem uma visão económica nacional que inspire e motive os portugueses, ela terá, entre outras características, de ser audaz. 

A inclusão dos serviços nos sectores estratégicos para o Portugal de 2030, principalmente a captação de centros de excelência, considerando as nossas vantagens competitivas e o seu impacto no crescimento e nas exportações, é naturalmente defensável. Pouco atrevido, portanto. 

E que tal reclamar a nossa história e lugar no mundo? A nossa língua e ligação aos países da CPLP são activos únicos. 

 No Brasil e em Angola, a mão-de- -obra qualificada é escassa para as necessidades e o seu custo é proibitivo. Rapidamente veremos o mesmo em Moçambique. As empresas destes países já têm processos e sistemas de informação sofisticados e, como tal, a escassez e o custo referidos provocam enormes constrangimentos na sua operação, manutenção e desenvolvimento. Nesse caso, porque não fazê-lo a partir de Portugal? Portugal como back-office da CPLP (em especial, Angola e Brasil). Porque não?

 Mais: as grandes empresas destes países também se irão internacionalizar. Não será conveniente Portugal criar condições para que empresas como a Sonangol e a Petrobras criem as suas holdings para a Europa no nosso país, em detrimento de destinos como a Holanda ou Malta? E porque não ir mais longe e captar para Portugal as holdings para África e a América do Sul dos grupos europeus, aproveitando a nossa língua e afinidades para facilitar a sua entrada nesses países? Suficientemente arrojado? 

Director da PwC 
Líder do Departamento Tax Management & Accounting Services 


IN "i" 
27/06/12

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HOJE NO
"DESTAK"

Pedidos de ajuda à AMI aumentaram 
no primeiro semestre do ano 

Os 12 centros sociais da Assistência Médica Internacional (AMI) apoiaram 10.030 pessoas nos primeiros seis meses do ano, representando um aumento de 10 por cento relativamente ao mesmo período de 2011, segundo dados da organização humanitária. 
 Os números provisórios do primeiro semestre do ano adiantam também que as 10.030 pessoas que procuraram apoio nos centros e abrigos da AMI correspondem ao dobro das auxiliadas durante todo o ano de 2009. Segundo aquela organização humanitária, um quarto das pessoas procuraram os serviços sociais da AMI pela primeira vez. 


* Enquantos os partidos se entretêm em guerrinhas de circunstância, as ONG's vão dando bons exemplos

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  4 *A MÚSICA É A ARMA*




Documentário sobre a vida turbulenta de Fela Anikulapo Kuti, o criador do afrobeat (gênero musical que funde os ritmos do oeste africano com o jazz norte americano). Referência para muitos músicos e pensadores negros, o "presidente negro", foi um constante questionador das corrupções políticas, injustiças, desigualdades na Nigéria e colonizações em África. Protagonizando a narrativa, Fela nos leva à República de Kalakuta, uma comuna auto declarada independente, e à notória casa noturna "Shrine", zona de perigo para o governo nigeriano
Último episódio

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  HOJE NO
"i"

PS considera "ridículo" que Passos 
culpe governo Sócrates pelos 
três anos de ajustamento 

 O PS considerou hoje "ridícula" a tese do primeiro-ministro de responsabilizar o anterior Governo por Portugal ter um ajustamento financeiro de apenas três anos, alegando que o memorando já foi entretanto revisto várias vezes pelo atual executivo. 
FUTURO LIDER DO PS

Carlos Zorrinho falava aos jornalistas no final da reunião do Grupo Parlamentar do PS, depois de confrontado com a declaração proferida quarta-feira por Pedro Passos Coelho, durante o debate quinzenal, segundo a qual foi o anterior Governo de José Sócrates que negociou com a ‘troika’ (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional) um ajustamento financeiro de três e não de quatro anos. "Essa questão é absolutamente ridícula, porque o memorando inicial já foi alterado dezenas de alíneas. Este Governo já fez enormes alterações ao memorando da ‘troika'.

 O memorando não é um documento estático, mas sim para ir evoluindo", sustentou o presidente do Grupo Parlamentar do PS. Segundo Carlos Zorrinho, o memorando deveria agora evoluir no sentido de "promover o crescimento e o emprego, mas não é assim que tem evoluído". "Passado todo este tempo, não há nenhuma razão para que o Governo (tal como os executivos de Espanha e Grécia) verifique que as circunstâncias são mais duras e, como tal, não adianta flagelar as empresas e as pessoas. 
FUTURO LIDER DO PSD

Mais vale o país ter mais tempo para cumprir as metas a que nos comprometemos", disse. Para Carlos Zorrinho, o Governo sustentar que não pode mudar agora o tempo de ajustamento para mais um ano - quando tem nesse objetivo o apoio do PS e quando nunca a ‘troika’ se opôs a isso - é verdadeiramente ridículo". 

Em relação à ausência de acordo entre a maioria PSD/CDS e PS sobre uma posição comum para o Conselho Europeu, hoje e sexta-feira, o líder da bancada socialista disse que ficou patente quem quer de forma genuína o consenso. "O PS votou favoravelmente as posições da maioria PSD/CDS com as quais concordava, mas a maioria, até perante propostas exatamente iguais às suas, optou pela abstenção. A conclusão é que as propostas da maioria PSD/CDS são sobretudo de teoria geral, para aplicação apenas daqui a algum tempo", apontou Carlos Zorrinho, embora registando alguma "evolução" por parte do bloco que apoia o Governo. 

No entanto, o líder parlamentar do PS lamentou que tenham sido chumbadas as propostas que poderiam fazer efeito já a partir de segunda-feira, como o reforço do Banco Central Europeu ou a criação da agência europeia de gestão da dívida. "Aquilo que provocaria uma redução dos juros e um aumento de liquidez da nossa economia, isso, infelizmente e incompreensivelmente, foi chumbado pela maioria. 
FUTURO LIDER DO CDS
Com essa posição, a [chanceler germânica, Angela] Merkel sai mais reforçada e assim temos menores expetativas em relação ao Conselho Europeu", considerou. Carlos Zorrinho adiantou ainda que o PS levará a debate na sexta-feira sete diplomas no sentido de aumentar o financiamento, melhorar o contexto económico e promover a capacidade de exportação das empresas portuguesas. 

 * O PS, o PSD eo CDS são mais que ridículos, são patéticos e predadores do portugueses. 

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AS 100 MELHORES 

CANÇÕES DOS ANOS 80
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 (PARA A NME)
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Nº 49

YOU MADE ME 

REALISE
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MY BLOODY VALENTINE




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  HOJE NO
"A BOLA"

«É triste perder nos penalties» – Pepe

 O defesa português Pepe, um dos melhores do torneio, lamentou que Portugal tivesse perdido nas grandes penalidades frente à Espanha .

 «Os penalties são sempre uma lotaria. Durante o jogo fomos organizados e a Espanha praticamente não teve oportunidades de golo. Queriamos dar uma alegria ao povo português, só que infelizmente perdemos nos penalties», afirmou Pepe. 

O defesa português considera que Portugal esteve ao nível da Espanha: «Fizemos um grande jogo, trabalhámos muito e tentámos apostar nos nossos pontos fortes. Perder nos penalties é triste». 

* Tivemos oportunidade de fazer críticas à liderança da selecção, Paulo Bento, antes do início da fase final do europeu, e não abdicamos do que dissemos então. Tivemos critério no que dissemos sem nunca faltar ao respeito a ninguém. 
A selecção chegou às meias-finais e pelo que vimos não reparámos noutra, na competição, que jogasse melhor que Portugal. Perdemos na roleta dos penaltys e os jogadores que falharam são tão honestos e trabalhadores como os que marcaram. 
Aqueles jogadores e equipa técnica, todos, honraram os portugueses que os apoiaram, não temos um político que nos honre tanto como eles o fizeram.

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 ISLÃO/1


 No que respeita a religiões temos muito pouca consideração mas, no entanto, respeitamos em absoluto a fé de quem as pratica.
Há um ror de semanas que temos, às sextas-feira, editado um trabalho em defesa da Igreja Católica, estamos a falar da igreja não do catolicismo. 

Achamos de inteira justiça difundir um trabalho sobre o Islão, mau grado a história contemporânea registe actos criminosos em nome da fé extremista.
É da sua competência, estimado visitador, comentar sobre o assunto, com inteligência, sem recorrer à calúnia.


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  HOJE NO
"PÚBLICO"

"Mais valia fecharem o interior"

 Por Natália Faria 

As urgências já fecharam, as escolas idem aspas, agora são 54 os tribunais a desaparecer do mapa. No dia em que os autarcas protestam em Lisboa, reportagem no distrito de Viseu, onde, sem autocarros nem dinheiro para táxis, já há gente a fazer dez quilómetros a pé para conseguir chegar ao juiz.

Há um oficial de justiça que, quando sai para executar penhoras, leva a roupa que deixou de servir aos filhos para oferecer aos penhorados. Há habitantes de freguesias que, sem autocarros que os levem à sede do concelho, andam a pé dez quilómetros para chegar ao tribunal. Outros que, sendo convocados para as 14h, chegam às 8h30 para aproveitar o único autocarro (e faça lá, senhor doutor juiz, o favor de os despachar depressa, a alternativa seria regressar a pé às aldeias e olhe o calor que está, e olhe o gelo). Há homens e mulheres cuja pobreza mal dá para os sapatos e que, nunca tendo sabido ler, apresentam ao escrivão a carta que este lhes enviou ainda por abrir.

Há neste zoom ao distrito de Viseu, aquele onde mais tribunais estão ameaçados de encerramento - nove, num total nacional de 54 -, a certeza de que a reforma do mapa judiciário proposta pela ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, sentenciará a despovoação final de terras já de si tão espoliadas. "Levaram-nos o hospital, levaram-nos as urgências do centro de saúde, agora o tribunal. Melhor será levarem-nos a nós também", há-de ouvir-se daqui a pouco a um velho de São João da Pesqueira. 

Se o protesto que os autarcas promovem hoje em Lisboa não surtir efeito, a Pesqueira ficará a hora e meia do tribunal mais próximo, Moimenta da Beira. Separam-nos 59 quilómetros por estradas ziguezagueantes. A questão é que, sem autocarros que liguem os dois municípios nem dinheiro para táxis (nem as reformas esticam nem a agricultura está de molde a tornar folgado quem nela teima), quem tiver carro ainda lá chega. E quem não tiver? "Deixa-se morrer ou começa a fazer justiça pelas suas próprias mãos. Olhe, pelo menos fica com a certeza de que o julgamento não é adiado", antecipa Rogério Meias Bento, um reformado de São João da Pesqueira, onde chegaremos daqui a nada.

O tempo que se perde nestas viagens chega e sobra para reflectir na ironia que é o Ministério da Justiça justificar o encerramento destes 54 tribunais com a obrigação que o Estado tem de assegurar o acesso universal à justiça, não podendo esta "ser denegada por insuficiência de meios económicos". É assim que está escrito no preâmbulo das 500 páginas que apresentam as Linhas Estratégias para a Reforma da Organização Judiciária. De que modo se coaduna isso com a decisão de encerrar o Tribunal de São João da Pesqueira é algo que o presidente da câmara, José Tulha, não descortina. "Mesmo para quem tem carro, isto só vem onerar ainda mais a justiça a pessoas que são muito, muito pobres: vivem da vinha, do olival, de alguma amêndoa..." Diz-se seguro que, vivesse Paula Teixeira da Cruz na Pesqueira, o seu primeiro desejo seria sair o mais rápido possível. "Sinto-me revoltado por ver que a proclamada coesão territorial e social não passa de um slogan em tempo de campanha eleitoral", desabafou na carta que dirigiu à titular da Justiça a dia 29 de Maio. Não teve resposta. 
 O remédio será regressar ao calhamaço. Nele se calcula que, após a reorganização que reduz as mais de 200 comarcas para apenas 23, o Tribunal da Pesqueira ficará baixo do volume expectável de 250 processos que o ministério propõe como limiar mínimo para manter um tribunal aberto. Ficam sem tribunal os pesqueirenses, oito mil ao todo, espalhados por 14 freguesias (hão-de ficar 11, mal avance a fusão imposta por Lisboa), 267 quilómetros quadrados, 20% dos quais classificados pela UNESCO, eis-nos no coração do Douro Vinhateiro. Diz-se que por aqui viveu o Marquês de Pombal, de que lhes vale isso agora? "As urgências [médicas] já foram para outro sítio, as escolas estão a fechar, agora é o tribunal?! De caminho ninguém quer viver aqui", indigna-se uma das habitantes, protegida do sol pelas árvores do jardim central.

Estamos numa rua com nome de marquês - Soveral, no caso -, o mesmo que construiu o palacete que agora alberga o tribunal, a escassos metros do banco onde se sentou Susana Tomás, 29 anos. Tem dois filhos, de sete e cinco anos, que aqui estão também. Gostava de ter mais, mas é tudo a jogar contra. - Estes dois nasceram-me prematuros, tive-os em Viseu, foi muito complicado lá chegar. Se tiver outro o mais certo é que também nasça prematuro e já viu o que é ter de ir para Vila Real ou Viseu a ameaçar parto? Se for no Inverno então... - antecipa. 

Mesmo para uma simples ecografia é o cabo dos trabalhos.

 - Deixaram de se fazer aqui. Tem de se ir a Vila Real e a custas próprias. Se tiver de ficar internada, nem o meu marido tem hipótese de lá ir - remói. No gabinete da presidência, José Tulha remói também. - Estamos rodeados de vias rápidas, mas para chegar a qualquer uma delas demoramos pelo menos 45 minutos.

"Só falta os cafés" 
A partir do jardim onde está Susana, leiam-se as placas. Para a esquerda a GNR, para a direita o parque de campismo, o posto de turismo, o museu municipal, o campo de futebol, o lar de terceira idade. Aqui o convite para um wine tasting. É a câmara a querer chamar o progresso à Pesqueira e a Pesqueira cada vez mais próxima de se tornar postal turístico para os que venham de fora.

 Se chegarem políticos a querer trocar votos por promessas, este grupo de homens que digerem o almoço na esplanada não está para apertos de mão. "Ajudamos a elegê-los e eles atraiçoam-nos desta maneira?! Garanto-lhe que nunca mais voto por ninguém. Isto que nos estão a fazer é o contrário de progresso", desabafa António Manuel Pereira, reformado, 75 anos.

É nesta mesa de plástico amarelo que está também Rogério Meias Bento, bigode descaído até ao queixo, seguro de que a reforma do mapa judiciário é convite para que cada um resolva o que tem a resolver sem passar pelos tribunais. "Já viu o que é ter de deslocar cinco ou dez testemunhas para um julgamento em Moimenta? Tem de se lhes pagar o táxi, o almoço, o dia de trabalho e, se calhar de o julgamento ser adiado, é uma fortuna que se gasta para nada."

Outro "pesqueirense aferroado", José Maria Paíga, 71 anos, repete que se é para fechar o tribunal melhor seria fecharem também o concelho. "Já só falta mandarem fechar os cafés. Por este caminho nem mandar precisam porque fecham sozinhos." Não é grande o exagero. Os poucos cafés e restaurantes daqui vivem do bulício em torno do tribunal. Lá trabalham um juiz e um procurador, cinco administrativos. Para lá desaguam advogados e peritos. "Uma água, um café: sempre vão fazendo alguma despesa." Paíga nem é de andar a resolver os seus problemas em tribunal.

- Chamaram-me lá uma vez, há 42 ou 43 anos. Foi por dizer uma asneira. Já tinha bebido dois bagaços, era feriado de Todos-os-Santos, e iam-me a agarrar para não cair no caminho. Eu, convencido de que não ia bêbado, às tantas disse-lhes: "Deixem-me, carvalho..." A mulher de um guarda que ia a passar respondeu-me assim: "Falem bem que a rua não é toda vossa." Eu disse-lhe a ela: "Mulher honrada não tem ouvidos, a senhora siga o seu caminho que nós cá vamos no nosso." Ela levou-me a mal e meteu-me em tribunal - recorda.

Deslocações pagas 
Há 40 anos como agora, muito do que fazem estes tribunais de terras onde todos sabem da vida de todos é ditado por quem pretende lavar a honra ofendida. Abundam os processos por injúrias, difamações, ofensas à integridade física motivadas por disputas em torno de limites de terrenos e desvios de cursos de água. 

Nesse sentido, considera Boaventura Sousa Santos, coordenador científico do Observatório Permanente de Justiça, o organismo responsável pelo trabalho sociológico que esteve na base da proposta ministerial, os tribunais têm uma função social a cumprir. "A justiça não é uma área em que consigamos criar proximidade com uma ambulância. Exige a presença do Estado. E é um erro estar a retirar às populações tudo aquilo que contribuía para a sua auto-estima: o seu tribunal, o seu centro de saúde, os seus correios." Portanto, reforma do mapa judiciário, sim, desde que "se criem mecanismos que garantam a acessibilidade das pessoas à justiça". Dito de outro modo, fechar tribunais poderia não ser um problema em si. "O problema é que estamos num país em que a justiça já é suficientemente inacessível. Nós propúnhamos balcões de atendimento, serviços de justiça itinerante e o financiamento das deslocações das pessoas ao tribunal quando fosse caso disso. Essa hipótese, que não surge agora em lado nenhum, tem mesmo de ser considerada." Explique-se: "A justiça portuguesa já é cara, já é preciso uma pessoa ser praticamente indigente para usufruir de apoio judiciário, acrescentar-lhe o custo do transporte, é torná-la inacessível, porque as pessoas não vão poder pagar táxis." 

Curiosamente, o documento ministerial escuda-se no memorando de entendimento com a troika, mas nada diz sobre perspectivas de poupança com o fecho dos tribunais. Em Viseu, fecham nove: além do de São João da Pesqueira, também Armamar, Castro Daire, Nelas, Oliveira de Frades, Sátão, Vouzela e Tabuaço. Nenhum deles tem despesas de manutenção superiores a 12 mil euros anuais. Para quatro destes municípios, o ministério propõe que aos tribunais sucedam igual número de balcões de atendimento judicial com um ou dois funcionários - 27 no todo nacional. "Nelas poder-se-ão praticar algumas diligências, como recepção de articulados e documentos", lê-se no documento ministerial. Se acontecer estes balcões funcionarem nos edifícios dos actuais tribunais, admite-se que acolham um ou outro julgamento. Ainda segundo o ministério, estas extensões justificam-se se o tribunal mais próximo ficar a mais de 30 quilómetros ou a mais de uma hora de distância.

Perdido por um quilómetro 
Mais um quilómetro e o Tribunal de Tabuaço (que vai para Moimenta da Beira, juntamente com o de São João da Pesqueira, mas que, ao contrário deste, fecha sem direito a extensão judicial que lhe preencha o vazio) cumpriria os requisitos necessários. Fica a 29 quilómetros de Moimenta e, segundo os cálculos do ministério, chegar de um sítio ao outro demora 36 minutos. Fala-se disto a quem aqui vive e o que se ouve são risos escarninhos misturados com incredulidade.

- Está a ver aquelas torres eólicas? - pergunta um funcionário do tribunal, apontando um local perto, pertinho. Não serão mais de cinco quilómetros a contar deste edifício do tribunal. 
 - No Inverno, com o gelo na estrada, não se consegue lá chegar.

Agora pegue-se no critério de mais de uma hora de distância e tente-se aplicá-lo aos habitantes de cada uma das 22 povoações de Tabuaço. "Se nem para a sede do seu concelho têm transportes! Estão-nos a matar aos poucos, é o que é", acusa o presidente da autarquia, João Ribeiro. O autarca calcula que manter o tribunal aberto custa por ano 13.430 euros. Como os demais autarcas em risco de perder os tribunais, propôs-se assumir essa factura.

"Se já hoje há pessoas que têm que percorrer a pé dez quilómetros para chegar da aldeia em que vivem ao tribunal!", concorda alguém no grupo que se amontoou à porta do tribunal. Não chega a dizer o nome. Nem todos o dão porque, para chatices, já bastam as que têm. Aqui ouvem-se as tais histórias dos velhos que desaguam na sede do concelho às 8h30 da manhã para diligências marcadas para as duas da tarde, para aproveitarem o autocarro que transporta as crianças para as escolas - o único que existe. "No regresso, vão a pé ou então têm de esperar pelas cinco da tarde, que é quando o autocarro faz o percurso inverso." E isto é quando há escola. Por estas bandas é frequente os funcionários judiciais - que são, a par de alguns comerciantes, dos taxistas e dos advogados, dos poucos que não dependem da terra para comer - irem munidos com roupas que deixaram de servir aos filhos para entregar às pessoas cujos bens vão penhorar. "É uma miséria, muita pobreza, muito alcoolismo, pessoas que nunca puseram o pé numa escola. Se tiverem de ir de táxi ao Hospital de Vila Real, que é o mais perto, gastam 75 euros dos 200 que ganham de reforma. A maioria não vai, gasta o dinheiro em comida. Olhe, é como dizem, ao menos morrem consolados.""Desistem eles e desisto eu"   

O advogado Rui Queirós, 37 anos, em Tabuaço desde 2006, confirma que 70% do dinheiro que ganha é por via do apoio judiciário. "Se fosse viver dos clientes que têm dinheiro para me pagar, mais valia desistir. Somos três advogados para uma população a rondar os quatro mil habitantes. De mil euros que ganhemos, 700 vêm por via do apoio judiciário", precisa.
 
Acabou de sair do tribunal - edifício construído de propósito, Cavaco Silva foi lá cortar-lhe a fita, em 21 de Novembro de 1992, estava o país alimentado a fundos comunitários - onde foi entregar um pedido cível de uma cliente. O caso resume-se assim: "A vizinha da minha cliente deixou as águas de um tanque escorrer de propósito para lhe afogar os pintainhos. Quando a minha cliente foi lá fechar a água, levou com uma pedra nas costas." Tem pose desengravatada, adivinha-se-lhe a não pertença a um lugar onde perante advogados é de bom-tom tirar o chapéu. "Mudei-me do Porto. Lá não conseguia trabalhar, advogados é o que mais há e, como tenho um irmão cá a viver, vim." Percurso inverso ao que é costume nestes movimentos migratórios. "Agora, se clientes pobres como são os meus tiverem de custear a deslocação para Moimenta da Beira, a nossa e a deles, desistem. Desistem eles e desisto eu. Regresso ao Porto, nem penso duas vezes."
 
Ao geógrafo Álvaro Domingues, que nunca foi homem de embarcar em beatices contemplativas do interior rural, soltam-se ais de impotência quando sabe destas histórias. "Problemas como estes não se pode ter a pretensão de os resolver com fórmulas matemáticas. Se é verdade que o Estado é a última âncora dos territórios rarefeitos, envelhecidos, esvaziados, temos de tratar estes temas com pinças, isto é, tem de se saber qual é o grau mínimo da presença do Estado e atender à importância das suas instituições em termos de justiça social." Ao geógrafo não angustia o velho dilema do território vazio. "Quando ficar totalmente vazio, chama-se alguém para apagar a luz e resolve-se o problema. Ter gente ou não ter gente não é um facto que fale por si. O que me interessa é que onde há pessoas haja bem-estar, haja oportunidades de vida", enquadra. Se, à força de globalizações e de Moodys, "o Estado desistir do seu kit de equipamentos que cumprem as funções sociais de que fala a música do Sérgio Godinho - a paz, o pão, saúde, habitação -, o que ainda resta do interior entrará num processo de desconstrução irremediável.

Consultas só pela "Intrenet" 
Pudéssemos pegar no geógrafo para lhe observar a reacção perante o que se passa em Santa Leocádia, uma das freguesias de Tabuaço. Um cruzeiro central, ao lado o tanque público onde se lava a roupa que aqui as máquinas para o efeito são um luxo que só se vê na televisão, sorte de quem as tem. O padre veio hoje rezar o terço, é aproveitar que não acontece todos os dias, apanhamos os fiéis à porta da capela. "Sem tribunal para manter o respeito, isto vai ser um descalabro. O ofender as pessoas e essas coisas todas, as pessoas vão-lhe perder o medo", reage Joaquim Cardoso, o merceeiro de Santa Leocádia. "Então se temos um tribunal a sete quilómetros, vão-nos mandar para um que fica a mais de 40, onde é que isso é justiça?" Uma mulher ao lado, Maria Alice, 58 anos, faz as contas: "Daqui para Moimenta de táxi não fica por menos de 25 euros. Nós para ir a Tabuaço fazemos a coisa por seis. Se pensarmos um bocadinho, 25 euros é uma manhã de trabalho." Mais contas haveria para fazer, não fosse o padre ter arrancado com o terço. É subir e descer os caminhos que separam estas casas encavalitadas, afugentar os cães vadios, aqui está, sentada à soleira da sua porta, Maria da Conceição, 47 anos. "As pessoas pobres não vão para sítios distanciosos. Se temos coisas perto é deixá-las estar", indigna-se. Querem um exemplo da função social do Estado?

- Temos um centro de saúde mas, para fazer uns exames e umas coisas mais complicadas, atiram-nos para Vila Real, é uma lonjura enorme. E agora, mesmo aqui no centro de saúde, mandam-nos ir à Internet marcar as consultas. Eu dessas coisas não sei nada. Sabe como faço? Ligo para a minha filha e peço-lhe que marque a consulta.

 - E onde vive a sua filha? - Em Itália. Mas eu desenrasco-me. E os velhinhos?

 -E os velhinhos, dona Maria? 
-"Olhe, eu percebo lá de "Intrenet", ai que nem sei dizer. Se preciso de ir a Tabuaço, ando pelos vizinhos a ver quem é que lá vai. Prò carro de praça, coitadinha da gente, o dinheiro que nos dão é para remédios e às vezes nem dá." Oitenta e oito anos, a caminho dos 89, D. Maria, que desconfia de forasteiros e por isso resiste a dar o apelido, não marca consultas no médico. 


-"Quando preciso, aventuro-me de madrugada, tem que se sair aí pelas quatro p"ra conseguir uma vaga, mas não me ponha a dizer mal do meu médico que ele até é bem nosso amigo." E quanto ao tribunal? "Se toda a vida ali esteve, por que razão agora o vão tirar, poça, menina, então o tribunal não nos pertence a nós?"

Sem "coragem de cobrar" 
De Tabuaço para Moimenta da Beira, para onde hão-de confluir os litigantes tabuacenses debaixo deste calor doentio - 36 graus, a manhã ainda não chegou a meio -, mas também os de São João da Pesqueira, Penedono e Sernancelhe (estes dois há muito sem direito a tribunal a que possam chamar seu), seria de esperar clima de festa. Chega-se e o cenário é parecido com o que nos mostra o filme Aquele Querido Mês de Agosto. 
O mês é de festejos são-joaninos, cá estão os escaparates com revistas a prometer revelar todas as conexões entre signos e sexo, cá estão as motorizadas com bandeirinhas de Portugal a esvoaçar junto ao guiador, cá estão altifalantes a debitar Ágatas e afins, não admiraria que Miguel Gomes por aqui tivesse andado a filmar para depois os ir mostrar a Cannes.

Festa, portanto, mas não por causa do expectável aumento dos processos judiciais. "Até para Moimenta é mau", comenta a advogada Cristina Ponte. "Não se prevê o encerramento do nosso tribunal, mas grande parte do serviço, como família e menores, vai sair para tribunais especializados de Lamego e Viseu. 
Ora, daqui para Viseu são 50 euros ida e mais 50 euros volta, as pessoas não têm como aguentar isso. Vão é fazer justiça por mãos próprias." Acresce que o tribunal só tem uma sala de audiências. "Mesmo que seja criado outro juízo para responder ao aumento dos processos, qual é a viabilidade disso só com uma sala? 


* Um trabalho de excelência mas cuidado sra. D. Natália, tem o Miguel Richelieu à coca e ele não é para graças.


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