ALMORRÓIDA ALMERINDEIRA


Almerindo Marques vai liderar construtora 
que trabalhava com a EP

por Luís Rosa

A transferência de Almerindo Marques da empresa Estradas de Portugal (EP) para um dos prestadores de serviços (a Opway) daquela empresa pública está a gerar polémica por ausência de uma lei de incompatibilidades para os gestores públicos.

Se Almerindo fosse ministro ou secretário de Estado das Obras Públicas, seria impossível transferir-se para a Opway nos próximos três anos – prazo estabelecido pela lei para impedir que os políticos possam trabalhar em empresas privadas de sectores por si tutelados.

Em declarações ao SOL, Almerindo Marques, que saíu em Abril da EP, diz que «é óbvio que, se achasse que havia incompatibilidade, não teria passado para a Opway, mas não quero falar sobre isso agora. Guardo esclarecimentos para quando achar necessário».

As relações da Opway com a EP

A EP, gestora pública da rede rodoviária nacional, tem relações económicas com as principais empresas de obras públicas do país em duas vertentes: como concessionária pública de auto-estradas e como dona de obras de construção ou de manutenção. No primeiro caso, a Opway (e o Banco Espírito Santo, seu principal accionista) participa no capital social da Ascendi, principal fornecedor da EP e líder do mercado de concessões rodoviárias. A antecessora da Ascendi, a Aenor, já tinha contratado vários dirigentes da Junta Autónoma de Estradas, como Rangel de Lima ou Donas Boto.

A relação económica entre a EP e a Ascendi tem sido particularmente intensa. Não só pelo facto de a empresa liderada pelo grupo Mota e pelo BES ser beneficiária de boa parte dos cerca de 900 milhões de euros que custam as rendas das auto-estradas, como também pelo facto de em 2009 ter sido concluída uma importante renegociação dos contratos de concessão titulados pela Ascendi. Essa renegociação nasceu da necessidade do Governo de introduzir portagens nas auto-estradas SCUT para aumentar as receitas da EP. Como compensação, esta teve que desembolsar 155 milhões de euros e aceitar o risco de tráfego ao pagar uma renda fixa anual pela disponibilidade da infra-estrutura – modelo que tem merecido duras críticas do Tribunal de Contas. Em troca, a Ascendi abdicou da indemnização de 270 milhões de euros que pedia a título de reequilibro financeiro de várias concessões.

Em termos de obras de construção, a Opway não é das empresas que mais concursos ganha na EP. Em duas dessas obras (o IC 3 Alburitel/Tomar e o IC13 Alter do Chão/Portalegre), contudo, a administração liderada por Almerindo Marques aceitou pagar duas indemnizações (as chamadas apostilhas) que totalizaram cerca de 10,7 milhões de euros. Em causa estão perturbações no plano de trabalhos (atrasos nas expropriações, providências cautelares de associações ambientalistas, etc.) que não são imputáveis ao empreiteiro, o que levou a Opway a pedir uma indemnização total de 29,9 milhões de euros.

Fonte oficial da EP assegura que o seu ex-presidente «não participou no lançamento, contratação ou gestão» dessas obras, «que foram sempre acompanhadas por outros administradores tendo-se limitado a intervir num contexto meramente institucional».

IN "SOL"
29/05/11


DANÇA DO CREU

MR  BEAN



JÁ REPAROU?



JÁ REPAROU?

 A CAMPANHA ELEITORAL
é um conjunto de 
almoçaradas e jantaradas 
recheadas 
de frases balofas


Fiorenzo Omenetto: 

A seda, 

o antigo material do futuro





Fiorenzo Omenetto ilustra uma vintena de espantosas novas utilizações para a seda, uma das matérias-primas naturais mais espantosas - transmissão de luz, aumento da sustentabilidade, reforço da resistência mecânica e produção de implantes cirúrgicos. Em pleno palco, Fiorenzo mostra alguns materiais surpreendentes feitos a partir de uma substância espantosa.

1 - Richard Dawkins 

 O Conto da tartaruga gigante


JOÃO MARCELINO

.
JOÃO MARCELINO

Só falta uma semana



1. No domingo 5 de Junho, à noite, o panorama político português vai ser, acredito, varrido pelo bom senso. Porque não há tempo a perder, num instante, desvanecer-se-á esta campanha insípida e às vezes deprimente, em que pouca coisa de interessante se debate, e até às vezes os políticos colocam na boca dos outros as palavras que eles não disseram para poderem fazer as críticas que em outro caso não teriam oportunidade de concretizar.

De repente, por milagre, veremos transbordar o sentido de Estado e também veremos, noutro plano, os partidos criarem imediatamente as condições para o diálogo que agora recusam.

Todos sabemos que Pedro Passos Coelho não sobreviveria a uma derrota porque o PSD é imprescindível ao próximo governo mesmo que o PS ganhe.

E ontem ficámos a saber que o presidente do PS, Almeida Santos, acredita que, se o PS perder, José Sócrates sai da liderança. Disse-o numa entrevista ao semanário Sol. "Eu tentarei tudo por tudo mas vai ser difícil [que José Sócrates não saia da liderança do PS se perder]. Ele próprio há-de querer fazer tudo para simplificar uma solução nacional, e talvez o afastamento dele simplifique. Ele é um patriota."

Ou seja, no dia 5 de Junho, muitas certezas vão cair. Muita humildade se vai revelar. Muito e urgente trabalho vai ter de começar a fazer-se.


Um dos partidos, PS e PSD, vai ganhar; o outro, mais que provavelmente, vai ter de mudar de líder porque há consensos que o País tem urgência de promover.

Só temos pela frente mais oito dias de carnaval.

Vista assim, a campanha aguenta-se...

2. O Tribunal de Oeiras decidiu dar razão ao PCTP/ /MRPP e obrigar as televisões generalistas a produzir até ao fim da campanha todos os frente-a-frente que os outros partidos concorrentes às eleições quiserem ter com Garcia Pereira, o líder do partido recorrente. No máximo, haverá 16!

Imagino que na interpretação do juiz, escrupuloso e atento ao espírito da lei, devesse ter havido mais de 200 debates neste período! Todos contra todos. A democracia levada ao êxtase neste cantinho da Europa.

Se mesmo os partidos representados na Assembleia aderirem a esta sentença, Garcia Pereira terá uma semana de glória. Fará três a quatro debates todos os dias (em prime-time, please, em prime-time), e poderemos, então, revisitar mesmo as velhas discussões marxistas. Eu, que descendo nos plenários de Abril antecipo já a emoção por ver Garcia Pereira e Carmelinda Pereira, do POUS, abordarem a magna questão de como os ossos de Lenine e Mao Tsé-tung (também não está proibido discutir o humanista Estaline...) se comportaram perante a crise financeira internacional ou como reagem quimicamente ao evoluir do estado comatoso de algumas dívidas soberanas. Uma espécie de discussão! Um soberbo pretexto para um escritor, como Umberto Eco em O Nome da Rosa, patrocinar outra grande alegoria investigativa na Idade Média.

Saberemos, também rapidamente, se para Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã é mais importante ouvir o representante do MRPP do que os economistas da troika que vão adiantar os salários dos trabalhadores portugueses durante os próximos anos.

Seja como for, vem aí uma semana televisiva delirante, em que a democracia portuguesa afirmará a sua originalidade, e a justiça nos recordará que precisamos mesmo de uma reforma. Ou várias. Até na lei que patrocina esta interrupção voluntária do interesse jornalístico tal como ele é assumido e percebido nos países socialmente evoluídos.

De amanhã a oito dias, a confirmarem-se os resultados das sondagens, também o Bloco de Esquerda vai entrar num processo de debate político. Talvez não mude de coordenador, mas Francisco Louçã vai ter de enfrentar alguns descontentamentos...

IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
28/05/11
BCOSMOS

1 – ENCICLOPÉDIA GALÁCTICA


Chris Hinze & Claron McFadden- 
J.S. Bach (bew Ch. Hinze)/Largo

TENHA UM BOM DOMINGO


... a verborreia política anda por aí



COMPRE JORNAIS E REVISTAS


inteligência portuguesa
Circular mais de 2500 km com 
um litro de gasolina? Sim, é possível
Um veículo protótipo da Universidade de Coimbra conseguiu percorrer 2568 quilómetros com apenas um litro de gasolina, arrebatando o 3.º lugar no Shell Eco-marathon 2011, realizado na Alemanha, e afirmando-se como a melhor equipa portuguesa e ibérica.
A equipa da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), que reuniu alunos de engenharia automóvel e de engenharia mecânica, e teve como piloto a estudante de economia Ana Rita Lopes, melhorou a distância percorrida desde a edição transata, onde percorrera 2.204 quilómetros.
Com apenas um litro de gasolina sem chumbo 95, a uma velocidade média de 30 km/h, o Eco Veículo da FCTUC conquistou o 3.º lugar na categoria (Protótipos de combustão interna) e o 4.º lugar na classificação geral da Shell Eco-marathon Europe 2011, que decorreu nos últimos três dias no Circuito de Lausitz, na Alemanha.
Pedro Carvalheira, docente que coordena esta equipa, referiu que em termos de classificação a sua equipa perdeu um lugar, pois classificara-se em segundo na edição anterior, onde tinha beneficiado da má prova de uma favorita, e da desistência de uma outra candidata aos primeiros lugares.
“Melhorámos bastante e aproximámo-nos dos primeiros”, afirmou o docente, referindo que os grandes benefícios introduzidos no protótipo desde há um ano ficaram a dever-se às alterações no aerodinamismo e à introdução de uma nova peça no motor, que transfere calor da cabeça para o cárter.
"SOL"

a exemplo da magistrada...
Detidos 155 condutores em dois dias
A GNR deteve, em dois dias, 155 condutores, a maioria por condução com taxa de alcoolemia ilegal, numa operação de fiscalização rodoviária a nível nacional, segundo uma nota do comando geral daquela unidade.
De um total de 5829 condutores fiscalizados, mais de 1500 foram detectados em excesso de velocidade e 420 a conduzir com excesso de álcool.
Destes, 124 apresentavam uma taxa de álcool no sangue igual ou superior a 1,2 gramas de álcool por litro de sangue, nível a partir do qual é considerado crime.
"JORNAL DE NOTÍCIAS"

alerta é preciso
Oito portugueses morrem por dia 
com cancro do cólon e reto
Rastreio previne a doença. O alerta é dado pela Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia.
Todos os dias morrem, em média, oito portugueses com cancro do cólon ou do reto, doença que afeta cerca de 7.000 novas pessoas em Portugal em cada ano, segundo dados da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia.
"É um dos cancros mais frequentes e que tem estado a aumentar mais nas populações urbanas e dos países desenvolvidos. Mas que pode ser perfeitamente evitável com rastreios", que devem ser feitos a partir dos 50 ou 55 anos, adiantou à agência Lusa o presidente da Sociedade, Leopoldo Matos.
O cancro colorrectal, que é dos tumores do aparelho digestivo o mais mortal, é responsável por mais de 3.000 mortes por ano.
A quase totalidade dos tumores do intestino surge depois dos 55 anos, daí que os rastreios sejam fundamentais para a prevenção e tratamento atempado.
A oncologia nas doenças do foro gastrointestinal é a principal preocupação dos especialistas, que a partir de quarta-feira dedicam uma semana a debater estes temas, certos de que nos próximos anos serão confrontados com mais situações de tumores no aparelho digestivo: fígado, pâncreas, estômago ou intestino.
Mesmo sem dados concretos, Leopoldo Matos avisa que o número de casos de cancro do fígado está a aumentar e que essa continuará a ser a tendência. As infeções pelos vírus da hepatite B e C são um dos grandes contributos para este tumor, que tem muitas vezes uma evolução silenciosa.
"EXPRESSO"

 aldrabiçes
Acordo assinado com a Troika afinal é diferente
Afinal há dois textos diferentes do acordo entre Portugal, o Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e o Banco Central Europeu. José Sócrates afirma que os partidos tinham conhecimento da existência de dois documentos, Passos Coelho diz que não
O Ministério das Finanças confirmou que existem "ajustamentos pontuais" entre a versão preliminar do texto e a versão final do acordo, apresentado no Ecofin a 17 de maio.
A notícia avançada pela SIC Notícias foi confirmada pelo Ministério das Finanças. A primeira versão do acordo foi assinada no dia 3 de Maio, às 13h40 minutos, pelo Governo socialista. Relativamente a este texto, o PSD e o CDS enviaram cartas à troika comprometendo-se a aplicar as medidas caso façam parte do novo governo saído das próximas eleições.
No entanto, o texto final do acordo, assinado entre a Republica portuguesa e a Comissão Europeia na cimeira de 17 de maio, em Bruxelas, é diferente.
Entre as alterações no documento destacamos as alterações ao regime de indemnizações por despedimentos. A primeira informação indicava que as novas regras teriam de estar prontas até setembro de 2011. Na segunda versão, o prazo é encurtado em dois meses, para o fim de julho. As outras diferenças dizem respeito ao setor da Justiça, nomeadamente ao Código do Processo Civil, e ao setor das Telecomunicações.
"A versão preliminar do Memorando de Entendimento sobre Condicionalidades de Política Económica da Comissão Europeia (MoU), sobre a qual o Governo e os principais partidos manifestaram a sua concordância nos dias 3 e 4 de maio, através de cartas de compromisso com o Programa de Ajustamento Económico e Financeiro, enviadas à Comissão Europeia, ao BCE e ao FMI, marcou o final das negociações com as Instituições Internacionais", refere uma nota do Ministério das Finanças enviada à Lusa.
"VISÃO"

ciência de ponta
Membrana regenera
A aplicação da membrana amniótica (parte interior da placenta) no tratamento de queimaduras graves ou lesões na córnea permite a regeneração da pele.
Este tratamento com tecido humano está a ser utilizado em vítimas que sofreram queimaduras graves (provocadas num incêndio, por derrame de líquidos a ferver ou de produtos químicos ou ainda vítimas de acidentes de viação que sofreram esfolamentos graves da pele) e em pacientes com lesões na córnea provocada por conjuntivites graves.
Maria da Cruz, responsável pelo Gabinete Coordenador de Colheita e Transplantação do Hospital de São José (Lisboa), explica ao Correio da Manhã que a colheita da membrana amniótica é possível graças à doação das grávidas saudáveis, que têm os filhos através de cesariana e não por parto natural, isto para "evitar qualquer tipo de contaminação do tecido". Para doar tecido, a grávida tem de assinar um formulário de consentimento.
"CORREIO DA MANHÃ"

estamos aqui ao lado
Maratonista espanhola infectada 
com a bactéria dos pepinos
A maratonista espanhola Elena Espeso está internada num hospital da Hamburgo, infectada pela bactéria Escherichia coli (EHEC), que já matou dez pessoas na Alemanha.
Espeso, que se classificou em 4.º lugar na maratona ed Hamburdo, citada pela Agência Efe, afirma-se bem, esperando que nas próximas horas as análises que tem efectuado confirmem que o organismo combate eficazmente a chamada bactéria dos pepinos.
«Vim para três dias, já cá estou há dez. Estou desejosa de voltar para ver os meus filhos. Estou com o meu marido, que não foi infectado. Mas neste hospital há mais gente com esta bactéria e que está muito pior do que eu, sobretudo ao nível dos rins», explicou Espeso à Efe.
"A BOLA"

talvez acagaçados....
Partidos "estão em pânico" por terem 
de debater com PCTP/MRPP
O líder do PCTP/MRPP, Garcia Pereira, afirmou hoje que as principais forças políticas representadas no parlamento estão em pânico por terem de realizar debates televisivos com o seu partido.
"Esta gente está em pânico, porque montou uma campanha em que se pretendia convencer o povo português que tinha apenas que comer e calar. Quando aparece uma força que diz: não tem que comer e calar, devem recusar pagamento da dívida e lutar por uma solução, assustam-se", disse.
Durante uma visita à Feira do Relógio, em Lisboa, Garcia Pereira considerou que se "o PCTP/MRPP tiver uma oportunidade, sequer parecida com a dos partidos do parlamento, é natural que o pais se subleve contra a ''troika'' e os partidos seus amigos".
“Desde o início de abril que o PCTP/MRPP denunciou que se estava a montar um esquema no qual os cinco partidos apenas discutiriam entre si”, garantiu Garcia Pereira.
Para o cabeça de lista do PCTP/MRPP por Lisboa, “a opinião pública democrática deve exigir que os cinco partidos, em particular o PS e o PSD, venham debater os problemas do país e quais as soluções que apresentam".
"i"

melhor gestão???
Cinco mil presos em casa desafogaram 
cadeias nos últimos nove anos
Em vez de irem para a cadeia, aguardam decisão judicial ou cumprem pena em casa e junto das suas famílias. A vigiá-los, uma pulseira electrónica presa ao tornozelo.
A pulseira, uma espécie de "guarda electrónico privativo" de cada arguido ou condenado, transmite sinais em rádio frequência, a curtos intervalos. Esses sinais são captados por um equipamento semelhante a um telefone instalado na habitação, no qual é descarregado um ficheiro informático com os dados eferentes aos horários a que tem de obedecer.
Nos dois últimos anos, os casos de arguidos acusados de violência doméstica a quem foi aplicada a vigilância electrónica têm vindo a aumentar, totalizando os 50 no passado dia 30 de Abril. "No que respeita à violência doméstica, está a ser analisada a possibilidade de maior rigor na fiscalização da proibição de contactos entre agressor e vítima", segundo Nuno Caiado, responsável dos Serviços de Vigilância Electrónica.
"PÚBLICO"

iniciativa portuguesa
Maior aula de judo do Mundo 
em Lisboa esta semana
O judoca Nuno Delgado quer juntar milhares de crianças e jovens portugueses até aos 25 anos no Terreiro do Paço, em Lisboa, para dar a maior aula de judo do Mundo, numa iniciativa de solidariedade apoiada por diversas entidades.
O evento Mandela Day/Maior Aula de Judo do Mundo terá lugar entre as 10 e as 14 horas de quarta-feira, 1 de junho, e conta com a co-organização da Câmara Municipal de Lisboa e o apoio oficial da Fundação Nelson Mandela e das secretarias de Estado dos Transportes, da Juventude e Desporto, da Educação e da Defesa.
As empresas de transportes da zona da Grande Lisboa, Carris, CP, Fertagus, Metro e Grupo Transtejo, também vão dar o seu contributo para o sucesso da iniciativa, proporcionando transporte gratuito a todos os participantes devidamente identificados.
"RECORD"

mas tem de ser
Prisão de menores agressores 
é inédita em Portugal
Uma das raparigas filmadas a agredir adolescente de 13 anos e o alegado autor do vídeo ficaram em prisão preventiva - é o único caso em Portugal em que dois jovens são presos por agressão a outro
O juiz Carlos Alexandre protagonizou a decisão inédita de aplicar a prisão preventiva a Bárbara, 16 anos, e ao alegado autor das filmagens publicadas no Facebook, este com 18 anos. Uma medida "exemplar", garantiu fonte da magistratura ao DN, justificada pelo alarme social que o caso provocou na sociedade e pelo perigo de os jovens continuarem a agredir a vítima.
Cá fora, a jovem namorada de Rodolfo e alguns amigos entraram em desespero quando viram o rapaz passar algemado em direcção ao carro policial. Rodolfo vai ficar detido no comando da PSP, onde já se encontrava antes de ser ouvido pelo juiz. Bárbara vai ficar detida no Estabelecimento Criminal de Caxias.
Já o pai de Bárbara tem uma atitude diferente: acha que a filha merece o castigo.
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"

1 - PLANTAS MEDICINAIS


10 - ÁFRICA A PRETO E BRANCO

 




 

25 - ILUSTRES PORTUGUESES DE SEMPRE »»»padre himalaya

 
Manoel António Gomes, mais conhecido como Padre Himalaya – alcunha herdada dos seus tempos de Seminário –, nasceu em Cendufe em 1868. De espírito curioso e inquisitivo, o Padre Himalaya cedo demonstrou o desejo de viajar. Viveu na Alemanha, em França, na Inglaterra, nos EUA e na Argentina.

Com as suas viagens pretendia não apenas alargar conhecimentos, mas sobretudo conseguir apoiofinanceiro e institucional para os seus muitos projectos.
Antes de se mudar para Paris, em 1899, viveu no Porto onde trabalhou como Professor de Físicoquímica. Este foi um período importante na vida do Padre Himalaya que publicou inúmeros artigos científicos em revistas especializadas.
Os seus interesses, as suas leituras e os seus textos versavam sobre áreas tão diversas como a Ciência, a Ecologia, a Educação, a Filosofia, a Religião ou a Economia. Em 1908, num Congresso
realizado em Viseu, o Padre Himalaya centrou a sua intervenção na fraca produtividade do país, um tema ainda hoje muitíssimo actual. No início do século XX, o Padre Himalaya via na Educação a solução para este problema económico:
O problema fundamental que o homem de governo tem de resolver em Portugal é o de promover a instrução e educação do povo sobre uma base essencialmente prática e utilitária, ensinando-o a trabalhar com esmero e rapidez, isto é, a produzir tanto, tão bom e tão barato como produzem os seus irmãos estrangeiros. (Himalaya apud Rodrigues 1999: 160)

Com efeito, o Padre Himalaya defendia a necessidade imperativa de se ultrapassar, em Portugal, o abismo existente entre pensadores e trabalhadores, e reconhecia, desta forma, a importância de se investir numa educação global que facultasse aos cidadãos portugueses as ferramentas necessárias para articular todas as facetas da vida humana, assegurando-se assim, no futuro, o seu bem-estar e a sua felicidade.
O Padre Himalaya foi ainda um homem prático e liberal no que à Religião diz respeito. Nas muitas cartas endereçadas ao seu irmão Gaspar, revelava invariavelmente o seu espírito progressista. Não
apenas se opunha à imposição do celibato, como também desaprovava outros sacrifícios defendidos pela Igreja Católica, como por exemplo os jejuns, que, segundo o sacerdote, só serviam para afastar os fiéis da
Igreja.
De resto, Himalaya sempre conjugou a sua Fé Religiosa com um profundo optimismo e um grande entusiasmo face à Ciência. Acreditava que o conhecimento e a prática científicos, juntamente com a educação, deveriam conduzir a uma democratização dos recursos naturais e à construção de um mundo que, sendo ecologicamente sustentado, é também mais feliz.
Audaz, Himalaya nunca hesitava perante novos desafios científicos, o que o levava a participar como cobaia nas suas próprias investigações. E foi, precisamente, ao experimentar um dos seus medicamentos que adoeceu seriamente, acabando por vir a falecer em 1933, sem ter terminado o seu livro sobre a Mecânica do Universo.

I. Himalaya e os Desafios da Ciência
 
O Padre Himalaya tinha apenas dezassete anos quando construiu uma máquina que conseguia transformar nitrogénio com o objectivo de aumentar os índices de fertilidade do solo. A patente do invento
não foi, todavia, registada por Himalaya e, alguns anos mais tarde, um cientista alemão registou a patente de uma máquina em tudo semelhante à do jovem cientista português.
Mais tarde, o interesse do Padre Himalaya pelas propriedades medicinais das plantas levou-o a iniciar uma investigação minuciosa que terminou com a criação de um vasto repertório de medicamentos naturais. Um destes medicamentos – os Sais Orgânicos – foi comercializado com sucesso na época.
Himalaya era, aliás, um crítico acérrimo da Medicina Tradicional e dos jogos económicos que esta fomenta, como se depreende das suas notas à 3.ª edição do livro de Sebastian Kneipp, Tratamento pela Água (Meine Wasserkur, 1894):
Os remédios da medicina clássica satisfazem os fins exactamente contrários: não têm por si mesmo virtude curativa, são caríssimos, não podem ser conhecidos pelo povo nem pela quase totalidade dos médicos. São tóxicos ou venenosos e são muitas vezes aprovados pelas academias por obra e graça do deus milhão. E finalmente são preparados por empresas industriais, vigiadas e dirigidas apenas pela sede do ouro. (Himalaya apud Rodrigues1999: 50)

Apesar do sucesso na venda dos seus Sais Orgânicos, os grandes feitos científicos do Padre Himalaya encontravam-se ainda por realizar. Em 1900, começou as suas experiências com a energia solar em França, na região de Sorède, através da construção de uma máquina que denominou de pireliófero. Este era constituído por um gigantesco forno solar com uma lente igualmente impressionante que recebia e transformava a energia solar em electricidade. Depois de algumas tentativas falhadas com protótipos imperfeitos, o Padre Himalaya conseguiu construir uma nova máquina, apresentada em 1904, na Exposição Universal de St. Louis, nos Estados Unidos, o expoente máximo da sofisticação tecnológica e científica.


O entusiasmo dos visitantes e da imprensa foi avassalador. Nas primeiras páginas dos principais jornais americanos – New York Times, Sunday Magazine, Saint-Louis Republic – não se poupavam elogios aoengenho do Padre Himalaya. Uma multidão estupefacta observava como a gigantesca máquina, que ocupava cerca de 80 m2 e alcançava os 3500 graus de temperatura, derretia instantaneamente o granito e o basalto. O Júri da Exposição atribuiu a Himalaya o primeiro prémio do concurso e com ele o cientista
português inscrevia, na primeira década do século XX, o seu nome, e o nome de Portugal, na história das energias renováveis.

Contudo, apesar do seu enorme êxito na Exposição, o pireliófero não chegou a ser nunca comercializado.
O aparelho era demasiado caro para ser usado na Indústria e os seus princípios eram contrários à Economia dominante baseada quase exclusivamente no consumo de petróleo.
Ainda a morar nos Estados Unidos, em Washington, o Padre Himalaya logo começou a trabalhar num novo projecto. Desta vez, tratava-se de um tipo de explosivo não poluente, fabricado através de produtos de origem vegetal e mineral, económicos e fáceis de obter. 
Chamou-lhe himalayite: Esta nova pólvora é uma mistura ternária ou quaternária composta dum clorato ou perclorato alcalino ou alcalino-terroso, dum hidrato de carbono e dum óleo apropriado.
[…]
A fabricação de Himalayite é rápida, fácil e isenta de perigos. Esta pólvora é insensível ao choque, à fricção e à trepidação. Não se altera com a luz, calor, frio ou humidade. Pode conservar-se indefinidamente, sem exigir precauções especiais.
(Himalaya apud Rodrigues 1999: 147)
Este explosivo não teve qualquer utilização bélica em Portugal. Destinou-se exclusivamente ao uso na exploração mineira, florestal e outras actividades económicas.
Já em Portugal, Himalaya conseguiu reunir apoios suficientes para criar uma empresa que iniciou a produção de himalayite em 1911. Estes explosivos foram usados em inúmeras campanhas de reflorestação. Serviam para abrir os buracos onde as novas árvores eram plantadas. Para além do pireliófero e da himalayite, o Padre Himalaya foi ainda o inventor de um motor directo e de um turbo-motor, uma farinha alimentar à base de crustáceos e farelo, e um sistema de reciclagem e transformação de esgotos em adubos.
Por tudo isto, não será um exagero concluir que o Padre Himalaya foi um pioneiro no domínio da inovação científica, tendo inaugurado, em Portugal, há cerca de cem anos atrás, o conceito de desenvolvimento ecologicamente sustentado.

II. Himalaya, o Visionário

A vida e a obra do Padre Himalaya, aqui expostas de forma necessariamente breve, tornam claro que nele convergem as facetas de grande pensador e de inabalável homem de acção. À semelhança de outrosutópicos, que “praticam uma política do dia-a-dia, focada na invenção e na descrição dos contratos sociais que inspiram a criação de um ambiente em que as capacidades latentes que conduzem à felicidade individual podem ser realizadas” (Gordon 2005: 363, minha tradução), o Padre Himalaya acreditava que a
humanidade possui todos os recursos indispensáveis para a promoção de uma sociedade mais justa e mais solidária. Cabe ao ser humano reunir conhecimentos, coragem, energia e imaginação suficientes para o fazer.
O tempo em que a utopia era entendida como um ideal a conquistar ou um lugar perfeito a descobrir encontra-se já no passado. Há muito que a utopia reivindica o seu papel essencial enquanto força motriz de uma transformação social que se quer constante, progressiva. Há muito que os utopistas defendem a necessidade de o ser humano se reinventar diariamente para consigo reinventar também a realidade através de acções efectivas como aquelas que temos vindo a observar no percurso invulgar do Padre
Himalaya.


Himalaya foi, sem dúvida, um homem de acção que lutou sempre para colocar os seus ideais progressistas e liberais, os seus inventos tecnológicos e as suas descobertas científicas ao serviço de todos, sem excepção. Mas foi também um visionário que ambicionava decifrar os códigos secretos da Natureza e um filósofo prático, cujas inúmeras propostas, formuladas, por vezes, num tom profético, permanecem verdadeiramente actuais e inovadoras. Permito-me ainda destacar o interesse do Padre Himalaya por um tema que é hoje, mais do que nunca, actual: a importância de uma alimentação saudável por oposição aos efeitos nocivos que uma dieta desequilibrada invariavelmente provoca, não apenas no dia-a-dia de cada indivíduo, mas no desenvolvimento da sociedade no seu todo. Para Himalaya, apoiante da Sociedade Vegetariana do Porto (cf. Vieira 2006), uma alimentação que se quer saudável não poderá, em circunstância alguma, incluir o consumo de animais:
Está demonstrado, pela ciência antropológica, que a espécie humana se definha e extingue em todas as grandes cidades do mundo, no fim de 3, 4 ou 5 gerações. […] As causas deste fenómeno são extremamente complexas. Ocupa o primeiro lugar a impureza do ar respirado onde abundam inúmeras poeiras e micróbios patogénicos e venenos ainda mal conhecidos, resultantes da excessiva aglomeração humana.
Vêm em seguida os defeitos da alimentação que, em vez de ser pura[,] é constituída principalmente por produtos de origem animal. (Himalaya apud Rodrigues 1999: 158)
As palavras de Himalaya vão assim ao encontro dos princípios defendidos pelo escritor Ângelo Jorge –membro da Sociedade Vegetariana do Porto – que, na Novela Naturista Irmânia, faz uma apaixonada apologia do Naturismo/Vegetarianismo:
A gentil filhinha de Manfredo e Violeta, traço de união entre Passado e Presente, entre a Falsa Civilização e a Nova Civilização Humana, era o símbolo consolador do Futuro. Por isso, muito justamente, teve nome de Futurina. Nos olhos pulcros daquela criança forte, sã, lindíssima, criança que era verdadeira representação simbólica do triunfo do nascente Naturismo aliado ao Espiritualismo mais puro e às mais rasgadas ideias de Liberdade Social – brilhava uma luz divina e ofuscante, luz do Amor, – como os seus lábios inocentes balbuciavam a toda a hora um cântico infantil à beleza da Vida e à vitória da Verdade e do Bem!... (Jorge 2004 [1912]: 111)
Como sublinha José Eduardo Reis, na sua introdução à edição de 2004 de Irmânia, a “aplicação prática dos princípios do naturismo /vegetarianismo” e a “divulgação do conteúdo daquela doutrina terapêutica e dietética e dos seus efeitos ao nível da saúde individual e colectiva, situam-se […] na esteira das preocupações sociais e humanas de Ângelo Jorge” (2004: 20). Na verdade, ambos, Ângelo Jorge e Padre Himalaya, se inscrevem numa tradição utópica de forte preocupação face ao valor e ao simbolismo daalimentação. Como refere Vita Fortunati,
Food is an essential aspect of the semiotics of the utopian novel and the eating of one food rather than another acquires a moral meaning. Thus, in Utopia, for example, whereas the eating of meat (impure food) needs some justification, not so the consumption of milk and wheat, which are natural foods, linked to nature’s cycles, and thus pure and healthy foods, therefore recommended for longevity. (Fortunati 2000: 267)

De resto, para lá da preocupação evidente com a saúde humana, impõe-se, no meu ponto de vista, realçar que as palavras do Padre Himalaya, transcritas anteriormente, sublinham o seu respeito
incondicional por todos os seres vivos, denunciando e criticando abertamente uma prática que revela ainda o fraco desenvolvimento moral do ser humano e uma atitude de arrogância perante os restantes animais que com ele partilham o espaço do planeta Terra.
Em suma, o Padre Himalaya foi, de facto, um pensador completo. Pensou a Ciência, a Medicina, a Economia, a Religião, a Educação, a Ecologia e a Filosofia. E fez bem mais do que isso. Derrubou
fronteiras e relacionou todas estas áreas na tentativa de encontrar soluções que não fossem pontuais, parciais, redutoras, e que, pelo contrário, na sua transversalidade, obtivessem efeitos globais e
duradouros, contribuindo decisivamente para o bem comum.
Apesar da visão do Padre Himalaya, porventura demasiado inovadora e inquietante para a sua época, nem sempre ter colhido os apoios e a visibilidade desejáveis, o seu legado intelectual e científico constituem um património riquíssimo que o espírito solidário e verdadeiramente visionário do Padre Himalaya acumulou em benefício de todas as gerações vindouras.

IN "Márcia Lemos
(Investigadora do Projecto “Utopias Literárias e Pensamento Utópico: a Cultura Portuguesa e a Tradição Intelectual do Ocidente III”, Faculdade de Letras da Universidade do Porto)"

ESTARREJA
Distrito: AVEIRO






Estarreja é uma cidade portuguesa, localizada no Distrito de Aveiro, na Região Centro e sub-região do Baixo Vouga, com cerca de 4 261 habitantes.
É sede de um município com 108,16 km² de área, 28 195 habitantes (2008) [1] e densidade populacional de 261 habitantes/km², estando subdividido em 7 freguesias. É limitado a norte pelo município de Ovar, a nordeste por Oliveira de Azeméis, a sudeste por Albergaria-a-Velha e a oeste pela Murtosa.


Estarreja situa-se na freguesia de Beduído, na margem direita do Rio Antuã, próximo da Ria de Aveiro. Foi elevada a cidade em 9 de Dezembro de 2004, sendo a única localidade do município com essa categoria.
O Foral do Antuã (antigo nome de Estarreja) foi atribuído por D. Manuel I, em Évora, a 15 de Novembro de 1519.
Actualmente, o Presidente da Câmara Municipal de Estarreja é José Eduardo de Matos eleito pela coligação PPD/PSD.CDS-PP.


No distrito de Aveiro, o concelho de Estarreja dista da sede distrital aproximadamente 30,28 quilómetros, e apresenta-se com uma área de cerca de 108.1 Km2, divididos por sete freguesias: Beduído, freguesia que não é vila, apenas acolhe a maior parte da Vila de Estarreja, sede de concelho; Canelas, Fermelã, Pardilhó, Salreu, Veiros, e a Vila de Avanca.

Com uma excelente localização geográfica, o concelho de Estarreja, é limitado pelos concelhos de Ovar, Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha e Murtosa

Assenta na sub-região do Baixo Vouga e integra-se na Ria de Aveiro, caracterizando-se pela existência de estreitos e canais em todas as suas freguesias. Todo o concelho é bastante recortado por linhas de água, sendo o mais importante o rio Antuã, com cerca de 30 quilómetros de extensão (nasce no extremo Norte do concelho de Oliveira de Azeméis e desagua na Ria de Aveiro, entre os esteiros de Salreu e Estarreja) dando à paisagem um encanto surpreendente, pelas represas e azenhas ao longo do seu curso.

 HISTÓRIA

"Estarreja" é nome de origem incerta, mas ao qual alguns autores arriscam em atribuir-lhe raízes ibéricas.
A história de Estarreja tem as suas origens na freguesia de Beduído, à qual pertenceu enquanto a mesma era vila e sede de concelho. "Beduído" é topónimo onde são referidas algumas proveniências, sendo a mais conhecida a palavra árabe "Bedaui" (Beduído), que significa "homem do campo", daqui tirando conclusões, alguns autores, quando afirmam que este local foi sempre habitado por camponeses. 

A freguesia de Beduído aparece referida em textos medievais, com a designação de "Villa Antoan" (hoje Antuã), conhecendo-se a sua primeira alusão nos excertos das actas do Concílio de Lugo, do ano de 569. Antuã, não só designa a vila rústica que englobava a freguesia de Beduído e parte da de Salreu, mas também o Rio que atravessa e desagua na Ria de Aveiro.

Segundo alguns historiadores, os limites da antiga "villa Antuã", vieram a constituir a área do seu couto e julgado, no século XI, altura em que se ia formando o "primitivo núcleo rural e gregário de Avanca". É também da opinião de alguns autores que Estarreja teria herdado os foros de Antuã, que no século XIII passava de senhorio civil para o Mosteiro de Arouca - facto devidamente confirmado na Carta passada por D. Afonso III a 25 de Outubro de 1257, em Coimbra, a doar os Coutos de Antuã e Avanca ao referido Mosteiro em troca do Couto de Bouças (este, anteriormente doado ao Mosteiro por sua tia D. Mafalda, que o recebeu por testamento de seu pai, D. Sancho I).

O Couto de Antuã e Avanca abrangia as freguesias de Avanca, Beduído e parte de Salreu, a que D. Manuel I deu foral a 15 de Novembro de 1519. A sede do referido couto, pelo menos no século XVI, era no "lugar" de Estarreja.


Gentílico Estarrejense
Área 108,16 km²
População 28 195 hab. (2008)
Densidade populacional 261 hab./km²
N.º de freguesias 7
Presidente da
Câmara Municipal
Não disponível
Fundação do município
(ou foral)
1519
Região (NUTS II) Centro
Sub-região (NUTS III) Baixo Vouga
Distrito Aveiro
Antiga província Beira Litoral
Orago Santo António
Feriado municipal 13 de Junho
Código postal 3864-001 Estarreja
Endereço dos
Paços do Concelho
Não disponível
Sítio oficial Não disponível
Endereço de
correio electrónico
As Invasões Francesas (1820) também aqui deixaram trágicos vestígios de roubos e violências; mas também ficaram nomes, alguns deles lendários, de coragem e audácia, ao enfrentar os invasores e vencê-los.

No século XVIII, a freguesia de Beduído enquadrava-se na sub-região da Beira Baixa, bispado do Porto, comarca de Esgueira, termo da Vila de Estarreja e pertencia ainda ao Mosteiro de Arouca.


Estarreja aparece em 1832, como sede de comarca, com nove freguesias. Em 1835 torna-se sede de julgado e em 1842 era concelho do Distrito de Aveiro, com 7 freguesias: Avanca, Beduído, Bunheiro, Murtosa, Pardilhó, Veiros e Salreu (esta última desanexada, em 1835, do concelho da Bemposta). Actualmente, o concelho de Estarreja mantém o mesmo número de freguesias, com ligeira alteração na sua composição: foram integradas as freguesias de Canelas e Fermelã (ambas tinham pertencido ao extinto concelho da Bemposta) e saíram as do Bunheiro e da Murtosa em 30 de Dezembro de 1926 para formar o actual concelho da Murtosa.



É ainda de se lembrar que no início do século XX, tal como no resto da Europa, também Portugal sofreu uma grave crise ao nível da alimentação infantil. Ciente destas dificuldades, o Professor Egas Moniz, personalidade notável natural de Estarreja, impulsionou a indústria leiteira do nosso país, criando a primeira fábrica de leite em pó, na freguesia de Avanca, no ano de 1923 - a Sociedade de Produtos Lácteos, Lda. - que viria a ser o berço da NESTLÉ em Portugal. A Fábrica de Avanca foi muito bem aceite por pediatras e dietistas que acolheram da melhor forma possível estas inovações tecnológicas. Com o apoio permanente do Professor Egas Moniz, a Sociedade de Produtos Lácteos, Lda. obteve em 1933 o exclusivo de fabricação e venda dos produtos Nestlé.
 .

Património

Natural e Edificado Esteiro da Aldeia

Designação: Esteiro da Aldeia
Localização: Freguesia de Pardilhó
Classificação: Reserva Ecológica Nacional - Reserva Agrícola Nacional

Descrição e espécies naturais

O Esteiro da Aldeia possui um extenso cais com um comprimento aproximado de 150 m, associado a um espelho de água situado numa zona de transição entre o canal e o cais.
No Esteiro da Aldeia fruto da vizinhança com a Ria, predomina o biótopo de Sapal. Esta área é importante pelo papel preponderante que exerce na depuração das águas e na diminuição do nível de eutrofização, ou seja de matéria orgânica em suspensão, constituindo, além do mais, um excelente habitat para diversas espécies vegetais e animais características de zonas húmidas com estas características.

As plantas que sobrevivem nestes meios salobros são denominadas de halófitas. Este tipo de vegetação possui a particularidade de tolerar a elevada concentração salina que se verifica nesta área.
As espécies de aves mais comuns nesta zona são o Pato-real (Anas platyrhynchos), a Galinha-de-água (Gallinula chloropus), o Galeirão-comum (Fulica atra), a Águia-sapeira (Circus aeruginosus), o Milhafre-preto (Milvus migrans) e a Garça-vermelha (Ardea purpurea). Estas duas últimas espécies só ocorrem na época estival, sendo as restantes residentes, ou seja observam-se ao longo de todo o ano. 

Esteiro da Tabuada

Designação: Esteiro da Tabuada
Localização: Freguesia de Pardilhó
Classificação: Reserva Ecológica Nacional - Reserva Agrícola Nacional

Descrição e espécies naturais

No Esteiro da Tabuada e como seria de esperar pelo estreito convívio com a Ria, também é o Sapal o biótopo dominante Este ecossistema é caracterizado por nele habitarem e serem facilmente observadas, duas espécies de aves de rapina típicas deste tipo de sistemas: a Águia-sapeira (Circus aeruginosus) e o Milhafre-preto (Milvus migrans), este último apenas durante a estação quente, que possuem nesta área geográfica dois importantes núcleos populacionais.



Assim, enquanto a mais discreta Águia-sapeira prefere as zonas pantanosas do Sapal, afastadas dos núcleos urbanos, o Milhafre-preto, mais sociável, prefere terrenos próximos das margens dos esteiros e dos aglomerados urbanos.
Em termos da distribuição das áreas de nidificação, estas duas espécies não se sobrepõem, no entanto, nas áreas de caça verifica-se essa sobreposição, não só entre ambas, mas também entre estas e o Peneireiro-de-dorso-malhado (Falco tinnunculus), o Falcão-tagarote (Falco subutteo) e a Águia-de-asa-redonda (Buteo buteo), entre outras que frequentemente são avistadas nas redondezas, embora sem competição feroz visto em condições normais existir alimento para todas.

Esteiro de Salreu

Designação: Esteiro de Salreu
Localização: Freguesia de Salreu, Localidade Travisqueira
Classificação: Reserva Ecológica Nacional - Reserva Agrícola Nacional

Descrição e espécies naturais

No Esteiro de Salreu predomina o biótopo de Sapal com parte significativa ocupada por um dos habitats mais típicos desta região, denominado de Caniçal.
Esta área constitui morada de eleição para muitas espécies animais, nomeadamente as várias famílias de aves aquáticas. 

É local de nidificação e alimentação, entre numerosas outras espécies, da Garça-vermelha (Ardea purpurea), da Águia-sapeira (Circus aeruginosus) e do Milhafre-preto (Milvus migrans). Nas imediações deste local estão situados os maiores núcleos populacionais destas espécies, no concelho de Estarreja, e no caso da Garça-vermelha é mesmo a maior colónia do país da espécie.
Algumas destas espécies, encontram-se ameaçadas e apresentam-se classificadas em termos de conservação. A Garça-vermelha é considerada como “em perigo” e a Águia-sapeira como “vulnerável”, de acordo com o recentemente revisto Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. Enquanto a primeira procura alimento nas valas, arrozais e campos alagados, ingerindo pequenos peixes e anfíbios, bem como roedores e répteis que consiga capturar, no caso da segunda procura em campo aberto fundamentalmente pequenas aves, roedores e anfíbios.
Na zona de sapal envolvente, é também possível observar o Pato-real (Anas platyrhynchos), a Galinha-de-água (Gallinula chloropus), o Perna-longa (Himanthopus himanthopus), a Garça-cinzenta (Ardea cinerea), a Garça-branca-pequena (Egretta garzetta), o Guincho-comum (Larus ridibundus), diversas espécies de limícolas nas suas passagens migratórias, várias espécies de passeriformes, alguns residentes, outros nidificantes e outros ainda, invernantes na região.

Esteiro do Nacinho

Designação: Esteiro do Nacinho
Localização: Freguesia de Pardilhó, Localidade Nancinho
Classificação: Reserva Ecológica Nacional - Reserva Agrícola Nacional

Descrição e espécies naturais

No esteiro do Nacinho, para além do Sapal salgado caracterizado por extensas praias de vasa e lodos, predominam também outros característicos habitats da zona: o Caniçal e os Terrenos Agrícolas.
Estes habitats constituem um local naturalmente privilegiado para várias espécies ornitológicas, funcionando quer como sua residência, quer como local de alimentação de eleição para muitas delas, nomeadamente o Milhafre-preto (Milvus migrans) e a Águia-sapeira (Circus aeruginosus), que possuem neste local dois importantes núcleos populacionais.
As áreas envolventes ao esteiro, denominadas por Terrenos Agrícolas, possuem zonas de cultivo propriamente dito, nomeadamente de milho e forragens além de várias zonas de vegetação herbácea, arbustiva e arbórea que contribuem para a rica biodiversidade existente.
Os habitats deste biótopo possuem aves características, como o Cuco-canoro (Cuculus canorus) e o Rouxinol-pequeno-dos-caniços (Acrocephalus scirpaceus), característicos do Caniçal, o Guincho-comum (Larus ridibundus) e várias aves limícolas, típicas das praias de vasa e lodos a Gralha-preta (Corvus corone corone), a Garça-boieira (Bubulcus ibis) e diversos passeriformes, comuns em terrenos agrícolas. Os anfíbios aqui existentes servem de alimento aos predadores (mamíferos carnívoros e aves de rapina).

Sobreiro Centenário

Designação: Sobreiro Centenário
Localização: Freguesia de Veiros, Localidade S. Geraldo
Classificação: Interesse Público

Descrição

Cientificamente designado por Quercus suber L. , pertence à família das FAGACEAE. É característico pela folha persistente e pela sua casca, a cortiça. A cortiça protege o Sobreiro dos fogos e serve de abrigo a várias espécies animais (sobretudo insectos) e, vegetais (musgos, liquenes e algas).


Floresce de Abril a Maio caindo as bolotas durante o Outono, sendo a casca renovada de nove em nove anos.Este Sobreiro encontra-se no Largo de São Geraldo e, é propriedade da Paróquia da freguesia de Veiros, possuindo um elevado valor paisagístico.Foi classificado nos termos do Decreto-Lei n.º 28 468, de 15 de Fevereiro de 1938 e do Decreto-Lei n.º 100/93 de 2 de Abril de 1993 como de Interesse Público.
Actualmente os Sobreiros são protegidos por legislação especifica que proíbe o seu abate e a sua substituição por outras espécies. No domínio cultural são várias as referências aos Sobreiros: na literatura, na poesia, na pintura, na arquitectura, na fotografia, na azulejaria na tapeçaria e artesanato e até na toponímia local. 

BIORIA

Parte integrante da Ria de Aveiro, a região do Baixo Vouga Lagunar abrange uma área de cerca de 4600 hectares abrangendo os Concelhos de Aveiro, Estarreja e Albergaria-a-Velha. Esta área foi desde cedo explorada e modelada pelo homem que, atraído pelos seus inúmeros recursos naturais, aí se fixou. 
Como resultado desta secular relação, a área adquiriu uma enorme diversidade de habitats que acolhem uma valiosa comunidade faunística e florística, tornando-se detentora de um inestimável Património Natural. 

Com vista à sua protecção e divulgação, implementou-se, ao longo das marinhas e do Esteiro de Salreu, no Concelho de Estarreja, o primeiro de uma série de percursos de Natureza, o Percurso de Salreu, desenhado de modo a que possa explorar de forma prática e divertida os segredos da vida selvagem.
Percursos
Percurso de Salreu
Percurso do Rio Jardim | Canelas
Percurso do Bocage | Canelas/Salreu
Percurso do Rio Antuã | Beduído/Salreu

Gastronomia e Artesanato

Avanca

Artesanato: Cangas Pintadas
Gastronomia:
Caldeirada de Enguias, Queijo, Rojões, Vinho, Carne Assada e Regueifa doce 

Beduído

Artesanato: Trabalho em ferro de utensílios ligados à Agricultura
Gastronomia: Carne Assada, Broa de Milho, Dobrada e Regueifa Doce

Canelas

Gastronomia: Padas

 

Fermelã

Gastronomia: Vinho Verde

Pardilhó

Artesanato: Barcos Moliceiros, Mantas e Tapetes de Trapo, Rodilhas, Vassouras de Junco e Galrichos para a pesca das Enguias
Gastronomia: Padas, Sopa de Enguias, Enguias Fritas, Caldeirada de Enguias

Salreu

Artesanato: Tanoaria e Miniaturas em Madeira
Gastronomia: Rojões, Vitela Assada e Pão de Ló

Veiros 

Artesanato: Esteiras de Bunho (espécie de junco) - característico das zonas ribeirinhas e apresenta-se como uma variante do trabalho de costura. 


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