HOJE NO
"DESTAK"
Sistema vai registar casos
mas garante anonimato para
evitar castigar médicos
Os eventos adversos, conhecidos como “erros médicos”, vão em breve ser registados num sistema que garante a confidencialidade e o anonimato dos clínicos para evitar que estes sejam punidos.
“É um sistema nacional que serve para aprender com os incidentes e eventos adversos ocorridos e, por isso, é voluntário, anónimo e confidencial para garantir que os profissionais não sejam punidos”, disse Ana Cristina Costa, da Divisão de Segurança do Doente da Direcção-Geral da Saúde (DGS).
O grande objetivo desta iniciativa é “melhorar a segurança do doente e, para isso, temos de saber o que acontece, analisar os eventos adversos e tomar medidas corretoras”, afirmou.
Este sistema vai ser apresentado segunda-feira, numa cerimónia em que serão igualmente divulgados os resultados de um estudo piloto sobre a avaliação da cultura de segurança do doente.
Os resultados são provenientes de um questionário Americano (Hospital Survey on Patient Safety), traduzido e validado para Portugal, e foi aplicado em sete hospitais portugueses para “avaliar a cultura de segurança das organizações e dos profissionais de saúde”, disse Ana Cristina Costa.
Das conclusões, a especialista destacou positivamente “o trabalho em equipa, o empenho da gestão por esta temática e a melhoria continua da segurança do doente” identificado nas unidades.
A especialista reconheceu, contudo, que existem “alguns aspetos prioritários na segurança dos doentes que requerem uma intervenção mais efetiva, quer a nível nacional, quer localmente nas instituições”.
“Um dos aspetos prioritários passa por consciencializar e incentivar os profissionais de saúde a notificarem incidentes e eventos adversos, para que se possa apreender com os erros e se implementem melhoria no sistema”, defendeu.
Segundo Ana Cristina Costa, quando ocorrem eventos adversos, há uma tendência “errada” para este ser encarado como “o erro médico, o erro individual, procurando um culpado”.
Este estudo pretende, entre outros objetivos, “contrariar de algum modo esse paradigma”, afirmou.
A especialista sublinhou que, apesar do estudo não permitir retirar conclusões sobre os eventos adversos mais comuns, a literatura internacional identifica-os: “Medicação, infeções relacionadas com os cuidados de saúde, incidentes relacionados com a cirurgia e quedas, entre outros”.
Questionada sobre os procedimentos que as unidades de saúde adotam para minimizar os incidentes, Ana Cristina Costa disse que “existem de facto procedimentos proactivos e reativos de modo a minimizar ou eliminar os danos dos doentes”.
O que não existe, na maioria das vezes, é o apoio aos profissionais envolvidos nestes eventos adversos.
“Salvo raras exceções, os profissionais que passem por uma situação dessas não têm qualquer apoio psicológico, nem jurídico, que os ajude na resolução e acompanhamento de uma situação desta natureza”, lamentou.
*Vamos lá a pensar um bocadinho:
Sistema 1
- O Ricardo Carvalho portou-se mal, às claras e não matou ninguém.
- O Bosingwa portou-se mal, às claras e não matou ninguém.
Por se portarem mal às claras o Paulo Bento porta-se ainda pior, às claras expulsando-os da selecção, podendo matar as nossas esperanças de um bom comportamento na fase final do Euro2012.
Convenhamos que não é uma morte horrível.
Sistema 2
- Os médicos vão poder a partir de agora portar-se mal (evento adverso), às claras ou às escuras tanto faz, pois têm a dar-lhe cobertura um sistema que lhes confere anonimato mesmo quando matarem alguém. Convenhamos que é horrivelmente justo.
Sugerimos que a Ordem dos Médicos constitua uma empresa de "Eventos Adversos".
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