18/11/2011



HOJE NO
"DESTAK"

Sistema vai registar casos 
mas garante anonimato para
evitar castigar médicos
Os eventos adversos, conhecidos como “erros médicos”, vão em breve ser registados num sistema que garante a confidencialidade e o anonimato dos clínicos para evitar que estes sejam punidos.

“É um sistema nacional que serve para aprender com os incidentes e eventos adversos ocorridos e, por isso, é voluntário, anónimo e confidencial para garantir que os profissionais não sejam punidos”, disse Ana Cristina Costa, da Divisão de Segurança do Doente da Direcção-Geral da Saúde (DGS).

O grande objetivo desta iniciativa é “melhorar a segurança do doente e, para isso, temos de saber o que acontece, analisar os eventos adversos e tomar medidas corretoras”, afirmou.

Este sistema vai ser apresentado segunda-feira, numa cerimónia em que serão igualmente divulgados os resultados de um estudo piloto sobre a avaliação da cultura de segurança do doente.

Os resultados são provenientes de um questionário Americano (Hospital Survey on Patient Safety), traduzido e validado para Portugal, e foi aplicado em sete hospitais portugueses para “avaliar a cultura de segurança das organizações e dos profissionais de saúde”, disse Ana Cristina Costa.

Das conclusões, a especialista destacou positivamente “o trabalho em equipa, o empenho da gestão por esta temática e a melhoria continua da segurança do doente” identificado nas unidades.

A especialista reconheceu, contudo, que existem “alguns aspetos prioritários na segurança dos doentes que requerem uma intervenção mais efetiva, quer a nível nacional, quer localmente nas instituições”.

“Um dos aspetos prioritários passa por consciencializar e incentivar os profissionais de saúde a notificarem incidentes e eventos adversos, para que se possa apreender com os erros e se implementem melhoria no sistema”, defendeu.

Segundo Ana Cristina Costa, quando ocorrem eventos adversos, há uma tendência “errada” para este ser encarado como “o erro médico, o erro individual, procurando um culpado”.

Este estudo pretende, entre outros objetivos, “contrariar de algum modo esse paradigma”, afirmou.

A especialista sublinhou que, apesar do estudo não permitir retirar conclusões sobre os eventos adversos mais comuns, a literatura internacional identifica-os: “Medicação, infeções relacionadas com os cuidados de saúde, incidentes relacionados com a cirurgia e quedas, entre outros”.

Questionada sobre os procedimentos que as unidades de saúde adotam para minimizar os incidentes, Ana Cristina Costa disse que “existem de facto procedimentos proactivos e reativos de modo a minimizar ou eliminar os danos dos doentes”.

O que não existe, na maioria das vezes, é o apoio aos profissionais envolvidos nestes eventos adversos.

“Salvo raras exceções, os profissionais que passem por uma situação dessas não têm qualquer apoio psicológico, nem jurídico, que os ajude na resolução e acompanhamento de uma situação desta natureza”, lamentou.


*Vamos lá a pensar um bocadinho:
Sistema 1
- O Ricardo Carvalho portou-se mal, às claras e não matou ninguém.
- O Bosingwa portou-se mal, às claras e não matou ninguém.
Por se portarem mal às claras o Paulo Bento porta-se ainda pior, às claras expulsando-os da selecção, podendo matar as nossas esperanças de um bom comportamento na fase final do Euro2012. 
Convenhamos que não é uma morte horrível.

Sistema 2
- Os médicos vão poder a partir de agora portar-se mal (evento adverso), às claras ou às escuras tanto faz, pois têm a dar-lhe cobertura um sistema que lhes confere anonimato mesmo quando matarem alguém. Convenhamos que é horrivelmente justo.
Sugerimos que a Ordem dos Médicos constitua uma empresa de "Eventos Adversos".

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