02/02/2012




7 . PARQUES NATURAIS PORTUGUESES

 PARQUE NATURAL DE MONTESINHO


O Parque Natural de Montesinho (PNM) situa-se no Nordeste Transmontano (Portugal). Tem uma dimensão de cerca de 75 mil hectares.

Apresenta um relevo heterogéneo, com planaltos ondulados cortados por profundos vales encaixados, bem como algumas serras, das quais as duas mais importantes são a Serra de Montesinho, a norte de Bragança, e a Serra da Coroa, a norte de Vinhais. As altitudes variam entre os 1486 metros, na Serra de Montesinho e os 438 metros no leito do rio Mente.

Nele existe extensa biodiversidade, habitando espécies como o lobo-ibérico, a corça ou o veado.


O PNM conflui a norte com a Espanha, percorrendo a fronteira com as comunidades da Galiza e de Castela-Leão, e a oeste e a este também com a Espanha (Galiza e Castela-Leão, respectivamente). No oeste faz por breve trecho fronteira com o concelho de Chaves, sendo que a sul continua inserido nos concelhos de Vinhais e de Bragança.

RIOS
O PNM é atravessado por alguns dos cursos de água mais importantes da bacia hidrográfica do Rio Douro.
Na parte brigantina, existem os rios Sabor, Maçãs e Baceiro. O Sabor nasce na fronteira com a Espanha, nos cumes da Serra de Montesinho, passando a pouca distância de Bragança. O Maçãs nasce em Espanha, e faz a fronteira internacional em dois trechos distintos, constituindo ainda a fronteira mais a este e mais a sul do PNM. O Baceiro nasce também em Espanha, sendo o mais pequeno dos rios principais do PNM. No seu percurso existe um importante viveiro de trutas, ainda inserido no PNM, junto à Ponte de Castrelos (EN103).


Na área vinhaense, existem os rios Mente, Rabaçal e Tuela. Todos três nascem na Espanha, sendo os dois primeiros oriundos da Galiza, e o último de Castela-Leão. O Mente faz em parte do seu percurso a fronteira internacional, constituindo a fronteira oeste do PNM. Nele se encontram as águas termais de Sendim/Segirei, partilhadas pelos concelhos de Vinhais e Chaves. O Rabaçal é um dos dois rios (o outro é o Tuela) que formam o rio Tua, a montante de Mirandela. Dentro do PNM oferece o lazer de uma praia fluvial junto à ponte da estrada Sobreiró de Cima (uma das entradas da Rota da Terra Fria) - Zona de Lomba. É aliás a série de montanhas entre os rios Mente e Rabaçal que deram forma ao termo Terras de Lomba, pelo seu perfil contínuo ondulado entre os dois vales. Estes dois rios correm muito próximos a norte, afastam-se progressivamente à medida que caminham para sul, mas aproximam-se novamente e acabam por confluir, formando uma península ou lomba. Fruto do seu isolamento, esta região chegou a ser concelho por vários séculos. Já o Tuela, que passa a pouca distância de Vinhais (aqui, já fora do PNM), oferece como atractivo duas praias de grande procura, sendo uma delas encostada à fronteira do PNM na Ponte de Soeira (EN103).



Estes rios, de vales profundos e águas ora cristalinas ora negras, com propriedades termais ou simplesmente refrescantes para o calor tórrido do Verão da região, serpenteiam vales tão depressa inóspitos como verdejantes e cheios de vida, tanto animal como vegetal. São ainda pontuados por ancestrais moinhos, na maior parte ainda utilizados pela população, e atravessados por milenares pontes romanas. Constituem atractivo para a prática da pesca, com exemplares de trutas, bogas, barbos e escalos.

WIKIPEDIA

O Parque Natural de Montesinho foi criado em 1979, sendo uma das maiores áreas protegidas de Portugal.
Região povoada desde há milénios, conserva vestígios arqueológicos em muitas das suas aldeias. algumas, possuem ainda nas toponímias antigos nomes de fortificações castrejas; outras, antigas propriedades rurais, exibem nomes pessoais de Origem germânica, atribuídos pelos colonizadores visigodos, que conservavam o costume romano de dar às "villas" o nome de "dominus", ou proprietário.



Após a queda do império visigodo e a formação da nacionalidade, uma das primeiras preocupações dos soberanos foi povoar o reino, através da distribuição de terras a fidalgos e à Igreja., e da criação de um sistema de "forais" colectivos, já que as rudes condições geográficas e sociais desses tempos exigiam que toda a organização do espaço dependesse da vida em grupo. Ainda hoje, as estruturas económicas e sociais das aldeias conservam hábitos comunitários.

O que dá a este Parque características únicas no nosso país é precisamente a forma como ao longo dos séculos as populações souberam integrar-se harmoniosamente na paisagem, apesar das peculiaridades geoclimáticas.

IN "SITE DA CÂMARA MUNICIPAL DE BRAGANÇA"

PORQUE FOI CLASSIFICADO
“A riqueza natural e paisagística do maciço montanhoso Montesinho - Coroa e os valiosos elementos culturais das comunidades humanas que ali se estabeleceram justificam que urgentemente se iniciem acções com vista à salvaguarda do património e à animação sócio - cultural das populações”.

Constitui este parágrafo o início do preâmbulo do Decreto - Lei que, em 1979, classificou a parte norte dos concelhos de Bragança e Vinhais como Parque Natural. Este estatuto justificava-se, tal como se pode ler no texto, face aos valores naturais, paisagísticos e humanos da região, à receptividade das autarquias locais para a salvaguarda do património dos seus concelhos e freguesias e às potencialidades de recreio e desporto ao ar livre que a região possui.



Com a publicação do Decreto-Lei n.º 19/93, de 23 de Janeiro, que criou o novo quadro de classificação das áreas protegidas nacionais, impôs-se a reclassificação do Parque Natural de Montesinho segundo os critérios aí estabelecidos.
O preâmbulo do Decreto Regulamentar n.º 5-A/97 de 4 de Abril justifica essa reclassificação com a existência na área do PNM de populações e comunidades animais representativas da fauna ibérica e europeia ainda em relativa abundância e estabilidade, incluindo muitas das espécies ameaçadas da fauna portuguesa, bem como uma vegetação natural de grande importância a nível nacional e mesmo mundial, que associadas à reduzida pressão humana verificada em quase todo o seu território permite que grande parte dos processos ecológicos evoluam em padrões muito próximos dos naturais. Referindo que todos estes valores, exemplares em termos de conservação da Natureza, justificam a aplicação de medidas de protecção adequadas a uma zona que constitui património nacional e europeu.

SUGESTÕES DE VISITA
Percorrer o Parque Natural de Montesinho é uma actividade que não pode esquecer durante as suas férias ou fim-de-semana nesta região e uma experiência única.
Ficam aqui algumas sugestões para que possa desfrutar o melhor possível da beleza extraordinária da paisagem, consolidar conhecimentos e divertir-se durante a visita.
Entre deslocações de carro, de bicicleta ou a pé os 74.229 ha desta Área Protegida são um “mundo” a descobrir.

Se optar por andar a pé, os percursos sinalizados permitem ao visitante um contacto mais directo com a natureza e, simultaneamente, conhecer valores do património natural, paisagístico e cultural.
Neste caso, recomendamos e sugerimos:
- Evite fazer este tipo de percursos sozinho;
- Siga as indicações da sinalização;
- Se tem especial interesse na observação de fauna, realize os percursos às primeiras horas da manhã ou ao entardecer;
- Faça-se acompanhar de guias de campo, nomeadamente de aves e de plantas, bem como de binóculos e de máquina fotográfica;
- Muna-se de calçado e vestuário adequados, de acordo com a época do ano, bem como de um cantil de água.

Em todo o caso:
- Não faça fogo;
- Não recolha plantas, animais ou rochas;
- Não abandone lixo ao longo dos percursos.

Se se sentir com coragem e energia para vencer algumas das inevitáveis dificuldades inerentes aos caminhos e trilhos de montanha, experimente os percursos de bicicleta de todo terreno, um meio de locomoção que permite usufruir dos espaços abertos e tomar contacto com toda a ambiência que os envolve.
Neste caso tenha sempre em atenção algumas normas de segurança:
- Evite fazer este tipo de percursos sozinho;
- Use sempre capacete;
- Utilize sempre os caminhos e trilhos predefinidos;
- Evite "correrias", pode pôr em perigo a sua integridade física; além disso quanto mais ruído provocar, mais denuncia a sua presença e menor será a probabilidade de surpreender, e ver, algumas das inúmeras espécies da fauna selvagem desta Área Protegida.

VALORES NATURAIS
Várias circunstâncias concorreram para que o território do PNM chegasse aos dias de hoje encerrando uma biodiversidade diferencial no contexto do espaço nacional, ibérico e europeu. À sua situação particular de ecotono entre o meridional bioma mediterrânico e as particularidades eurosiberianas proporcionadas pelo prolongamento Sul das cordilheiras atlânticas da Península Ibérica, junta-se o seu carácter periférico relativamente aos grandes eixos de desenvolvimento urbano de Portugal e Espanha, preservando comunidades e habitats com carácter sustentável praticamente inexistentes nos âmbitos temporais e espaciais que enquadram o PNM.



Por outro lado, destaca-se uma base também diversificada, tanto do ponto de vista do sua história geológica, como do seu carácter de montanha condicionador do clima, hidrologia e solo.
Nas componentes vegetal, fúngica e animal dos valores naturais do PNM destacam-se as biocenoses características de litologias raras presentes neste território, como sejam as relativas aos afloramentos ultrabásicos, assim como maciços consideráveis de bosques caracteristicamente climácicos, e de comunidades arbóreas ripícolas, a grande riqueza do micota do PNM, principalmente o seu carácter inovador ao nível da sua conservação, e a fauna, especialmente rica e diversificada, quer ao nível dos mamíferos, quer ao nível das aves ou mesmo dos répteis. Tal riqueza é ainda complementada por importante fauna semi-aquática de espécies com estatuto privilegiado em termos de conservação da natureza.
No seu conjunto, estes componentes – flora e vegetação, fungos e fauna – preenchem o valor natural do PNM com tanto de raro como de funcional.

IN "SITE DO PARQUE NATURAL DE MONTESINHO"

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