28/06/2012

PAULO RIBEIRO


 
Portugal 2030 

Para que os nossos líderes criem uma visão económica nacional que inspire e motive os portugueses, ela terá, entre outras características, de ser audaz. 

A inclusão dos serviços nos sectores estratégicos para o Portugal de 2030, principalmente a captação de centros de excelência, considerando as nossas vantagens competitivas e o seu impacto no crescimento e nas exportações, é naturalmente defensável. Pouco atrevido, portanto. 

E que tal reclamar a nossa história e lugar no mundo? A nossa língua e ligação aos países da CPLP são activos únicos. 

 No Brasil e em Angola, a mão-de- -obra qualificada é escassa para as necessidades e o seu custo é proibitivo. Rapidamente veremos o mesmo em Moçambique. As empresas destes países já têm processos e sistemas de informação sofisticados e, como tal, a escassez e o custo referidos provocam enormes constrangimentos na sua operação, manutenção e desenvolvimento. Nesse caso, porque não fazê-lo a partir de Portugal? Portugal como back-office da CPLP (em especial, Angola e Brasil). Porque não?

 Mais: as grandes empresas destes países também se irão internacionalizar. Não será conveniente Portugal criar condições para que empresas como a Sonangol e a Petrobras criem as suas holdings para a Europa no nosso país, em detrimento de destinos como a Holanda ou Malta? E porque não ir mais longe e captar para Portugal as holdings para África e a América do Sul dos grupos europeus, aproveitando a nossa língua e afinidades para facilitar a sua entrada nesses países? Suficientemente arrojado? 

Director da PwC 
Líder do Departamento Tax Management & Accounting Services 


IN "i" 
27/06/12

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