VIDIGUEIRA
DISTRITO DE BEJA
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LOCALIZAÇÃO
Entre Beja e Évora, no coração do Alentejo, fica o concelho da Vidigueira. Com uma área de 315,8 km2, o Concelho de Vidigueira é o quarto mais pequeno do Baixo Alentejo, com uma população que ronda os 7.000 habitantes.
Este pequeno concelho está delimitado pela Serra do Mendro a norte, o rio Guadiana a leste e a planície que se estende até perder de vista para sul. É nesta harmonia entre serra, planicie e rio que assenta a riqueza das terras, onde proliferam as hortas, laranjais, vinhas, olivais e os campos de cereais.
O IP2 liga a Vidigueira ao norte e sul do país. Quem vem de Lisboa, deve seguir pela A6 em direcção a Évora, sair na primeira bifurcarção para Évora. Continuar no sentido de Beja até apanhar o IP2.
Para quem viaja do Algarve, pode seguir na A2 até à saída de Castro Verde. Continuar na direcção de Beja onde vai apanhar o IP2 no sentido de Évora.
A estrada nacional 258 liga a Vidigueira a Moura, em direcção a Espanha.
A existência da Vidigueira como povoação só se encontra documentada a partir do século XIII. A análise das personalidades marcantes da região, aliada aos factos históricos mais importantes, contribuem para melhor conhecer o percurso do concelho até aos nossos dias. As descobertas arqueológicas revelaram um património importante. A própria natureza encarregou-se de dotar as terras da Vidigueira com maravilhas que constituem o património natural destas terras.
O concelho da Vidigueira fica no coração do Alentejo, na fronteira do Baixo com o Alto Alentejo, entre Beja e Évora. A Serra do Mendro, que dá corpo a essa fronteira, abriga o concelho pelo lado norte; a leste corre o Rio Guadiana, enquanto a sul e oeste se espraia a vasta planície.
Na serra, os montados alimentam de bolota o porco alentejano, dando origem a saborosos enchidos e presuntos, e a flora silvestre dá às abelhas a matéria-prima para um mel de primeira. Na planície, as hortas, os laranjais, e a trilogia mediterrânica que domina os campos, feita de searas, olivais e vinhas, dá origem a afamados produtos de qualidade (o pão, o azeite, e sobretudo, o vinho) que projectam o nome da Vidigueira no exterior.
É neste cruzamento de serra, planície e rio, que assenta a diversidade e o caracter excepcional destas terras de pão e de vinho, e suas gentes de paz e de cante.
HISTÓRIA
A história da região estende-se ao longo dos séculos, mantendo-se até hoje vestígios dos povos que por lá passaram. Na riqueza histórica são notórias as influências da igreja católica. Entre o valioso património da Vila da Vidigueira destacam-se a Igreja de S. Francisco, a Torre do Relógio e a Torre de Menagem (vestígio do que foram os Paços do Castelo).
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FORAL DA VIDIGUEIRA |
Esta riqueza de património histórico também é visível no resto do concelho. Em Pedrógão, está presente na Igreja Matriz, Torre do Relógio e Capela de Santa Luzia. Na aldeia de Marmelar, já no sopé da serra, sobressai entre o típico casario, a Igreja Paroquial de Sta. Brígida, de inspiração mudéjar.
Influência da
Igreja Católica na região
Selmes é uma aldeia tradicional na planície alentejana, atravessada pela Ribeira do mesmo nome, sobre a qual se ergue uma pequena ponte que se diz ser romana. Dos seus monumentos destacam-se a Igreja Matriz de Sta. Catarina e um conjunto urbano típico, pontuado por 6 nichos em alvenaria que constituem as Estações da Via Sacra. Na mesma freguesia, mas já no sopé da serra, está Alcaria da Serra, pequena aldeia de interessante arquitectura popular, onde se destaca a Igreja de N. Sra. das Relíquias.
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Pedra Visigótica |
Nas proximidades da Vila de Frades, encontram-se as Ruínas Romanas de S. Cucufate. Este impressionante conjunto arquitectónico é exemplar único na Península Ibérica, e conserva ainda um primeiro andar. Posteriormente adaptado a Convento, manteve-se aberto ao culto até ao século XVIII. Pode visitar-se também na povoação e arredores, as Igrejas Matriz e da Misericórdia, as Ermidas de S. Brás e de Sto. António.
PATRIMÓNIO
HISTÓRICO
Ermidas
Ermida de Santa Clara
Esta é a mais antigas das ermidas circundantes da Vidigueira. A sua construção data de 1555, por ordem do 2º conde da Vidigueira, D. Francisco da Gama, e a sua mulher D. Guiomar de Vilhena.
Edifício rectangular, coroado de ameias e com contrafortes terminados em pináculos em forma de cone tuncado. O estilo da construção está associado ao período manuelino com influências do gótico normando. Esta poderá ter sido a primeira igreja matriz da vila, facto que não está comprovado.
Foi em tempos um local de festas e romarias muito apreciado pelo povo da terra. O caminho que conduz à ermida está envolto em vinhas e oliveiras antigas. Do monte onde fica a singela ermida, vislumbra-se uma paisagem que se estende até à Vidigueira.
Ermida de S. Rafael
A ermida de S. Rafael está replecta de recordações históricas. Mandada erigir pelo 4º conde da Vidigueira, D. Francisco da Gama, para ser depositária da imagem do santo que acompanhou Vasco da Gama à Índia.
No século XIX, a ermida foi profanada e caiu em ruinas. A imagem foi transferida para o Recolhimento do Espírito Santo. Aquando da trasladação dos restos mortais de Vasco da Gama para o Mosteiro dos Jerónimos a imagem acompanhou-o como já antes o fizera nas suas viagens e onde ficou colocada, sendo mais tarde transferida para o museu da Marinha.
Em 1912, a ermida foi restaurada pela Câmara Municipal que, mais tarde, nos anos 80 mandou restaurar também o seu interior.
Ermida de Santo António
A Ermida de Santo António ergue-se no topo de uma colina a sueste da Vila de Frades. Nesse local era hábito realizarem-se as afamadas romarias e festejos.
Diz a tradição que foi mandada erigir por um conde da Vidigueira, como resultado de uma promessa que tinha feito. Estima-se que tenha sido construída no século XVII, data apontada para as pinturas murais no seu interior que, embora bastante deterioradas, constituem a única decoração da capela.
Ermida de Santa Luzia
Localizada na povoação de Pedrógão, esta ermida terá sido a primeira edificação religiosa da aldeia. Muito simples e com apenas um altar no interior, guarda a imagem de Santa Luzia. Esta santa é considerada milagreira, assim o testemunham os escritos nas paredes, de pessoas que se curaram de doenças dos olhos.
Ermida de São Pedro
Do cimo de uma colina sobranceira à vila da Vidigueira, a Ermida viu o seu terreiro tornar-se um miradouro, de onde se pode disfrutar da vista priveligiada. Por essa razão, é um local ideal para festas populares, com arraial e diversões várias.
Igrejas
Igreja da Misericórdia de Vidigueira
A igreja da Misericórdia foi edificada em 1592 e reconstruida em 1688, após um incêndio ocorrido no ano anterior. Está virada para poente e tem a sua lateral virada para a Praça da Républica.
Contém vários aspectos dignos de observação tais como os painéis de azulejos das autorias de António Pereira e de Gabriel del Barco. Na capela-mor da igreja pode observar-se a imagem de Cristo Crucificado, oferecida por D. Brites de Vilhena. Na mesa do altar permanece a imagem de Cristo morto contemplada por figuras em baixo-relevo. A porta da antiga Capela do Santíssimo data do final do século XVIII.
Igreja de S. Francisco da Vidigueira
A igreja tem uma só nave e duas capelas. A rainha D. Maria I, ofereceu as peças mais valiosas da matriz: a imagem de Cristo Crucificado, os santos negros e a figura de Nossa Senhora das Relíquias.
A imagem de Nossa Senhora das Relíquias está colocada no altar-mor, numa redoma azul com adornos dourados, por cima do sacrário. O seu valor provém da antiguidade e dos vários séculos de veneração pelas gentes da Vidigueira e visitantes de outras terras.
Igreja Matriz
Localizada no centro da Vila de Frades, a igreja Matriz foi contruida em 1707. O seu interior é constituido por uma nave única, espaçosa e sem coro. Na igreja existem quatro altares, dois em cada parede, e ainda um altar-mor, trabalhado com dourados e talha.
No refúgio das suas paredes estão guardados os restos mortais do poeta João Xavier de Matos que faleceu em Vila de Frades a 3 de Novembro de 1789.
Igreja da Misericórdia da Vila de Frades
Situada na Praça Falho de Almeida, em Vila de Frades, existe uma Casa da Misericórdia cuja reorganização data de 1587. A pequena construção de abóbada, sofreu a passagem do tempo e encontra-se em mau estado de conservação, mantendo apenas uma só nave de dimensões reduzidas.
Igreja Matriz de Selmes
Num largo situado num extremo da aldeia de Selmes ergue-se majestosa a igreja matriz.
De fachada simples, alva, possui duas torres simétricas. O interior espaçoso é composto de apenas uma nave, com o coro na parte de trás, por cima da entrada. Existem ainda quatro altares laterais e o altar-mor.
A igreja foi construida no século XVIII, tendo sido reconstruida a sua fachada em Novembro de 1874, depois desta ter caido em Novembro de 1817.
Torre de Menagem
Da antiga residência da família Gama restou apenas uma torre quadrada, que se eleva no lado ocidental da vila. Não existem descrições ou registos de como seria a contrução e decoração deste edificio. Torna-se difícil saber se nos seus tempos aúreos esta edificação seria uma fortaleza ou um paço acastelado.
A sua construção data do século XV por acção do 2º duque de Bragança, D. Fernando, senhor da vila nessa época. Serviu de domicilio a Vasco da Gama e aos condes da Vidigueira que o procederam. Foi depois abandonado, não se sabe nem quando nem porquê.
O povo da Vidigueira acelerou o processo de decadência, ao retirar as pedras do castelo para serem utilizadas na construção das suas casas.
Na década de 80, a Câmara Municipal, com a intenção de salvaguardar o que restava deste património, mandou restaurar e elevar os muros ainda existentes. Colocou-se ao lado uma janela, possivelmente do século XVI e de estilo manuelino, encontrada em Vila de Frades. Suspeita-se que a janela chegou a fazer parte do antigo palácio dos condes da Vidigueira.
Construiu-se ainda um adarve a que se pode subir por uma escada exterior, proporcionando acesso a um improvisado miradouro, de onde se tem uma vista que abrange a vila da Vidigueira, os campos e povoações circundantes. Pode ainda avistar-se ao longe a torre de menagem do castelo de Beja.
Torre do Relógio
Este monumento não religioso da Vidigueira ganhou mais valor quando Vasco da Gama, em 1520, mandou fazer um sino para colocar nessa torre cuja data de construção se desconhece.
Numa fase mais recente, a Câmara Municipal procedeu a obras de restauro, que incluiram a colocação de ponteiros no relógio. As horas continuam a ser assinaladas pelas badaladas familiares do sino.
A torre foi também dotada de um sistema de iluminação. Na escuridão da noite o seu vulto ganha um brilho dourado e imponente, destacando-se no meio do casario da povoação.
A torre do relógio é uma construção rectangular, com uma escada em caracol que dá acesso a uma guarda com grilhagem em tijolos. Possui um ornato em cada lado e no meio uma guarita que alberga o sino do Navegador.
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CASA DA VIDIGUEIRA |
ARQUEOLÓGICO
S. Cucufate
Único monumento nacional do concelho, as ruínas arqueológicas encontram-se em local pouco elevado, mas dominando visualmente a paisagem a sul, até Beja.
São Cucufate As suas origens estão associadas à época romana, altura em que foi instalada uma villa no centro de uma exploração agrícola. No entanto, acredita-se que a sua ocupação inicial remonta à Idade de Ferro. Por volta de finais do IV milénio, já os nossos antepassados do neolítico final tinham escolhido aquele local de habitat, talvez temporário, uma vez que não foi encontrada qualquer estrutura associada aos materiais arqueológicos dessa época.
Sem dúvida, foram as realizações do período romano que, de forma indelével, marcaram este sítio. Com algumas descontinuidades, transformações e adaptações, a ocupação deste mesmo espaço prolongou-se até aos finais do século XVIII.
No período mulçumano (séc. X ou XI) estabeleceu-se no edifício uma comunidade de frades que ali viveu possivelmente até à segunda metade do sec. XII, tendo S. Cucufate por seu padroeiro.
O edifício foi abandonado, talvez por ameaçar cair em ruína. No decorrer das escavações arqueológicas descobriu-se nas traseiras da villa o cemitério medieval dos frades. A adaptação da antiga villa a templo cristão deixou marcas na arquitectura.
A descoberta de pinturas murais nas ruínas de São Cucufate contribuiu para colocar este importante marco da história local no caminho da rota dos frescos. As pinturas estiveram durante muito tempo escondidas por detrás de uma camada de cal.
Após a villa romana ter sido considerada um monumento nacional, o IPPAR criou em Vila de Frades um Núcleo Museológico na Casa do Arco, edifício cedido pela Câmara Municipal da Vidigueira.
As paredes gastas de São Cucufate guardam segredos que ainda estão por desvendar. Guardião da planície, abençoa e enche de orgulho as gentes da região.
As Antas de Corte Serrão
Antas de Corte Serrão na freguesia de Pedrogão A cultura neolítica, também conhecida por megalítica, deixou a sua marca na região da Vidigueira. Nesses povos pré-históricos eram usuais a prática os enterros colectivos em sepulturas familiares.
Os dólmenes ou antas, como são mais conhecidas no Alentejo, são monumentos fúnebres constituídos por grandes blocos de pedra cravados no solo. Pela maneira como estão conjugados, formam uma câmara sepucral, coberta por lajes horizontais.
Desta cultura megalítica, que se desenvolveu em especial na zona sul de Espanha e no Alentejo, os vestígios encontrados na Vidigueira são indicadores de que esta zona também teve uma forte presença desses povos nos tempos pré-históricos.
As Antas de Corte Serrão, perto de Marmelar, na freguesia de Pedrógão, são exemplos impressionantes destes monumentos funerários. Apesar da deterioração, a ambas faltam alguns dos esteios e nenhuma tem cobertura, constituem um ponto de interesse arqueológico na região.
NATURAL
Rio Guadiana
Este é o terceiro maior rio da Península Ibérica. Percorre 810 km, ondulando entre serras, planícies, montes e vales, desde as lagoas de Ruidera em Espanha. Incansável no seu caudal volumoso, percorre território espanhol, entra em Portugal pela zona do Baixo Alentejo, delimitando a fronteira entre os dois paises.
A Vidigueira faz parte do percurso do Guadiana, que atravessa o concelho de norte para sul, passando perto das localidades de Marmelar, Pedrógão e Selmes. Os vários cursos de água que cortam as terras da região alimentam este grande rio, oferecendo-lhe força para terminar a sua viagem.
Como em qualquer bacia hidrográfica, pelas cabeceiras e vales correm os afluentes e subafluentes que não são mais do que ténues rasgões na superfície do relevo. A erosão provoacada pelas águas pluviais fazem recuar barrancos e torrentes que depois convergem em vales cada vez mais importantes que canalizam até ao rio principal as águas de toda a bacia. Águas que correm à superfície mas também as que se infiltram no solo, e voltam à tona em múltiplas nascentes ao longo desses vales. E é assim que o Guadiana se alimenta e engrossa o caudal à custa de toda a pluvisosidade que cai na sua enorme bacia.
O Oceano Mediterrâneo acolhe o Guadiana, já em terras algarvias, entre Vila Real de Santo António e Ayamonte. A sua presença constante nas regiões por onde passa constitui um ponto de referência e dinamismo económico.
A barragem do Alqueva é disso um bom exemplo, assim como a sua congénere mais pequena em Pedrógão. Como qualquer grande rio, o Guadiana atrai as populações para as suas margens. Durante todo o ano são organizadas várias actividades de lazer. Continua também a ser importante a pesca nas suas águas.
Águas que enriquecem os solos, que irrigam as culturas agrícolas de cereais, vinhas e olivais. Águas que dão esperança para o desenvolvimento de toda a região.
As Ribeiras
Ribeira do Freixo
Nasce na serra do Mendro, em direcção ao sul. Serve de fronteira natural entre a Vidigueira e a Vila de Frades. Descansa finalmente nas águas da Ribeira de Odearce.
Ribeira de Selmes
Afluente da margem esquerda da Ribeira de Odearce, tem origem na união de pequenos cursos de água que descem da serra. Passa junto do lugar de Alcaria em direcção a Selmes.
Ribeira de Marmelar
Começa no concelho vizinho de Portel, descendo para sul na várzea de Marmelar. Deixa o vale estreito nas terras altas, ondula pelos montes até passar na Alcaria.
Ribeira do Sobroso
Desce a serra desde o concelho de Portel, cortando as terras da Vidigueira, com o intuito de lançar as suas águas no grande rio Guadiana.
Albufeira do Pedrógão
A barragem de Pedrogão, situada na freguesia de Pedrogão, foi construida com a finalidade primária de funcionar como barragem de contra-embalse, recuperando-se assim parte da água usada em Alqueva para produzir energia e para servir os subsistemas de rega de Ardila e Pedrogão.
A sua construção deu origem à Albufeira de Pedrógão, um espelho de água que é hoje uma zona protegida. A variedade e riqueza de ecossistemas que se encontram no lago artificial constituem mais uma razão para uma visita à região.
A própria barragem, com uma altura de 43 metros, comprimento de 472 metros, impressiona quem por ali faz um passeio. A natureza permanece em constante renovação. A abundância de água torna as terras ainda mais férteis. Existe o cuidado de preservar a fauna e flora características daquela zona. Os passeios ecológicos constituem uma opção saudável para quem visita o concelho.
O projecto da barragem de Pedrógão veio impulsionar a economia e turismo da região. A albufeira que origina tem uma capacidade útil de cerca de 54 hm3 possuindo um espelho de água de 11 km2. É a segunda maior barragem do empreendimento Alqueva beneficiando a população envolvente com um estimulo económico decorrente de actividades promovidas em torno da albufeira, sejam elas da vertente agricola ou turística.
Arquivo Municipal de Vidigueira
"Os arquivos não são, de maneira alguma, cemitérios de documentos velhos e esquecidos" são uma fonte de saber e constituem uma ponte que nos liga ao passado e nos encaminha para o futuro.
O arquivo da Câmara Municipal de Vidigueira esteve repartido por diferentes salas do edifício dos Paços do concelho até 2005. O arquivo histórico ocupava as salas menos acessíveis e uma parte do sótão, os arquivos intermédio e corrente ocupavam três salas do primeiro piso.
À medida que as autarquias foram adquirindo, ou modificando funções e competências, a produção de documentos foi-se modificando e aumentando significativamente. Da pequena sala que albergava toda a documentação desta entidade passa-se progressivamente á ocupação de outros espaços para arrumar os documentos.
A dificuldade em conseguir arranjar espaço para guardar os documentos, e a tomada de consciência de que se tratava, não de um amontoado de papéis velhos sem valor, mas sim de um conjunto de informações comprovativas da actividade e das funções da Câmara, com valor administrativo, legal, financeiro ou probatório, levou o executivo a equacionar a hipótese de construir um espaço próprio para a instalação do arquivo.
Em 1998, inicia-se então o processo que passou pela aquisição de um espaço, a execução do projecto e finalmente a construção do edifício onde hoje está instalado o arquivo municipal.
Para além, do empenho e esforço financeiro da Câmara Municipal de Vidigueira, para a concretização deste projecto contou-se também com uma comparticipação financeira do Programa de Apoio à Rede de Arquivos Municipais (PARAM) do Instituto dos Arquivos Nacionais/ Torre do Tombo e da Direcção-Geral das Autarquias Locais e ainda com o apoio técnico do Arquivo Distrital de Beja.
Arquivo Municipal A criação deste espaço permitiu reunir a documentação de arquivo que se encontrava dispersa por várias salas do edifício dos Paços do concelho e desta forma salvaguardar um espólio documental de valor histórico bem representativo da evolução da comunidade que lhe deu origem, garantindo o acesso aos registos administrativos que legalmente compete à Câmara assegurar.
O edifício dispõe de uma sala de tratamento documental, sala de leitura, com 16 lugares, sala de reuniões e depósito com capacidade de 1475 ml de arrumação de arquivo.
As novas instalações do Arquivo Municipal de Vidigueira, encontram-se abertas ao público, onde pode ser consultada a documentação que foi objecto de tratamento.
O acervo do Arquivo Municipal de Vidigueira é constituído por documentação desde final do século XVII até finais do século XX.
Neste momento, ainda não está concluído o levantamento e tratamento de toda a documentação, a que já foi inventariada e classificada, pertence às séries e fundos documentais descritos no quadro de classificação.
Podemos referir como exemplo, o fundo da Câmara do Concelho de Vila de Frades (extinto em 1853), constituído por livros de vereação, livros de notas, livro de registo de amas e expostos, livros de cobrança de sisa, impostos dos quatro e meio por cento, lançamento da décima e correspondência.
Percursos e Rotas
Rota do Fresco
A rota do fresco, é uma iniciativa promovida pela AMCAL (Associação de Municipios do Alentejo Central) da qual são membros cinco concelhos, um dos quais a Vidigueira.
Este projecto tem como objectivo promover, preservar e estimular o conhecimento deste património nos concelhos envolvidos.
Com a duração de um dia cada rota leva o visitante a encontrar um tesouro perdido, a arte de decoração mural que são os frescos alentejanos, que agora é desvendada. Esta forma de arte é representativa da variedade e qualidade da decoração e forma de doutrinação religiosa em Portugal, do século XV a XIX.
Fresco Igreja Santa Brígida Pode-se verificar em quase todos os exemplares dos frescos que uma operação de restauro e conservação é essencial, bem como a restruturação dos edificios que os albergam, a Rota dos Frescos converte-se também em instrumento de salvaguarda destas pinturas.
Estão disponíveis várias rotas, cada concelho tem a sua, havendo ainda uma rota interconcelhia que engloba quatro concelhos, os visitantes têm que fazer marcação com antecedencia de uma semana.
A Rota do Fresco de Vidigueira inclui durante a manhã: visita a uma padaria, à Capela de S. Brás em Vila de Frades, à Ermida de Santa Clara em Vidigueira; durante a tarde: ida à Igreja de Santa Brígida em Marmelar e visita à Adega do Monte da Ribeira - CADE em Marmelar.
ROTAS
Rota da Natureza
A paisagem da região prima pela diversidade. Junto às linhas de água desenvolveu-se a vegetação ripícola, que nas encostas está associada a matos mediterrâneos.
Nas áreas da serra reinam os montados de sobro e azinho com matos e pastagens no sub-coberto, quebrados por manchas de eucaliptal e pinhal. Na planície, onde predomina a agricultura, surge a estepe ceralífera. Estes mosaicos de searas, alqueives e pousio são um colírio na paisagem, a par com os olivais, vinhas e hortas.
A Serra do Mendro
A natureza que hoje domina a serra é resultado da intervenção humana ao longo dos tempos. A floresta mediterrânica original foi progressivamente simplificada pela utilização silvo-pastoril da serra, dando origem aos montados de sobreiros e azinho. Verifica-se nesses casos a exploração da cortiça, lenha, madeira, bolota, pastagens, mel, cogumelos, medronheiro e as ervas aromáticas.
Nas margens do Guadiana
Guadiana Terceiro maior rio da Pensínsula Ibérica, faz a fronteira leste do concelho. O seu progressivo encaixe no relevo da planície deu origem aos terraços fluviais do seu vale, que oferece uma paisagem grandiosa. Devido ao clima local, o caudal do rio é irregular, atingindo picos de cheia na época das chuvas e quase desaparecendo no pico do verão.
O rio Guadiana permanece ainda hoje como um valioso corredor ecológico e um habitat vital para um grande número de espécies ameaçadas de extinção, como alguns peixes endémicos e grandes aves planadoras como os abutres e águias.
Planície de hortas, vinhas e olivais
A planície alentejana faz parte do Maciço Antigo Ibérico, dos mais velhos relevos do planeta. Dominada por solos de xisto, deles resultaram as formações argilosas denominadas "barros de Beja", mancha fértil entre os solos pobres habituais no Alentejo.
As condições de solo e climas especiais proporcionados pelo enclave da serra, planície e rio, tornou esta região ideal para a fundação de povoações. As terras que ficam perto das localidades são utilizadas para o cultivo de cereais, vinha e hortas. Os produtos da terra garantem o sustento da população agrícola, que aperfeiçou a qualidade dos seus produtos, como o vinho, o pão e o azeite.
Aliadas a estes sistemas policulturais estão alguns pequenos mamíferos e uma grande variedade de espécies de pequenas aves que utilizam estas culturas como fonte de alimento.
Rota do Guadiana
Ao subir o rio pela margem direita, pode observar-se como a força da água marca e molda o Vale do Guadiana. Avista-se na outra margem, a foz do rio Ardila, importante afluente do Guadiana. Durante este passeio existem locais idílicos que convidam ao repouso, com a frescura que os freixos proporcionam.
Guadiana Percurso da Ribeira de Marmelar
O passeio começa em Marmelar pela estrada que segue para sul em direcção à ribeira. Pelo caminho ao longo da margem da Ribeira, a natureza brinda os visitantes com a beleza dos montados de azinho, afloramentos rochosos e outras vegetações típicas daquelas terras.
Quando o caudal está mais baixo é possível testemunhar as variações morfológicas do leito e das margens, bem como os depósitos de areia e cascalho que formam ilhéus. O caminho torna-se por vezes irregular e é necessário atravessar pequenas ribeiras afluentes para continuar o percurso. A aventura vale a pena para apreciar a vista magnífica, como as pequenas cascatas do Barranco das Boiças. Mais perto do Guadiana, estreita-se o vale da ribeira, e a vegetação espreita nas vertentes orientadas a sul. Guadiana
O vale fluvial em Pedrógão
Passeio que vai da margem direita do Guadiana até à foz da Ribeira de Odearce, partindo e regressando à aldeia de Pedrógão, com passagem pela planície e pela pequena localidade.
É visível a beleza do património natural e a acção do homem na construção da barragem de Pedrógão. De regresso à aldeia, onde os petiscos esperam para saciar o apetite dos visitantes exauridos, os tons dourados da planície domina o horizonte
Rota do Património
Antas de Corte Serrão
Localizadas perto de Marmelar, na freguesia de Pedrogão, foram construídas pelas primeiras sociedades agro-pastoris, cerca de quatro mil anos atrás. Constituem prova da ocupação do território por famílias eneolíticas que na sua demanda pela eternização da morte, construiram megalitos, onde sepultavam os seus mortos.
Anta do Zambujal
Formada por um conjunto de penedos graníticos de grandes dimensões, tem uma câmara central poligonal, com a tampa caida para o seu interior. Serviu de habitação e posteriormente de túmulo aos seus ocupantes pré-históricos.
Villa Romana do Monte da Cegonha
Edificada na base de uma colina de declive ligeiro, a sua fundação remonta ao reinado do Imperador Augusto, no primeiro quartel do século I. Foi destruida por um incêndio e depois reconstruída. No século IV, a villa passou a possuir uma basílica paleocristã, possivelmente devido à cristianização do seu proprietário. Entre os séculos X e XII ficou sobre ocupação islâmica até ao final da sua existência.
São Cucufate
Importante marca da cultura romana no Alentejo, estrutura-se em áreas distintas: habitação, lazer (termas), trabalho ( com celeiros, adega e lagar), área de cultivo e o templo. Foi doada à ordem de S. Vicente de Fora no século XIII, tendo sido então transformada em mosteiro. Nas ruínas da igreja ainda se conseguem deslumbrar frescos de índole religiosa.
Ermida de Santa Clara
De estilo manuelino, é a ermida mais antiga das cinco que cercam a Vidigueira. A sua construção deve-se ao segundo conde da Vidigueira, D. Francisco da Gama. A ermida foi um local de festas e romarias que cessaram devido ao seu estado de degradação. A sua localização permite desfrutar de uma vista privilegiada sobre a Vidigueira e de um trajecto com uma atmosfera mediterrânica, com videiras e oliveiras que o ladeiam.
Ermida de Santo António dos Açores
Diz a tradição que esta ermida foi mandada contruir como pagamento de uma promessa feita por um conde da Vidigueira que havia perdido o seu açor, havendo este encontrado o animal no cabeço onde a ermida está situada. A sua construção data do século XVII e é digna de visita pela paisagem que consegue abarcar, o contraste ente a serra e a planície bem como o alvor das construções que repele o calor ardente do Verão.
Moinhos da Ribeira do Odearce
Estes moinhos comprovam a importância do rio para as populações envolventes, aproveitavam a força das águas em movimento para transformar em farinha os cereais, sustentando deste modo as povoações da região com o pão.
Rota do Pão e do vinho
É no fruto das parreiras que reside uma das maiores riquezas do concelho. Na época da vindima, os campos enchem-se de gentes que fazem da apanha da uva uma arte. Finda a jornada de trabalho, é tradição ir beber o "vinho do trabalho" nas tascas da região.
As adegas tradicionais onde antigamente os pequenos produtores faziam o vinho, guardado em enormes talhas de barro, são hoje locais de repasto e petiscos regionais. Num ambiente típico podem degustar-se o vinho da casa, acompanhado de presuntos, enchidos, azeitonas e outras iguarias tradicionais do alentejo.
Convite para um passeio ao longo do concelho, por entre as vinhas que mancham a planície de verde. Apreciar os odores da fruta madura e da terra fértil, para abrir o apetite para uma experiência gastronómica acompanhada por um convívio salutar, onde o canto do alentejo e a boa disposição não vão faltar. As vendas e as tabernas típicas são os locais eleitos para "matar o bicho", "tirar uma bucha" provar o bom vinho da terra e cantar uma moda ou duas. Porque sem vinho ninguém canta.
Terras de Pão, Gentes de Paz
As padarias tradicionais mantém os processos de amassadura manual, assim como a cozedura em forno de lenha, numa tradição que deu renome à Vidigueira. Além do pão, estas pequenas padarias produzem também biscoitos e bolos regionais como as pupias, bolos de mel, bolos folhados.
Gastronomia
Petiscos
Caracóis
Ingredientes: 2 l de caracóis, 1/2 dl de azeite, 4 dentes de alho, 1 folha de louro, oregãos, pimenta e sal p.b
Preparação: Os caracóis devem ser lavados em bastantes águas até não deitarem qualquer sujidade. De seguida, vão a cozer em água e sal com todos os ingredientes atrás referidos, sendo os alhos cortados ao meio. O lume deverá ser brando para que o caracol saia o mais possível. Há também quem coloque presunto, paio ou um caldo de carne. Pode também adicionar-se malaguetas, para quem gosta de picante.
Amêijoas à Pescador
Ingredientes: 2 kg de amêijoas, sal e pimenta, 2 cebolas, 3 dentes de alho, 1 dl de azeite, 3 tomates maduros, 1 raminho de salsa
Preparação: Coloque as amêijoas num recipiente e cubra-as com água salgada. Deixe-as ficar assim durante cerca de 4 horas, para libertarem a sujidade. De seguida, escorra-as e passe-as por água corrente fria. Reserve.Corte as cebolas às rodelas, pise os alhos e refogue tudo no azeite.
Junte o tomate limpo de sementes cortado aos pedaços. Acrescente as amêijoas e tempere com sal e pimenta. Tape o tacho e deixe cozinhar até as conchas abrirem. Retire as conchas e o molho do tacho e transfira-os para uma travessa. Decore com raminhos de salsa. Depois de transferir as amêijoas para uma travessa, regue-as com o sumo de meio limão.
Berbigões à Alentejana
Ingredientes: 1,5 kg. de berbigões, 0,5 dl. de azeite, 2 dentes de alho, 1 molho de coentros, 1 colher de sobremesa de colorau, 1 bom tomate maduro, pimenta
Preparação: Lave os berbigões e meta-os em água com sal, durante duas a três horas, para perderem a areia. Deite numa frigideira o azeite. À parte, deve já ter os alhos e os coentros picados separadamente. Leve o azeite ao lume e junte um pouco de alho picado. Logo que comece a estalar, junte alguns berbigões e tape a frigideira com uma tampa. Deixe-os abrir, polvilhe com coentros picados e retire-os, depois, com uma escumadeira.
Pitéu de Enguias
Ingredientes: Enguias, azeite, 2 cebolas, 2 dentes de alho, 1 ramo de salsa, 1 folha de louro, 1 copo de vinho branco, sal, pimenta preta, 1 copo de água, 2 colheres de sopa de farinha de trigo, 2 colheres de sopa de vinagre, pão.
Preparação: Faça um refogado com 2 cebolas picadas, 2 dentes de alho picados, 1 ramo de salsa e 1 folha de louro. Quando a cebola estiver a alourar deite um copo de vinho branco. Depois das enguias limpas parta-as aos bocados e deite-as no refogado. Tempere com sal e pimenta preta. Junte um copo de água e deixe apurar. Quase no final dissolva 2 colheres de sopa de farinha de trigo e 2 colheres de sopa de vinagre e junte ao caldo para engrossar. Sirva com fatias de pão torrado.
Migas Gatas
Ingredientes: uma cabeça de alho, uma posta de bacalhau, pão caseiro (duro), Sal q.b., azeite
Preparação: Coza a posta de bacalhau depois de previamente demolhada. Enquanto isso descasque o alho e pique-o, corte o pão em pequenas fatias, muito finas.Coloque o pão já cortado numa tigela grande ou numa terrina, desfie o bacalhau e coloque em cima do pão, assim como alho já picado, o sal (a gosto) e o azeite, despois regue tudo com a água do bacalhau ainda a ferver. Com a colher de pau, envolva tudo muito bem, para que o pão fique bem ensopado.
Orelha de porco de coentrada
Ingredientes: Orelha de porco, azeite, vinagre, sal, alhos, coentros, água
Preparação: A orelha é cozida com água e sal. Escorre-se a água, corta-se a orelha aos bocados e tempera-se com alhos, azeite, coentros e vinagre.
Pézinhos de porco de Coentrada
Ingredientes: 1 kg de pézinhos, 1 cebola, 3 colheres de sopa de Azeite, 5 dentes de alho, 1 raminho de coentros, 1 folha de louro, 2 colheres de sopa de farinha, sal e vinagre
Preparação: Cozem-se os pézinhos na panela de pressão durante 30 minutos. Num tacho, põe-se a cebola picadinha, os alhos pisados com coentros, louro e sal. Em seguida, leva-se tudo ao lume até alourar. No refogado, põe-se a farinha e um pouco de água até engrossar. Tempera-se a gosto e mistura-se os pézinhos e o vinagre, deixando ferver.
Sopas
Açorda alentejana
Ingredientes: 1 molho de coentros (ou um molho pequeno de poejos ou uma mistura das duas ervas), 2 a 4 dentes de alho, 1 colher (sopa) bem cheia de sal grosso, 4 colheres (sopa) de azeite, 1 litro de água a ferver, 400 g de pão caseiro (duro), 4 ovos
Preparação: Cortam-se os coentros e os dentes de alho em pedaços pequenos. Colocam-se numa terrina grande, juntamente com o sal. Rega-se com o azeite e escalda-se com água a ferver, onde previamente se escalfaram os ovos (de onde se retiraram).
Introduz-se então no caldo o pão cortado em fatias. Os ovos são colocados no prato ou sobre as sopas na terrina, conforme o gosto.
Caldo de Peixe da Ribeira
Ingredientes: Peixe da Ribeira, 3 cebolas, 4 dentes de alho, 1,5 dl de azeite, 3 tomates, 1 pimento verde, 1 ramo de hortelã, 1 ramo de poejos, sal q.b.
Preparação: Cortam-se as cebolas às rodelas e o pimento às tiras. Pelam-se e picam-se os tomates. Em seguida, dispõem-se, num tacho, às camadas, o peixe, as cebolas, os alhos, o tomate e o pimento. Tempera-se de sal e juntam-se os ramos de cheiros. Rega-se com o azeite e cobre-se de água. Vai ao lume até estar bem cozido. Serve-se acompanhado com fatias de pão molhadas no caldo.
Calducho
Ingredientes: 2 postas de bacalhau demolhado, 3 dentes de alho, 2 cebolas, 1,5 dl de azeite, 2 folhas de louro, 1 raminho de poejos, 500 gr de batatas, sal q.b., 2 ovos, 4 fatias de pão duro
Preparação: Leve 1,2 lt de água ao lume. Depois de ferver, introduza o bacalhau e coza durante 5 minutos. Escorra, retire a pele e as espinhas e desfaça em lascas. Reserve o caldo. Pique os alhos e as cebolas muito finamente e frite no azeite quente.
Junte as folhas de louro partidas e o raminho de poejos. Regue com o caldo do bacalhau e deixe levanter fervura.Entretanto, descasque as batatas e corte aos pedaços pequenos. Junte à sopa, tempere com sal e coza durante 15 minutos. Envolva o bacalhau, os ovos batidos e coza por mais 5 minutos. Corte o pão aos pedaços e coloque numa tigela. Regue com a sopa, decore com um raminho fresco de poejos e sirva de imediato.
Feijão com Couve
Ingredientes: Feijão catarino, couve lombarda, azeite, alho, louro, sal.
Preparação: Coze-se o feijão, miga-se a couve miúdinha, junta-se um pouco de azeite, o alho, o louro e o sal. Pode ser servido como sopa ou então com pão caseiro cortado às fatias.
Gaspacho à Alentejana
Ingredientes: 200 g de pão, 9 dl de água, 2 dentes de alho, 2 colheres de sopa de azeite, 2 colheres de sopa de vinagre, 2 tomates médios, 1/2 pepino, 1 pimento verde, 1/2 colher de café de oregãos, sal e pimenta q.b.
Preparação: Corte os ingredientes em cubos pequenos. Deite-os na terrina onde vai servir o gaspacho. Junte o azeite, vinagre, sal e pimenta. Deite por cima a água gelada. Prove de sal e corrija os temperos, acrescentando mais vinagre, se desejar. Por fim misture o pão que deve ser preferencialmente de véspera e cortado em cubos pequenos.
Sopa de Beldroegas
Ingredientes: 2 ou 3 molhos de beldroegas, 1 kg de batatas, 4 cabeças de alho, 2 queijos broncos, 4 ovos, 1,5 dl de azeite, Sal q.b.
Preparação: Arranjam-se as beldroegas, utilizando só as folhas e escaldam-se para tirar o ácido. Arranjam-se as cabeças dos alhos, que deverão ser inteiras, retirando somente as películas exteriores. Num tacho coloca-se o azeite e fritam-se ligeiramente os alhos. De seguida, juntam-se as beldroegas, que deverão refogar ligeiramente.
Deita-se água suficiente para a sopa, e o queijo, partido aos quartos, deixando ferver um pouco. Juntam-se as batatas, cortadas às rodelas grossas. Quando estiverem quase cozidas escalfam-se os ovos. O sal deste prato deve ser bem doseado, porque normalmente o queijo branco de cabra tem muito sal. Serve-se esta sopa com pão às fatias, num prato fundo.
Numa travessa apresentam-se as beldroegas, as cabeças de alhos, o queijo e os ovos.
Sopas de Tomate
Ingredientes: Azeite, 1 cebola media, 3 tomates médios sem pele e sem grainhas, 1 raminho de poejos, 1 ramo de oreganos, 1 pimento verde, 4 batatas médias cortadas às rodelas grossas, 4 postas de peixe (cação, corvina ou robalo), um pão alentejano cortado às fatias.
Preparação: Faz-se um refogado com o azeite, a cebola e o pimento. Quando a cebola estiver branca adiciona-se o tomate, os poejos, os oregãos e deixa-se apurar durante +/- 15 minutos mexendo de vez em quando.Junta-se 1,5 litros de àgua e deixa-se levantar fervura. Quando a àgua ferver junta-se-lhe as batatas e o peixe.
Quando as batatas estiverem cozidas serve-se imediatamente, colocando algumas fatias de pão num prato fundo e colocando-se as batatas e uma posta de peixe juntamente com bastante caldo para ensopar o pão.
Peixes
Caldeirada de Peixe do Rio
Ingredientes: 1 lampreia, 1 sável, 1 enguia, 1 muge, 1 safio, 1 picão, 3 carpas, poejos, hortelã da ribeira, folhas de cebola, tomate, azeite, alho, pão, água.
Preparação: Corta-se o peixe em pedaços pequenos, juntam-se todos os temperos, água até tapar o peixe e põe-se a cozer. Espera-se 15 minutos, prova-se de sal e serve-se numa terrina com pão duro cortado às fatias.
Ensopado de Enguias
Ingredientes: Enguias, sal, cebola, alho, pimento verde, pimento vermelho, folha de louro, vinho, colorau, farinha, pão, azeite, água.
Preparação: Tira-se a pele e a tripa e cortam-se as enguias aos bocados pequenos. Temperam-se com sal. Faz-se um refogado de cebola, alho, pimentos aos bocados e folhas de louro. Tapa-se o tacho e deixa-se ficar durante 10 minutos em lume brando. Adiciona-se um copo de vinho e as enguias.Num recipiente meio copo à parte, junta-se um bocadinho de colorau, farinha, meio copo de vinho, de frita-se o pão água, mistura-se bem e junta-se ao preparado anterior. Deixa-se apurar. À parte àpreparado por s tiras, em azeite. Coloca-se de seguida no fundo de uma travessa e verte-se o cima.
Lampreia
Ingredientes: 1 lampreia, 1 ramo de salsa, 1 ramo de coentros, 1 folha de louro, 3 folhas de alho, 2 dentes de alho, 2 cebolas médias, noz moscada, pimenta em grão, 2 copos de vinho tinto, 2 colheres de banha, 3 colheres de azeite, sal.
Preparação: Em primeiro lugar tira-se a pele e a tripa à lampreia, corta-se para dentro de um recipiente onde vai ser cozinhado, para se aproveitar o sangue. Em seguida picam-se todos os ingredientes e juntam-se à lampreia. Adiciona-se depois o azeite, a banha, o vinho e o sal. A lampreia coze assim, lentamente, em recipiente tapado até ficar apurada e com um molho grossinho.
Bacalhau Albardado
Ingredientes: 200 g de bacalhau, 550 g de farinha (aprox.), 10 g de fermento de padeiro, azeite
Preparação: Lava-se o bacalhau muito bem e põe-se de molho durante 6 horas em cerca de 6,5 dl de água. Depois faz-se em lascas. Desfaz-se o fermento na água que serviu para demolha o bacalhau. Junta-se a farinha a pouco e pouco, batendo-a de modo a obter uma massa homogénea. Rectifica-se o sal.
Cobre-se primeiro com um pano e depois com um cobertor e deixa-se levedar (fintar) em local temperado durante cerca de 3 horas. A massa está finta quando toda ela apresentar umas pequenas bolhas. Aquece-se bem o azeite e com uma colher grande frita-se a massa ás colheres, introduzindo uma ou duas lascas de bacalhau em cada colher de massa. Escorrem-se os «pastéis» sobre papel pardo e servem-se acompanhados com salada de alface ou de agriões.
Cação Cozido
Ingredientes: Azeite, cação, 3 cebolas grandes, 1 ramo de coentros, farinha, sal, 1 ramo de salsa, tomate, vinagre
Preparação: Limpe o tomate de peles e grainhas e corte-o aos bocados para dentro de um tacho. Junte a cebola em rodelas finas, as postas de cação, o ramo de cheiros, o sal, o vinagre e o azeite. Deite a farinha e mexa com as mãos, de maneira a ficar tudo envolvido. Deite água bem quente até cobrir o peixe, tape e leve a lume brando até cozer. Rectifique os temperos e sirva de seguida sobre fatias de pão alentejano bem duro. Sirva com um bom vinho branco alentejano.
Nota: Pode também colocar batata às rodelas. Não faz parte da receita original, mas fica muito bem. Enquanto estiver a cozer, evite mexer com a colher para não desfazer o peixe, é preferível agitar ligeiramente o tacho.
Ensopado de Safio
Ingredientes: 4 dentes de alho, 1,5 dl de azeite, 1 cubo de caldo de peixe, 2 cebolas grandes, 1 colher de café de molho inglês, pimenta, 1kg de safio, sal, 1 ramo de salsa, 1 lata de tomate, 1,5 dl de vinho branco
Preparação: Amanhe o peixe, lavando-o em seguida com água corrente. Corte-o em postas ou pedaços mais ou menos grandes. Reserve. Num tacho de barro (opcional, mas aconselhável) coloque uma cebola cortada em rodelas e dois dentes de alho cortados em fatias finas. Aloure um pouco e junte metade do tomate em pedaços e metade da salsa picada. Coloque por cima o peixe e tempere com sal e pimenta. Por cima do peixe ponha mais uma cebola em rodelas finas, o restante alho em fatias, a restante salsa picada e o restante tomate em pedaços.
Regue com o vinho onde desfez o caldo de carne e a que juntou o molho inglês. Rectifique os temperos. Deixe cozer tapado, em lume brando, durante 45 minutos, agitando o tacho de vez em quando. Corte o pão saloio (ou alentejano) em fatias e frite-o em óleo a ferver até dourar. Pode torrá-lo apenas se não desejar que fique tão gorduroso. Sirva o ensopado com o pão por cima.
Carnes